
Mohamad Saad
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Sintomas de otite: saiba como identificar esse problema em bebês e crianças
Bebês e crianças sempre são alvo de preocupação quando falamos de doenças infecciosas. Com o sistema imunológico ainda em formação, é natural que os pais se preocupem com as diversas “ites” que surgem com frequência na infância. Um desses problemas é a otite, que, segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), é um dos quadros clínicos mais comuns – principalmente em épocas pré-escolares. É importante para os pais e cuidadores saberem identificar os sintomas de otite em bebê ou na criança pequena, já que esse é um problema de saúde que pode ser muito incômodo e, em alguns casos, até grave. Para te ajudar nisso, a nossa equipe conversou com o otorrinolaringologista Mohamad Saada que esclareceu pontos importantes sobre o que é otite e como lidar com ela. Confira! O que causa otite? Saiba mais sobre essa doença Mohamad explica o que é a otite: “É a inflamação ou infecção que pode atingir a orelha externa (canal do ouvido onde fica a cera e o pavilhão auricular) ou orelha média (cavidade que fica atrás do tímpano)”. Além disso, segundo o médico, a otite média aguda (OMA), quadro mais comum da doença, é causada por vírus e bactérias após quadros gripais ou de rinite e sinusite. Sintomas de otite em bebês e crianças: quando suspeitar da infecção? Na maioria das vezes, os principais sintomas de otite em bebês e crianças, podem ser facilmente percebidos pelos pais. “Incômodo levando a mão na orelha, choro, falta de apetite e desconforto ao retirar uma camiseta, por exemplo, pois mexe na orelha e causa dor, são alguns dos sintomas mais comuns”, explica o otorrino. Outros sinais de alerta destacados pela Sociedade de Pediatria de São Paulo são febre alta acompanhada de vômito ou diarreia, pois representam indícios de um quadro mais severo. Mohamad Saada esclarece que o diagnóstico é feito pelo médico no próprio consultório, mediante exame físico. “O otorrino ou pediatra examina com o otoscópio e consegue avaliar como está o canal do ouvido e os tímpanos, fazendo assim o diagnóstico de otite média ou externa”, completa o especialista. Como tratar otite em bebê e criança? A terapêutica clínica da otite é feita pelo médico a partir da análise do caso no consultório. “As otites externas são tratadas com gotas locais de antibiótico e anti-inflamatório, e as otites médias necessitam, algumas vezes, do uso de antibiótico e anti-inflamatório oral”, explica Mohamad. Embora utilizar um remédio para otite seja importante, o otorrinolaringologista afirma que os pais ou cuidadores podem auxiliar no tratamento da dor. “Crianças com dor de ouvido sofrem muito, portanto, medidas inicias como compressa morna e o uso de analgésico já ajudam a aliviar o incômodo”. É importante, no entanto, atentar-se para que a temperatura da compressa não queime a pele da criança – que geralmente é mais sensível – e não introduzir nada na orelha. É possível evitar um quadro de otite nas crianças? A otite é uma doença infecciosa, mas algumas atitudes podem dificultar ou até mesmo impedir o seu surgimento. Como as otites médias podem ser causadas por quadros respiratórios, Mohamad destaca alguns cuidados: “adotar medidas para melhorar a imunidade e tratar a rinite e a sinusite são excelentes formas de prevenção. A lavagem nasal também é uma grande aliada nesses casos”, explica. A lavagem nasal, inclusive, vem sendo alvo de polêmica e dividindo opiniões entre pais e cuidadores, já que, supostamente, seria uma causadora da otite. Mas não é bem assim que acontece: feita corretamente, a lavagem não só proporciona alívio e desobstrui as vias respiratórias, como também é capaz de prevenir o acúmulo de secreção nas vias auriculares – maior causador da otite média aguda. Como saber se a otite está melhorando? Se após passar pelo consultório a criança estiver fazendo uso de remédio para otite (antibiótico ou anti-inflamatório), a melhora deve acontecer cerca de 72h a partir do início do tratamento. É possível perceber essa recuperação apenas observando o estado da criança que fica sem febre por muitas horas, não reclama mais de dor e desconforto no ouvido e se torna mais ativa, com disposição para brincar. Entretanto, crianças com otite quase sempre precisam passar por reavaliação com o otorrino ou pediatra que, com auxílio de um otoscópio, consegue ver se ainda há secreção ou se a otite foi realmente curada. Otite não tratada: os prejuízos para crianças e bebês Apesar de ser uma infecção simples de tratar, a otite nos pequeninos não pode ser ignorada jamais: o tratamento deve ser seguido à risca mesmo após a melhora do estado geral da criança, seguindo o ciclo do medicamento prescrito até o fim. A otite mal curada é um risco para a chamada otite de repetição, quando a criança apresenta vários casos do problema em um curto período. Crianças que se expõe bastante à água em atividade como natação, por exemplo, além de idas frequentes à piscina ou à praia, também podem apresentar esse problema de saúde diversas vezes. Os responsáveis devem ficar atentos a cuidados preventivos básicos, como secar bem as orelhas e, se possível, usar protetores auriculares durante o megulho. “Otites recorrentes podem causar danos ao aparelho auditivo, levando a inflamação crônica, inchaço da mucosa dentro da orelha média e até mesmo enrijecimento dos ossículos que conduzem o som até a orelha interna”, explica Mohamad. Se o seu pequeno estiver apresentando dois ou mais casos de otite por ano, é importante consultar um especialista para entender o quadro e melhorar a qualidade de vida da criança.