
Dra. Vanessa Hartmann
Pneumologia
Biografia
Dra. Vanessa Hartmann é graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e fez residência médica em Clínica Médica pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre (RS) e em Pneumologia pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
Artigos
A bronquite crônica é mais comum na terceira idade? Por quê?
Uma das manifestações da chamada DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), a bronquite crônica está ligada diretamente aos efeitos que o cigarro provoca ao longo dos anos e por isso acaba sendo mais comum na terceira idade. Com o acúmulo de décadas de prática do tabagismo, a bronquite crônica tende a se manifestar. “É mais comum encontrar pessoas com DPOC e bronquite crônica na faixa acima dos 60 anos de idade, pois elas já se expuseram aos efeitos deletérios do cigarro durante muitos anos. Contudo, é possível encontrar pessoas mais jovens com DPOC e bronquite crônica”, aponta a pneumologista Vanessa Cristina Hartmann. “Estima-se que existam 65 milhões de pessoas com DPOC em todo mundo, segundo a OMS (organização Mundial de Saúde)”. Sintomas da bronquite crônica e DPOC Segundo a especialista, a bronquite crônica é classicamente definida por tosse persistente por pelo menos 3 meses, durante 2 anos consecutivos. “Normalmente essa tosse piora pela manhã. É o ‘pigarro’ que os fumantes tanto relatam. Já a DPOC, de um modo geral, tem diversos outros sintomas, como falta de ar, dificuldade para realizar as atividades do dia a dia, além de manifestações sistêmicas que podem estar associadas, como doença cardíaca isquêmica, osteoporose, perda e fraqueza muscular, aterosclerose e diabetes”. Além da carga tabágica (quantidade de cigarros fumados por dia), o desenvolvimento da DPOC também está ligado à predisposição genética de cada pessoa. “Se uma pessoa fuma 1 maço de cigarro por dia há 30 anos e tem DPOC leve, não necessariamente uma outra pessoa que faz exatamente o mesmo terá a doença leve, pois se a sua predisposição for maior, poderá desenvolver DPOC mais rapidamente e com manifestações mais graves”, afirma Vanessa. Prevenção e tratamento da doença Como o principal fator de risco para bronquite crônica e DPOC em geral é o tabagismo, não fumar é a forma ideal de prevenção e também é parte do tratamento desses problemas. Não se expor passivamente à fumaça do cigarro também é importante. “Sempre há benefícios em parar de fumar, mesmo em pacientes mais idosos e com doença mais avançada. Mas é claro que quanto antes parar de fumar, melhores serão os benefícios”, conclui a pneumologista. Foto: Shutterstock
Poeira e verão: A higiene nasal pode ajudar no tratamento e prevenção de alergias respiratórias?
A higiene nasal é uma importante aliada no tratamento e prevenção de alergias respiratórias. Segundo a pneumologista Vanessa Hartmann, a limpeza é essencial para manter as vias respiratórias limpas e hidratadas e reduzir o contato da poeira com o nariz, as crises de rinite alérgica e a chance de infecções respiratórias. “O cuidado com a rinite alérgica auxilia ainda a manter controladas outras alergias respiratórias, como a asma”. Formas de se fazer a higiene nasal A médica aponta que pacientes que tenham sintomas de rinite alérgica, como obstrução nasal (sensação de nariz “trancado”), espirros frequentes e coceira no nariz, podem necessitar, além de uma higiene nasal frequente, uso de sprays diretamente no nariz para reduzir a inflamação e com isso evitar crises de rinite alérgica e infecções respiratórias. “O controle ambiental também é fundamental, evitando tapetes, carpetes, cortinas e mantendo a casa limpa, arejada e ventilada”, recomenda. A especialista recomenda que a higiene nasal seja realizada com soro fisiológico 0,9%. Para isso, pode se recorrer ao auxílio de seringas (sem agulha), colocando o soro fisiológico diretamente nas narinas, ou de dispositivos que possuem conta-gotas e sprays. “Alguns dispositivos disponíveis no mercado hoje em dia possibilitam a aplicação de jato contínuo e até mesmo aplicação 360º, o que facilita o procedimento com o soro fisiológico”. Controle de alergias respiratórias também pode ser feito com combate à poeira e ácaros Conforme explica a pneumologista, a poeira é um deflagrador das crises de alergia respiratória, em especial os ácaros, que são seres microscópicos que se alimentam de restos da pele humana e habitam locais quentes e úmidos. Portanto, o verão é uma época de grande atuação desses microorganismos e, por isso, ocorrem muitos casos de crises de asma e rinite alérgica nessa estação. “Para evitar os ácaros, recomenda-se: aspirar o colchão uma vez por semana; trocar os travesseiros a cada 2 anos e a roupa de cama semanalmente; limpar a casa com panos úmidos (e não espanar o pó); aspirar os sofás (se forem de tecido); e manter a casa arejada e ventilada. No verão, especialmente, deve-se atentar para a higiene dos filtros de ar condicionado, pois eles abrigam poeira, ácaros, bactérias e fungos, e devem ser higienizados periodicamente”, complessa Vanessa. Foto: Shutterstock
Por que as crises de asma podem aumentar no verão?
O uso excessivo de ar condicionado e ventiladores no verão para aliviar o calor se relaciona bastante com as crises de asma, pois se estes aparelhos não forem adequadamente higienizados, podem espalhar ácaros, poeira, bactérias e fungos pelo ar, fatores que ajudam a desencadear as crises. Mesmo assim, é importante ficar alerta em todas as estações. “As crises de asma podem acontecer em qualquer época do ano”, afirma a pneumologista Vanessa Hartmann. Principais fatores que contribuem para as crises de asma Segundo Vanessa, os principais deflagradores são: ácaros (pequenos seres microscópicos que habitam locais úmidos e quentes, como tapetes, carpetes, sofás e cortinas), infecções respiratórias e não utilizar os medicamentos preventivos da asma. “Pessoas que possuem asma previamente estarão mais sujeitas a desenvolver crises e até mesmo infecções respiratórias quando há contato com esses deflagradores”, afirma. Conforme explica a médica, quando a crise de asma já está instalada, é necessário procurar auxílio médico para tratamento. É muito comum o uso de medicações orais que reduzem a inflamação do brônquios, além dos broncodilatadores, que aliviam o broncoespasmo (estreitamento das vias aéreas que acontece em função da inflamação nos “canos” da respiração). “Se há suspeita de infecção associada, podem ser necessários medicamentos antibióticos”, completa. Tratamento, cuidados e atenção às crises de asma De acordo com a especialista, é importante manter o acompanhamento médico e utilizar os medicamentos preventivos da asma também no verão, se estes forem indicados, além de seguir os cuidados já mencionados, como higienizar ventiladores e filtros de ar condicionado regularmente, para evitar que estes disseminem poeira, ácaros, bactérias e fungos para o ar. “A casa e o ambiente de trabalho também devem ser limpos, arejados e ventilados”, afirma Vanessa. A pneumologista enfatiza que as crises de asma devem sempre ser levadas a sério, pois casos de broncoespasmo grave podem levar a insuficiência respiratória e até parada respiratória. “Broncoespasmos severos podem exigir intubação, uso de ventilação mecânica (aparelhos para manter a respiração) e internação em ambiente de UTI. Segundo o GINA, diretriz que rege o tratamento mundial da asma, três pessoas morrem por dia no Brasil devido a crises de asma. Portanto, o assunto é sério e exige a devida atenção”, conclui. Foto: Shutterstock
Saiba como tirar catarro preso da garganta: Sintomas, causas e dicas
O catarro preso na garganta é um incômodo comum à maioria das pessoas e que pode se originar de diversas causas. O problema também conta com várias soluções. De acordo com o pneumologista Alexandre Kawassaki, há duas manobras principais para eliminar esse catarro preso: a tosse e a limpeza da garganta. Saiba mais sobre como tirar o catarro da garganta. Como tirar catarro da garganta? A eliminação do catarro na garganta pode ser feita de diferentes maneiras. Listamos abaixo, algumas soluções para te ajudar a alivar o pigarro na garganta. 1. Gargarejo para tirar catarro da garganta: O gargarejo com um copo de água de 100 ml morna e meia colher de chá de sal, ajuda a diluir o muco devido a ação do sal, dessa forma, facilita a eliminação do muco. Convém lembrar que a água com sal também desempenha a finalidade de antisséptico . Por último, a água morna auxilia na dilatação das artérias, aumentando assim a circulação sanguínea e consequentemente mais células de defesas chegarão até o local. 2. Chá de Gengibre e Mel: O chá de gengibre e mel é uma ótima opção para aliviar sintomas de resfriados, gripes, problemas respiratórios e catarro na garganta. Misture o pó de gengibre com uma colher de sopa de mel e água morna. Nesse caso além da água morna, temos também o gengibre e mel que possuem propriedades antibacterianas e antioxidantes, auxiliando a combater alguma possível infecção que pode ser a causadora do muco na garganta. 3. Lavagem nasal como realizar? A especialista Dra.Vanessa Hartmann recomenda que lavagem nasal que seja realizada com soro fisiológico 0,9%. Para isso, pode se recorrer ao auxílio de seringas (sem agulha), colocando o soro fisiológico diretamente nas narinas, ou de dispositivos que possuem conta-gotas e sprays. “Alguns dispositivos disponíveis no mercado hoje em dia possibilitam a aplicação de jato contínuo e até mesmo aplicação 360º, o que facilita o procedimento com o soro fisiológico”. A doutora, ainda aponta que para aqueles indivíduos que possuam os sintomas de rinite alérgica, podem necessitar, além de uma higiene nasal frequente, o uso de sprays diretamente no nariz para reduzir a inflamação. Além disso: “O controle ambiental também é fundamental, evitando tapetes, carpetes, cortinas e mantendo a casa limpa, arejada e ventilada”. Perigos e causas do catarro preso na garganta De acordo com o pneumologista, o catarro preso na garganta, em geral, não é perigoso, pois, na maioria das vezes, essa secreção não é produzida na garganta. “Ela é formada em outra parte do corpo e acumula naquela região”. Pode haver perigo se, ao fazer a solução de água e sal para diluir o muco, você acabar engolindo a mistura. Isso causa desidratação. Deve-se apenas fazer o gargarejo e depois cuspir. A principal questão quando há o catarro preso na garganta, segundo o médico, é a definição das doenças que o causam, pois é a partir dela que se consegue fazer o tratamento. “Os dois principais diagnósticos são: doença do refluxo gastroesofágico e síndrome do gotejamento pós-nasal, representada por rinites e sinusites crônicas”.
O estresse pode desencadear uma crise de asma?
A asma é uma doença inflamatória das vias aéreas, que evolui com sintomas como tosse, chiado no peito e falta de ar. O quadro é causado em grande parte das vezes por processos alérgicos, mas também pode ser provocado por outros fatores, como o estresse. Neste caso, o estresse atrapalha o organismo no combate à asma, tornando as crises mais frequentes e graves. “O estresse pode sim desencadear uma crise de asma, mesmo que não seja o causador da inflamação e das alterações celulares envolvidas no processo da doença. É sabido que não apenas o estresse, mas os fatores emocionais, em geral, são desencadeantes importantes das crises em asmáticos”, afirma a pneumologista Lídia Torres. Ansiedade é o grande perigo do estresse para os asmáticos Conforme explica a também pneumologista Vanessa Hartmann, o estresse permite o aumento de mediadores inflamatórios no organismo, facilitando o aparecimento de doenças inflamatórias e até mesmo a queda da imunidade, o que aumenta ainda mais as chances de surgirem infecções. “Portanto, o manejo do estresse é fundamental no tratamento de doenças crônicas como a asma e também para evitar o surgimento de outras doenças”, afirma Vanessa. O efeito negativo do estresse em um quadro de asma se deve especialmente à ansiedade, pois esta dificulta ainda mais a respiração do paciente. “A ansiedade dificulta o controle do ritmo da ventilação, tendo em vista a entrada e saída de ar dos pulmões. Isso agrava as crises de asma, as tornando mais frequentes e com tratamento mais difícil”, afirma Vanessa. Importância da medicação em um quadro de asma Por mais que o estresse e ansiedade sejam fatores perigosos para a asma, é muito mais difícil eles desencadearem uma crise quando o quadro clínico e inflamatório estiver controlado. “Hoje em dia é fundamental tratar a asma, o que exige o uso de medicação anti-inflamatória ou de controle. Caso isso não ocorra, a doença pode evoluir para um processo irreversível”, alerta Lídia. Foto: Shutterstock
A bronquite crônica é mais comum na terceira idade? Por quê?
Uma das manifestações da chamada DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), a bronquite crônica está ligada diretamente aos efeitos que o cigarro provoca ao longo dos anos e por isso acaba sendo mais comum na terceira idade. Com o acúmulo de décadas de prática do tabagismo, a bronquite crônica tende a se manifestar. “É mais comum encontrar pessoas com DPOC e bronquite crônica na faixa acima dos 60 anos de idade, pois elas já se expuseram aos efeitos deletérios do cigarro durante muitos anos. Contudo, é possível encontrar pessoas mais jovens com DPOC e bronquite crônica”, aponta a pneumologista Vanessa Cristina Hartmann. “Estima-se que existam 65 milhões de pessoas com DPOC em todo mundo, segundo a OMS (organização Mundial de Saúde)”. Sintomas da bronquite crônica e DPOC Segundo a especialista, a bronquite crônica é classicamente definida por tosse persistente por pelo menos 3 meses, durante 2 anos consecutivos. “Normalmente essa tosse piora pela manhã. É o ‘pigarro’ que os fumantes tanto relatam. Já a DPOC, de um modo geral, tem diversos outros sintomas, como falta de ar, dificuldade para realizar as atividades do dia a dia, além de manifestações sistêmicas que podem estar associadas, como doença cardíaca isquêmica, osteoporose, perda e fraqueza muscular, aterosclerose e diabetes”. Além da carga tabágica (quantidade de cigarros fumados por dia), o desenvolvimento da DPOC também está ligado à predisposição genética de cada pessoa. “Se uma pessoa fuma 1 maço de cigarro por dia há 30 anos e tem DPOC leve, não necessariamente uma outra pessoa que faz exatamente o mesmo terá a doença leve, pois se a sua predisposição for maior, poderá desenvolver DPOC mais rapidamente e com manifestações mais graves”, afirma Vanessa. Prevenção e tratamento da doença Como o principal fator de risco para bronquite crônica e DPOC em geral é o tabagismo, não fumar é a forma ideal de prevenção e também é parte do tratamento desses problemas. Não se expor passivamente à fumaça do cigarro também é importante. “Sempre há benefícios em parar de fumar, mesmo em pacientes mais idosos e com doença mais avançada. Mas é claro que quanto antes parar de fumar, melhores serão os benefícios”, conclui a pneumologista.