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Avatar Dra. Roberta Rodrigues da Silva

Dra. Roberta Rodrigues da Silva

Alergia e Imunologia,Pediatria

Biografia

Dra. Roberta Rodrigues da Silva é formada em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 1998, onde também fez residência médica em Pediatria e em Alergologia e Imunologia Clínica. Tem título de especialista nas duas áreas pela Associação Paulista de Medicina (APM), pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Atualmente, atua como alergologista pediátrica e co-investigadora em Pesquisa Clínica no Hospital Nipo Brasileiro, em São Paulo.

Artigos

Tomar chuva não causa gripe e resfriado mas pode baixar imunidade

Ao contrário do que muitos acreditam, pegar chuva não faz as pessoas ficarem doentes. Geralmente,  doenças como gripes e resfriados são causadas por microrganismos, como os vírus, se não houver contaminação por esses agentes, um “banho” de chuva não irá provocar enfermidade alguma. Chuva causa gripe e resfriado? Tomar chuva não causa gripes e resfriados, essas enfermidades são causadas por vírus ou bactérias, sendo assim, tomar chuva não é um fator de contaminação. “Infecções sempre são causadas por vírus, bactérias e fungos. As infecções mais atribuídas à chuva são as gripes e resfriados causadas por vírus. Esses agentes são transmitidos por gotículas eliminadas por pessoas contaminadas e se alojam na mucosa do nariz. A partir daí ficam aguardando o momento de infectar o organismo”, explica a infectologista Roberta Rodrigues. Chuva pode baixar a imunidade É preciso ter cuidado com a chuva quando ela surge combinada com o frio, pois a queda da temperatura corporal pode baixar a imunidade, deixando o organismo mais vulnerável ao ataque de vírus, o que pode ocasionar o resfriado se o vírus estiver presente na mucosa respiratória. “Nosso corpo deve estar preparado para dias de chuva combinada com o frio. É importante se proteger do esfriamento do corpo”, afirma a médica. Formas de evitar que a chuva atrapalhe a imunidade As roupas podem ser decisivas para o conforto e proteção. Então, se a chuva é esperada, vale usar tecidos impermeáveis e, de preferência, respiráveis, principalmente pensando nos esportistas que se exercitam mesmo na chuva. “Não há nenhum problema quanto aos corredores se exercitarem na chuva, desde que tenham atenção a esse tipo de cuidado”, esclarece. Após um banho de chuva, é recomendado trocar de roupa e tomar um bom banho morno para ajudar a manter a temperatura corporal estável. “Esses cuidados evitam que a roupa molhada ‘esfrie’ o corpo, alterando o sistema imunológico e facilitando a infecção viral, se já presente. Vale acrescentar que é muito mais fácil nos contaminarmos em ambientes fechados do que ao ar livre”, informa Roberta.

Cheiro de tinta faz mal? Quem tem alergia deve evitar ambientes com obras?

Quase todo mundo já teve, em algum momento da vida, que passar por uma obra em casa e, por isso, sabe que elas levantam uma grande quantidade de poeira e deixam um cheiro forte de tinta. Muita gente reclama que esse odor, bem químico e forte, dependendo do tipo de tinta escolhido, precipita reações alérgicas. O cheiro de tinta faz mal?   Riscos do contato com a tinta em obras   “O cheiro de tinta pode causar enjoos, dor de cabeça, irritação nos olhos, nas vias aéreas e na pele, tanto em quem passa por obras, quanto nos próprios pintores, obviamente. Nestes, a situação é ainda mais complicada, já que ficam expostos por muito tempo”, comenta a alergista e imunologista Roberta Rodrigues da Silva. A médica explica que alguns tipos de tintas podem causar intoxicações graves, gerando até mesmo problemas renais e hepáticos (ou seja, no fígado). “Ambientes em obra são lugares propícios para descompensação do alérgico. Presença de muito pó, uso de produtos altamente irritantes das vias aéreas, como solventes, removedores e as próprias tintas, podem piorar os quadros alérgicos por irritação das vias aéreas, nasais e brônquicas ou até da pele”, explica.   Tipos de tintas e seus diferentes efeitos   As tintas que realmente podem causar problemas à saúde, como intoxicação, irritação nos olhos, dor de cabeça e enjoos, são as sintéticas. Derivadas do petróleo, elas devem ser evitadas. Todavia, existem tintas que não possuem em sua composição metais pesados e, por isso, são consideradas opções mais seguras. São os casos das acrílicas ou à base de látex, as não tóxicas e as sem cheiro. Elas podem são diluídas em água ou solventes orgânicos. “Há também tintas ecológicas, diluídas em água e produzidas a partir de pigmentos naturais, que possuem selo de produto sustentável. As tintas acrílicas têm fórmulas sem cheiro, anti-mofo e laváveis. Por isso, são boas alternativas para alérgicos. Mesmo essas tintas minimizando o risco de reações, é melhor evitar exposições desnecessárias e exageradas”, recomenda Roberta.       Foto: Shutterstock

Existe alguma forma de turbinar a imunidade para se preparar para o inverno?

No inverno não é apenas a temperatura que cai. A imunidade das pessoas também sofre queda durante esta estação do ano, muito em função do aumento de doenças respiratórias. Tendo em vista estes riscos comuns ao período, surge a necessidade de proteger o organismo para encarar os meses que seguem sem sustos.   Existem várias medidas que, se tomadas em conjunto durante o ano todo, não apenas no inverno, ajudam a manter a imunidade funcionando bem, apesar das mudanças externas do clima. Não se tratam de medidas de efeito imediato, mas sim de médio e longo prazo. Mesmo assim, são fundamentais para permitir que o corpo e o sistema imunológico fiquem saudáveis. Dicas para evitar queda de imunidade no inverno “Manter sempre uma alimentação balanceada e individualizada com variedades de legumes, verduras e frutas bem coloridas é essencial para a imunidade”, afirma a alergista Roberta Rodrigues. “Além disso, deve-se apostar em nutrientes e vitaminas como vitamina C (laranja e frutas cítricas), vitamina A (cenoura, abóbora), vitamina E (grãos, milho, canola), ômega 3 (peixes, azeitona, azeite), zinco (carnes vermelhas, grãos), cálcio (leite, vegetais de folhas escuras), ferro, manganês e selênio”, completa. Além disso, a médica recomenda beber muita água, lubrificar sempre as mucosas das vias aéreas para impedir a entrada de vírus e bactérias, dormir bem e praticar exercícios físicos para evitar os hormônios do estresse, manter bons hábitos de higiene para evitar os germes, tomar vacina pra gripe preventivamente antes do inverno e evitar cigarro e álcool em excesso. Entendendo a queda da imunidade no inverno No inverno o ar fica muito frio e seco, favorecendo a multiplicação de microrganismos e o aumento do nível de poluentes. Nesta época, transpira-se menos, faz-se menos atividades físicas e ingere-se menos água (o que desidrata o muco das vias aéreas, facilitando a entrada de vírus e bactérias). “Além disso, a procura por ambientes fechados aumenta, geralmente com várias outras pessoas, o que facilita a transmissão de vírus e bactérias pelo sistema respiratório. Por conta disso tudo é que a imunidade costuma cair no inverno”. Foto: Pexels

Alergia: Coçar o nariz pode piorar a situação de quem tem o problema?

Pessoas alérgicas muitas vezes coçam o nariz para aliviar a irritação local, mas a ação não melhora efetivamente o problema. Há até mesmo quem acredite no contrário, ou seja, que coçar o nariz pode piorar um quadro de alergia. De acordo com a alergista e imunologista Roberta Rodrigues da Silva, isso não é verdade. “Não, a coceira não piora a situação de quem tem alergia. É apenas um sintoma de uma manifestação que pode ser alérgica, no caso de uma rinite. A intensidade e frequência da coceira depende de vários fatores, tais como a sensibilidade da pessoa, a intensidade da inflamação da mucosa do nariz e o contato com os causadores das reações que levam à coceira”, explica. Procurando ajuda e tratamentos da alergia Quem é alérgico deve procurar o acompanhamento de um especialista em alergologia para descobrir, conhecer e entender quais são os fatores que desencadeiam e pioram a alergia, para assim conseguir evitá-los sempre que possível. “Nesse sentido, é necessário seguir as orientações e planejamento do médico, além de não suspender o tratamento sem sua orientação. Uma boa relação entre médico e paciente é fundamental”, avalia Roberta. Crises alérgicas são tratadas, normalmente, com medicamentos antialérgicos e antiinflamatórios. “Usamos os antialérgicos por períodos curtos (5 a 7 dias), assim como os corticóides e os broncodilatadores. Estes dois últimos são usados quando a alergia acomete o pulmão. Em crises alérgicas de pele (dermatite atópica) podemos usar também pomadas ou cremes de corticóide por cerca de 5 dias”, explica a médica. Desenvolvimento da alergia A alergia é uma hipersensibilidade do organismo, uma resposta exagerada do sistema imunológico a estímulos que normalmente não causariam reação (ácaros, mofo, alimentos). “O contato inicial com esses estímulos (geralmente na infância) vai determinar uma sensibilização, como se fosse um reconhecimento, para depois, em novos contatos, acontecer a manifestação da alergia com os sintomas clínicos (coceira, espirros, nariz entupido, tosse, coriza)”, conclui. Além disso, o clima seco pode contribuir para o agravamento de crises alérgicas, especialmente as respiratórias, além do uso excessivo do ar-condicionado.   Dra. Roberta Rodrigues da Silva é alergista e imunologista formada na UNIFESP – Escola Paulista de Medicina. Atua como alergologista infantil no Hospital Nipo Brasileiro. CRM-SP: 94054   Foto: Shutterstock

Como agem os medicamentos imunomoduladores? Para que servem?

Como o nome sugere, os medicamentos imunomoduladores atuam no seu sistema imunológico, responsável pelo combate a microorganismos (vírus, bactérias, fungos) e todo tipo de elemento que ameaça a saúde do organismo. Eles podem ser indicados para adultos, mas são especialmente importantes para crianças, já que elas têm a imunidade mais frágil, ainda em formação.      Atuação e uso dos medicamentos imunomoduladores   “Os imunoestimulantes podem atuar tanto em conjunto com o antibiótico no caso agudo, agilizando a resposta do sistema imunológico, quanto para fortalecer e estimular o sistema imunológico contra infecções do sistema respiratório, reduzindo o risco do retorno desses problemas”, explica a imunologista imunomoduladores. De acordo com a médica, esses medicamentos podem ser usados em crianças a partir dos seis meses de idade, mas as crianças maiores, com o sistema imunológico mais maduro, apresentam melhores respostas. “Não existe restrição de faixa etária. Existe a melhor medicação para aquela pessoa naquela situação. Por isso, um bom acompanhamento médico é sempre importante”, pontua Roberta.   Situações em que os imunomoduladores são mais usados   Os pacientes que mais se beneficiam com esses medicamentos são aqueles que têm infecções respiratórias de repetição mesmo em tratamento. “Se você usa com frequência antibióticos, tem uma qualidade de vida ruim e vai constantemente ao serviço de emergência, usar imunomoduladores pode ser uma boa ideia”, afirma a especialista. Infecções respiratórias de repetição muitas vezes ocorrem em função de quadros alérgicos, então com o tratamento destes os imunomoduladores não seriam necessários. “Porém, se mesmo assim não houver controle, os imunoestimulantes podem ajudar a diminuir ou zerar as infecções, melhorando muito sua qualidade de vida, com menos visitas ao pronto socorro e menos consumo de antibióticos”, conclui Roberta.     Foto: Shutterstock

O que é o timo? Saiba mais sobre esse órgão que muita gente nem sabe que existe

O timo é um órgão localizado na região anterior e superior do tórax, bem próximo do coração. Ele tem um papel fundamental no sistema imunológico, sendo responsável por orquestrar a  produção, maturação e liberação dos linfócitos T (ou células T), grupo de glóbulos brancos (leucócitos) que comandam as defesas do organismo contra agentes invasores que põe em risco a saúde. Quem explica melhor as funções desse órgão é a imunologista Roberta Rodrigues. Timo promove treinamento dos linfócitos T antes de liberá-los para defender o organismo “Os linfócitos T são um grupo especial de células de defesa do sistema imunológico responsável pelo combate a infecções e eliminação de células doentes. Trata-se da imunidade celular. A proteção se dá contra infecções (bactérias e vírus) e ocorre também a destruição de células doentes. Dessa forma, evita-se doenças auto imunes e câncer,o que é  fundamental para o equilíbrio e saúde do organismo”, explica a médica. Segundo a médica, o timo realiza um verdadeiro treinamento para os linfócitos T antes de liberá-los na circulação, fazendo com que aprendam a reconhecer e não atacar as células do próprio organismo. “Só são liberados do timo os linfócitos que demonstraram habilidade para reconhecer e atacar agentes infecciosos, células defeituosas ou agentes estranhos. Os linfócitos que falham são reprovados e destruídos”, afirma a especialista. Desenvolvimento do timo e doenças que o prejudicam O timo torna-se ativo já no período fetal e atinge seu auge de operação na infância, por volta dos 12 anos de idade. Com o passar do tempo ele sofre um processo de involução, perdendo tamanho. Seu tecido é substituído por gordura, com redução da produção de linfócitos. Contudo, a quantidade até então produzida costuma ser suficiente para toda a vida, com a imunidade de fato abaixando na velhice.       “Algumas doenças podem comprometer o timo, como a síndrome DiGeorge e a síndrome de down. Dependendo da doença e do grau de comprometimento do órgão, pode existir um tratamento relacionado diretamente à causa. A atenção ao diagnóstico precoce das doenças do timo já é um grande avanço”, completa a imunologista.

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