
Dra. Regina Ferreira
Reumatologia
Biografia
Dra. Regina Ferreira é médica formada pela Faculdade de Medicina de Santos (Fundação Lusíada), em 1991, e concluiu a residência médica em Clínica Geral e Reumatologia no Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira (HSPE-FMO-SP). Tem título de especialista em Reumatologia concedido pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), em 1994, no XX Congresso Panamericano de Reumatologia, no Recife (PE). É membro de um grupo de atualização em Reumatologia, participando de reuniões mensais.
Artigos
A partir de qual idade devemos nos preocupar com a osteoartrite?
A osteoartrite é uma doença crônica e progressiva que desgasta a cartilagem articular, parte da estrutura óssea responsável por proteger as articulações de impactos. Como consequência, quem sofre com a doença pode sentir dores e apresentar inchaço, rigidez e deformidades nos ossos. A doença é resultado do envelhecimento do corpo e preocupa principalmente a partir da meia idade. Osteoartrite costuma surgir aos 50 anos de idade “A osteoartrite costuma se manifestar com mais frequência em mulheres na faixa etária acima dos 50 anos. Entretanto, isso é variável, pois podemos encontrar casos com idade abaixo dos 50″, afirma a reumatologista Regina Ferreira. Apesar de fatores anatômicos, biomecânicos e genéticos tornarem a doença mais comum no sexo feminino, os homens também devem se cuidar a partir desta faixa etária. A partir dos 50 anos de idade, algumas medidas são importantes para se prevenir da osteoartrite. “Os principais cuidados são manutenção do peso dentro das faixas adequadas e realização de atividades físicas compatíveis com o tempo disponível e a preferência do paciente”, indica a especialista. Consultas regulares ao reumatologista são importantes também, principalmente quando há histórico familiar. Osteoartrite também pode surgir em pacientes jovens Segundo a profissional, casos precoces de osteoartrite estão ligados diretamente ao fator genético. A médica cita, como exemplo, o caso de um paciente que herda a doença de uma mãe ou de um pai que é portador de osteoartrite erosiva. O problema pode surgir mais cedo também em atletas, como os jogadores de basquete, que atuam com alto impacto nas articulações. Por outro lado, existem ainda casos de pessoas que desenvolvem a osteoartrite e seus sintomas tardiamente. “Há pacientes com deformidades visíveis e que não percebem esse quadro. São alterações tardias da doença e o paciente só nota quando passa a sentir dor”, afirma Regina. Quando isso acontece, o tratamento se mantém com medicamentos e outros tipos de medidas. A diferença fica por conta das consultas com intervalos menores para reavaliações frequentes e possível mudança de conduta, caso seja necessário. Dra. Regina Ferreira é reumatologista, graduada pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos e atende em São Paulo. CRM-SP: 72550 Foto: Shutterstock
Qual é a função do inchaço no processo de recuperação de um machucado?
Ao sofrer um machucado em certas partes do corpo, é comum o paciente apresentar um certo inchaço na área afetada. O inchaço tem uma função na recuperação do organismo. “Ele atua como uma resposta inflamatória local, ou seja, é um sinalizador para que uma conduta seja tomada”, explica a reumatologista Regina Ferreira. Inchaço pode estar acompanhado de dor e febre em alguns casos Ou seja, o inchaço serve para mostrar que algo está errado e que é preciso agir. Em parte dos casos, é normal ter inchaço, mas sempre é bom ficar de olho. “Por ser um sinal de alerta e uma forma de manifestação de defesa do organismo, pode ser considerado normal, mas se ele vem acompanhado de outros sinais, como febre, dor, vermelhidão e aumento de temperatura local, precisamos ficar atentos”, alerta a profissional. Esses sintomas e sinais são típicos de uma inflamação, que surge com o objetivo de reparar um machucado no corpo. A inflamação da garganta, por exemplo, é muito comum em casos de gripes e resfriados. Já uma extração de dente também pode provocar uma resposta inflamatória para acelerar a recuperação dos tecidos danificados. Causa do inchaço irá determinar o tipo de tratamento De acordo com a médica, é importante descobrir o que está por trás do surgimento do inchaço para, somente depois, iniciar um tratamento: “Devemos focar na causa do problema. O inchaço é uma consequência. Após uma boa avaliação do quadro e detectada a causa, aí sim podemos pensar num tratamento”. Como medida paliativa, podem ser utilizadas bolsas com gelo ou água fria, que ajudam também a diminuir a dor em casos de lesões. Lembre-se apenas de posicionar um pano entre a bolsa e a pele. É possível ainda recorrer a medicações que ajudam a diminuir ou conter o inchaço. No entanto, é sempre importante consultar um médico antes de se automedicar. Dra. Regina Ferreira é reumatologista, graduada pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos e atende em São Paulo. CRM-SP: 72550 Foto: Shutterstock
Quando uma bengala deve ser utilizada por pacientes com osteoartrite?
Dor, inchaço e sensação de calor são apenas alguns dos sintomas provocados pela osteoartrite, uma doença crônica que afeta a cartilagem das articulações. O problema pode afetar seriamente a qualidade de vida dos pacientes, já que limita a movimentação da região atingida e, em alguns casos, reduzindo a mobilidade de todo o corpo. No entanto, algumas pessoas com osteoartrite podem se beneficiar do uso de bengalas. Bengalas ajudam a diminuir a dor causada pela osteoartrite “A bengala constitui um apoio importante para os idosos, pois desempenha um papel de equilíbrio durante a marcha. Ela deve ser usada a partir do momento que o paciente apresenta dificuldade de equilíbrio e força muscular diminuída”, informa a reumatologista Regina Ferreira. A bengala ajuda a diminuir o impacto nas articulações ao andar e a dor, principalmente, no quadril e nos joelhos. Existem ainda outras ferramentas que podem ajudar as pessoas que sofrem com a doença. “O uso de andadores também auxilia pacientes com osteoartrite. No caso de acometimento de joelhos, os tensores trazem mais segurança e conforto durante a marcha. Já no caso de encurtamento de membros inferiores, é possível adequar calçados com altura de salto diferente”, afirma a médica. Bengalas devem ser usadas em conjunto com remédios É preciso ter em mente que o uso de andadores e da bengala é uma medida complementar ao tratamento medicamentoso da osteoartrite. Em boa parte dos quadros, o profissional prescreve o consumo de remédios anti-inflamatórios, que ajudam a reduzir o inchaço nas articulações, e condroprotetoras, que bloqueiam a degradação da cartilagem. Outras recomendações importantes para o tratamento são o emagrecimento, já que o excesso de peso sobrecarrega o sistema ósseo e contribui para a piora da doença, e a acupuntura, que diminui a dor da osteoartrite. A prática de exercícios aeróbicos, sempre com aprovação do médico e com supervisão, também costuma ser indicada para melhorar a força e a flexibilidade.
Além da medicação, o que o paciente pode fazer no tratamento da osteoartrite?
O tratamento da osteoartrite depende muito do uso de medicamento específico, mas não se limita a isso. Outras medidas também são fundamentais para ajudar a controlar os sintomas, como ter uma alimentação saudável que possibilite a perda de peso e a prática regular de exercícios físicos. “Exercícios para perda de peso, como a hidroginástica, e uma dieta balanceada, também com a função de evitar o sobrepeso e de garantir maior sobrevida à cartilagem, são ações além do uso da medicação que o paciente com osteoartrite podem tomar para complementar o tratamento da doença”, afirma a reumatologista Regina Ferreira. Importância dos exercícios físicos para o tratamento da osteoartrite Os exercícios físicos também ajudam a fortalecer a musculatura e dessa forma os ossos e articulações ficam mais protegidos. Vale lembrar que a osteoartrite é uma doença que desgasta a cartilagem, estrutura que fica na extremidade dos ossos, impedindo que estes se choquem uns com os outros e se deteriorem durante os movimentos do corpo. Porém, a prática inadequada de exercícios físicos pode gerar o efeito oposto, piorando o quadro de osteoartrite. Isso ocorre caso um paciente execute atividades de alto impacto, que façam muita força e pressão nos ossos e articulações. Por isso, o ideal é procurar alternativas de baixo impacto, como hidroginástica, pilates e caminhada. Medicamentos para o tratamento da osteoartrite Quanto aos medicamento indicados para o tratamento da osteoartrite, vale destacar aqueles que atuam na cartilagem, regenerando-a e, consequentemente, aliviando as dores sentidas e as limitações nos movimentos. “Os remédios condroprotetores são opções interessantes para o tratamento da osteoartrite”, completa Regina.
Osteoartrite: O reumatologista é indicado para guiar o tratamento?
Pacientes que sofrem com a osteoartrite precisam ser acompanhados constantemente por um profissional que os oriente em um tratamento capaz de controlar a progressão da doença. Existem algumas especialidades ligadas aos cuidados de toda a parte osteoarticular, o que inclui os reumatologistas. “Sim, o reumatologista é indicado para guiar o tratamento da osteoartrite. Este profissional faz um tratamento mais amplo do que os demais, pois alia a abordagem medicamentosa a outras terapias, como fisioterapia e hidroterapia, além das orientações disciplinares”, afirma a reumatologista Regina Ferreira. Atividades importantes no tratamento da osteoartrite Essas terapias citadas atuam diretamente em alguns sintomas da doença, principalmente dor e rigidez articular. Também ajudam na manutenção do equilíbrio e da força, aumentando a funcionalidade da região acometida. Além disso, essas atividades estimulam o paciente a controlar o peso, mostrando a importância disso para o tratamento da osteoartrite. Naturalmente, exercícios físicos são essenciais nesse sentido de perda de peso para evitar carga excessiva nos ossos e articulações. Também ajudam a fortalecer a musculatura, garantindo maior proteção a essas estruturas acometidas pela doença. Contudo, é essencial que esses exercícios sejam de baixo impacto, pois, caso contrário, tendem a gerar o efeito contrário, agravando o problema. Tratamento medicamentoso é fundamental para o controle da osteoartrite É importante destacar também o tratamento com remédios, pois na maioria dos casos a osteoartrite só consegue ser controlada com a ajuda deles. “Espera-se do médico indicações do ponto de vista medicamentoso, bem como fisioterapia, exercícios (ex: caminhadas) e readequação à nova situação que o paciente vive, dependendo do grau de sua osteoartrite”, completa Dra. Regina.