
Dra Piera Coelho
Dermatologia
4959-PI
Artigos
Existem sintomas de HIV na pele? Médica explica!
O HIV, vírus da imunodeficiência humana, quando não é tratado de forma adequada, compromete progressivamente o sistema imunológico e deixa o organismo vulnerável a diversas doenças, incluindo aquelas caracterizadas por sintomas na pele. Por isso, é tão comum que pessoas infectadas pelo vírus tenham problemas dermatológicos. Para entender quais são os mais comuns, em que estágio da doença eles costumam aparecer e como os pacientes podem manejar o problema, entrevistamos a médica dermatologista Piera Coelho. Leia a seguir. Sintomas de HIV podem se manifestar como erupções cutâneas, herpes, manchas vermelhas e roxas Com a queda na quantidade de células de defesa, os sintomas de HIV na pele tendem a aparecer. Entre os mais comuns, a Dra. Piera Coelho cita erupções cutâneas (rash cutâneo), manchas vermelhas e roxas (petéquias e equimoses), infecções fúngicas, verrugas e herpes. Além desses, outros problemas comumente associados ao vírus são dermatite seborreica, psoríase e herpes zóster. No entanto, é importante destacar que essas manifestações não afetam apenas pacientes com HIV e podem ocorrer devido a outras condições de saúde. Os sintomas de HIV na pele podem surgir em qualquer estágio da infecção, desde o inicial, até o mais avançado, segundo a dermatologista. No entanto, ela pondera que “o aparecimento de infecções cutâneas graves, como o sarcoma de Kaposi ou infecções recorrentes e persistentes podem indicar uma progressão para a AIDS”. A saber, o sarcoma de Kaposi relacionado ao HIV é um tipo de câncer agressivo que geralmente causa lesões em formato de nódulos azuis ou roxos. Rash na pele é um dos principais sintomas de HIV na pele Conhecido como rash cutâneo, o quadro clínico do HIV em que há erupções na pele está amplamente relatado na literatura médica como um dos principais sintomas dermatológicos. Com formas arredondadas, menores que 1 cm, avermelhadas e relativamente inchadas, as lesões costumam aparecer entre 2 a 4 semanas após o paciente ter sido contaminado pelo vírus e duram, em média, de 5 a 8 dias. É importante mencionar que essas manchas vermelhas são parecidas com a de outros problemas dermatológicos, podendo ser difícil identificar um quadro de rash cutâneo somente com a avaliação clínica. Por isso, o protocolo para identificar a causa exata do problema é fazendo a sorologia ou testes de PCR-HIV. O tratamento antirretroviral pode deixar a pele mais sensível, sendo necessário ter cuidados especiais Embora bem menos agressivas do que as reações cutâneas que costumam ocorrer durante a fase aguda do HIV, pode haver reações inflamatórias durante o tratamento antirretroviral. Isso porque a pele fica mais sensível durante o uso dos medicamentos, podendo haver, por exemplo, hipersensibilidade à luz e escurecimento da pele. Esse processo é chamado de foto dermatite e naturalmente, não aparece exclusivamente em pessoas que fazem esse tratamento. A boa notícia é que mantendo os cuidados dermatológicos adequados, é possível controlar essa hipersensibilidade da pele durante o tratamento do HIV. De acordo com a Dra. Piera, “é essencial manter uma boa higiene da pele, usar protetor solar facial e corporal regularmente, não se expor muito tempo ao sol e evitar produtos irritantes”. Vale destacar que a tendência é que o sistema imunológico se fortaleça com o tratamento e o organismo fique menos suscetível às infecções de modo geral. E que a longo prazo, a carga viral pode se tornar tão baixa a ponto de ser considerada indetectável, apesar do fato que o HIV não tem cura. Dessa forma, os pacientes podem experimentar a remissão dos sintomas do HIV (não só na pele, como no corpo todo) e usufruir de mais qualidade de vida.
Dermatofitose: o que é, sintomas e tratamento dessa doença de pele
A dermatofitose é uma doença de pele causada por fungos (do tipo dermatófitos) que pode afetar diversas regiões do corpo, incluindo pés, virilha, unhas e couro cabeludo. Além de ser uma infecção muito incômoda, pode ser confundida com outros problemas dermatológicos. A fim de entender, em detalhes, quais os sintomas da dermatofitose, entrevistamos a médica dermatologista Piera Coelho. Leia a seguir. Sintomas de dermatofitose incluem lesões circulares, coceira e descamação Assim como outras doenças de pele, como a psoríase e a dermatite de contato, a dermatofitose também causa coceira e descamação. A principal diferença, segundo a Dra. Piera, é o formato das lesões na pele. Ela explicou que os fungos dermatófitos formam erupções circulares, geralmente com o centro menos inflamado e com vermelhidão ao redor. Conforme a especialista, as lesões aparecem com frequência nas dobras dos pés e da virilha, unhas e couro cabeludo porque “os dermatófitos afetam tecidos com queratina, proteína presente na pele, e a umidade nesses locais influencia na concentração de fungos”. Inclusive, vale mencionar que dermatofitose é o nome genérico da doença e que dependendo do local onde as erupções se instalam, a patologia é conhecida como: Tinea corporal (ou Tinea corporis) Pé de atleta (ou Tinea pedis) Tinea do couro cabelo (ou Tinea capitis) Tinea na virilha (ou Tinea cruris) Tinea nas unhas (ou onicomicose) Dermatofitose no couro cabeludo tem mais sintomas específicos Quando os fungos do tipo dermatófitos se instalam no couro cabeludo, pode-se observar uma erupção escamosa e seca que pode coçar e causar perda de cabelo. Sobre esse tipo de doença de pele, a Dra. Piera comenta: “Nesses casos, fazemos o diagnóstico excluindo a alopecia areata. Na alopecia areata não há descamação e nem fios partidos, enquanto na Tinea Capitis, sim. Quando a dermatofitose no couro cabeludo está mais avançada, pode haver uma placa grande e inflamada que secreta pus chamada quérion, parecida com um abscesso. Isso acontece devido a uma resposta do sistema imunológico e também está associada à queda de cabelo. Tratamento para dermatofitose é feito com antifúngicos tópicos ou de ação geral Ainda que essa doença cause bastante desconforto, a dermatologista destaca que o tratamento é simples. Em resumo, ele pode ser feito de duas formas: com antifúngicos tópicos e antifúngicos de ação geral. Os tópicos (vendidos como pomadas e sprays), segundo a Dra. Piera, são mais eficazes para tratar dermatofitoses superficiais. Como os antifúngicos de uso tópico têm uma penetração limitada, infecções na unha, nos pelos e no couro cabeludo, geralmente requerem medicamentos por via oral. ˜Esse tipo de tratamento também pode ser necessário para lesões extensas, inflamatórias ou aquelas em que há espessamento excessivo da camada externa da pele˜, orienta a dermatologista. Como prevenir a transmissão da dermatofitose e a reinfecção Em primeiro lugar, é preciso destacar que a dermatofitose é contagiosa e que a principal forma de transmissão é por contato direto com animais ou humanos infectados. Por isso, se o paciente suspeitar que está com esse problema de pele, é importante não compartilhar escovas, pentes, roupas e objetos que tenham contato com a lesão. Além disso, é aconselhável evitar ambientes comuns de contágio, como piscinas públicas, que podem aumentar o risco de disseminação da infecção. Ao mesmo tempo, ‘o tratamento deve ser precoce para evitar a extensão do quadro e a contaminação de outras pessoas que convivem com o paciente’, orienta a especialista em doenças de pele. Piera também menciona que nos casos em que a pessoa já está com os sintomas, é importante manter as lesões arejadas para evitar a proliferação dos fungos. Ao seguir essas recomendações, é possível minimizar o impacto da dermatofitose e promover uma recuperação eficaz.