
Dra. Nivea Lins
Cirurgia Vascular
Biografia
Dra. Nivea Lins é graduada em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), fez residência médica em Cirurgia Vascular pelo Hospital Municipal Souza Aguiar e título de especialista em Cirurgia Vascular emitido pela Associação Médica Brasileira (AMB) e conferido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular (SBCV).
Artigos
Varizes: Por que a panturrilha é importante para a circulação do sangue nas pernas?
A panturrilha é fundamental para a circulação do sangue e para evitar que o mesmo se acumule nos membros inferiores. Quando as panturrilhas estão com a musculatura fortalecida, conseguem impulsionar o fluxo sanguíneo das pernas de volta ao coração. Sendo assim, é fundamental praticar atividades físicas que trabalhem as pernas como um todo. Panturrilha funciona como “coração” das pernas “A musculatura da panturrilha funciona como um ‘coração’ das pernas quando estamos em movimento, colaborando com o retorno venoso e o bom funcionamento da circulação. Cada contração de músculos da panturrilha representa um bombeamento a mais no retorno de sangue ao coração”, informa a Dra. Nivea Lins, especialista em cirurgia vascular. Conforme explica a médica, o sangue que chega às pernas através das artérias tem tanto o bombeamento do músculo cardíaco quanto a força gravitacional atuando a favor do fluxo. Mas para este mesmo volume de sangue retornar ao coração, é necessário todo um mecanismo hidráulico presente nas veias, pois não há um coração nos pés e pernas e o fluxo é contrário à força da gravidade. Por isso as panturrilhas são pilares fundamentais deste mecanismo. Importância de fortalecer as panturrilhas para combater as varizes Portanto, quem sofre com problemas na panturrilha devido a traumatismos, imobilizações prolongadas etc, terá chance aumentada de desenvolver varizes. “O enfraquecimento da musculatura pode até mesmo promover trombose venosa profunda e varizes secundárias. Doenças neurológicas com perda de movimentação e tônus muscular também podem contribuir para o aparecimento de refluxo e varizes secundárias”, afirma a médica. A melhor maneira de impedir as varizes em decorrência de problemas na panturrilha é manter uma atividade física regular que fortaleça essa parte do corpo. Além disso, o tratamento medicamentoso contra as varizes pode ser importante. “Em casos de traumatismos ou doenças neurológicas, deve-se consultar o médico especialista para prescrição de medidas de prevenção à trombose, como uso de compressão elástica e até anticoagulação medicamentosa”, conclui a cirurgiã.
Quais problemas de saúde podem causar varizes?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), cerca de 38% dos brasileiros – 30% dos homens e 45% das mulheres – sofrem com as varizes, veias dilatadas que dificultam a circulação do sangue e que podem causar dores e desconforto na região onde surgem, principalmente nos membros inferiores. Mas, por que as varizes são tão comuns? É possível que elas sejam causadas por outras doenças? A angiologista Nivea Lins esclarece quais os fatores podem desencadear um quadro varicoso e explica como lidar com o problema. O que causa varizes? Há problemas de saúde que possibilitam o surgimento de varizes, segundo a angiologista. “A causa mais comum é a genética primária. Porém, as varizes podem ser secundárias à trombose venosa profunda prévia, a doenças do coração, hipertensão da veia porta do fígado ou a tumores abdominais e pélvicos”. Outros fatores que também facilitam o surgimento deste problema são a obesidade, o sedentarismo e ter mais de 30 anos de idade. Por questões hormonais, mulheres e gestantes possuem maior tendência a desenvolver a doença. Ficar muito tempo na mesma posição, sentado ou em pé, também compõe a lista do que causa varizes nas pernas. É possível evitar que as varizes apareçam? Segundo Dra. Nivea, não é possível prevenir o surgimento do problema “por tratar-se de uma condição genética, e que piora com a idade. Mas, fazendo tratamento frequente, reduzindo o excesso de vasos que não funcionam bem, mantendo o peso corporal adequado e fazendo atividade física, é possível manter uma boa qualidade de vida e evitar as complicações da doença”. No caso de varizes secundárias, o tratamento adequado do problema causador pode evitar o aparecimento das veias dilatadas. Já o tratamento deve obrigatoriamente passar por um angiologista ou cirurgião vascular. Primeiramente, exames como o eco-doppler podem ser feitos para analisar o tipo de varizes e em que estágio estão. Além de remédios, é possível que o especialista indique um procedimento mais específico, como a cirurgia de varizes (escleroterapia), além de paliativos que aliviam o desconforto, como o uso de meias de compressão e massagens com um creme para varizes, que amenizam a sensação de cansaço nas pernas, característico da doença. Dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV): https://sbacv.org.br/imprensa/estimativas/
Varicorragia: As varizes podem estourar? Quais são os riscos?
As varizes são veias tortuosas e dilatadas que causam dor e podem até mesmo interferir na autoestima. Entretanto, os riscos provocados por esse problema vascular podem ser ainda maiores: é possível que elas estourem. Este problema é chamado de varicorragia. Como lidar com uma variz estourada? O que fazer para evitar esse acidente? A angiologista Nivea Lins bateu um papo com a equipe do Cuidados Pela Vida e respondeu as principais perguntas sobre o assunto. Dá só uma olhada! O que é varicorragia? Por que as varizes estouram? “Chamamos de varicorragia quando uma variz apresenta sangramento. Isso acontece quando a variz é muito superficial e a pele que recobre a veia é tão fina que um simples atrito com alguma região mais áspera é capaz de romper a camada de pele e a parede da veia, fazendo o sangue que passa por dentro dela extravasar”, explica a médica. A falta de exercícios físicos, do uso de meias de compressão e de tratamento médico adequado podem favorecer as varizes estouradas, que também podem levar a problemas mais sérios, como a flebite e até mesmo a trombose. Por isso, é essencial fazer acompanhamento com um angiologista ou cirurgião vascular. Este profissional deverá indicar o melhor tratamento e o melhor remédio para varizes para cada caso. O que fazer quando a variz estoura? Deparar-se com uma variz estourada na perna de repente pode ser desesperador, mas Dra. Nivea explica como proceder caso isso aconteça: “Comprimir a região com gaze por no mínimo 5 minutos, de preferência deitado no chão com as pernas elevadas por pelo menos 45 graus em relação ao tórax. Depois que o sangramento cessar, faça diariamente higiene local com água e sabão e enfaixe com gaze e atadura, fazendo uma compressão leve”. É importante ressaltar que esse é apenas um cuidado paliativo e de emergência: lidar com varizes estouradas é perigoso e certos riscos, como a hemorragia, devem ser considerados, pois podem até mesmo levar à morte. Por isso, após os cuidados primários, Dra. Nivea alerta que um cirurgião vascular deve ser procurado assim que possível. Caso a compressão não surta efeito, acione uma ambulância ou corra até uma emergência mais próxima para tratar do rompimento.
Insuficiência venosa crônica tem relação com varizes? Saiba mais!
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Venosa (SBACV), pelo menos 20% dos homens e das mulheres irão apresentar algum grau de insuficiência venosa crônica (IVC) durante suas vidas. Trata-se de uma doença crônica e evolutiva, que tem as veias tortuosas e dilatadas, conhecidas como varizes, como um de seus principais sinais. Surgimento de varizes é indício de insuficiência venosa crônica “As varizes são as manifestações clínicas no corpo do portador da insuficiência venosa crônica”, informa a angiologista Nivea Lins. O problema é diagnosticado após uma análise do histórico de sintomas vivenciados pelo paciente, que incluem o inchaço, ressecamento da pele, dor nas pernas, queimação e, em casos mais avançados, feridas, além do surgimento das varizes. A médica explica ainda que o exame, assim como todo o processo de acompanhamento médico, deve ser feito por um especialista na área (um angiologista ou um cirurgião vascular), para avaliar as causas da doença. “A principal causa da IVC é a predisposição genética. Outras causas também relacionadas são alterações anatômicas congênitas, obesidade, hipertensão porta e trombose venosa profunda”, esclarece a especialista. Genética, obesidade e sedentarismo são os principais fatores de risco Entre os fatores de risco mais comuns para o aparecimento da doença, citados pela SBACV estão a obesidade, o sedentarismo e a tendência familiar. Há uma correlação genética em cerca de 70% dos casos de insuficiência venosa crônica. Além disso, o sobrepeso e a falta de uma prática regular de atividades físicas favorecem a sobrecarga do sistema venoso, tornando a circulação das pernas disfuncional. Atividades aeróbicas como caminhada, corrida, ciclismo, natação e hidroginástica são formas de estimular a musculatura e a circulação sanguínea, prevenindo as varizes. Manter a musculatura dos membros inferiores fortalecida, especialmente da panturrilha, também previne e ajuda a aliviar os sintomas da IVC, já que a região tonificada pode colaborar para uma compensação das alterações no bombeamento de sangue. Dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV): https://sbacvsp.com.br/insuficiencia-venosa-cronica-varizes-dos-membros-inferiores/
Por que a idade é um fator de risco para as varizes?
As varizes surgem por volta da adolescência, mas nesta fase ainda são brandas e não costumam incomodar. No entanto, com o passar dos anos elas vão aumentando, o que evidencia que o processo de envelhecimento em si é um fator de risco relevante para o desenvolvimento deste problema tão comum, especialmente nas mulheres. “A idade é um fator de risco para as varizes porque quanto mais o tempo passa, maior a perda de massa muscular e fibras de colágeno nos tecidos do corpo e maior o aumento de tecido adiposo. Isso promove um afrouxamento dos tecidos da pele e também da parede das próprias veias, que podem apresentar refluxo com o tempo, caracterizando varizes”, explica a Dra. Nivea Lins, especialista em cirurgia vascular. Fatores de risco para o desenvolvimento das varizes Segundo a médica, é importante começar a ter uma atenção maior ao problema já no começa, assim que os sintomas surgem, ou seja, ainda na adolescência. “A adolescência é quando normalmente já se adquiriu a estatura máxima e, com isso, as varizes aparecem”, afirma Lins. Ela também ressalta a importância do fator hormonal na mulher para o desenvolvimento das varizes. Além da idade e do fator hormonal nas mulheres, outros fatores de risco podem facilitar ainda mais o surgimento de varizes. Gravidez, obesidade, doenças de maior gravidade (ex: trombose venosa profunda, hipertensão portal e malformação arteriovenosa) e cirurgias prévias também podem facilitar a surgimento das varizes. “O mais comum dos fatores de risco para as varizes é a herança genética/ familiar”, completa a médica. Tratamento contra varizes Para controlar um quadro de varizes, amenizando os sintomas associados, é fundamental iniciar o quanto antes o tratamento adequado, assim que for feito o diagnóstico. É importante que o diagnóstico também seja feito logo, ainda no início dos sintomas, para aumentar as chances de recuperação. O uso de medicamento específico é, em vários casos, essencial, visto que melhora a circulação sanguínea, impedindo o acúmulo nos membros inferiores.