
Dra. Mayara Manueira da Silveira
Reumatologia
Biografia
Dra. Mayara Manueira da Silveira é graduada em Medicina pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), fez residência em Clínica Médica no Hospital Regional de Presidente Prudente (SP) e em Reumatologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e é pós-graduanda em Dor pela Universidade de São Paulo (USP).
Artigos
Para que serve o colágeno nas articulações?
As proteínas estão entre as macromoléculas mais importantes do corpo humano e, dentre elas, o colágeno ganha destaque devido a sua abundância e versatilidade. Praticamente todos os órgãos contêm colágeno. Ele está presente, por exemplo, no cabelo, nas unhas, na pele e também nas articulações, estruturas muito importantes do sistema musculoesquelético. Colágeno faz parte da composição das articulações “É o colágeno que dá sustentação e elasticidade aos tendões, ligamentos, cartilagens, ossos e outras partes do corpo e, por isso, é tão importante para as articulações”, afirma a reumatologista Mayara Manueira da Silveira. Em quantidades adequadas, o colágeno permite que o corpo se movimente sem provocar atrito entre os ossos, evitando dores. O colágeno é produzido pelo organismo, mas uma parcela importante dessa proteína vem da alimentação. “É importante levar uma vida saudável e ingerir alimentos ricos em proteína como peixes, carne vermelha, queijo minas, frango, ovos e queijo cottage”, indica a médica. Caso não seja possível obter esse nutriente apenas pela alimentação, a suplementação é um caminho para te ajudar a alcançar os níveis ideais de colágeno. Fabricação de colágeno pelo corpo diminui com o tempo No entanto, com o passar dos anos, o corpo reduz gradativamente a produção de colágeno. É quando essa diminuição começa a acontecer, por volta dos 30 anos, que o consumo de alimentos ricos nessa proteína ganha ainda mais importância. Ao chegar nesta faixa etária, é importante procurar um especialista para descobrir formas de repor essa quantidade que falta, de acordo com as necessidades de cada pessoa. A falta do colágeno deixa as articulações sem uma parte importante de sua composição. Como consequência, com o tempo, a baixa quantidade da proteína faz com que o corpo sinta dor ao se movimentar, além de facilitar o desenvolvimento de doenças graves, como a osteoartrite, que provoca a inflamação e rigidez das articulações. Foto: Shutterstock
O sedentarismo durante a quarentena pode acelerar a evolução da osteoartrite?
A falta dos equipamentos da academia e a impossibilidade de praticar exercícios ao ar livre, muitas vezes, acompanhado, são problemas que podem desmotivar pacientes com osteoartrite durante o período de quarentena provocado pela pandemia do novo coronavírus. É preciso, portanto, repensar o jeito de praticar exercícios físicos, já que deixá-los de lado pode contribuir para a evolução da osteoartrite. Aumento do peso durante a quarentena pode ser prejudicial à saúde “O sedentarismo pode acelerar a evolução da osteoartrite. As pessoas estão comendo mais, ganhando peso e perdendo massa muscular com a falta de atividade física”, afirma a reumatologista Mayara Silveira. Todos esses fatores colaboram para que haja um maior desgaste da cartilagem articular, principal característica da doença. O aumento do peso, por exemplo, gera uma sobrecarga nas articulações do joelho, fazendo com que elas se esforcem muito mais para fazer um trabalho adequado. Já a perda de massa muscular retira a camada de músculo que protege os ossos e as articulações durante os movimentos do dia a dia, como andar, levantar as pernas e ajoelhar. Fazer exercícios em casa pode desacelerar a evolução da osteoartrite É importante, durante este período tão particular, encontrar maneiras de vencer o sedentarismo e continuar praticando exercícios, mesmo dentro de casa. Para isso, converse com seu médico sobre os melhores tipos de atividades para o seu quadro de osteoartrite. Algumas opções são pilates, yoga, dança, flexão de quadril e de joelho. A reumatologista traz ainda outras dicas que ajudam a frear a evolução da osteoartrite durante o isolamento social. “O que podemos fazer é criar a rotina da quarentena. Organize-se com horário para dormir, acordar e praticar algo. E controle a alimentação! Não sabemos até quando irá a quarentena, não se comporte como se estivesse de férias”, aconselha a especialista.
A osteoartrite na coluna pode ser agravada por problemas de postura?
A osteoartrite é uma doença que destrói a cartilagem das articulações e, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), é mais comum a partir dos 60 anos de idade. Uma das partes do corpo mais frequentemente afetadas pelo problema é a coluna, podendo causar dor e dificultar a movimentação dos pacientes. Será que problemas de postura podem piorar a osteoartrite na coluna? Confira! Problemas de postura podem intensificar dor da osteoartrite “A osteoartrite é um processo inflamatório da articulação e isso causa dor. Problemas de postura intensificam ainda mais a dor”, afirma a reumatologista Mayara Silveira. Para que a osteoartrite na coluna se agrave, é preciso que existam erros na postura de forma crônica, ou seja, por um longo período de tempo. De qualquer forma, a dor na coluna é um sintoma incômodo e, portanto, motivo para averiguar problemas de postura. Durante o período de quarentena, imposto pela pandemia do novo coronavírus, esses erros podem se tornar ainda mais frequentes. “Esses problemas podem se agravar na quarentena se o sedentarismo se mantiver. A realização de atividades físicas não é indicada apenas para fins estéticos, mas sim para fortalecimento muscular, melhora postural, além de benefícios cardíacos”, lembra a médica. Manter postura correta é importante para osteoartrite na coluna A recomendação da Dra. Mayara para que pacientes com osteoartrite na coluna evitem dores e um agravamento da doença é prestar atenção à postura em qualquer momento ou lugar: “O cuidado com o local em que executa determinadas tarefas deve ser redobrado. Por exemplo, não se deve fazer leituras estando deitado”. Ao trabalhar ou estudar, deve-se permanecer com a coluna e o pescoço retos, mantendo os pés apoiados no chão, sem dobrar as pernas. Além disso, faça intervalos para se alongar. É importante também evitar carregar pesos, mas se for necessário, flexione apenas os joelhos e não a coluna ao pegar objetos do chão. E, ao sair da cama, levante sempre de lado.