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Avatar Dra Marli Sasaki.

Dra Marli Sasaki.

Infectologia

101519-SP

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Sintomas de febre maculosa: entenda o que é essa doença e como prevenir

Pode-se resumir o que é febre maculosa como uma infecção potencialmente fatal, causada por bactérias e transmitida pela picada de carrapatos, geralmente carrapatos-estrela. Através da picada do aracnídeo infectado, as bactérias do gênero Rickettsia se espalham pela corrente sanguínea e causam diversos sintomas, que podem variar de leves a graves. É por esse motivo que a febre maculosa também é chamada de doença do carrapato. A fim de entender melhor sobre sintomas da febre maculosa em humanos e as formas de prevenir a sua transmissão, entrevistamos a médica infectologista Marli Sasaki. Leia a seguir e saiba mais sobre o assunto. Sintomas de febre maculosa são inespecíficos e incluem febre aguda, dor de cabeça e enjoo Segundo a infectologista Marli Sasaki, pode ser difícil identificar um caso de febre maculosa tendo como base apenas os sintomas iniciais porque eles são inespecíficos. Ou seja, são comuns a outras infecções, como leptospirose, dengue, hepatite viral, etc. Entre os sinais clínicos mais frequentes, a Dra. cita febre aguda, dor de cabeça constante, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, dor muscular, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés. Geralmente, essas reações surgem entre 2 e 15 dias após a picada do carrapato e podem durar, em média, uma semana. Se a febre maculosa não for tratada adequadamente, os sintomas podem se agravar. “O quadro pode evoluir com morte dos tecidos dos dedos e orelhas, decorrente da falta de abastecimento de sangue nessas regiões, e paralisia dos membros, que inicia nas pernas e vai até os pulmões, causando parada respiratória”, explica a infectologista. Diagnóstico e tratamento da febre maculosa em humanos devem ser feitos quanto antes Devido à gravidade da doença, o diagnóstico da febre maculosa e o tratamento precoces são fundamentais. Embora existam uma série de testes laboratoriais específicos para o diagnóstico, os resultados podem levar semanas. Por esse motivo, a Dra. defende que “se houver suspeita, o médico deve iniciar o tratamento com antibióticos para febre maculosa o mais breve possível. Afinal, quanto mais cedo a terapia for iniciada, maiores são as chances de evitar complicações, inclusive o falecimento do paciente.” Em alguns casos, pode ser necessária a internação para ser feito o controle do quadro com terapia intensiva. Para tratar o problema a tempo, é importante que o médico responsável pelo atendimento consiga identificar rapidamente a ocorrência de casos de febre maculosa na região onde o paciente mora ou visitou recentemente. Dessa forma, a terapia com antibióticos específicos pode ser iniciada enquanto o paciente aguarda o resultado dos exames. A saber, os testes mais apropriados incluem reação de imunofluorescência indireta (RIFI), exame de imuno-histoquímica e técnicas de biologia molecular, como o PCR. Como é a prevenção da febre maculosa? Todo carrapato-estrela transmite a doença? Sem dúvida, a principal forma de prevenir a febre maculosa é evitando o contato com carrapatos em áreas endêmicas, entre animais de grande porte e perto de vegetação rasteira. Segundo o Ministério da Saúde, os estados da Região Sudeste e o norte do Paraná são os locais com mais registros da forma grave da doença, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. Apesar de o carrapato-estrela ser o principal precursor da doença, outras espécies também podem atuar na transmissão da febre maculosa. Além disso, é importante mencionar que nem todo carrapato-estrela transmite febre maculosa: o aracnídeo precisa estar contaminado pela bactéria. Cuidados práticos para evitar a contaminação da doença do carrapato Em termos de dicas práticas, a infectologista Marli Sasaki listou as seguintes: Utilizar roupas de cores claras para facilitar a identificação dos carrapatos, que são escuros. Vestir calças, botas e blusas de manga comprida ao caminhar em áreas com árvores e grama. Evitar andar em locais com grama alta ou vegetação densa. Aplicar repelentes que protejam contra carrapatos, especialmente aqueles que contêm DEET. Verificar se seus animais de estimação estão livres de carrapatos. Caso encontre um carrapato preso ao corpo, remova-o usando uma pinça. Nunca aperte ou esmague o carrapato; puxe-o com cuidado e firmeza. Após removê-lo, limpe a área da picada com álcool ou água e sabão. Remover os carrapatos do corpo o mais rápido possível para diminuir o risco de contrair doenças. Em resumo, se o paciente tiver frequentado áreas rurais ou silvestres recentemente e apresentar sintomas como febre aguda, manchas avermelhas e náuseas, é imprescindível haver atendimento médico quanto antes. Dessa forma, pode ser feito um controle da contaminação na corrente sanguínea e, consequentemente, a melhora dos sintomas e a redução do risco de morte.

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