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Avatar Dra. Luciana Cristina Gulelmo Staut

Dra. Luciana Cristina Gulelmo Staut

Artigos

A esquizofrenia pode aparecer na terceira idade ou é uma doença jovem?

Na maior parte dos pacientes, o aparecimento da esquizofrenia acontece na segunda década de vida, entre os 20 e 30 anos. Nos homens, há uma maior tendência em desenvolver o transtorno mais próximo aos 20 anos de idade, enquanto nas mulheres, mais perto dos 25 anos. Existem casos em que a doença pode se iniciar mais cedo, ainda na adolescência, assim como há casos em que a esquizofrenia surge mais tardiamente, durante a terceira idade.   Desenvolvimento da esquizofrenia é mais frequente a partir dos 20 anos No entanto, os sintomas da esquizofrenia costumam ser vistos já na juventude, principalmente, por volta da segunda década de vida. “Casos de transtornos psicóticos que aparecem pela primeira vez na terceira idade precisam ser investigados com muita cautela, pois a causa da alteração, em geral, não é devido a um início tardio de esquizofrenia, mas sim a outros transtornos psiquiátricos ou doenças neurológicas”, alerta a psiquiatra Luciana Staut. A manifestação do transtorno na juventude é resultado de uma complexa interação de fatores biopsicossociais, como informa a médica: “Alterações hormonais, maior sobrecarga emocional e profissional, além de alterações próprias de neurotransmissores e informações genéticas, por exemplo, definem a época de início dos sintomas“. Idade do paciente com esquizofrenia demanda cuidados específicos Por se tratar de uma patologia que acomete adultos jovens, é importante ter em mente que algumas medidas devem ser adotadas. “Tal rede de cuidados deverá ser individualizada para o paciente, já que cada um apresentará uma manifestação própria de sintomas que, inclusive, podem colocá-lo em perigo”, afirma Luciana. É importante que esses cuidados envolvam os comportamentos de risco, como a maior propensão para dependência de álcool e outras drogas, devido a uma maior impulsividade associada ao quadro. No caso da terceira idade, é importante que o paciente seja acompanhado por um médico capaz de verificar se o transtorno em questão realmente é a esquizofrenia. É necessário ainda que o idoso receba ajuda de familiares e amigos próximos para realizar o tratamento da forma adequada, tomando os medicamentos na dose e na frequência corretas e fazendo terapias, e para criar novos hábitos de vida que ajudem-no a preservar sua saúde e qualidade de vida. Dra. Luciana Cristina Gulelmo Staut é psiquiatra, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), membro da Sociedade Brasileira de Psiquiatria e atende em Cuiabá (MT). CRM-MT: 6734 Foto: Shutterstock

A esquizofrenia fica mais grave com o passar do tempo?

A esquizofrenia é uma doença crônica capaz de deixar o paciente isolado, provocar pensamento desorganizado e dificuldade para falar.  É imprescindível que pessoas com o distúrbio realizem tratamento para manter os sintomas sob controle. “A esquizofrenia tende a ficar mais grave com o passar do tempo. Este agravamento é mais intenso se o paciente não faz o tratamento corretamente”, afirma a psiquiatra Luciana Staut.   Sem tratamento, esquizofrenia piora a cada crise   Cada surto provocado pela doença leva a uma piora dos sintomas e à necessidade de doses maiores da medicação para obter o controle da patologia. O tratamento adequado tende a diminuir o risco de outras crises, reduzindo também o risco da esquizofrenia se agravar com o tempo e do desenvolvimento de outros transtornos psiquiátricos, como fobias e depressão. A esquizofrenia tem início geralmente a partir do fim da adolescência, entre os 20 e 30 anos de idade. “É caracterizada, principalmente, pelo que chamamos de sintomas psicóticos, como alucinações visuais e auditivas, sensação de ser constantemente perseguido ou ameaçado por outras pessoas”, explica a profissional. A falta de cuidados pessoais também é um sintoma bastante comum.   Como casos graves de esquizofrenia são tratados   O tratamento da esquizofrenia é dividido entre o tratamento farmacológico e não farmacológico. Os medicamentos mais utilizados são os antipsicóticos que atuam para reduzir os sintomas da doença. O uso da medicação é necessária em todos os casos para evitar a progressão do transtorno, independentemente da gravidade do quadro. “Nos casos graves, pode ser necessária a associação de mais de uma medicação antipsicótica, o ajuste da dose ou até mesmo a substituição em casos em que a resposta da medicação não é adequada”, diz Luciana. Já o tratamento não farmacológico consiste em atividades terapêuticas, como psicoterapia, ocupacionais, físicas e participação em grupos terapêuticos.   Dra. Luciana Cristina Gulelmo Staut é psiquiatra, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso, membro da Sociedade Brasileira de Psiquiatria e atende em Cuiabá (MT). CRM-MT: 6734 Foto: Shutterstock

Pacientes com esquizofrenia controlada podem curtir as férias normalmente?

A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que provoca alterações de comportamento, delírios e alucinações, como sensação de perseguição e ouvir vozes. A modernização dos tratamentos permitiu o controle dos sintomas do transtorno e deu aos pacientes a possibilidade de ter uma boa qualidade de vida. Hoje, uma pessoa esquizofrênica consegue viver normalmente e pode até mesmo aproveitar as férias em família, desde que com certos cuidados. Férias não são motivo para interromper o tratamento da esquizofrenia “A principal cautela é não interromper o uso dos medicamentos. Caso durante as férias o paciente pare de tomar a medicação, corre o sério risco de ter crises, o que pode acabar com a diversão não apenas dele, mas de toda a família, ou até mesmo levar a transtornos maiores e mais graves, como algum tipo de acidente”, afirma a psiquiatra Luciana Staut. Durante as férias, é comum o paciente se desligar da rotina e acabar esquecendo de tomar o remédio. Nesses casos, que tal pedir ajuda aos familiares e usar a função de despertador do celular? “Se for medicação que toma pela manhã, coloque despertador e tome o remédio, mesmo que volte a dormir. Caso haja uma alteração importante, pode haver risco de crises”, alerta a especialista. Paciente com esquizofrenia não deve consumir bebidas alcoólicas nem durante as férias Fazer uma programação com antecedência é necessário para não ficar sem a medicação no período em que estiver viajando. Além disso, as férias devem ser aproveitadas para estreitar os laços com a família e os amigos e, claro, para cuidar da saúde, se alimentando bem e praticando exercícios, e para reduzir o estresse, a ansiedade e outros fatores da rotina que são estressores e que podem precipitar crises da doença. Outro cuidado que deve ser tomado durante as férias é evitar o consumo de bebidas alcoólicas, que traz graves consequências para o paciente. “O álcool não é indicado em nenhuma quantidade por pessoas esquizofrênicas. Sintomas delirantes, como pensamentos de perseguição, desconfiança e até mesmo o ciúme patológico, podem piorar na associação entre a doença e o álcool”, destaca o psiquiatra Alexandre Proença. Dra. Luciana Cristina Gulelmo Staut é psiquiatra, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e atende em Cuiabá (MT). CRM-MT: 6734 Dr. Alexandre Proença é psiquiatra, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) atende em Niterói e São Gonçalo (RJ). CRM-RJ: 52905674 – www.alexandreproenca.com.br Foto: Shutterstock

Como é a transição entre mania e depressão no transtorno bipolar?

O transtorno afetivo bipolar é uma doença crônica caracterizada por mudanças de humor. São episódios depressivos que se alternam, em algum momento da vida, com episódios de mania ou hipomania. Segundo a psiquiatra Luciana Staut, a transição entre esses episódios varia muito de acordo com o paciente. “Algumas pessoas podem apresentar apenas um episódio maníaco ou hipomaníaco na vida e passar a maior parte do tempo alternando entre períodos de normalidade e depressão”, afirma a médica. No entanto, há pacientes que têm oscilações frequentes entre esses quadros e, em alguns casos menos menos comuns, chamados de cicladores rápidos, essa transição pode acontecer em questão de horas ou em poucos dias. Como lidar com os episódios de mania e depressão? Os quadros de mania dificilmente não atrapalham a rotina do paciente com transtorno bipolar, o que faz com que a prevenção seja a forma ideal de lidar com o problema. “Uma pessoa em tratamento adequado apresenta menos risco de crises, tanto depressivas quanto maníacas e hipomaníacas. A prevenção seria a melhor maneira de não comprometer a funcionalidade laboral ou social do indivíduo”, diz a especialista. Já nos períodos de crise, a procura pelo atendimento psiquiátrico para ajuste das doses e do tipo de medicação utilizada e das terapias não farmacológicas é uma atitude essencial para que a resolução rápida do quadro seja possível, assim como a diminuição dos prejuízos causados pelos sintomas dos episódios de mania, hipomania e depressão. O que são episódios de mania e depressão? As características dos episódios depressivos são similares à depressão, mas com alguns sintomas atípicos e mais intensos. “Eles têm características como anedonia (perda de prazer em coisas que, antes, a pessoa se sentia bem fazendo), desânimo, cansaço excessivo, pensamentos negativos ou até de morte”, explica a profissional. Já o episódio maníaco aparece, pelo menos, uma vez na vida. “É um episódio que dura, em média, uma semana, com intensa agitação psicomotora, fala acelerada, baixa necessidade de sono, aumento da energia e disposição, aumento da libido e comportamento mais sexualizado”, conta a especialista. A diferença para a hipomania é a intensidade: muitas vezes, os sintomas hipomaníacos são tão amenos que passam despercebidos. Dra. Luciana Cristina Gulelmo Staut é psiquiatra, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e atende em Cuiabá (MT). CRM-MT: 6734 Foto: Shutterstock

Qual é a diferença do tratamento da esquizofrenia no passado para os dias de hoje?

Por mais que a esquizofrenia ainda hoje não tenha uma cura estabelecida, seu tratamento já evoluiu muito ao longo das últimas décadas. Até o início do século passado, a doença era bastante incompreendida e os pacientes eram tidos como loucos, colocados em sanatórios. Com o avanço da ciência e dos estudos sobre o quadro, surgiram remédios que gradualmente foram tornando melhor a qualidade de vida dos pacientes. Avanços importantes no tratamento da esquizofrenia “Um dos maiores avanços no tratamento da esquizofrenia que tivemos foi o surgimento das drogas denominadas antipsicóticos atípicos ou antipsicóticos de segunda geração, na década de 1990. Essas medicações conseguiram um bom efeito terapêutico com menor incidência de efeitos colaterais, se comparados com os antipsicóticos de primeira geração”, informa a psiquiatra Luciana Staut. Além disso, a médica destaca como fator importante para a evolução do tratamento da esquizofrenia, o entendimento sobre os componentes psicológicos que podem auxiliar na qualidade de vida do paciente, tais como as terapias complementares (musicoterapia, arteterapia, atividade física etc). “Além dos medicamentos, o acesso às terapias complementares levam os pacientes a um melhor controle dos sintomas”. Evolução do tratamento da esquizofrenia e a importância de manter o uso do remédio Um dos primeiros tratamentos eficazes para os pacientes com esquizofrenia foi a eletroconvulsoterapia (popularmente conhecido por eletrochoque), descoberta próxima à década de 1940. “Já na década de 1950 surgiram os antipsicóticos típicos ou de primeira geração, que mesmo sendo bastante eficazes para os sintomas psicóticos, ainda não atuavam tão bem na questão do isolamento social”. Segundo a psiquiatra, a estabilização ocorre em decorrência do tratamento e por isso não é aconselhável que o paciente interrompa o uso das medicações, principalmente se estiver com o quadro controlado. “Sempre que pretender fazer alguma alteração no tratamento, deve-se procurar orientação do seu médico. Por se tratar de um transtorno de caráter crônico, o uso da medicação para que a estabilidade se mantenha é fundamental”. Dra. Luciana Cristina Gulelmo Staut é psiquiatra, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e atende em Cuiabá. CRM-MT: 6734 Foto: Shutterstock

Como agem os medicamentos que tratam a depressão?

A depressão é uma doença doença psiquiátrica cuja característica mais conhecida é a profunda tristeza sentida pelos pacientes. Outros sintomas que você pode experimentar são cansaço, pessimismo, desânimo, mudanças de humor e até alterações no apetite. Parte do seu tratamento é baseada em hábitos saudáveis e terapia, mas o uso de medicamentos também é essencial para o sucesso do combate ao distúrbio. Portanto, siga sempre a recomendação médica. Medicações antidepressivas regulam os neurotransmissores “Os medicamentos antidepressivos são compostos por diversas classes farmacológicas de medicamentos, ou seja, cada um atua à sua maneira. Mas, de modo geral, os medicamentos antidepressivos agem na modulação dos principais neurotransmissores: serotonina, dopamina e noradrenalina”, afirma a psiquiatra Luciana Staut. O desenvolvimento da depressão no seu cérebro está relacionado a modificações químicas que resultam na alteração da quantidade desses neurotransmissores, responsáveis por transmitir impulsos nervosos. Mudanças na noradrenalina e na dopamina, por exemplo, podem resultar no humor deprimido e na falta de interesse, enquanto a perda de peso na depressão está ligada à falta de serotonina. Os antidepressivos buscam normalizar os níveis dos neurotransmissores. Antidepressivos podem demorar algumas semanas para surtir efeito No entanto, você precisa ter em mente que os efeitos dos medicamentos não são instantâneos. “Em geral, a resposta terapêutica aparece depois de uma ou duas semanas de uso continuado da medicação em dose adequada. Para que surjam os efeitos, é necessária uma preparação desses neurônios para que essa maior quantidade de neurotransmissores possa ser captada”, lembra a especialista. Esse processo de regulação que determina o tempo para a medicação fazer efeito pode variar de pessoa para pessoa. “No caso dos medicamentos antidepressivos que são utilizados para auxiliar no sono, por exemplo, esse efeito pode ser observado já no primeiro dia de uso, visto que se trata de um efeito adverso que usamos a favor do tratamento, mas a melhora do quadro de humor demorará alguns dias para aparecer”, diz Luciana. Dra. Luciana Cristina Gulelmo Staut é psiquiatra, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e atende em Cuiabá (MT). CRM-MT: 6734 Foto: Shutterstock

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