
Dra. Gabriela Itimura
Dermatologia
Biografia
Dra. Gabriela Itimura é graduada em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), fez residência em Dermatologia pelo SUS SP e tem título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Atua na Dermatologia Clínica, Estética, Cirúrgica e Tricologia.
Artigos
Pegar sol pode acelerar uma nova manifestação do herpes? Por quê?
O herpes é um vírus bem comum, mas nem todos os que estão infectados desenvolvem os sintomas. É possível ter muitas crises, poucas ou até mesmo nenhuma, mesmo tendo o vírus no organismo. Alguns fatores contribuem para a manifestação do vírus, geralmente ligados à queda da imunidade. A exposição solar excessiva é um deles. Excesso de sol diminui defesas do organismo e facilita surgimento dos sintomas do herpes “O herpes vírus tem como característica principal a latência no tecido nervoso, ou seja, o vírus fica no nosso organismo sem manifestar sintomas. Alguns fatores, como sol, estresse, trauma local e ingestão de determinados alimentos, podem estimular o aparecimento de lesões de herpes”, informa a dermatologista Gabriela Itimura. Isso não quer dizer que um indivíduo que tem herpes não possa se expôr ao sol. Ele pode, desde que evite o excesso e se proteja devidamente com filtro solar adequado para sua pele. O contato com o sol em excesso pode comprometer o sistema de defesa do organismo, tornando-o vulnerável à ação do vírus, o que pode resultar no aparecimento das feridas características do herpes. Medidas para prevenir e tratar o herpes “Uma das dicas para evitar o surgimento do herpes simples na boca, é usar protetor solar labial, além de evitar os horários mais fortes do sol”, indica a especialista. Recomenda-se pegar sol antes das 10h ou após as 16h, já que nesses horários os raios solares são menos intensos e perigosos para a pele e para a saúde de um modo geral. O uso de medicamentos é outra forma importante de prevenir e tratar o herpes. Os produtos à base de lisina se mostram especialmente importantes nesse sentido, pois o aminoácido é capaz de reduzir a replicação do vírus e, com isso, diminuir a frequência e a intensidade das crises. Foto: Shutterstock
Existe alguma diferença entre o tratamento do herpes labial e o genital?
Tanto o herpes labial quanto o genital se manifestam na forma de feridas, as quais podem provocar, além do desconforto estético, dor, sensação de queimação e coceira. A principal diferença entre ambos é o local de acometimento e as formas de contágio. Portanto, o tratamento indicado é o mesmo para esses dois tipos de herpes. Tratamento contra o herpes “O tratamento do herpes requer uso de antivirais e higiene local adequada para diminuir o risco de infecções secundárias. Isso vale tanto no caso do herpes cutâneo, quanto no do genital”, afirma a dermatologista Gabriela Itimura. Também é interessante evitar fatores externos que pioram os sintomas, como estresse e exposição solar sem proteção. Em relação ao tratamento medicamentoso, é importante destacar os remédios feitos à base de lisina, já que estes apresentam melhor resposta no controle dos sintomas do quadro. Estudos vêm mostrando que este aminoácido possui potencial para reduzir as infecções de repetição causadas pelo herpes simples. Quando o tratamento é realmente necessário É interessante ressaltar que nem toda pessoa contaminada pelo vírus do herpes precisará, necessariamente, aderir ao tratamento. Isso porque um percentual significativo de indivíduos infectados simplesmente não apresenta as lesões e nenhum outro sintoma associado ao herpes. Nesses casos, o vírus simplesmente se mantém em estado latente. Por outro lado, um paciente infectado que alterna entre crises e momentos sem sintomas deve buscar se manter sob tratamento de forma constante, devido à inconstância. Caso não faça um tratamento regular e/ou apenas recorra aos remédios em tempos de crise, a tendência é que este paciente sofra com os sintomas de forma recorrente. Foto: Shutterstock
A má aplicação do protetor solar pode causar manchas na pele?
Aproveitar o calor do verão para ir à praia ou tomar banho de piscina são ótimas maneiras de se refrescar, mas são atitudes que devem ser feitas com certos cuidados. A pele, por exemplo, pode sofrer muitos danos diante da radiação solar, como queimaduras e o surgimento de manchas no rosto e no corpo. O uso de bonés e chapéus não é suficiente para protegê-la e, portanto, o filtro solar deve ser sempre bem aplicado e reaplicado conforme o período que a pele vai ficar exposta ao sol. Espalhe o protetor solar com cuidado por toda a pele “A radiação solar estimula a produção de melanina e pode causar manchas na pele se não houver proteção adequada. No verão, redobre a atenção com o protetor solar”, aconselha a dermatologista Gabriela Itimura. Ao entrar em contato com o sol, o corpo inicia a síntese de melanina, pigmento que bronzeia a pele e que tem como função proteger as células da ação nociva dos raios solares. Caso o filtro não seja espalhado uniformemente por todo o corpo, haverá uma produção desigual de melanina. Consequentemente, a radiação queimará a pele de forma também desigual, o que provocará o surgimento de manchas e sardas, enquanto outras áreas da pele se manterão mais claras. Reaplique o filtro solar a cada duas horas A melhor maneira de evitar esse problema é passar o filtro solar da maneira indicada pelos dermatologistas. “Os protetores solares devem ser aplicados a cada duas horas ou após um mergulho ou suor excessivo. A quantidade também deve ser adequada”, diz a médica. Para o rosto, cabeça e pescoço, aplique uma quantidade equivalente a uma colher de chá do protetor solar. Para os braços e antebraços, espalhe também uma colher de chá em cada membro. Já para as costas, barriga, coxas e pernas, serão necessárias duas colheres. Além da luz proveniente do sol, Gabriela chama atenção ainda para outro tipo de radiação que, em excesso, pode gerar manchas e que é esquecido pela maior parte das pessoas: “A luz visível, proveniente de aparelhos ou de lâmpadas, também deixam manchas na pele. Usar protetor com filtro físico ajuda na prevenção”. Foto: Shutterstock
Como os protetores solares impedem a ação nociva dos raios UV?
A composição dos protetores solares faz com que eles sejam produtos capazes de proteger a pele contra os efeitos nocivos dos raios ultravioleta de duas maneiras: refletindo os raios ou absorvendo-os. Independente da forma, é fundamental sempre usar o fator do filtro adequado à sua pele para que a proteção seja efetiva. Características dos protetores solares Os filtros capazes de refletir os raios são os denominados inorgânicos, enquanto os orgânicos são os que absorvem os raios. Os filtros inorgânicos refletem os raios ao criarem uma camada protetora. Já os filtros orgânicos conseguem, ao absorver os raios, transformá-los em radiações com menor energia, o que faz com que os raios que chegam à pele sejam menos nocivos. “Os protetores solares podem agir de duas maneiras: absorvendo ou refletindo e dispersando parte da radiação UV incidente. Nos filtros orgânicos, os ingredientes ativos podem ser vários, como o octinoxato e a oxibenzona. Por outro lado, substâncias como dióxido de titânio e óxido de zinco são encontrados nos filtros físicos (inorgânicos)”, informa a dermatologista Gabriela Itimura. Perigos dos raios ultravioleta Os raios ultravioleta que entram em contato com a pele são o UVB e o UVA e cada um possui sua especificidade. O UVB, apesar de atingir somente a camada mais externa da pele, é o mais perigoso, pois causa queimaduras e é frequentemente relacionado ao câncer de pele. Já o UVA atinge uma camada mais profunda da pele e causa, em geral, menos danos, mas pode levar ao envelhecimento precoce da pele. Ainda que o UVB seja diretamente relacionado ao desenvolvimento de câncer de pele, é importante destacar que o UVA também é um fator de risco para essa doença. “O efeito danoso do sol pode ser visto em sintomas imediatos, como queimaduras ou acumulativo, como fotoenvelhecimento e câncer de pele”, afirma a dermatologista. Como ambos os raios trazem malefícios para a saúde quando entram em contato direto com a pele, o uso de filtro solar é crucial. Deve ser aplicado todo dia, mesmo quando o tempo está nublado, pois alguns raios conseguem perfurar as nuvens. Foto: Shutterstock
Quais são os principais sintomas do molusco contagioso?
O molusco contagioso é uma infecção viral cujo agente causador é parente do vírus da varíola. O problema é transmitido principalmente pelo contato com a pele de pessoas infectadas, mas também com objetos contaminados. A infecção, apesar de ser muito comum em crianças, é considerada uma doença sexualmente transmissível porque o vírus pode ser transmitido por meio de relações sexuais desprotegidas. Molusco contagioso causa lesões e coceira na pele O principal sintoma do molusco contagioso é a presença de lesões na pele. “São pequenas pápulas translúcidas da cor da pele ou avermelhadas, com a região central mais deprimida, lembrando um umbigo, e material branco em seu interior”, explica a dermatologista Gabriela Itimura. Em geral, não há outros sintomas associados, mas pode haver coceira. As lesões causadas pelo vírus podem aparecer em qualquer região do corpo, mas, nas crianças, a infecção ataca frequentemente o tronco, as axilas e as regiões de dobras nos braços e nas pernas. Aliás, os pequenos são considerados um dos grupos de risco. “As crianças, principalmente na faixa etária dos cinco a dez anos, são mais suscetíveis a doença pois o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento”, afirma Gabriela. Nesses casos, o contágio costuma acontecer em locais frequentados por outras crianças, como parques, praias e piscinas públicas. Falta de tratamento pode facilitar a propagação do vírus Os sintomas costumam desaparecer sozinhos, mas a dermatologista acredita que os pacientes devem realizar o tratamento. “Apesar de ser autolimitada e benigna, com duração de meses, opta-se pelo tratamento, porque a infecção é contagiosa e pode espalhar para outras regiões do corpo e formar cicatrizes”, recomenda a profissional. O tratamento deve ser prioridade também para pessoas com distúrbios no sistema imunológico, também consideradas como um grupo de risco. Nesses casos, por não encontrar uma linha de defesa eficiente, o vírus do molusco contagioso pode se espalhar com mais rapidez, além de propiciar o surgimento de infecções secundárias. Foto: Shutterstock
Existem tipos diferentes de calvície? Quais são?
A calvície mais conhecida é a alopecia androgenética, que é aquela típica dos homens, que piora com o passar dos anos e começa com “entradas” até que sobre cabelo apenas nos lados e na parte de trás da cabeça. Contudo, existem outros tipos de calvície, bem como graus diferentes em cada um dos tipos. Alopecia areata é um tipo de calvície comum em crianças e pacientes com problemas imunológicos A alopecia areata é um exemplo. Esta é mais comum em pessoas com problemas imunológicos e crianças. Diferente do que ocorre na calvície mais comum, na alopecia areata os folículos pilosos não são destruídos, então existe a possibilidade do cabelo voltar a nascer, caso a inflamação seja controlada. Contudo, sempre há o risco das crises voltarem a ocorrer. Há também o chamado eflúvio telógeno, que é a queda de cabelo causada por problemas endócrinos, nutricionais e pelo efeito de alguns medicamentos. “Existem diversos tipos de calvície. A primeira classificação diferencia entre cicatricial (quando não há possibilidade do fio que foi perdido voltar a nascer) e não cicatricial (quando conseguimos reverter com o tratamento). Depois, avalia-se o mecanismo patológico que desencadeou a queda”, informa a dermatologista Gabriela Itimura. Diagnóstico e tratamento da calvície Para estabelecer o tratamento adequado da calvície, deve-se levar em conta o tipo e o grau de acometimento. Por isso, o diagnóstico correto é fundamental. No tratamento, o uso de medicamento específico é primordial para que haja sucesso. “Para o diagnóstico e tratamento corretos, o dermatologista conta com o exame conhecido como tricoscopia e, às vezes, até com biópsia”, completa a dermatologista. Foto: Shutterstock