
Dra. Fernanda Torras
Ginecologia e Obstetrícia
Biografia
Dra. Fernanda Torras é graduada em Medicina com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e pós-graduada em Mastologia e Oncoplastia Mamária, também na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Tem título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia e em Mastologia e é especialista reconhecida pela Associação Médica Brasileira (AMB).
Artigos
O que caracteriza a osteopenia?
O diagnóstico da osteopenia se assemelha ao da osteoporose por conta da principal característica do quadro, que é a perda de massa óssea. Contudo, existe uma significativa diferença no grau dessa perda que faz com que os dois problemas sejam colocados separadamente. A osteopenia, quando não tratada, pode evoluir para osteoporose. Osteopenia e osteoporose: qual é a diferença? “A osteoporose é uma doença caracterizada pela perda de massa óssea corporal, gerando uma fraqueza nos ossos e risco de fraturas. A osteopenia é um enfraquecimento do osso em relação ao esperado para o indivíduo e um alerta que indica que existe uma perda dessa massa óssea corporal. A osteopenia não tratada pode levar à osteoporose”, afirma a ginecologista Fernanda Torras. Como as duas doenças são parecidas, corre-se o risco de haver confusão no diagnóstico, fazendo com que seja indicado um tratamento inadequado. “Se confundidas as condições, podemos perder a janela de tratamento da osteoporose e agravar o prognóstico”, alerta a profissional. Como é o tratamento para osteopenia e osteoporose? Apesar das semelhanças entre osteopenia e osteoporose, o tratamento delas é diferente. Como a perda de massa óssea da osteopenia é menor, o foco principal do tratamento será o consumo de nutrientes (cálcio e vitamina D, especialmente) por meio da dieta. Medicamentos poderão ser receitados, mas não com a mesma frequência do que no caso da osteoporose, e será avaliado individualmente. “A osteoporose, quando definida, deve ser tratada com medicações que visam rápida estabilização da condição óssea, enquanto a osteopenia deve ter tratamento orientado com medidas comportamentais e alimentares, em alguns casos com suplemento de cálcio e vitamina D, explica a médica. Foto: Shutterstock
Existem diferentes tipos de caspa? Quais são?
Existem alguns fatores de risco para que uma mulher desenvolva endometriose, doença comum que causa muito desconforto, especialmente dor (abdominal, nas costas, pélvis, reto, vagina, durante a relação sexual). Um desses fatores é a gestação tardia, quando a mulher engravida pela primeira vez após os 30 anos de idade. Primeira gravidez tardia e endometriose “A primeira , pois há mais ciclos menstruais ao longo da vida até a primeira gravidez. Quando comparamos as mulheres de hoje em dia com as de décadas atrás, percebemos que, atualmente, elas têm menor quantidade de filhos, engravidam mais tarde e amamentam por menos tempo, o que contribui para mais menstruações e maior risco de endometriose”, explica a ginecologista Fernanda Torras. Como não é possível que todas as mulheres tenham a primeira gestação na idade “ideal”, em termos biológicos – seja por fatores socioeconômicos ou por opção de um estilo vida sem filhos durante a juventude – é interessante que se busque focar nos outros fatores de risco da doença, para diminuir as chances de sofrer com o problema. Medidas preventivas e tratamento medicamentoso “Por mais que não seja possível sempre ter a primeira gravidez ainda jovem, podemos controlar os fatores modificáveis para endometriose, como por exemplo: tabagismo, obesidade e estresse. Além disso, é recomendado o uso de anticoncepcionais para bloquear ciclos menstruais em casos de evidências de endometriose inicial”, afirma a médica. Evitar os fatores de risco é necessário como prevenção e tratamento. No último caso, também é preciso que a paciente aposte no uso de medicamentos específicos, capazes de amenizar os sintomas do quadro. Esse tipo de remédio é composto por hormônios que ajudam nesse controle da dor causada pelas lesões da endometriose. Foto: Shutterstock
Obstrução intestinal: O que é esse sintoma que pode ser causado pela endometriose?
Quadro muito comum entre as mulheres, a endometriose provoca sintomas desconfortáveis, como a dor abdominal, que pode se manifestar em função da penetração em uma relação sexual ou como algo semelhante a uma cólica menstrual. Menos comum, mas também relevante, a obstrução intestinal é outra complicação decorrente da doença que merece atenção. Sintomas que precedem a obstrução intestinal em um quadro de endometriose “A obstrução intestinal aguda ou subaguda é a parada do trânsito intestinal, ausência de evacuações, distensão abdominal, dor abdominal intensa, náuseas e vômitos. Trata-se de um quadro grave que se não tratado coloca em risco a vida do paciente, por ruptura intestinal e infecção grave”, informa a ginecologista Fernanda Torras. Segundo a especialista, a obstrução intestinal pode ser uma manifestação da endometriose profunda, aquela que acomete o intestino em toda espessura de sua parede, chegando até o lúmen intestinal, onde passa o trânsito das fezes. Como primeiro sintoma da endometriose intestinal, a obstrução intestinal é considerada rara. “Nos casos de endometriose em que há obstrução intestinal, é mais comum que a paciente sinta antes deste sintoma específico outras manifestações, como dor ao evacuar, principalmente no período menstrual, e sangramento nas fezes”, afirma a médica. Vale destacar também que a endometriose intestinal pode ser assintomática, ou seja, cursar sem sintomas evidentes. Tratamento cirúrgico é o indicado Ao notar os sintomas mencionados, a paciente deve buscar, primeiro, um especialista para investigar e, caso seja feito o diagnóstico, iniciar o quanto antes o tratamento para controle dos sintomas e do quadro como um todo. “Quando ocorre a obstrução intestinal por endometriose, o tratamento é cirúrgico, geralmente com resseção da porção intestinal comprometida, seguido de tratamento para controlar novos focos e evitar recidivas”, conclui a profissional. Foto: Shutterstock
Todas as pacientes com endometriose precisam fazer uma laparoscopia?
A laparoscopia é uma cirurgia indicada, dentre outras coisas, para tratar pacientes com endometriose. Também é usado o termo videolaparoscopia, já que é necessário o recurso do vídeo para observar e analisar os focos de endometriose durante o procedimento cirúrgico – que consiste na retirada destes focos (endométrio). Por mais que esteja disponível, essa ferramenta nem sempre é utilizada pelos médicos para tratar suas pacientes que sofrem de endometriose. “Hoje não há indicação cirúrgica para todas as mulheres. Após o diagnóstico, por meio de anamnese, sintomas e exames de imagem, o tratamento clínico é iniciado na maioria dos casos de endometriose superficial”, informa a ginecologista Fernanda Torras. Casos em que a laparoscopia é indicada Ainda segundo a especialista, a laparoscopia é indicada em casos que resistem ao tratamento clínico de endometriose, o qual é feito à base de hormônios, com medicamentos específicos. “Presença de endometriomas ovarianos; endometriose profunda com comprometimento intestinal, de trato urinário, entres outros; e infertilidade associada ao quadro também são fatores que apontam para a indicação da cirurgia”, afirma a médica. Como é a laparoscopia? A laparoscopia é considerada um procedimento minimamente invasivo, realizado com pequenas incisões na região abdominal. Por essas incisões, passa um aparelho contendo uma câmera que serve para guiar o médico durante a cirurgia. Somente dessa forma ele será capaz de cauterizar os tecidos danificados e retirar o endométrio que cresce fora do revestimento uterino (fato que constitui a endometriose). Cuidados no pós-operatório Mesmo sendo minimamente invasiva, a laparoscopia exige que a paciente tome alguns cuidados pós-operatórios. Por exemplo, permanecer no hospital por, pelo menos, 24h depois da cirurgia – até para que passe o efeito da anestesia – e evitar atividades físicas e relação sexual durante um período de duas semanas a um mês. O repouso é fundamental para que não haja complicações e para a plena recuperação. Foto: Shutterstock
O que é a corcunda de viúva? Deformação na coluna é comum na osteoporose
Um quadro de osteoporose pode resultar em uma deformação na coluna, gerando uma elevação anormal (corcunda). Este fenômeno se origina de pequenas fraturas na coluna vertebral do paciente, que podem acontecer em função de movimentos simples do dia a dia. Este problema é mais frequente nas mulheres, principalmente após a menopausa. Corcunda de viúva está mais associada à obesidade “Dependendo do nível em que a osteoporose se encontra, podem ocorrer fraturas na coluna vertebral, devido a pequenos movimentos cotidianos. A partir destas pequenas fraturas, ocorre um desvio da coluna vertebral, o qual pode chegar a formar uma escoliose intensa e uma ‘corcunda’ comum da doença”, explica a ginecologista Fernanda Torras. De acordo com a especialista, o termo “corcunda de viúva”, especificamente, não se associa com a osteoporose, mas com a obesidade. “A ‘corcunda de viúva’ é apenas uma acumulação excessiva de gordura na sétima vértebra cervical e causa muito incômodo para quem sofre do problema. O maior fator de risco neste caso é a obesidade”, esclarece. Cuidados para prevenir e tratar a corcunda A prevenção da corcunda e também da osteoporose em si começa pela alimentação, que deve ser rica em cálcio e vitamina D. A prática de exercícios físicos, como a musculação, também é fundamental, tanto na prevenção quanto no tratamento, pois favorece o fortalecimento ósseo, assim como o uso de medicamento específico para retardar a progressão da doença. “A osteoporose não tem cura mas é possível melhorar a massa óssea, deixando os ossos mais fortes e com menos risco de fratura. Os medicamentos, alimentação e exercícios devem ser mantidos por toda vida, já que se trata de uma doença crônica”, afirma Dra. Fernanda. Vale ressaltar que esses hábitos de vida mais saudáveis funcionam também para a corcunda de viúva, já que ajudam a combater o sobrepeso. Dra. Fernanda Torras é graduada em medicina com residência médica em ginecologia obstetrícia na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Possui pós-graduação em mastologia e oncoplastia mamária também pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. CRM: 130.332 – drafernandatorras.com.br Foto: Shutterstock
Quais são os tipos de endometriose que existem?
A endometriose pode ser classificada em alguns tipos, de acordo com os sintomas, grau de intensidade dos mesmo e local de acometimento. Há muitas formas de manifestação e as mais observadas são a endometriose superficial, a endometriose ovariana e a endometriose profunda. Tipos de endometriose mais comuns “A endometriose superficial é o tipo mais comum e afeta todo o peritônio da pelve, uma membrana que recobre os órgãos dentro da barriga. Pode atingir a superfície dos ovários, das tubas, da bexiga e do próprio útero, dentre outros locais. Ela penetra menos que 5 milímetros em relação à superfície. Uma simples cauterização pode eliminá-la”, afirma a ginecologista Fernanda Torras. A endometriose ovariana se manifesta com cistos/nódulos, os quais se formam a partir do sangue que se aloja no local durante o ciclo menstrual. Dependendo do tamanho dos cistos, a mulher pode vir a ficar infértil. Por conta desse risco, muitas vezes é preciso que os nódulos formados sejam retirados para que o tratamento seja eficaz. Por fim, a endometriose profunda (ou infiltrativa) acomete peritônio com mais de 5 milímetros de profundidade. “Este tipo de manifestação da doença afeta, por exemplo, as regiões paracervicais (ao lado do colo uterino), intestino e ligamentos uterinos”, diz a médica. A endometriose profunda é considerada a mais grave, tendo em vista que os sintomas apresentados são mais intensos e frequentes. Os sintomas da endometriose Os sintomas da endometriose variam de acordo com o tipo e região acometida. Eles podem ser: cólicas menstruais frequentes e intensas; dores abdominais fortes no período pré-menstrual; sangramento intenso e abundante durante a menstruação; presença de nódulos ou cistos na palpação abdominal; sensação de dor durante a micção; dor nas relações sexuais; constipação e dor intestinal; náuseas e vômitos durante os quadros mais graves de dor. Dra. Fernanda Torras é graduada em medicina com residência médica em ginecologia obstetrícia na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Possui pós-graduação em mastologia e oncoplastia mamária também pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. CRM: 130.332 – drafernandatorras.com.br Foto: Shutterstock