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Dra. Fernanda Oliverio

Gastroenterologia,Hepatologia

Biografia

Dra. Fernanda Oliverio é graduada em Medicina pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), fez residência médica em Clínica Médica e em Gastroenterologista no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt e em Hepatologia na Universidade de São Paulo (USP). Atua em Brusque (SC).

Artigos

É possível amenizar os sintomas causados pela infecção do H. pylori?

A infecção provocada pela bactéria H. pylori provoca uma série de sintomas, sendo a dor abdominal o mais importante. Este quadro específico é marcado, muitas vezes, pela formação de úlceras (feridas) no estômago, complicação esta que exige atenção e cuidados. Com o tratamento adequado, é possível amenizar os sintomas sem muitos problemas. Cuidados com alimentação ajudam a amenizar sintomas “Amenizar os sintomas causados pela infecção do H. pylori é possível e com medidas simples. Uma alimentação de boa qualidade, com consumo preferencial de vegetais, carne branca e evitando excesso de molhos, condimentos e industrializados, já é uma boa maneira de controlar o desconforto trazido pelo quadro”, informa a gastroenterologista Fernanda Oliverio.  Ainda segundo a especialista, alimentos probióticos, como iogurte natural, kefir e kombucha, também podem ser aliados no controle dos sintomas provocados pelo H. pylori. A hidratação é outra recomendação importante no tratamento, pois é comum o paciente sofrer com perda de líquido, seja via diarreia ou vômitos. Tratamento medicamentoso contra infecção do H. pylori Além disso, é essencial apostar no tratamento medicamentoso, seja para combater a bactéria (antibióticos) ou também para controlar os incômodos já mencionados (dor abdominal, febre, diarreia, etc.). Vale ressaltar ainda a relevância de se respeitar rigorosamente o tempo de uso dos medicamentos definido pelo médico, no sentido de não comprometer os efeitos desejados.    “Porém, um médico sempre deve ser consultado para avaliar a necessidade ou não de uso de antibióticos para o tratamento dessa bactéria”, ressalta a gastroenterologista. Dependendo da intensidade do quadro, este tipo de remédio pode não ser necessário. Existe até mesmo a possibilidade do problema se resolver sem a interferência de fármacos, nas situações mais brandas.  Foto: Shutterstock

As parasitoses intestinais podem danificar algum órgão do corpo?

As parasitoses intestinais podem danificar órgãos do corpo, mas isso depende do tipo de parasita e da sua evolução clínica. Além disso, a ausência ou não de tratamento adequado e de complicações poderá ter relevância nesse contexto. Ou seja, para evitar que as parasitoses afetem órgãos do corpo, é crucial tratar o problema rapidamente.  Exemplos de parasitoses intestinais que comprometem órgãos do corpo “Alguns vermes, como Ascaris lumbricoides, Strongyloides stercoralis, Necator americanus e Ancylostoma duodenale, podem passar pelos pulmões durante seus ciclos reprodutivos e causar comprometimento respiratório nos pacientes infectados, provocando tosse seca, falta de ar, chiado no peito, desconforto torácico e febre baixa”, informa a gastroenterologista Fernanda Oliverio. Segundo a Dra. Diana Ventura, especialista em doenças infectoparasitárias, o Ascaris lumbricoides também pode causar obstrução no tubo digestivo e no intestino, afetando, por exemplo, as vias biliares, e desencadeando quadros infecciosos/inflamatórios, como colangite, diverticulite ou apendicite obstrutivos. “Este tipo de complicação (embora rara) é mais comum em crianças”, informa. Ambas as médicas citam a amebíase (provocada pelo protozoário Entamoeba histolytica), que pode chegar por meio da corrente sanguínea até o fígado, comprometendo-o. Essa parasitose leva à formação de abscesso hepático e causa febre, dor abdominal muito forte e aumento do fígado. “Também pode acometer o pulmão, cérebro, sistema urinário e genital, pele e até osso, porém isso é raramente observado”, completa Oliverio. Tratamento das parasitoses intestinais Todas essas complicações devem ser tratadas com medicamentos antiparasitários específicos para cada parasita que acomete determinado órgão do corpo, ou com agentes de amplo espectro, eficazes contra diversos parasitas intestinais. Foto: Shutterstock

Existem alimentos que podem piorar as úlceras estomacais?

Por mais que uma das causas principais das úlceras estomacais seja a infecção pela bactéria H. pylori e, portanto, o tratamento principal seja baseado em combater este agente, os cuidados com a alimentação também são importantes. Isso porque a ingestão de alguns alimentos pode piorar o quadro, atrapalhando um tratamento já iniciado. Alimentos menos indicados para quem sofre com úlceras estomacais “Os principais itens alimentares que podem piorar as úlceras estomacais são os seguintes: bebidas alcoólicas, café e outras bebidas com cafeína (chá preto, chá mate), refrigerantes e molhos/temperos mais fortes (vinagre, massa de tomate, pimenta, catchup, páprica, curry, noz moscada, mostarda)”, informa a gastroenterologista Fernanda Oliverio. A especialista cita ainda outros alimentos, como doces concentrados, ácidos (limão, laranja, abacaxi, maracujá), frituras e alimentos gordurosos em geral, embutidos (linguiça, salsicha, mortadela, presunto, hambúrguer) e enlatados. “O hábito de ingerir líquidos nas principais refeições também deve ser desencorajado”, completa a médica. Por mais que cada alimento tenha um mecanismo diferente para comprometer o estômago, os principais citados pela gastroenterologista são o aumento da produção de ácido gástrico, a diminuição da produção do muco – que ajuda a proteger a camada mais superficial do estômago – e a alteração no tempo de esvaziamento do estômago. Além de evitar esses alimentos, é essencial, naturalmente, o tratamento com medicamentos capazes de combater esse tipo de úlcera. Alimentos mais indicados durante o tratamento contra as úlceras estomacais Já em relação à alimentação aconselhável para uma dieta favorável ao tratamento contra as úlceras intestinais, o segredo é ter uma dieta equilibrada. “As fibras – principalmente obtidas no consumo de maçã, mamão, melão, banana, folhas verdes escuras, semente de linhaça, cenoura, beterraba, feijão, rabanete, abobrinha, grão de bico e soja – são excelentes exemplos. O consumo de carnes magras, leite e iogurte, leites fermentados, queijos brancos, castanhas e nozes também é benéfico”, finaliza a médica. Foto: Shutterstock

Noite ou dia: em qual período os gases tendem a se manifestar mais?

A produção e liberação de gases pelo organismo acontece constantemente, independentemente do turno do dia, mas a frequência costuma ser maior durante o dia. Segundo a gastroenterologista Fernanda Oliverio, isso ocorre porque o trânsito intestinal é mais eficaz na posição ereta, que é exatamente como as pessoas ficam nessa parte inicial do dia. Especificidades da liberação de gases durante 24 horas “A posição ereta favorece a movimentação do intestino e, consequentemente, a eliminação dos gases. Este é um dos motivos de não ser recomendado deitar-se logo após as refeições, pois, além de aumentar a chance de ocorrer refluxo gastroesofágico, dificulta a liberação dos gases, provocando dor e distensão abdominal”. Um adulto libera, em média, de 0,5 a 1 litro de gás por dia, dividido em 12 a 25 eliminações ao longo das 24 horas, inclusive durante a noite. “Quando estamos dormindo, o gás que atinge o reto, a porção distal do trato gastrointestinal, é liberado de forma inconsciente. Entretanto, devido à redução da mobilidade intestinal, há tendência a um acúmulo de gás no intestino, sendo liberado em maior quantidade pela manhã”. Hábitos alimentares influenciam na liberação de gases ao longo do dia Mais do que os horários das refeições, o padrão alimentar é o principal influenciador na formação dos gases. Comer rápido, falar muito e ingerir líquidos durante as refeições e consumir excessivamente alimentos como carne, açúcar, frituras, industrializados, leite e derivados são hábitos que irão aumentar significativamente a produção de gases. A especialista destaca que, apesar de existirem alimentos considerados flatulentos, como feijão, vagens, soja, brócolis, repolho, cebola, ervilha, couve-flor, pepino, banana, maçã e damasco, em algumas pessoas o responsável pela maior produção de gases acaba sendo o desequilíbrio na microbiota intestinal (bactérias boas x bactérias ruins). “Além disso, indivíduos com constipação expõem os restos alimentares por mais tempo às bactérias e à fermentação no interior do intestino, o que também aumenta a formação de gases”. Foto: Shutterstock

Quais são os principais sintomas da teníase?

A teníase é uma doença causada pela ingestão da larva da Taenia solium ou da Taenia saginata, as quais evoluem para a forma adulta dentro do intestino delgado. A infecção geralmente é assintomática, mas pode causar algumas manifestações, como dores abdominais, flatulência, náuseas e vômitos. “A teníase pode também provocar diarreia ou constipação, alterações no apetite, além de mal estar geral, indisposição, cansaço fácil e perda de peso. Em alguns casos, pode causar retardo no crescimento e no desenvolvimento das crianças, bem como insônia, irritabilidade, inquietação e baixa produtividade no adulto”, informa a gastroenterologista Fernanda Oliverio. Causa e cuidados para prevenção da teníase Um indivíduo adquire a tênia ao ingerir carne contaminada crua ou mal cozida contendo os cisticercos (último estágio larvar da tênia). Por isso, os cuidados com a alimentação são essenciais para evitar esse tipo de problema. “Estão mais sujeitas à teníase as pessoas que preparam alimentos e provam a carne antes de cozinhar” afirma a especialista em doenças infectoparasitárias Diana Ventura. Não devemos carne bovina ou suína sem os devidos cuidados de preparo, como congelamento e cozimento. Para prevenir a teníase, é importante garantir a fiscalização das carnes de porco e de boi e seu cozimento correto. “Também é essencial ter saneamento básico adequado, com construção de sanitários com fossa séptica, e realizar o tratamento dos efluentes de esgotos de forma adequada para que estes não contaminem o solo, a água e os alimentos”, afirma Dra. Fernanda. Tratamento medicamentoso da teníase Além dos cuidados com limpeza e preparo dos alimentos e com as condições gerais de higiene pessoal e saneamento básico, o tratamento da teníase se baseia no uso de medicamentos. “Podem ser indicados anti-helmínticos comuns durante três dias em doses adequadas ou em dose única. No caso da cisticercose, costuma-se associar corticoide aos antiparasitários”, informa Dra. Diana.

Criptosporidíase: Quais são os sintomas dessa parasitose intestinal?

As parasitoses intestinais, no geral, se apresentam como infecções provocadas por diferentes agentes. No caso da criptosporidíase, este agente é o Cryptosporidium. Em relação aos sintomas, pode haver variações entre cada quadro, mas, no geral, dá para encontrar pontos em comum, como dor abdominal, enjoo, vômito e diarreia. Sintomas e causas da criptosporidíase “A doença caracteriza-se por um quadro de diarreia geralmente líquida, sem presença de sangue ou pus e persistente (mais de 1 a 2 semanas), associada a dor abdominal, náuseas, vômitos e, às vezes, desidratação e febre. Os sintomas podem aparecer em ciclos, com uma fase de melhora e outra de piora do quadro”, informa a gastroenterologista e hepatologista Fernanda Oliverio. Segundo a especialista, a ocorrência da criptosporidíase está vinculada, principalmente, aos pacientes imunodeprimidos. Dentre estes, destacam-se aqueles infectados pelo vírus do HIV, com câncer, transplantados ou em uso de drogas imunossupressoras. A duração dos sintomas relativos à doença é estimada em 10 dias (média). “Esta parasitose intestinal, assim como as demais, é causada pela ingestão acidental do agente infectante (Cryptosporidium), seja por meio de alimentos ou água contaminados com fezes de animais ou de seres humanos infectados, ou pelo contato direto entre pessoas, animais ou pessoa-animal”, afirma a médica. Tratamento contra criptosporidíase O tratamento de base contra a criptosporidíase exige do paciente manter uma boa hidratação; dieta balanceada com restrições a alguns alimentos que tendem a piorar o quadro de diarreia; e uso de medicamentos sintomáticos. “Também é possível associar nos pacientes medicação específica para o tratamento da criptosporidíase”, conclui Oliverio.

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