
Dra Denise Moreira
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Bebê com bronquiolite: entenda quais são os sintomas de alerta
É muito provável que responsáveis por crianças pequenas, em algum momento, descubram ou desconfiem que o bebê está com bronquiolite, já que esse tipo de infecção atinge com frequência bebês de até 2 anos, principalmente os menores de 6 meses. Mesmo sendo comum, essa doença não é tão conhecida, portanto pais e responsáveis, especialmente os de primeira viagem, podem ter uma série de dúvidas. Quais são os sintomas de alerta? Essa doença é perigosa? Como aliviar o desconforto nos bebês? Para esclarecer esses e outros questionamentos, conversamos com a pediatra Denise Moreira. Confira a seguir. O que é bronquiolite e por que essa doença é comum em bebês Em primeiro lugar, é importante entender o que é bronquiolite. Em resumo, esse quadro clínico consiste na inflamação dos bronquíolos, as vias respiratórias que transportam o ar até os alvéolos pulmonares. Na maioria das vezes, a doença é causada pelo vírus respiratório sincicial (RSV), conforme indica um artigo publicado na National Library of Medicine. No entanto, também é possível que os vírus influenza, parainfluenza e metapneumovírus sejam responsáveis pela inflamação dos bronquíolos. É importante destacar que os bronquíolos são vias aéreas minúsculas, especialmente em bebês. Segundo a pediatra Denise, esse é um dos principais motivos pelos quais é tão comum ver casos bronquiolite nos ambulatórios pediátricos: “As crianças menores de 2 anos têm vias aéreas muito pequenas, que tendem a ficar ainda mais fechadas do que as de crianças com mais idade”, explica. Além disso, segundo a pediatra, o sistema imunológico imaturo dos bebês faz com que o organismo não consiga combater devidamente os agentes virais e/ou bacterianos. Inclusive, é só na infância tardia (entre os 6 e 12 anos) que o sistema imune se desenvolve por completo. Como saber se o bebê está com bronquiolite: entenda os sintomas Como estamos falando de uma doença que afeta diretamente o fluxo do ar entre o trato respiratório superior e os pulmões, os sintomas podem incluir coriza, tosse seca, chiado no peito e dificuldade para respirar. A respiração de bebê com bronquiolite pode ficar ofegante e encurtada porque os pulmões ficam mais sensíveis e reagem exageradamente a certos estímulos. Conforme a pediatra, em casos mais críticos, “isso pode levar a um quadro de insuficiência respiratória grave, podendo ser fatal. Os vírus também podem causar pneumonias virais e possibilitar infecção bacteriana, levando a um quadro de pneumonia bacteriana secundário.˜ Além dos sintomas relacionados ao sistema respiratório, febre, perda de apetite, mal-estar, apatia, irritabilidade e desidratação também estão associados à bronquiolite em crianças pequenas. Em casos muito extremos, pode haver coloração azulada nos lábios e na pele por conta da baixa circulação de oxigênio no sangue. Por isso, é extremamente importante que os responsáveis procurem atendimento médico imediato se o bebê aparentar dificuldade para respirar. Alguns bebês estão mais suscetíveis às complicações da bronquiolite Os casos de bronquiolite mais críticos, com complicações e possíveis sequelas para o pulmão, geralmente afetam bebês imunossuprimidos, ou seja, aqueles com o sistema imunológico enfraquecido. A pediatra afirma que o grupo de risco, ou seja, o mais suscetível às complicações, inclui bebês recém-nascidos, com cardiopatia grave, com doença pulmonar crônica e os que nasceram de parto prematuro. Em casos leves, o tratamento dos sintomas pode ser feito em casa O tratamento da bronquiolite em bebês é focado no alívio dos sintomas e, quando não há desconforto respiratório, pode ser feito em casa com hidratação e alimentação adequada. No entanto, quando os sintomas de alerta estão presentes, o que os cuidadores devem fazer é levar o bebê para a emergência imediatamente. Nesses casos, o soro intravenoso e o suporte respiratório com nebulizadores, por exemplo, costuma ser necessário. Como prevenir a bronquiolite? Em termos de prevenção, a informação sobre a doença, seus riscos e sintomas, é um primeiro passo fundamental. “De uma maneira geral, os responsáveis precisam ter conhecimento sobre a faixa etária mais atingida e os fatores de risco. Além disso, evitar ambientes fechados e contato próximo com pessoas com quadro gripais”. Ainda que seja extremamente recomendado que bebês não tenham contato com pessoas com sintomas de gripe ou resfriado, nem sempre isso é possível, seja devido ao contato com familiares ou com outros bebês na creche. A fim de reduzir os riscos de contaminação para o bebê, os cuidadores devem fazer a higienização das mãos com frequência e manter superfícies e objetos higienizados. Também é importante reforçar os cuidados durante as estações do ano mais frias e secas, já que a transmissão de infecções respiratórias aumenta. Essas medidas vão ajudar a reduzir a circulação viral e, portanto, as chances dos bebês terem inflamações nos bronquíolos.