
Dra. Cláudia Navarro
Ginecologia e Obstetrícia
Biografia
Dra. Cláudia Navarro é ginecologista e especialista em Reprodução Assistida. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1988, titulou-se mestre e doutora em Medicina (Obstetrícia e Ginecologia) pela mesma instituição federal. Atua na área de Ginecologia e Obstetrícia, com ênfase em reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.
Artigos
Por que a endometriose pode causar infertilidade?
A endometriose é definida pela presença do tecido que reveste o útero internamente em locais fora da cavidade uterina. Esse tecido é chamado de endométrio e dá nome ao problema. Os focos da doença aparecem mais frequentemente na região dos ovários, no peritônio, nos ligamentos que sustentam o útero e em outras áreas do abdômen. Uma das maiores preocupações de quem recebe o diagnóstico é a possibilidade da doença causar infertilidade. Endometriose pode atrapalhar a ovulação “A endometriose pode causar anomalias que dificultam a gravidez nas mulheres, tais como influência na liberação e transporte de óvulos para as trompas, irregularidade no processo de ovulação, interferências no implante e/ou desenvolvimento do embrião e alterações na gestação”, afirma a ginecologista Cláudia Navarro. No entanto, a médica explica que o diagnóstico não dá às mulheres a certeza de que se tornarão inférteis: “Cerca de 50% das pacientes com endometriose podem ser inférteis, mas nem toda paciente com a doença será infértil”. Ela alerta ainda que a condição atinge quase exclusivamente as mulheres no período reprodutivo, com idade média entre 20 e 30 anos. Diagnóstico precoce da endometriose ajuda a evitar infertilidade De acordo com a profissional, a doença carrega um componente hereditário, o que mostra que, se existem casos na família, especialmente em parentes de primeiro grau, é fundamental consultar um especialista. O diagnóstico precoce é uma das principais formas de prevenir a infertilidade e ainda evita danos graves ao intestino e ao sistema urinário. Com o diagnóstico feito, será hora de definir com o médico a melhor forma de tratar a endometriose. “No caso de mulheres que em algum momento ainda desejam se tornar mães, a conduta do tratamento deve levar em conta a idade da paciente, a existência de outras possíveis causas de infertilidade e a capacidade de ovulação”, diz Cláudia. Para essas pacientes, o tratamento poderá ser feito com medicações e cirurgias. Dra. Cláudia Navarro Carvalho Duarte Lemos é ginecologista e obstetra, com ênfase em Reprodução Assistida, graduada e especializada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). CRM-MG: 21198 Foto: Shutterstock
Como é o processo de recuperação de uma laparoscopia?
A endometriose é caracterizada pela presença do tecido encontrado no útero em locais fora da cavidade uterina. O problema é bastante incômodo para as mulheres afetadas, já que causa dores fortes e pode levar à infertilidade. Para tratar a doença, alguns médicos costumam recomendar a realização de uma cirurgia chamada laparoscopia. A laparoscopia é uma cirurgia feita sob anestesia e, segundo a ginecologista Cláudia Navarro, considerada minimamente invasiva. A mulher recebe pequenos furos na região do abdômen para que, em seguida, o cirurgião possa ressecar e remover os pedaços do endométrio que estão em locais inapropriados. Em alguns casos mais graves, também pode ser necessário remover alguns órgãos afetados pelo tecido endometrial. Mulher pode trabalhar depois de uma semana de repouso Segundo a médica, o processo de recuperação da cirurgia pode variar de acordo com cada paciente: “O período médio de repouso indicado é de uma semana e, durante esse tempo, a mulher deve evitar esforços físicos”. Mesmo recebendo alta no primeiro dia, somente depois de sete dias é que a mulher poderá voltar a fazer exercícios físicos leves, dirigir e trabalhar. O repouso é necessário para dar o tempo que o corpo precisa para cicatrizar. Se tudo for feito da maneira correta, a paciente não terá complicações, como infecções, e sentirá menos dor. Laparoscopia é alternativa ao tratamento hormonal A indicação da laparoscopia é feita, de acordo com a ginecologista, para as mulheres que não tiveram uma melhora significativa dos sintomas apenas com o tratamento hormonal. No entanto, mesmo depois da cirurgia, o uso de medicações pode ser indicado por alguns meses, para impedir a volta da endometriose, principalmente nos casos mais graves. Dra. Cláudia Navarro Carvalho Duarte Lemos é ginecologista e obstetra, com ênfase em Reprodução Assistida, graduada e especializada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). CRM-MG: 21198 Foto: Shutterstock
Por que a endometriose pode causar dor durante ou após o sexo?
A cada dez mulheres brasileiras, uma sofre de endometriose, segundo dados do Ministério da Saúde. A doença provoca o crescimento do endométrio para fora do útero, onde normalmente é encontrado. O problema é conhecido por provocar dores intensas, que podem surgir durante e depois do sexo, atrapalhando ou até mesmo inviabilizando a vida sexual das mulheres acometidas. Endometriose afeta a vida sexual das mulheres “São vários os fatores que podem estar envolvidos na dor, como presença de aderências, liberação de substâncias inflamatórias e lesões profundas atingindo a parede intestinal ou bexiga. Essas dores podem ser potencializadas com movimentos, inclusive durante a relação sexual”, afirma a ginecologista Cláudia Navarro. A dor durante o sexo é chamada de dispareunia. Ela é mais comum no período pré-menstrual e é tão forte que pode diminuir a vontade da mulher de manter relações sexuais, atrapalhando sua autoestima e a vida a dois. A dor no sexo pode também facilitar o desenvolvimento de sintomas depressivos e ansiosos, bastante comuns nos quadros de endometriose. Endometriose causa ainda outros tipos de dores Para piorar a situação das mulheres, é importante lembrar que a doença não provoca apenas dor durante o sexo. Os sintomas vão muito mais além. “As dores da endometriose variam de paciente para paciente, tais como dores abdominais, nas costas, nas pernas, ciclo menstrual dolorido, dores de cabeça e fadiga”, explica a médica. Procurar um especialista para receber o diagnóstico e iniciar o tratamento é a melhor forma de combater os mais diversos tipos de dores causados pela endometriose. “Quando o problema principal é a dor, os tratamentos geralmente irão suprimir a menstruação com o uso de medicamento específico. Entretanto, há outros tratamentos, como acupuntura, terapias de calor, fisioterapia e eletroestimulação”, completa Cláudia. Dra. Cláudia Navarro Carvalho Duarte Lemos é ginecologista e obstetra, com ênfase em Reprodução Assistida, graduada e especializada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). CRM-MG: 21198 Foto: Shutterstock
Laparoscopia: o médico indicou esse procedimento? Esclarecemos as suas principais dúvidas
A endometriose é uma doença que atinge as mulheres e que provoca o crescimento do endométrio – tecido que reveste o interior do útero – fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos da pelve: trompas, ovários, intestinos e bexiga, e está associada ao desenvolvimento da infertilidade. Uma das formas de tratar esse problema é um procedimento chamado laparoscopia. Laparoscopia permite fazer o tratamento inicial da endometriose “É um procedimento cirúrgico, realizado no bloco cirúrgico, sob anestesia geral. É pouco invasivo, pois é feito um pequeno corte para que seja introduzida uma pequena câmera através da cavidade pélvica”, explica a ginecologista Cláudia Navarro. A laparoscopia permite tanto o diagnóstico como o tratamento da paciente com endometriose. O nome vem do laparoscópio, aparelho que avalia seu sistema reprodutor em busca de problemas, como é o caso da presença do endométrio fora do útero. A intervenção abre a possibilidade de fazer sua primeira abordagem terapêutica da doença, evitando a realização de um número maior de procedimentos. As lesões são retiradas pelo laparoscópio e enviadas para uma análise mais completa. Riscos da laparoscopia são baixos “A videolaparoscopia pode ter várias indicações, como nos casos de infertilidade e de cólicas intensas. Mas, a indicação formal será feita pelo médico”, afirma a ginecologista Cláudia Navarro. O profissional também pode recomendar o procedimento se você tiver cistos no ovário, inflamações na área pélvica ou miomas uterinos. Como qualquer procedimento cirúrgico, a laparoscopia apresenta riscos e merece uma conversa detalhada com seu médico. No entanto, como os cortes são pequenos, as chances de você ter complicações são baixas. “É necessária uma rigorosa avaliação pré-cirúrgica. Sua recuperação leva cerca de sete dias, mas pode variar de acordo com cada paciente ou com a complexidade do que foi feito no procedimento”, completa a ginecologista. Dra. Cláudia Navarro Carvalho Duarte Lemos é ginecologista e obstetra, com ênfase em Reprodução Humana, graduada e especializada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). CRM-MG: 21198 Foto: Shutterstock
Quais são os estágios da endometriose?
A endometriose é uma doença que afeta exclusivamente as mulheres e que se caracteriza, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. Com o problema, este tecido, que é a camada que reveste o interior do útero, pode ser encontrado em vários locais, como na bexiga, nos ovários e até no intestino. Neste último caso, a doença é chamada de endometriose intestinal. Endometriose intestinal causa dor na região abdominal As fortes dores típicas da endometriose também estão presentes quando os focos da doença estão localizados no intestino. Segundo a ginecologista Cláudia Navarro, a mulher pode sentir dor abdominal e dor ao evacuar, principalmente durante a menstruação. Em casos graves, a endometriose intestinal pode provocar obstrução intestinal e se houver perfuração das alças pode ocorrer infecção generalizada. A médica também alerta para o causado por esse tipo da doença. “Além da evolução dos sintomas, que podem ser desde uma dor aguda até sangramento ao evacuar, a endometriose intestinal também pode estar associada a aderências pélvicas que podem levar à infertilidade”, destaca a especialista. Como é o tratamento da endometriose intestinal? O tratamento da endometriose intestinal não difere muito dos outros tipos da doença. “Os tratamentos podem ser divididos em cirúrgicos ou medicamentosos. Anti-inflamatórios e analgésicos podem ser administrados, porém, eles apenas aliviam os sintomas, não tratam a doença em si”, explica Dra. Cláudia. Já o tratamento cirúrgico é feito para retirar as lesões causadas pela doença. No entanto, sua realização dependerá, principalmente, da forma de apresentação da doença e dos sintomas da paciente. De acordo com a profissional, no caso da endometriose intestinal, o tratamento costuma ser cirúrgico e, durante o procedimento, geralmente é necessária a presença de um coloproctologista. Dados da Febrasgo: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/126-endometriose-e-fiv