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Dra. Carmen Pérez De Freitas

Gastroenterologia

Biografia

Dra. Carmen Pérez De Freitas é graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e fez residência médica em Cirurgia Geral e em Endoscopia Digestiva no Hospital da Santa Casa de São Paulo. Tem o título de especialista em Gastroenterologia condedido pela Federação Brasileira de Gastroenterologia. Além disso, fez mestrado e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Artigos

Intolerância à lactose: 5 mitos que precisam ser esclarecidos

A intolerância à lactose, de acordo com o Ministério da Saúde, é uma condição marcada pela incapacidade do organismo de digerir a lactose, o principal açúcar do leite. A enzima lactase é a responsável por fazer essa digestão, transformando a lactose em substâncias que são absorvidas pelo corpo com mais facilidade. Mas, nos indivíduos intolerantes, ela está ausente ou sua ação não é suficientemente eficaz. Com o acesso à internet cada vez mais amplo, se informar sobre o assunto ficou mais fácil, seja por meio das redes sociais ou de sites. No entanto, é preciso ter cuidado com o que se lê e o que se vê: ainda existem muitas informações sobre a condição espalhadas pela internet que não são verdadeiras.  Para desmenti-las, pedimos ajuda à gastroenterologista Carmen Pérez de Freitas, que elaborou uma lista com 5 mitos sobre a intolerância à lactose que precisam ser esclarecidos. Não deixe de conferir! Intolerância à lactose é igual à alergia ao leite? Embora ambas estejam relacionadas ao consumo do leite, a intolerância à lactose e a alergia à proteína do leite de vaca são condições diferentes. “A intolerância à lactose ocorre pela deficiência de enzimas, enquanto a alergia é um processo associado ao sistema imunológico”, afirma a especialista. No segundo caso, o organismo entende que a proteína é uma substância nociva e tentará se defender.  Além disso, os sintomas também são diferentes. A intolerância à lactose costuma provocar diarreia, gases e dores abdominais, enquanto a alergia ao leite tem consequências mais variadas, podendo afetar também a pele e o sistema respiratório: inchaço nos lábios e na língua, urticária, tosse e falta de ar são alguns exemplos de sintomas.  Todos os leites têm lactose? Segundo a médica, nem todos os leites têm lactose, apenas aqueles de origem animal, como o leite de vaca, de cabra, de ovelha e mesmo o leite materno. Os leites de origem vegetal, como os que são feitos a partir da soja, do arroz e de amêndoas, são livres de lactose.  Quem é intolerante à lactose não pode consumir alimentos com lactose? O consumo de leite e derivados continua sendo recomendado para quem é intolerante à lactose, de acordo com a especialista. O que pode mudar é a quantidade ingerida, que irá depender do grau de intolerância que o indivíduo apresenta e do tipo de alimento, uma vez que certos alimentos têm menos lactose, como queijos e iogurtes. “A recomendação que fazemos é utilizar medicamentos à base de lactase* quando for consumir laticínios”, explica Dra. Carmen, além de consultar um médico para fechar o diagnóstico e determinar o nível da intolerância. A intolerância à lactose passa depois de um tempo? Nos casos de pessoas adultas, a intolerância não passa, na maioria dos casos. “Na verdade, no decorrer da vida, o problema pode se agravar, pois a produção de lactase pelo intestino delgado pode ir diminuindo. Então, é comum que adultos e idosos desenvolvam algum grau de intolerância. Certas doenças também podem levar à intolerância à lactose: doença celíaca, cirurgias e gastroenterite”, informa a gastroenterologista. Quando a intolerância à lactose é associada a algumas doenças tratáveis, é possível que haja uma melhora, que pode ser variável.  A intolerância à lactose não causa riscos à saúde? Segundo a profissional, muitas pessoas imaginam que a solução para a condição é retirar a lactose da dieta. No entanto, essa medida pode gerar problemas à saúde. “Leite e derivados contêm nutrientes e vitaminas fundamentais, como proteínas, vitamina D e B12, riboflavina e cálcio. Portanto, o indivíduo que desconfia de intolerância à lactose deve procurar um médico para a realização de exames e para a correta orientação”, aconselha Dra. Carmen.  *A lactase auxilia a digestão da lactose. Dados do Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/88lactose.html

Existem diferentes graus e tipos de intolerância à lactose?

A intolerância à lactose é caracterizada pela ausência parcial ou total da enzima lactase, responsável por digerir a lactose presente no leite e nos produtos derivados. Como consequência, após o consumo desses alimentos, uma pessoa intolerante pode ter diarreia, flatulência e dores abdominais. De acordo com a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), existem três tipos de intolerância à lactose: primária, secundária e congênita. Confira, logo abaixo, as diferenças entre esses tipos. Intolerância primária à lactose é o tipo mais frequente Segundo a gastroenterologista Carmen Pérez de Freitas, entre os tipos de intolerância à lactose, a primária, também chamada de hipolactasia do tipo adulto, é a mais comum. “Nossos corpos, normalmente, diminuem a produção de lactase à medida que substituem o leite por outros alimentos, permanecendo ainda em níveis suficientes para digerir produtos à base de leite em uma dieta típica do adulto”, explica a médica. “Porém, na intolerância primária, a produção de lactase cai acentuadamente na idade adulta, tornando difícil a digestão de produtos à base de leite. É causada por genes e é comum entre pessoas de origem africana, asiática, hispânica, mediterrânea e do sul da Europa”, completa a especialista. Um dos tipos de intolerância à lactose é causado por doenças Outro tipo da condição é a intolerância secundária à lactose, que ocorre devido a uma lesão, uma doença ou uma cirurgia que afetaram o intestino delgado, reduzindo a produção de lactase. Os exemplos mais frequentes são a doença celíaca e a doença de Crohn. Se o distúrbio causador da intolerância for tratado de forma adequada, os níveis de lactase são restaurados, melhorando os sintomas do indivíduo. Já a intolerância congênita é um tipo muito raro, em que os bebês nascem intolerantes por causa da falta de lactase. “É transmitida de geração a geração, ou seja, tanto a mãe quanto o pai devem transmitir para o bebê essa variante genética”, destaca a especialista. Como os tipos de intolerância à lactose são diagnosticados? Para classificar cada paciente, o médico analisa a história clínica e faz exames físicos. Em alguns casos, também é possível recorrer a outros testes. “No teste sérico de tolerância à lactose, são dados 25 ou 50 gramas de lactose ao paciente e se observa os sintomas desenvolvidos durante e até 3 horas após o consumo, bem como o aumento (ou não) da taxa de glicose no sangue”, explica a gastroenterologista. Há também o teste do hidrogênio expirado, os testes genéticos e a biópsia do intestino delgado, realizada por meio de uma endoscopia digestiva alta. Os graus de intolerância, por outro lado, seguem uma lógica diferente. Embora existam diferentes graus, Dra. Carmen explica que não há uma espécie de classificação. O grau de intolerância depende da quantidade de lactase que cada pessoa produz e da tolerância individual do paciente. Dados da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG): http://fbg.org.br/Publicacoes/noticia/detalhe/1262

É possível controlar a intolerância à lactose?

A intolerância à lactose* é uma condição que prejudica a digestão de alimentos com lactose, como leites e produtos derivados. Dependendo do grau de intolerância, uma pessoa pode ter gases, diarreia, dores abdominais e desconforto, segundo o Ministério da Saúde. O desenvolvimento de medidas para controlar a intolerância à lactose permitiu que milhões de pessoas ao redor do mundo tivessem uma melhoria significativa na qualidade de vida. “Existe manejo para intolerância à lactose e ele difere dependendo da severidade da intolerância, mas geralmente pode incluir a diminuição do consumo de laticínios, o uso de suplementos de lactase e a substituição por outras fontes de cálcio, vitamina D e proteínas que não sejam os laticínios”, afirma a gastroenterologista Carmen Pérez de Freitas. Diminuir consumo de alimentos com lactose ajuda a controlar a intolerância à lactose Segundo a médica, não é necessário retirar os alimentos que contêm lactose da dieta. O ideal é apenas diminuir, com o auxílio de um nutricionista. “Os intolerantes adultos podem iniciar uma dieta mais restritiva e, então, trabalhar a ingestão de lactose aos poucos. Vale lembrar que certos lacticínios com queijo têm menor quantidade de lactose, ao passo que sorvetes e leite têm maior quantidade”, explica a especialista. Uma alternativa apresentada pela médica para o controle da intolerância à lactose é diminuir as porções de leite a serem tomadas ou beber leite com outros alimentos, o que retarda o processo digestivo e diminui os sintomas. Na maior parte dos casos, a retirada parcial dos laticínios não provoca deficiências nutricionais. No entanto, quando o indivíduo tiver osteoporose ou outras condições em que a ingestão de cálcio exerce um papel importante, é fundamental procurar um nutricionista ou nutrólogo. Suplementação de lactase pode ajudar quem tem intolerância à lactose Já a suplementação de lactase tem como objetivo melhorar a digestão da lactose e evitar os sintomas causados pela intolerância. A enzima lactase é a responsável por quebrar a lactose e facilitar sua absorção. Esta abordagem é indicada, por exemplo, quando o um indivíduo tem alto grau de intolerância e deseja consumir um produto com lactose ou quando não é possível evitar o consumo de alimentos com lactose, como em almoços em família ou festas de aniversário. “Uma vez que a intolerância à lactose pode causar sintomas de diarreia, cólicas ou dores abdominais, gases, borborigmo (barulhos na barriga), estufamento, náuseas e vômitos, se o indivíduo seguir as medidas corretamente, com diminuição da ingestão de lactose e uso de lactase quando indicado, seus sintomas diminuirão muito, melhorando sua qualidade de vida”, conclui Dra. Carmen. *A lactase auxilia a digestão da lactose. Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2199-intolerancia-a-lactose

Devo mudar minha alimentação ao descobrir que sou intolerante à lactose?

Pelo menos 30% da população brasileira é intolerante à lactose*, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Trata-se de uma condição em que o corpo não produz a enzima lactase ou até produz, mas em quantidades insuficientes. Essa enzima é responsável pela decomposição da lactose, açúcar encontrado no leite e em produtos derivados. Ao consumir alimentos com lactose, uma pessoa intolerante pode apresentar uma série de sintomas, como diarreia, gases, distensão e dores abdominais. Para evitar que isso aconteça, o primeiro passo a ser tomado é procurar um médico para o diagnóstico e entender quais são as medidas mais importantes para o manejo da condição. Intolerante à lactose precisa diminuir consumo de leites e derivados ? Uma das etapas do manejo é prestar mais atenção aos alimentos consumidos. Há importante variabilidade interindividual entre as pessoas com intolerância à lactose, o que significa que algumas toleram mais ou menos quantidades de lactose presente nos alimentos. Segundo a gastroenterologista Carmen Pérez de Freitas, não é recomendado que pessoas intolerantes parem de ingerir leite e derivados: “A quantidade de alimentos à base de leite que pode ser ingerida depende do grau de intolerância que a pessoa apresenta e do tipo de alimento, uma vez que certos alimentos contêm menos lactose do que outros, caso do iogurte e do queijo”. De modo geral, as pessoas intolerantes à lactose em um grau menor não precisam deixar de consumir leites, iogurtes e queijos. Para elas, a diminuição pode ser suficiente. Uma forma de descobrir a quantidade de lactose que o corpo tolera é começar com uma dieta mais restrita e aumentar a ingestão desses alimentos pouco a pouco, observando se o consumo causou algum sintoma. O ideal é fazer este acompanhamento com um médico, para que ele auxilie no diagnóstico de tolerabilidade. Suplementação de lactase pode ajudar pessoas intolerantes Como alternativas, podem ser citadas a substituição por alimentos sem lactose e a suplementação da enzima lactase. “Hoje, temos a lactase disponível em farmácias, em cápsulas, comprimidos mastigáveis ou pó”, afirma o gastroenterologista Stéfano Gonçalves. A ideia é, ao consumir algo com lactose, seja um doce numa festa de aniversário, um sorvete ou uma pizza, tomar a lactase antes da refeição. Vale lembrar que qualquer mudança na alimentação deve ser feita com o auxílio de um nutricionista ou médico. Esta recomendação vale especialmente para pessoas com osteoporose. Esta doença é marcada pela redução considerável dos níveis de cálcio em pessoas acima dos 40 ou 50 anos de idade, o que provoca enfraquecimento dos ossos e torna-os mais suscetíveis a fraturas. Nestes casos, é imprescindível conversar com um nutricionista e com o médico responsável pelo tratamento da osteoporose antes de mudar a alimentação. *A lactase auxilia a digestão da lactose. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/noticias/nid/intolerancia-a-lactose/

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