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Dra. Bruna Pilan

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Doppler Venoso de membros inferiores: como é feito e para que serve?

O doppler venoso de membros inferiores ou ecodoppler venoso, é um exame de imagem por ultrassom que serve para avaliar o fluxo sanguíneo nas veias das pernas. Essa análise permite monitorar a saúde arterial, a estrutura das veias, e identificar possíveis alterações que possam estar causando problemas circulatórios. Para responder às dúvidas sobre o assunto, entrevistamos as cirurgiãs vasculares, Dra. Bruna Pilan e Dra. Mariana Raffo. A seguir, leia todos os detalhes que você precisa saber sobre o doppler venoso das pernas: como é feito, quais doenças pode identificar, etc. Doppler venoso dos membros inferiores serve para identificar doenças venosas agudas e crônicas A Dra. Bruna explica que o “Doppler venoso de membros inferiores é um exame de ultrassonografia que tem o objetivo de avaliar as veias do sistema venoso profundo e superficial. Com ele, é possível analisar a anatomia das veias (tamanho, trajeto, espessura da parede, etc.), o fluxo do sangue, sua velocidade e direção, além de identificar se há pontos de obstrução ou estreitamento”. Para entender como o exame funciona, em detalhes, é importante ter em mente que o aparelho de ultrassom emite ondas sonoras que “ecoam” ao encontrar as células sanguíneas em movimento. Ao captar essa movimentação, o ultrassom a transforma em imagens que representam o fluxo do sangue. A Dra. Mariana acrescenta que, geralmente, quando o exame de doppler é solicitado, “o paciente apresenta queixa de inchaço na perna que pode estar associada a dor de forte intensidade. Portanto, trata-se de um exame fundamental para, por exemplo, definir o tratamento para varizes dos membros inferiores e investigar suspeita de trombose venosa profunda”. A partir dos achados do exame, explicam as cirurgiãs, pode-se planejar procedimentos cirúrgicos ou não cirúrgicos nas veias das pernas. Além disso, o ultrassom (com ou sem doppler) pode ser complementar a outros exames e importante para a realização de cirurgias pouco invasivas. Nesse caso, o doppler nada mais é do que o método para analisar o fluxo sanguíneo. Ecodoppler venoso é indolor e é feito com aparelho de ultrassom sobre as pernas e áreas avaliadas Não há motivo para ter receio do exame de doppler venoso, já que ele não causa dor. Durante a avaliação, Bruna explica que “É utilizado um gel e o médico desliza o aparelho de ultrassom pelos pontos a serem avaliados, podendo ser feito com o paciente deitado (principalmente na avaliação de trombose aguda) e em pé (principalmente nos casos em que o objetivo é avaliar varizes e insuficiências venosas).” Além disso, a cirurgiã vascular Dra. Mariana detalha o seguinte: “caso o exame seja feito em pé, realizamos algumas compressões da panturrilha e também solicitamos ao paciente que execute manobras de valsalva para testar as veias”. A saber, a manobra de valsalva é uma técnica que consiste em expirar o ar com a boca e o nariz fechados, o que aumenta a pressão no tórax e diminui a entrada de sangue no coração. Para visualizar os resultados, é necessário o auxílio de cores para indicar a direção e velocidade do fluxo sanguíneo. A cirurgiã Mariana indica que “De uma forma geral, padronizamos que o vermelho indica o sangue se movendo em direção ao transdutor, padrão das artérias, enquanto o azul representa o sangue indo em direção contrária ao transdutor, que, por sua vez, é o padrão das veias. E quanto mais clara a cor, maior a velocidade do vaso avaliado”. É importante mencionar que a extensão da área avaliada pelo doppler venoso depende de cada caso. Uma avaliação completa, por exemplo, pode ir desde a virilha até o encontro do tornozelo com o pé. Sobre os preparos necessários para fazer o exame, na maioria dos casos, as médicas informam que não há nenhuma recomendação, além do paciente ter que estar bem alimentado, hidratado e vestindo roupas confortáveis. Além do doppler das pernas, podem ser solicitados análises e exames complementares Em casos específicos, quando é necessária a análise dos vasos intra-abdominais, a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) recomenda o preparo com dieta e medicação para diminuir a formação de gases intestinais que podem atrapalhar a visualização do exame. Além do exame de doppler, a Dra. Bruna conta que também podem ser solicitados angiorressonância venosa, angiotomografia venosa ou flebografia para avaliar a saúde vascular das pernas. Em alguns casos, Mariana adiciona que “É necessário complementar com o doppler abdominal de veias ilíacas. Além disso, alguns exames como a linfocintilografia para linfedema, e ultrassom DEXA para lipedema podem ajudar em certos diagnósticos”. De qualquer forma, é importante destacar que apenas um exame (inclusive o ecodoppler venoso) não é suficiente para fechar um diagnóstico. A cirurgiã vascular, Dra. Bruna, ressalta que “O doppler se trata de um método de diagnóstico complementar. Assim, o médico deve avaliar os sintomas, juntamente com a história clínica do paciente”. Diferença entre doppler e ecodoppler Agora, uma explicação importante: tecnicamente, ecodoppler e Doppler não são a mesma coisa. Doppler, ou efeito Doppler como é mais normalmente conhecido, é o nome do fenômeno físico caracterizado pelo aumento ou diminuição da frequência de ondas (de luz ou de som, por exemplo) devido à posição relativa do emissor e do receptor. Já o ecodoppler é o nome do exame que utiliza o efeito Doppler para aferir a estrutura dos vasos e as características da circulação sanguínea por meio de ondas sonoras. No entanto, para simplificar o conteúdo e torná-lo mais acessível para o público leigo, neste artigo usamos esses termos como sinônimos

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