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Dra. Anelisa Sena

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O que é distensão abdominal e quais são os sintomas?

Quem sofre com distensão abdominal costuma ter dúvidas frequentes sobre o assunto. Afinal, o que causa esse problema? E como aliviar o inchaço no abdômen, tão associado à essa condição? Para responder essas e outras perguntas, entrevistamos a gastroenterologista Dra. Anelisa Sena. Leia a seguir. A distensão abdominal tem efeitos persistentes, diferentemente do inchaço após grandes refeições De acordo com a gastroenterologista, o principal sintoma de distensão abdominal é o “aumento efetivo no volume do abdômen, que pode inclusive ser mensurável, seja por aumento da circunferência do abdômen, pela dificuldade de vestir alguma roupa, ou por fotos”. Esse aumento no tamanho do abdômen pode acontecer em questão de pouco tempo, dentro de poucas horas. Em geral, ele também está associado a algum gatilho alimentar, e seus sintomas podem ser mais duradouros e persistentes. Por outro lado, o inchaço pode acontecer principalmente após uma refeição volumosa, rica em fibras ou alimentos fermentativos. Nesses casos, a sensação é de que há pressão no abdômen, ou de que o estômago continua fazendo a digestão mesmo depois de muito tempo após a alimentação. Além disso, é comum sentir gases presos que eventualmente podem gerar flatulência. Por fim, outra diferença marcante é que, no caso do inchaço abdominal “Esses sintomas normalmente são transitórios e de curta duração”, adiciona a médica. Sintomas de distensão abdominal comuns Alguns sinais típicos da distensão abdominal, independentemente da gravidade, explica Anelisa, são o estufamento, dor abdominal, eructações (arrotos) e flatulência frequentes. Isso porque, como a distensão abdominal é persistente e duradoura, ela afeta bastante a qualidade de vida de quem sofre com o problema. Por isso, é preciso atenção a esses sinais, principalmente “Quando o paciente não está mais conseguindo fechar o botão da calça após o almoço, não se sente confortável para ir para uma reunião do trabalho pelo excesso de gases, ou, inclusive, para realizar alguma atividade física pela sensação de estufamento e dor”. As causas da distensão abdominal variam de intolerâncias alimentares a doenças mais graves As principais causas de distensão abdominal são as intolerâncias alimentares, como intolerância à lactose, frutose, e quadros funcionais com a Síndrome do intestino irritável. Além disso, Dra. Anelisa ressalta que existem problemas relacionados à “Constipação funcional e SIBO (supercrescimento bacteriano do intestino delgado), além de quadros de má absorção, como na doença celíaca e nas insuficiências pancreáticas”. Ainda, em caso de suspeita de distensão abdominal, é preciso avaliar outros motivos, como doenças inflamatórias e parasitoses intestinais, além do uso de alguns medicamentos que alteram o funcionamento do intestino. Da mesma forma, existem diversos fatores que podem contribuir para o aparecimento desses sintomas. Alguns exemplos que a gastroenterologista cita são o tempo de trânsito do intestino e a qualidade da microbiota intestinal. Mas o caso pode ser mais sério se existir uma hipersensibilidade do intestino aos gases presentes na região. Ansiedade, depressão e estresse podem causar distensão abdominal Situações de estresse, ansiedade, depressão, traumas, podem sim estar relacionadas à distensão abdominal. Isso porque, esses eventos influenciam diretamente na qualidade da microbiota e alteram seu funcionamento, aumentando a produção de gases, o que gera uma hipersensibilidade na área. Isso acontece porque, além do próprio sistema nervoso entérico (que controla o sistema digestivo), Dra. Anelisa explica que “através do eixo cérebro-intestino, temos conexões neurais diretas interligando esses sistemas que transformam o trato gastrointestinal em um órgão extremamente influenciável por questões neurológicas e de saúde mental”. Por motivos como esse, é comum que pessoas com síndrome do intestino irritável relatem uma piora nos sintomas durante períodos de estresse elevado. Investigar a causa dos sintomas de abdômen distendido é importante para manter a qualidade de vida Devido ao fato da distensão e do inchaço serem facilmente confundidos, muitas vezes, o problema pode passar anos sem ser investigado, mesmo que prejudique a qualidade de vida da pessoa e que possa ser o sintoma de uma causa mais grave. Apesar de, na maioria das vezes, a distensão ser um sintoma de condições benignas, existem alguns sinais de alarme que devem ser observados. Eles são “Despertar noturno pelos sintomas de dor, perda de peso, presença de sangue ou gordura nas fezes, febre ou vômitos frequentes”, detalha a gastroenterologista. Entre as causas mais graves de distensão abdominal, existem as doenças hepáticas como a cirrose e ascite, neoplasia de cólon ou ovário, obstruções intestinais e endometriose. Prevenir a distensão abdominal envolve adotar hábitos saudáveis e ter controle emocional Segundo a médica, práticas que aliviam os sintomas de distensão abdominal são “Manter atividade física regular de pelo menos 150 minutos por semana, manter uma postura correta, comer devagar, longe das telas e mastigar bem os alimentos”. Além disso, técnicas de manejo do estresse, como meditação, respiração profunda e terapias psicológicas, podem ser eficazes na redução dos sintomas associados a fatores emocionais. Até porque, não existe uma única orientação sobre os alimentos que podem causar distensão abdominal, já que variam de pessoa para pessoa, conforme a causa do problema. Algumas recomendações comuns são evitar alimentos que têm propriedades mais fermentativas, como os derivados do leite, e alguns vegetais como brócolis, repolho, couve-flor, etc. Também é preciso avaliar com o auxílio de um nutricionista o consumo de frutas como maçãs, damascos, bananas, pêssegos, peras, ameixas secas, passas; alimentos com trigo, aveia, leguminosas como feijões e lentilha, além dos alimentos fritos, gordurosos, ricos em açúcar refinado, ultraprocessados e bebidas gaseificadas.

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