
Dra. Ana Paula Midori Eyama Imai
Pediatria
Biografia
Dra. Ana Paula Midori Eyama Imai é graduada em Medicina, fez residência médica em Pediatria pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), tem especialização em Cardiologia Pediátrica e Ecocardiografia Pediátrica e tem título de especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Artigos
Gripes ou resfriados – saiba como diferenciar em crianças
As baixas temperaturas podem deixar os pais preocupados. Afinal, essa é a época em que as crianças mais contraem infecções respiratórias, como gripe ou resfriado, além de alergias. Mas, como diferenciar gripe ou resfriados e aumentar a imunidade dos pequenos e evitar esse tipo de doença durante o outono e o inverno? Para responder essa pergunta, conversamos com a pediatra Ana Paula Midori, que esclareceu dúvidas sobre o assunto. Confira! Como diferenciar gripe ou resfriado em crianças Os sintomas das duas doenças às vezes são confundidos, de tão parecidos que são. Mas, então, como saber se é gripe ou resfriado? A médica destaca diferenças importantes entre os dois quadros: “O resfriado pode apresentar coriza, espirros, tosse e mal-estar. A febre é mais comum na gripe, que costuma deixar a criança mais prostrada e apática”. Sabemos que gripe e resfriado, bem como alergias respiratórias, são muito comuns durante o inverno e o outono. Mas, por que a época do frio deixa as crianças tão suscetíveis a doenças oportunistas? A pediatra explica: “No inverno, as temperaturas são mais baixas e o ar é mais seco e isso faz com que os vírus sobrevivam por mais tempo. Além disso, frequentamos mais ambientes fechados, facilitando a transmissão das doenças respiratórias”. Como evitar gripes e resfriados em crianças Por mais que adultos sofram com os efeitos do inverno, as crianças são mais suscetíveis aos problemas de saúde típicos da estação. Dra. Ana Paula explica por que isso acontece: “O sistema imunológico delas é diferente. Como ainda não tiveram muito contato com microrganismos, podemos dizer que a imunidade adquirida é baixa. Além disso, crianças ficam mais próximas umas das outras, compartilham utensílios e levam as mãos à boca com muito mais frequência”. Então, como tratar resfriado e gripe nos pequenos e evitar novos casos? Para isso, é preciso manter o sistema imune das crianças em pleno funcionamento, fazendo com que as próprias defesas do organismo deem conta da recuperação do corpo. A pediatra dá algumas dicas de como aumentar a imunidade infantil. “O ideal é fortalecer a imunidade com uma boa alimentação, desde a amamentação até uma boa refeição, mantendo uma alimentação saudável em quantidade e qualidade. Tomar vacinas e praticar esportes também é importante”, recomenda a pediatra. É importante lembrar que a vacina da gripe é ofertada gratuitamente para as crianças no SUS e a imunização deve ocorrer todos os anos.
Entenda a importância da vacina na vida das crianças no Dia Nacional da Vacinação
No dia 17 de outubro é comemorado o Dia Nacional da Vacinação. Esta data foi criada para destacar a importância da vacina para a saúde das crianças e estimular que pais e responsáveis mantenham o calendário de vacinação infantil em dia. Quer entender mais sobre como as vacinas ajudam a vida das crianças? Continue lendo este texto para descobrir. A importância da vacina é indiscutível e não depende da idade da pessoa que vai tomar. “A vacina é uma forma fraca ou inativa do causador da doença. Dessa forma, o sistema de defesa do organismo passa a produzir anticorpos que irão combater a doença quando a pessoa entrar em contato com o vírus ou bactéria novamente”, explica a pediatra Ana Eyama. Saiba mais sobre a importância da vacina para as crianças No entanto, para as crianças, uma particularidade torna a vacinação ainda mais necessária. “As crianças são suscetíveis a muitas doenças causadas por vírus e bactérias porque ainda não possuem o sistema imunológico ‘maduro’ para combatê-las”, alerta a médica. Nos pequenos, este sistema ainda está aprendendo a se defender, num complexo processo que só termina na pré-adolescência. Outro ponto valioso sobre a vacinação infantil é que algumas vacinas evitam a transmissão de doenças infectocontagiosas, o que reforça ainda mais a importância da vacina. Por exemplo: uma criança vacinada contra o sarampo, ao entrar em contato com o vírus causador da doença, não desenvolve sintomas na maioria dos casos e não transmite para outras crianças, freando a circulação do vírus e evitando surtos de sarampo. Vacinação infantil: quais vacinas uma criança precisa tomar? “As principais vacinas são as que estão no calendário de vacinação infantil do Sistema Único de Saúde (o Calendário Nacional de Imunização) e algumas exclusivamente em clínicas privadas. Incluem vacina contra a poliomielite, coqueluche, hepatite A e B, Haemophilus influenzae, difteria, tétano, coqueluche, rotavírus, influenza, pneumococos, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, HPV, dengue, meningococos A, C, W, Y, B”, cita a especialista. A campanha de vacinação contra a COVID-19 impactou consideravelmente a logística e a organização dos postos em que ocorre, normalmente, a vacinação de outras doenças. Apesar destes fatores e da maior movimentação nestes lugares, é fundamental levar as crianças para tomar as vacinas habituais. Procure descobrir se há postos mais vazios ou busque ir em horários alternativos, em que as filas são menores. O mais importante é não deixar de vacinar os pequenos! Quer saber mais sobre a importância da vacina? Leia também nosso texto sobre as vacinas contra a COVID-19!
40 graus de febre em criança é perigoso? Como os pais devem agir?
A febre é um sintoma presente em muitas doenças, como a gripe, e se caracteriza pela temperatura corporal acima de 37,5ºC. Nas crianças, ela deixa muitos pais e responsáveis preocupados e alguns correm para o atendimento médico assim que constatam a temperatura no termômetro. Mas, e um quadro de 40 graus de febre em criança? É realmente perigoso? O que os pais e responsáveis devem fazer? Confira! Criança com 40 graus de febre é motivo de alerta! Primeiramente, é preciso entender que a febre em criança não é sempre algo ruim. Na verdade, é um sinal de que alguma coisa está errada, como explica a pediatra Ana Eyama: “É uma resposta normal de defesa do nosso corpo frente a algo que possa causar um dano. Quando a febre se manifesta, é sinal de que nosso corpo está trabalhando, levando sangue e células de defesa para protegê-lo”. Uma febre baixa não é motivo para pânico. Mas, uma criança com 40 graus de febre é algo que chama mais atenção. A resposta, segundo a médica, deve ser rápida: “Em crianças pequenas, especialmente as menores de 3 meses, precisamos ficar alertas e procurar rapidamente orientação médica. E o mais importante é a febre estar associada com sintomas, como queda de estado geral, irritabilidade intensa ou sonolência, cefaleia, manchas no corpo, vômitos e falta de ar”. Como agir em caso de febre em criança? E febre alta? Segundo a especialista, é importante sempre usar o bom senso quando perceber que a febre em criança. “Crianças ativas, brincando, com bom estado geral, podemos hidratar e postergar o uso do antitérmico. Se estiver com febre baixa, 37,8ºC, mas estiver quietinha, sem querer brincar, por exemplo, já pode ser medicada”, afirma a médica. No entanto, se a temperatura aferida no termômetro estiver acima de 37,8ºC, a resposta deve ser diferente. “A partir de 37,8°C, devemos observar e aferir novamente em até 30 minutos. Até lá, oferecer líquidos como água ou soro de reidratação oral. Se a temperatura mantiver alta, utilizar antitérmicos”, recomenda Dra. Ana. Vale lembrar que, não somente nos casos de 40 graus de febre, mas em todos os casos de febre alta, é fundamental estar em contato com o seu pediatra de confiança. Somente ele poderá indicar as medidas mais importantes para a criança! Foto: Shutterstock
Calor e frio no mesmo dia? Saiba como as mudanças no tempo afetam a saúde das crianças!
Você acorda e está uma bela manhã de sol e, quando menos espera, o tempo esfria e cai uma chuva daquelas! Essa situação é familiar para você? Quem tem filhos sabe que as mudanças de temperatura repentinas podem impactar diretamente a imunidade infantil, prejudicando a saúde da criança. Mas por que isso acontece e como podemos evitar que os pequenos fiquem expostos a esse problema? A pediatra Ana Paula Midori conversou com a equipe do Cuidados Pela Vida sobre esse assunto e esclareceu as principais dúvidas, como como preservar a saúde infantil e o que é bom para aumentar a imunidade. Confira! Gripe e resfriado são infecções comuns quando há oscilação de temperatura De acordo com a pediatra, o frio e o calor têm impactos diretos na saúde: cada um deles possui especificidades que possibilitam o surgimento de algumas doenças. “No frio tendemos a ficar em ambientes aglomerados e fechados predispondo à transmissão de doenças, principalmente as respiratórias”, explica Ana Paula. “No calor, a contaminação oral é mais comum, pois os alimentos se deterioram com facilidade, os microorganismos se proliferam mais rapidamente nos alimentos. As crianças envolvem-se em brincadeiras em piscinas e praias, se expondo a outros germes e bactérias”. A médica enfatiza que as doenças mais comuns no verão são gastroenterites, que se manifestam com vômitos e diarreias. Porém, quando a mudança de tempo é brusca, como nos dias em que faz calor e frio em menos de 24h, os impactos na saúde dos pequenos. “A oscilação de temperatura afeta a imunidade e aumenta o risco de infecções nas crianças, sendo as respiratórias as mais comuns”, explica Dra. Ana Paula. “A mucosa nasal e de todo o trato respiratório se altera, o que predispõe os vírus e as bactérias encontrarem um ambiente propício para sua proliferação. Há também o agravante do tempo seco que resseca as vias aéreas impedindo que o muco protetor elimine os microorganismos”, comenta. Por isso, doenças como gripes e resfriados, além de crises alérgicas são muito comuns nas mudanças de tempo. Saúde da criança: como manter a imunidade infantil em dia Mas afinal, o que é bom para aumentar a imunidade? É possível proteger as crianças das oscilações climáticas? A boa notícia é que sim, dá para evitar a queda da imunidade infantil, de acordo com Ana Paula. “Medidas de higiene como lavagem das mãos e a higiene nasal (lavagem nasal com soro fisiológico) podem evitar, ou pelo menos diminuir, os quadros de doenças”, explica a pediatra. Hábitos diários também podem fazer a diferença na vida das crianças e são capazes de otimizar os quadros até mesmo quando a doença já está em curso. “Uma boa alimentação, hidratação e uma ótima noite de sono ajudam o sistema imunológico a se fortalecer”, diz a médica. “De resto, evitar ambientes aglomerados, agasalhar-se e estar prevenido para ondas de frio”, finaliza.
Como a alimentação equilibrada ajuda o rendimento escolar das crianças?
Ter uma boa alimentação é imprescindível para a saúde, especialmente para as crianças, cujos corpos ainda estão em fase de desenvolvimento e estão aprendendo a se defender de vírus, bactérias e outras ameaças. Os pais devem incentivá-las a manter uma alimentação equilibrada e balanceada, que trará benefícios até mesmo para o rendimento escolar. Falta de nutrientes dificulta aprendizagem das crianças nas escolas É preciso que as refeições sejam pensadas com o objetivo de abranger diversos nutrientes e substâncias, mas sem exageros. “O desenvolvimento cognitivo depende de nutrientes e vitaminas e minerais, como o ferro. Alimentos gordurosos e com excesso de açúcar podem prejudicar a memória e a aprendizagem”, afirma a pediatra Ana Paula Eyama Imai. Hoje, a alimentação das crianças brasileiras é rica em açúcar, gordura e sal. Frutas, legumes, verduras acabam ficando, na maioria das vezes, fora do cardápio. Como consequência, temos um aumento de crianças com sobrepeso e obesidade nos últimos anos, que costumam apresentar falta de energia, desinteresse em aprender, e consequentemente, baixo rendimento escolar. Desequilíbrio de nutrientes pode causar anemia nas crianças Uma alimentação desequilibrada, com deficiência de um ou mais nutrientes, gera ainda outras consequências graves para as crianças. “Pode acarretar em hipovitaminoses, anemia, distúrbios do metabolismo. A gente é o que a gente come! Se não comermos bem, impossível sermos saudáveis”, alerta Ana Paula. Os pais podem garantir uma alimentação balanceada para que seus filhos cresçam saudáveis. Para isso, a primeira atitude a ser tomada é dar o exemplo, fazer compras com as crianças também costuma ser útil. “Evitar a monotonia e a repetição dos alimentos e a forma na qual eles são apresentados, incentivando variedade e qualidade dos alimentos. Ensinar a experimentar também pode ajudar”, recomenda a profissional. Foto: Shutterstock