
Dra. Ana Paula K. Pires Simão
Nutrologia e Pediatria
Biografia
Dra. Ana Paula K. Pires Simão é médica pediatra formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Realizou residência médica em Pediatria no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus. Atualmente faz pós-graduação em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia ABRAN. Atuou em hospitais de São Paulo no setor de neonatologia e UTI pediátrica. Médica do grupo Fleury.
Artigos
Merenda escolar: Quais são as opções mais saudáveis para os filhos?
A escolha da merenda escolar dos filhos pode até ser algo extremamente simples, mas é importante que os pais tenham atenção com os alimentos que seus pequenos consomem. Isso porque é comum que as crianças prefiram comer produtos industrializados, como biscoitos, bolos e batatas chips, na hora do recreio, que geralmente são cheios de açúcar, gordura e sal, três elementos que, em excesso, são bem prejudiciais. Alimentos naturais e nutritivos devem ser priorizados na merenda Tendo em vista que esses alimentos são muito calóricos, gordurosos e pouco nutritivos, fica a cargo dos pais orientar os filhos a levarem lanches mais saudáveis. É fundamental que os pais busquem uma dieta balanceada, para que a criança absorva todas as vitaminas e minerais necessários em sua alimentação. “Sempre oriento mandar um carboidrato (pão com requeijão, bolo), água, chá ou água de coco natural” e uma fruta in natura (mas não o suco de fruta de caixinha, que só tem açúcar, e nem mesmo o suco natural, pois este possui muita frutose, que é o açúcar da própria fruta)”, comenta a pediatra Ana Paula Pires. Convencendo os filhos a substituir frutas por biscoitos Contudo, convencer os filhos a levarem esses alimentos mais saudáveis para o colégio, enquanto os colegas comem tudo aquilo que é considerado mais gostoso, acaba sendo um desafio. Por isso mesmo é válido acostumá-los desde cedo a gostar das opções mais nutritivas. Isso pode, inclusive, levar a escolhas mais saudáveis ao longo da vida. “O melhor jeito é o exemplo. Ou seja, se os pais têm o hábito de comer na frente dos filhos coisas naturais, saudáveis, a tendência é que os pequenos passem a comer também esses alimentos, sem nenhum esforço. Mais do que isso, é provável que eles apreciem e façam questão de ter esses itens em suas lancheiras”, conclui. Foto: Shutterstock
Paladar infantil: Como acostumar os pequenos a comer alimentos saudáveis?
A maneira ideal de acostumar o paladar das crianças com alimentos saudáveis é iniciar a prática desde cedo, assim que o neném completar seis meses de vida. Antes disso, é muito importante o aleitamento materno exclusivo. A introdução alimentar deve começar já de cara com frutas, verduras, legumes e proteínas. Novas comidas e sabores para crianças “Isto deve ser feito de forma variada, mudando o jeito de preparo dos alimentos. É importante ter paciência, pois o bebê está aprendendo a sentir outros sabores diferentes do leite do peito. Então não é para desanimar com a possível rejeição inicial. Aos poucos, deve-se ir aumentando a variedade da dieta”, explica a pediatra Ana Paula Pires Simão. A médica acrescenta que não se deve adicionar sal e temperos prontos na alimentação, assim como açúcar, até os dois anos de idade, pois este é o período de formação do paladar das crianças. “Muitos estudos mostram que essa programação metabólica já acontece desde a gestação, então é muito importante a mãe se alimentar bem desde quando o bebê ainda está em sua barriga”. Pais devem ser criativos e persistentes: pratos coloridos e contar historinhas Para estimular a criança a comer alimentos diferentes, Ana Paula sugere que sejam feitas ações divertidas no momento da refeição, mas sem exageros. “Na hora da alimentação não deve-se fazer brincadeiras, pois distrai a criança. Isso pode ser ruim pois ela está em uma fase de aprendizado. Sempre aconselho os pacientes a desligar televisão. O que se pode fazer é um prato colorido, com desenhos e outras coisas do tipo”. Vale ressaltar que não existe um método certeiro que vai fazer com que a criança coma tudo de primeira, sem reclamar. Este processo é gradativo e por isso é importante que os pais tenham paciência e insistam de forma responsável. “Se a criança não gostar de determinado alimento, tente prepará-lo de outra forma ou dê um intervalo antes de oferecê-lo novamente. Segundo estudos, temos que oferecer 15 vezes o mesmo alimento à criança para estabelecer que ela realmente não gostou dele”. Foto: Shutterstock