
Dra. Ana Catarina de Medeiros Periotto
Cardiologia
Biografia
Dra. Ana Catarina de Medeiros Periotto é formada em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Fez residência médica em Clínica Médica no Hospital Municipal Salgado Filho, no Rio de Janeiro, e em Cardiologia no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HSERJ). Possui pós-graduação em Treinamento Profissional em Ecocardiografia pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ) e em Medicina do Trabalho pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Artigos
Hipertensão: Você sabia que a doença pode causar danos até mesmo nos olhos?
Caracterizada pelo aumento da pressão arterial, a hipertensão é uma das doenças crônicas mais discutidas atualmente devido ao grande número de diagnósticos: segundo o Ministério da Saúde, mais de 24% da população brasileira tem pressão alta. O problema afeta principalmente o coração e o cérebro, mas a hipertensão pode prejudicar também a saúde dos olhos. Danos na visão podem ser detectados em consulta “A hipertensão descontrolada gera dilatações e obstruções dos microvasos da retina, órgão responsável pela visão”, afirma a cardiologista Ana Catarina de Medeiros Periotto. Os olhos, assim como os rins, são muito afetados pelas alterações causadas pela pressão alta e, por isso, são considerados órgãos-alvos da doença. Como a hipertensão não provoca sintomas, com exceção dos casos já bastante avançados, os prejuízos à retina só são detectados quando o paciente ou o médico percebem que há algo de errado. Portanto, é importante se consultar frequentemente com um profissional. “Alterações iniciais destes vasos podem ser detectadas em um simples exame de fundo de olho no consultório e dizem muito se a hipertensão está bem controlada”, diz a especialista. Hipertensão sem tratamento pode provocar cegueira Se não forem detectados e tratados adequadamente, os danos na visão podem levar o paciente hipertenso a ficar cego. “Quando um vaso da retina se rompe, pode haver cegueira parcial ou total, dependendo da extensão do sangramento, que acontece dentro do olho e cujo único sintoma é a cegueira que se instala de repente”, explica Ana Catarina. A principal forma de evitar que isso aconteça é manter a pressão controlada por meio do tratamento prescrito, que inclui o uso de medicações anti-hipertensivas e mudanças nos hábitos. “É possível controlar a pressão com as mudanças do estilo de vida como parar de fumar, parar de tomar bebidas alcoólicas, comer mais frutas, verduras e legumes e menos alimentos de origem animal e fazer atividades físicas aeróbicas”, cita a cardiologista. Foto: Shutterstock
Perder peso ajuda a controlar a pressão alta? Por quê?
É provável que você conheça ou conviva com alguém que sofre de pressão alta, já que segundo o Ministério da Saúde, 35% da população brasileira tem hipertensão arterial, o que engloba cerca de 17 milhões de pessoas. Trata-se de uma doença crônica que pode acarretar sérios riscos à vida. A boa notícia é que dá para conviver melhor com a hipertensão no dia a dia, adotando alguns hábitos e evitando outros. Convidamos a cardiologista Ana Catarina Periotto para te explicar o que é bom para pressão alta. Confira! Mudar o estilo de vida faz a diferença para hipertensos A hipertensão não tem cura, mas é possível viver com qualidade de vida com algumas mudanças no cotidiano, como recomenda a cardiologista: “Praticar caminhadas e atividades aeróbicas regularmente, beber de 2 a 3 litros de água por dia, aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes, tomar as medicações diariamente mesmo que não apresente sintomas, verificar a pressão com frequência, pois a hipertensão pode ser silenciosa e não apresentar sintomas na maioria das pessoas”. Uma dica interessante é incrementar o cardápio com alimentos diuréticos, como melancia, melão e abacaxi. Além da água, é possível variar a dieta com chás de ervas e sucos naturais. Esses alimentos diminuem o inchaço provocado pela retenção de líquidos causada pela pressão alta e ainda ajudam a eliminar toxinas. Carnes e laticínios magros, como queijo branco e iogurte desnatado, são boas opções para incluir em uma alimentação balanceada. Ao mesmo tempo, também é importante cortar algumas práticas que podem agravar a hipertensão arterial. “É preciso reduzir o sal da alimentação, o uso de alimentos industrializados e condimentados e de gordura saturada”, explica Dra. Ana Catarina. A médica ainda lembra que evitar o tabagismo e o consumo de álcool também são medidas benéficas para quem sofre com a pressão alta. Evitar o estresse também é importante. “O tratamento deve aliar, basicamente, mudança do estilo de vida aliado aos medicamentos de uso contínuo”, informa a especialista. Pressão alta: sintomas que servem de alerta A pressão arterial elevada é considerada uma doença silenciosa, ou seja, que não costuma provocar sintomas na maioria dos pacientes. Os sintomas geralmente se manifestam na crise hipertensiva, que ocorre quando há um pico na regulação arterial em quem ainda não tem a doença controlada. Os sintomas de pressão alta incluem dor de cabeça, e tontura, sonolência e zumbido no ouvido. Problemas como visão dupla ou embaçada, dificuldades para respirar e enjoo também podem fazer parte desse quadro. Ao sentir qualquer um dos sintomas da pressão alta, o mais indicado é procurar um pronto-socorro imediatamente. Caso não tratada, a doença pode causar complicações. “A hipertensão leva a infarto, aneurismas, AVC, infarto, insuficiência renal e cegueira”, explica Dra. Ana Catarina. Como é possível já conviver com a doença sem ter crises, é necessário fazer check-ups constantes e estar alinhado com as recomendações de seu cardiologista. Dados do Ministério da Saúde: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica15.pdf Foto: Shutterstock
O que é bom para pressão alta? Saiba que medidas ajudam a tratar hipertensão no dia a dia
É provável que você conheça ou conviva com alguém que sofre de pressão alta, já que segundo o Ministério da Saúde, 35% da população brasileira tem hipertensão arterial, o que engloba cerca de 17 milhões de pessoas. Trata-se de uma doença crônica que pode acarretar sérios riscos à vida. A boa notícia é que dá para conviver melhor com a hipertensão no dia a dia, adotando alguns hábitos e evitando outros. Convidamos a cardiologista Ana Catarina Periotto para te explicar o que é bom para pressão alta. Confira! Mudar o estilo de vida faz a diferença para hipertensos A hipertensão não tem cura, mas é possível viver com qualidade de vida com algumas mudanças no cotidiano, como recomenda a cardiologista: “Praticar caminhadas e atividades aeróbicas regularmente, beber de 2 a 3 litros de água por dia, aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes, tomar as medicações diariamente mesmo que não apresente sintomas, verificar a pressão com frequência, pois a hipertensão pode ser silenciosa e não apresentar sintomas na maioria das pessoas”. Uma dica interessante é incrementar o cardápio com alimentos diuréticos, como melancia, melão e abacaxi. Além da água, é possível variar a dieta com chás de ervas e sucos naturais. Esses alimentos diminuem o inchaço provocado pela retenção de líquidos causada pela pressão alta e ainda ajudam a eliminar toxinas. Carnes e laticínios magros, como queijo branco e iogurte desnatado, são boas opções para incluir em uma alimentação balanceada. Ao mesmo tempo, também é importante cortar algumas práticas que podem agravar a hipertensão arterial. “É preciso reduzir o sal da alimentação, o uso de alimentos industrializados e condimentados e de gordura saturada”, explica Dra. Ana Catarina. A médica ainda lembra que evitar o tabagismo e o consumo de álcool também são medidas benéficas para quem sofre com a pressão alta. Evitar o estresse também é importante. “O tratamento deve aliar, basicamente, mudança do estilo de vida aliado aos medicamentos de uso contínuo”, informa a especialista. Pressão alta: sintomas que servem de alerta A pressão arterial elevada é considerada uma doença silenciosa, ou seja, que não costuma provocar sintomas na maioria dos pacientes. Os sintomas geralmente se manifestam na crise hipertensiva, que ocorre quando há um pico na regulação arterial em quem ainda não tem a doença controlada. Os sintomas de pressão alta incluem dor de cabeça, dor na nuca e tontura, sonolência e zumbido no ouvido. Problemas como visão dupla ou embaçada, dificuldades para respirar e enjoo também podem fazer parte desse quadro. Ao sentir qualquer um dos sintomas da pressão alta, o mais indicado é procurar um pronto-socorro imediatamente. Caso não tratada, a doença pode causar complicações. “A hipertensão leva a infarto, aneurismas, AVC, infarto, insuficiência renal e cegueira”, explica Dra. Ana Catarina. Como é possível já conviver com a doença sem ter crises, é necessário fazer check-ups constantes e estar alinhado com as recomendações de seu cardiologista. Dados do Ministério da Saúde: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica15.pdf Foto: Shutterstock
O que são coágulos sanguíneos? Por que eles são perigosos?
Os coágulos sanguíneos são estruturas que se formam naturalmente no corpo como uma forma de bloquear feridas. Eles fazem parte do sistema de cicatrização do organismo, para impedir a perda de sangue quando surgem traumas e ferimentos com sangramento. No entanto, a formação dos coágulos nem sempre é positiva. Há casos que são perigosos e que representam uma ameaça à saúde. Coágulos sanguíneos podem causar infarto e embolia pulmonar “Muitas vezes, os coágulos podem se formar de forma excessiva e descontrolada e em lugares inapropriados, como dentro de uma artéria ou de uma veia. Quando isso acontece, os coágulos podem interromper um fluxo fundamental do sangue e causar sofrimento a órgãos e tecidos”, alerta o cardiologista Marcus Gaz. Segundo a também cardiologista Ana Catarina de Medeiros Periotto, uma série de fatores podem facilitar a formação de coágulos dentro dos vasos, como placas de gordura nas artérias, doenças genéticas, varizes e câncer. “Quando o coágulo se forma dentro de uma artéria, por exemplo, no cérebro, temos o risco de infarto ou derrame (AVC isquêmico). Quando se forma dentro de uma veia temos o risco de trombose venosa, que pode ter como complicação a embolia pulmonar“, diz a médica. Como funciona o tratamento dos coágulos? Os coágulos sanguíneos são formados pela chamada cascata de coagulação que ativa uma série de proteínas que estão no sangue. Segundo Ana Catarina, os coágulos são constituídos de plaquetas, um dos componentes do sangue, e fibrina, uma proteína. Quando é necessário tratá-los, os especialistas utilizam medicações orais ou injetáveis que bloqueiam a cascata, como os anticoagulantes. Já a prevenção dos coágulos é feita seguindo as principais medidas de prevenção das doenças responsáveis por seu surgimento. É importante adotar hábitos saudáveis capazes de ajudar na prevenção do câncer e da presença de placas de gordura nas artérias, como fazer atividade física, manter o peso ideal, não fumar e ter uma alimentação saudável, composta de mais fibras, verduras, legumes e frutas e menos carne vermelha e gordura. Medicamentos que impedem a agregação das plaquetas (ex: acido acetilsalicílico, clopidogrel), também são utilizados em muitos casos. Foto: Shutterstock
Hipertensão: Por que a hipertrofia do coração é prejudicial ao órgão?
A hipertensão é uma doença em que os níveis da pressão arterial ficam perigosamente alterados, fazendo com que as artérias exerçam certa resistência ao sangue bombeado pelo coração, provocando uma sobrecarga no órgão e aumentando os riscos de AVC e de infarto. Uma das complicações da pressão arterial é a hipertrofia do coração. Hipertrofia do coração aumenta o risco de arritmias A chamada hipertrofia cardíaca é o aumento do tamanho do coração, que acontece quando o organismo precisa que o órgão trabalhe de forma mais intensa. No entanto, esse quadro pode gerar problemas: “A hipertrofia do coração diminui a elasticidade do músculo cardíaco e altera a sua complacência, ou seja a capacidade de distender para encher-se de sangue. O coração fica mais rígido e menos complacente, além de mais sujeito a arritmias cardíacas”, explica a cardiologista Ana Catarina Periotto. De acordo com a médica, alguns fatores podem levar a uma hipertrofia do coração, como doenças renais, fatores genéticos e um quadro de hipertensão mal controlado. “Se a causa for a hipertensão, quanto melhor e mais controlada, maior é a possibilidade de melhora do grau de hipertrofia. Mas, se a causa for genética ou renal, o problema é irreversível e, nestes casos, são usados medicamentos vasodilatadores e betabloqueadores para impedir sua progressão e melhorar a performance cardíaca”, informa a especialista. Disfunções no coração podem levar à morte O coração é um órgão vital e qualquer alteração em seu funcionamento provoca mudanças em todo o corpo e pode, muitas vezes, ser letal. É o caso da hipertrofia do coração e do infarto. Segundo o Ministério da Saúde, todo ano cerca de 300 mil pessoas sofrem um infarto agudo do miocárdio, que acaba sendo fatal para 30% dos casos. Por isso, é fundamental monitorar a saúde cardíaca e buscar ajuda médica assim que notar qualquer sinal de que algo não vai bem. É recomendado também evitar os fatores de risco que levam a um quadro de hipertensão, principalmente as pessoas que têm predisposições genéticas a algum problema cardíaco. Consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas, sedentarismo, obesidade, estresse e alimentação rica em sal e gordura são alguns dos fatores que colaboram para o aumento dos níveis da pressão arterial. Dados do Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/2796-meu-coracao-seu-coracao-tema-deste-29-9-dia-mundial-do-coracao-2018
A insônia pode ser um fator no desenvolvimento da hipertensão?
A dificuldade para dormir ou para se manter dormindo ao longo da noite é um distúrbio bastante comum entre os brasileiros e é chamado de insônia. Além de atrapalhar o descanso durante a noite, a doença ainda gera consequências no dia seguinte, como cansaço físico e desatenção. No entanto, um dos maiores problemas é que a insônia facilita o desenvolvimento da hipertensão. Com insônia, pressão arterial não diminui durante a noite “Nosso corpo precisa de descanso. Uma noite mal dormida já pode elevar a pressão. A insônia crônica predispõe ao aparecimento de hipertensão em pessoas sem a doença e pode piorar o controle da pressão em hipertensos previamente compensados”, explica a cardiologista Ana Catarina de Medeiros Periotto. Durante o sono, a pressão arterial e os batimentos cardíacos, geralmente, têm uma queda de 10mmHg. De acordo com a médica, a falta de repouso noturno já indica uma tendência à hipertensão ou que a pressão não está devidamente controlada, o que pode ser verificado em exames. “Tem sido demonstrado que pacientes que não apresentam expressiva queda noturna da pressão sofrem aumento na frequência de eventos cardiovasculares. Foi observado em hipertensos que a queda inferior a 10% relacionava-se a um pior prognóstico cardiovascular”, alerta a especialista. Apneia do sono também contribui para o surgimento da hipertensão No entanto, a insônia não é o único distúrbio do sono capaz de prejudicar a saúde do sistema cardiovascular. “Pessoas com apneia do sono, por exemplo, apresentam um risco duas vezes maior de infarto e derrame, comparando com a população em geral”, diz a profissional, o que ressalta a importância de buscar um sono de melhor qualidade. Existem evidências crescentes de que a hipertensão arterial e a apneia do sono frequentemente coexistem, não somente por causa de fatores de risco em comum, como obesidade e sedentarismo, mas porque a apneia contribui para o aumento da pressão. Ana Catarina afirma ainda que o tratamento da apneia do sono com aparelhos respiratórios chamados de CPAP consegue melhorar o quadro de hipertensão. Foto: Shutterstock