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Dra. Ana Catarina de Medeiros Periotto

Cardiologia

Biografia

Dra. Ana Catarina de Medeiros Periotto é formada em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Fez residência médica em Clínica Médica no Hospital Municipal Salgado Filho, no Rio de Janeiro, e em Cardiologia no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HSERJ). Possui pós-graduação em Treinamento Profissional em Ecocardiografia pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ) e em Medicina do Trabalho pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Artigos

O que são coágulos sanguíneos? Por que eles são perigosos?

Os coágulos sanguíneos são estruturas que se formam naturalmente no corpo como uma forma de bloquear feridas. Eles fazem parte do sistema de cicatrização do organismo, para impedir a perda de sangue quando surgem traumas e ferimentos com sangramento. No entanto, a formação dos coágulos nem sempre é positiva. Há casos que são perigosos e que representam uma ameaça à saúde.   Coágulos sanguíneos podem causar infarto e embolia pulmonar   “Muitas vezes, os coágulos podem se formar de forma excessiva e descontrolada e em lugares inapropriados, como dentro de uma artéria ou de uma veia. Quando isso acontece, os coágulos podem interromper um fluxo fundamental do sangue e causar sofrimento a órgãos e tecidos”, alerta o cardiologista Marcus Gaz. Segundo a também cardiologista Ana Catarina de Medeiros Periotto, uma série de fatores podem facilitar a formação de coágulos dentro dos vasos, como placas de gordura nas artérias, doenças genéticas, varizes e câncer. “Quando o coágulo se forma dentro de uma artéria, por exemplo, no cérebro, temos o risco de infarto ou derrame (AVC isquêmico). Quando se forma dentro de uma veia temos o risco de trombose venosa, que pode ter como complicação a embolia pulmonar“, diz a médica. Como funciona o tratamento dos coágulos?   Os coágulos sanguíneos são formados pela chamada cascata de coagulação que ativa uma série de proteínas que estão no sangue. Segundo Ana Catarina, os coágulos são constituídos de plaquetas, um dos componentes do sangue, e fibrina, uma proteína. Quando é necessário tratá-los, os especialistas utilizam medicações orais ou injetáveis que bloqueiam a cascata, como os anticoagulantes. Já a prevenção dos coágulos é feita seguindo as principais medidas de prevenção das doenças responsáveis por seu surgimento. É importante adotar hábitos saudáveis capazes de ajudar na prevenção do câncer e da presença de placas de gordura nas artérias, como fazer atividade física, manter o peso ideal, não fumar e ter uma alimentação saudável, composta de mais fibras, verduras, legumes e frutas e menos carne vermelha e gordura. Medicamentos que impedem a agregação das plaquetas (ex: acido acetilsalicílico, clopidogrel), também são utilizados em muitos casos. Foto: Shutterstock

Hipertensão: o que explica alguns casos não terem sintomas e outros sim?

Uma das particularidades da hipertensão é o fato de a doença ser silenciosa, ou seja, a maioria dos casos não tem qualquer sinal ou sintoma. Mas, existe uma parcela dos indivíduos com pressão alta que manifesta sintomas. Quais seriam, então, os motivos que levam uma pessoa a ter sintomas e outras não?  Para a cardiologista Ana Catarina Periotto, não há uma regra específica para o aparecimento dos sintomas: “Eles não têm relação com a gravidade da hipertensão. Ela é uma doença silenciosa e pode não manifestar sintoma algum na maioria das pessoas. Algumas têm maior sensibilidade e percepção do que outras”. Ausência de sintomas dificulta por busca por diagnóstico e tratamento A falta de sintomas pode fazer com que parte dos pacientes encare a hipertensão como algo sem tanta importância, o que é errado, já que a pressão alta é uma das maiores causas de morte no planeta: segundo o relatório Global Burden of Disease, publicado pela revista Lancet, foram mais de 10 milhões de mortes em 2019.  A profissional explica que, normalmente, a procura por um tratamento médico acontece apenas durante um estágio avançado da doença. “Há pessoas que só descobrem a hipertensão quando já tiveram alguma complicação relacionada, como AVC ou insuficiência renal. Por isso, devem-se realizar medidas ocasionais da pressão arterial após os 35 anos”, alerta a especialista.  Tontura e dor no peito podem ser sintomas da hipertensão Para os casos em que existem sintomas, a cardiologista alerta sobre a possibilidade do paciente não distinguir exatamente os tipos de sintomas da hipertensão e de outras enfermidades, o que também pode dificultar a busca por auxílio médico.  “Muitos podem apresentar dor de cabeça, tontura, fadiga ou dor no peito, mas os sintomas são pouco específicos, ou seja, não são exclusivos da hipertensão, podendo ser confundidos com enxaqueca, bronquite, má digestão”, informa a cardiologista. Outros sintomas que podem ser causados pela pressão alta são falta de ar e zumbido no ouvido. Principais medidas de prevenção Para evitar o risco de desenvolver a hipertensão, o Ministério da Saúde recomenda algumas mudanças no estilo de vida, como: – Mantenha um peso adequado. Caso precise, altere seus hábitos alimentares, como evitar refeições gordurosas; – evite o sal, utilizando outros temperos para ressaltar o sabor dos alimentos; – pratique atividade física regularmente; – aproveite seus momentos de lazer sozinho, com a família ou amigos de forma moderada; – evite fumar; – modere o consumo de álcool; – controle o diabetes. Dados da revista Lancet: https://www.thelancet.com/journals/lancet/issue/vol396no10258/PIIS0140-6736(20)X0042-0  Dados do Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z-1/h/hipertensao-pressao-alta Foto: Shutterstock

Quais são os riscos de comer ovo para quem tem colesterol alto?

O colesterol, dividido entre o “bom” HDL e o prejudicial LDL, é uma gordura presente em diversos alimentos de origem animal, como a carne. O aumento exagerado de LDL na corrente sanguínea coloca a saúde do corpo em risco, aumentando as chances de infartos e AVCs. O ovo também é um alimento rico em colesterol, que muitas vezes é considerado um grande vilão na dieta de quem está com as taxas de LDL elevadas. Afinal, quem tem colesterol alto pode comer ovos?   Comer muito ovo pode elevar o colesterol   Alguns cuidados com a alimentação podem ajudar a levar os índices de colesterol para um patamar adequado. Um deles é a diminuição do consumo de ovos. “Todos os alimentos de origem animal, como carnes, laticínios e ovos, são ricos em colesterol. Os ovos não são proibidos, mas devem ser consumidos com moderação”, aconselha a cardiologista Ana Catarina de Medeiros Periotto. De acordo com a especialista, é importante também reduzir o consumo de café, guaraná e refrigerantes, especialmente do tipo cola. Essas bebidas têm grandes quantidades de substâncias que contribuem para o aumento da pressão arterial, ou seja, uma combinação perigosa quando combinada com o colesterol alto.   Alimentos ricos em fibras ajudam a controlar o colesterol   Quem tem problemas com colesterol ou quer se prevenir pode dar preferência aos alimentos com fibras. “Aumentar o consumo de fibras é fundamental para reduzir o colesterol ruim do sangue. Essa substância está presente em frutas, vegetais, legumes e alimentos integrais”, afirma a médica. Praticar atividades físicas regularmente também é uma excelente medida para impedir o aumento do colesterol, além de produzir benefícios para o corpo em outros aspectos. Os peixes, ricos em ômega 3, assim como aveia, soja, noz, castanha, vinho e óleos extraídos de vegetais, também ajudam a controlar o índice de colesterol, desde que consumidos com moderação. O consumo de fitoesteróis, seja na alimentação ou por meio de suplementos, também pode ajudar na redução dos níveis de colesterol no sangue. Os fitoesteróis auxiliam na redução da absorção de colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Foto: Shutterstock

Quanto tempo de repouso é recomendado para a recuperação de um infarto?

Logo após um infarto é recomendado que o paciente fique um tempo de repouso para não sobrecarregar o músculo que foi recentemente acometido. A duração desse repouso varia de acordo com o caso: quando o infarto gera problemas mais sérios, a tendência é que o tempo de repouso seja maior do que nos casos em que as repercussões foram menores. Repouso deve ser feito pelo risco de arritmias e aumento da área que sofreu o infarto “O tempo de repouso depende do infarto e do tipo de tratamento que foi realizado. Tratamento com remédios tem tempo de recuperação diferente de uma cirurgia cardíaca, por exemplo. Avalia-se se houve alguma complicação do infarto, como diminuição da força do coração, arritmias entre outros”, explica a cardiologista Caroline Nagano. Segundo a Dra. Ana Catarina Periotto, também cardiologista, o tempo total de recuperação poderia ser estimado, em média, em 30 dias, mas depende do grau de sequela. “O repouso absoluto é indicado de 3 a 5 dias após o infarto, devido ao risco de arritmias e aumento da área infartada. Após a fase crítica nos primeiros dias do infarto, é recomendada reabilitação cardíaca com fisioterapia e exercícios”, afirma a médica. Repouso deve ser breve pois sedentarismo é fator de risco para novo infarto Esse repouso que é exigido na maioria das vezes se dá pelo tipo de tratamento que aconteceu. Nas cirurgias cardíacas, por exemplo, a recuperação é gradual, por conta do corte cirúrgico, assim como pelo implante de stent. Independente do tempo de repouso, é essencial iniciar, assim que possível, atividades físicas, pois o sedentarismo poderá levar a um novo infarto. “O repouso absoluto deve ser breve. O melhor é que o paciente comece a andar o quanto antes, de preferência dentro do hospital ainda, e logo depois com novos exercícios leves”, afirma Caroline. “Após o tratamento da fase inicial, é imprescindível que o paciente faça reabilitação e atividades físicas guiadas para evitar o sedentarismo, que é um fator de risco para novos infartos”, alerta Ana Catarina.   Foto: Shutterstock

O que é feito com alguém que chega ao hospital com sintomas de infarto?

O infarto, uma das principais complicações da hipertensão, é causado pela interrupção do fluxo de sangue para o coração, gerando impactos no músculo cardíaco. Quando alguém chega a um hospital com sintomas de infarto, a rapidez no atendimento é o que faz a diferença entre a vida e a morte. “O ideal é que o paciente seja atendido imediatamente e consiga realizar um eletrocardiograma em, no máximo, 10 minutos para avaliar qual é o tipo infarto”, afirma a cardiologista Ana Catarina Periotto. Segundo a especialista, há dois tipos de infarto: com ou sem supradesnivelamento do segmento ST, o que indica a gravidade e a necessidade da avaliação com um eletrocardiograma ainda nos primeiros minutos dos sintomas. “O infarto com supra é mais grave e precisa ser encaminhado ao cateterismo ou trombólise imediatamente, pois está associado a um maior risco de morte e a complicações graves”, explica a médica. Infarto pode ser confundido com outras doenças A rapidez no atendimento também é fundamental para que o paciente receba o diagnóstico correto, já que o infarto pode ser confundido com outros problemas de saúde, como dores de estômago, excesso de gases abdominais, vesícula inflamada, problemas no pulmão e no esôfago e até crises de pânico. O médico deverá analisar as características do caso e pedir exames de urgência para determinar se a causa dos sintomas é infarto ou não. “Os sintomas têm certas características como dor ou desconforto no tórax que podem irradiar para pescoço, dorso, ‘boca do estômago’ ou braços e, geralmente, esse desconforto vai aumentando e não diminuindo”, lista Ana Catarina. Vômitos, enjoos, falta de ar, suor frio, fraqueza e desmaios também podem estar presentes. Depois do infarto, paciente deve repousar por três dias No caso do problema ser considerado mais leve, o paciente deverá permanecer em observação intra-hospitalar por, no mínimo, três dias, já que paradas cardíacas e arritmias fatais podem acometê-lo nos primeiros dias. Algumas medidas são essenciais para uma boa recuperação: “Repouso na primeira semana, alimentação leve e saudável com frutas, verduras e legumes, medicação para controlar a pressão e o colesterol e para ‘afinar’ o sangue, evitando a extensão da zona de infarto”. Foto: Shutterstock

O que acontece com o corpo durante um AVC?

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais complicações da hipertensão descontrolada, mas também pode ser causado por outros problemas, como diabetes, colesterol alto, estresse, sedentarismo e aneurismas cerebrais. Seus efeitos no corpo podem ser profundos, variando com a gravidade do episódio e a rapidez do atendimento.   AVC prejudica irrigação de sangue e oxigênio no cérebro   “Durante um AVC, ocorre o rompimento ou a oclusão de uma artéria no cérebro e as funções controladas por aquela região do cérebro que foi afetada e parou de receber sangue ficam comprometidas”, afirma a cardiologista Ana Catarina de Medeiros Periotto. Sem a chegada de sangue, o cérebro sofre também com a falta de oxigênio e nutrientes. Com isso, as células cerebrais podem morrer, o que afeta drasticamente o funcionamento do corpo como um todo e gera consequências que podem ser temporárias ou permanentes. “Se há oclusão da artéria que irriga a área cerebral responsável pela fala, a pessoa tem dificuldade em pronunciar as palavras. Se a área cerebral afetada for responsável pelos movimentos do lado esquerdo do corpo, a pessoa perde o movimento do lado esquerdo”, exemplifica a médica.   Desmaio e dormência são sintomas de um AVC   Todos esses efeitos não passam despercebidos, já que o corpo dá sinais de que precisa de ajuda. “A pessoa pode perceber que perdeu subitamente a força de um braço ou de uma perna, que está com dificuldade para falar ou pode ainda ter um desmaio, convulsão ou perda da consciência. Os sintomas são sempre repentinos e rápidos, não surgem ao longo de horas ou dias”, alerta a especialista. Ao notar os sintomas, é fundamental procurar auxílio profissional, de preferência em um hospital de grande porte e que ofereça bons recursos, como a realização de tomografias. Se estiver longe, não hesite em ligar para a emergência ou pedir ajuda. Segundo Ana Catarina, há tipos de AVCs que requerem cirurgias e outros tipos que podem ser tratados a partir do uso de trombolíticos, medicações que desentopem a artéria afetada imediatamente.   Foto: Shutterstock

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