
Dra. Amanda Buchmann
Gastroenterologia
Biografia
Dra. Amanda Buchmann L. Sampaio fez residência médica em Clínica Médica e Gastro-hepatologia no Hospital dos Servidores do Estado (HFSE), onde também já atuou. Fundou e hoje é coordenadora do ambulatório de Fígado Gorduroso do HFSE. Contribuiu com o Cuidados Pela Vida até janeiro de 2018.
Artigos
Diarreia: O que é, causas, sintomas e tratamento
O que é a diarreia? A diarreia é caracterizada por evacuações frequentes, muitas vezes acompanhadas de cólicas abdominais, gases e, por vezes, náuseas e vômitos. Embora seja geralmente uma condição temporária e autolimitada, a diarreia pode ser desconfortável e até perigosa se não for tratada adequadamente, especialmente em casos graves ou prolongados. Ela pode ser dividida em: Aguda – menos de 15 dias; Persistente: mais de 15 dias; Crônica: mais de 4 semanas Durante esse quadro, o corpo tende a perder muita água, potássio, sódio e bicarbonato, além de outros eletrólitos”, afirma o gastroenterologista Fábio Luiz Maximiano. Principais causas da diarreia: A causa mais comum da diarreia é a infecção por vírus, bactérias ou outros parasitas que invadem o organismo, comprometendo os órgãos do sistema gastrointestinal. Bem como carência de zinco que pode ocasionar a diarreia. “O zinco é um mineral importante que atua como cofator em diversos metabolismos das proteínas, carboidratos e lipídeos. Dessa forma, ele interfere no funcionamento das células, nos processos cicatriciais e imunológicos”, diz o médico. “Sua deficiência torna frágil todos esses mecanismos, podendo interferir na absorção dos alimentos e de água, levando ao aumento do trânsito intestinal, da produção de muco e, consequentemente, à diarreia”. Contudo, a diarreia também pode ser causada por: Ingestão de alimentos mal higienizados; Ingestão de água contaminada; Estresse e ansiedade; Intoxicação alimentar; Ação de medicamentos; Falta de zinco. A doença pode ser classificada como diarreia aguda ou diarreia crônica, sendo a primeira mais breve, ou seja, se manifesta durante poucos dias, e a segunda, mais longa. “A diarreia aguda, com tempo inferior a 15 dias, tem, em sua grande maioria, causa infecciosa viral ou relacionada a alguma intolerância alimentar aguda”, explica o coloproctologista Leonardo Iezzi. “Já a diarreia crônica, com tempo superior a 15 dias, pode ter causa infecciosa também, mas deve-se investigar ainda doenças inflamatórias intestinais (retocolite ulcerativa ou doença de Crohn), fatores alimentares (intolerâncias à lactose, glúten), fatores nutricionais (deficiências proteicas, de minerais) ou doenças crônicas (cirrose hepática, insuficiência pancreática)”, conclui. Prevenção da diarreia Mão suja é porta de entrada para micro-organismos que causam diarreia. “A principal forma de contágio é através da saliva, seja pelas mãos ou por objetos contaminados pelo germe que causa a diarreia”, afirma a pediatra Flávia Bello. Logo, levar a mão suja à boca significa transportar esses micro-organismos diretamente para dentro do organismo, causando o problema. Em crianças, o cuidado deve ser redobrado! Além de deixar as mãos sempre limpas, há outros cuidados importantes para evitar diarreia nas crianças. “Manter uma limpeza adequada dos brinquedos, cuidar de higiene pessoal e da casa, usar álcool gel quando não for possível lavar as mãos, ensinar as crianças a não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos, talheres e escova de dentes, e evitar colocar objetos na boca”, aconselha a profissional. Tratamento da diarreia Os tratamentos das diarreias de duração breve e prolongada são individualizados, devido às particularidades de cada uma. Diarreia de curta duração: “deve ser tratada apenas com medidas de suporte (hidratação, dieta e sintomáticos) Diarreias prolongadas: “necessitam de exames complementares em busca da etiologia específica e do tratamento direcionado”. A suplementação de zinco também pode ser indicada, para ajudar a repor esse mineral importante no organismo. Diarreia crônica: pode indicar males como a síndrome do intestino irritado ou outros mais graves, tais quais a doença de Crohn e colites ulcerosas. Tanto ela quanto a aguda podem ser amenizadas com a adoção de práticas saudáveis. Alimentação quando se tem diarreia A alimentação é um elemento importante do tratamento da diarreia. De modo geral, recomenda-se evitar alimentos gordurosos, como frituras, e alimentos ou bebidas ricas em açúcar. Também não são recomendados alimentos naturalmente laxativos, como mamão, feijão e lentilha. A recomendação é ingerir alimentos como: Banana; Maçã; Cenoura; Batatas Alimentos ricos em zinco e minerais; Muito líquido para reidratação. Suplementação para evitar diarreia Cuidados com a dieta e suplementação com zinco. “O zinco atua no nosso sistema imunológico e poderá auxiliar na defesa da mucosa do intestino frente aos agentes patogênicos presentes nos alimentos contaminados”, afirma a nutricionista Adriana Ávila. No entanto, a especialista acredita que a eficácia da resposta do nutriente dependerá da quantidade desses agentes invasores no sistema gastrointestinal. O mineral acelera a regeneração das células intestinais, os enterócitos, que conseguirão absorver mais água e sais minerais”, explica a profissional. Com isso, a infecção acaba mais rápido, evitando desidratação e emagrecimento, que são as complicações mais comuns em pacientes com diarreia. O nutriente também dificulta a entrada de organismos invasores Repouso quando se tem diarreia Além disso, de acordo com a gastroenterologista Amanda Buchmann, o repouso é uma das medidas de recuperação para o quadro de diarreia. “Quando a diarreia faz parte de um quadro viral, ela pode vir acompanhada de febre ou prostração, impossibilitando que o paciente realize suas atividades normais e, consequentemente, fazendo com que necessite de repouso”.
Existe alguma posição para deitar que ajude a eliminar os gases?
Por mais que soltar gases seja natural, nem sempre estes são liberados com facilidade, ainda mais quando estão presentes em excesso. Essa dificuldade acaba trazendo incômodo e até mesmo dores abdominais. Para evitar isso, é interessante apostar em alguns métodos simples, como ficar em uma posição que estimule a flatulência. Descubra qual é a melhor posição para soltar gases “Deitar com os membros inferiores elevados ajuda na eliminação dos flatos. Outra possibilidade é caminhar dentro de casa no momento das cólicas causadas pelos gases. Adotar essas posições ajuda o aumento do trânsito intestinal e a eliminação mais rápida dos flatos”, informa a gastroenterologista Amanda Buchmann. Uma variação dessa posição em que se deita com as pernas para cima e que também apresenta bons resultados, é manter-se deitado, mas dobrando os joelhos em cima da barriga, pressionando-a. A ideia é comprimir mesmo o abdômen, pois isso estimula a liberação dos gases. Essa posição é indicada também para bebês e crianças, pois não apresenta nenhum tipo de risco. Algumas pessoas acreditam que a melhor posição para soltar gases é o oposto das já citadas: deita-se de barriga para baixo, dobrando os joelhos até o peito, mantendo os braços esticados, o que também funciona. O quadril ficará levemente inclinado para cima e o abdômen será um pouco comprimido. Essa posição consegue alinhar o fim do intestino com o esfíncter anal, o que facilita a eliminação dos gases. Métodos simples do dia a dia para facilitar a liberação dos gases Os gases também podem ser eliminados mais facilmente com massagem abdominal, que consiste em movimentos circulares, de cima para baixo, como se estivesse tentando eliminá-los para fora do corpo. Ingerir bastante água também ajuda, assim como tomar chá de erva-cidreira com funcho ou remédios com efeito laxante. Foto: Shutterstock
É necessário ficar de repouso durante a recuperação da diarreia?
A diarreia é um problema de saúde muito comum em crianças. Causado geralmente por infecções, suas principais características são as evacuações frequentes e a perda da consistência das fezes. Para que o corpo se recupere da diarreia completamente, é necessário adotar alguns cuidados e medidas. Repouso é recomendado durante tratamento da diarreia em crianças De acordo com a gastroenterologista Amanda Buchmann, o repouso é uma dessas medidas. “Quando a diarreia faz parte de um quadro viral, ela pode vir acompanhada de febre ou prostração, impossibilitando que o paciente realize suas atividades normais e, consequentemente, fazendo com que necessite de repouso”. Além disso, mesmo na ausência de uma infecção viral, o próprio quadro de diarreia já é capaz de atrapalhar uma pessoa a fazer suas atividades habituais, porque será necessário interrompê-las para ir ao banheiro. Caso a situação seja mais intensa, a diarreia poderá ainda desidratar o paciente, o que também demandará repouso. Cuidados com a alimentação aceleram recuperação da diarreia Como a desidratação é uma das principais consequências da diarreia, a recuperação do quadro passa necessariamente pelo aumento da ingestão de água. “A hidratação e a reposição adequadas dos eletrólitos e nutrientes perdidos na diarreia são essenciais para a recuperação do organismo. Algumas vezes, a administração de probióticos e alguns antibióticos se faz necessária”, recomenda a especialista. A alimentação pode ajudar nesse processo, mas também atrapalhar. Durante o repouso e a recuperação, é necessário evitar certos alimentos que podem piorar a diarreia, como doces e produtos gordurosos, e acrescentar outros, ricos em zinco, que ajudam a acelerar a melhora do corpo, como carnes, leite sem lactose e grãos integrais. Foto: Shutterstock
Festas de fim de ano: veja os alimentos podem favorecer a formação de gases
Boa parte da grande expectativa criada com a chegada das festas de fim de ano se justifica pelas deliciosas comidas típicas da época. Ávidas por rabanadas, carne de peru, bacalhau e outras guloseimas, muitas pessoas vão com tudo na comilança e se esquecem de maneirar. Com isso, surgem alguns inconvenientes, como o excesso de gases. “Diversas comidas típicas de Natal e Ano Novo favorecem a formação de gases. Alguns exemplos são: lentilhas, alho, cebola, espumantes, refrigerantes, panetone, rabanadas, algumas frutas, batata, carne de porco e doces a base de leites em geral”, indica a gastroenterologista Amanda Buchmann. Dicas para quem tem maior sensibilidade aos gases Segunda a médica, tais alimentos tendem a produzir mais gases no organismo por dois motivos: pela ação de bactérias nos intestinos, digerindo as comidas; e quando alguém tem problemas na digestão de certos alimentos, como trigo ou produtos lácteos. “Produtos como a carne de porco podem liberar concentrações de gases que causam odor ruim após a digestão. Amidos não digeríveis das frutas também podem causar esse efeito”. Para aqueles com maior produção e sensibilidade aos gases, a especialista aconselha evitar, principalmente, pão e farináceos (que levam trigo) em excesso, maneirar nos espumantes e refrigerantes e carregar menos os temperos com alho e cebola. “Dessa forma, as pessoas mais suscetíveis podem comer mais saladas e arroz com lentilha (deixada de molho de um dia pro outro), com aquele famoso peru no lugar do pernil”. Cuidado com a conservação dos alimentos no verão! Também é recomendado não abusar nas sobremesas, sejam elas frutas ou doces, pois qualquer exagero faz mal à saúde. “Como estamos no verão, é importante ter atenção também aos alimentos que ficarem muito tempo fora da geladeira, já que assim eles podem produzir fungos e bactérias capazes de gerar muitos gases e diarreia. Não deixe que isso acabe estragando a sua festa!”. Foto: Shutterstock
Diferença entre fezes moles e diarreia
O aumento do número de evacuações, do volume e a perda da consistência das fezes são, segundo a gastroenterologista Amanda Buchmann, as principais características de um quadro de diarreia. No entanto, existem casos em que alguns desses sinais se manifestam sem ser, necessariamente, um quadro de diarreia. Diferença entre fezes moles e diarreia Nem sempre fezes moles irão indicar diarreia. Diarreia é um quadro clínico que tem como consequência o aumento da frequência das evacuações e o amolecimento das fezes. Já as fezes moles, quando não acompanhadas da necessidade de evacuações repetidas, podem ser apenas uma reação momentânea do organismo. Para a médica, qualquer pessoa pode apresentar um episódio de fezes com pouca consistência, sem que isso indique uma diarreia, desde que seja um caso isolado. De acordo com a especialista, existem vários fatores que contribuem para a alteração da consistência dos excrementos, podendo deixá-los mais duros ou mais moles. Fatores que alteram a consistência das fezes Alguns dos fatores que podem deixar as fezes moles, segundo a especialista: Hidratação; Alimentação; Quadro viral; Excesso de ingestão de gorduras; Certos medicamentos; Quadro emocional; Velocidade de trânsito intestinal. O consumo excessivo de água, por exemplo, pode amolecer as fezes. O uso de alguns antitérmicos e analgésicos também pode trazer o mesmo efeito, assim como o consumo de leite por pacientes com intolerância à lactose. Sintomas de diarreia Para ser caracterizado como um quadro de diarreia, em geral, os seguintes sintomas devem estar presentes: 3 ou mais evacuações com fezes moles em um período de 24h; Excesso de gases; Cólicas; Sangramento; Pus no excremento; Enjoos e vômitos; Qual é a consistência ideal das fezes? Por outro lado, uma ingestão baixa de água pode tornar as fezes mais ressecadas e duras, assim como manter uma alimentação pobre em fibras, não praticar exercícios físicos e segurar a vontade de ir ao banheiro. Até mesmo alterações hormonais são capazes de alterar as evacuações. As fezes ideais são aquelas em forma de cilindro e com consistência macia. Entretanto, nem sempre isso acontece. Caso o quadro de fezes moles ou diarreias sejam recorrentes, é importante procurar a ajuda de um especialista para verificar se há um problema mais sério atrapalhando o funcionamento do intestino.
Excesso de gases, causas e explicações
Estudos indicam que um adulto pode expelir gases, em média, 20 vezes por dia, a eliminação em excesso pode ocorrer por falta de exercícios físicos, problemas gastrointestinais ou alimentação. Apesar desse excesso gerar constrangimento e preocupação em algumas pessoas, a gastroenterologista Amanda Buchmann tem uma boa notícia! “Embora a passagem excessiva de flatos ou seu mau cheiro possa ser uma fonte de embaraço para o paciente, raramente é associada a uma doença grave”, explica a médica. Excesso de gases no organismo A produção de gases acontece durante a digestão e é normal no organismo. Porém, alguns alimentos dependem de um esforço a mais para serem digeridos, os principais são aqueles ricos em carboidratos, enxofre, farinhas e bebidas gaseificadas. Nesses casos eles são fermentados por bactérias da flora intestinal gerando as flatulências (gases expelidos pelo ânus). Apesar disso, é importante ficar atento a alguns sinais capazes de indicar que algo está errado. “Devemos suspeitar de alguma doença quando há febre, perda de peso não explicada, dores abdominais associadas a fezes escuras e mal cheirosas e diarreia por mais de cinco dias“, explica a médica. Diante desses sintomas, é preciso procurar um clínico geral ou gastroenterologista rapidamente. Entre os problemas que provocam a flatulência em excesso, estão: Intolerância à lactose, substância encontrada no leite e em produtos derivados; Presença de parasitas no intestino, como a giárdia, dificulta a absorção dos alimentos e também pode aumentar a produção de gases; Cirurgias; Crescimento exagerado de bactérias; Condições como a síndrome do intestino irritável; Gastroenterite. Forte cheiro dos gases Já para o forte cheiro dos gases, a explicação está na alimentação: “O odor ofensivo, quando presente, pode ser resultado de compostos contendo enxofre, tais como metanotiol, sulfureto de dimetilo e sulfureto de hidrogênio, bem como ácidos graxos de cadeia curta, indóis, aminas voláteis e amônia”, diz a especialista. Leite, cebola e alho são alguns exemplos. Existem algumas formas de prevenir e tratar o excesso de flatulência. “Limitar a ingestão de alimentos conhecidos como produtores de gás, como repolho, brócolis, trigo e batata, deve ser recomendado como início à terapia. Medicamentos que fazem com que as bolhas de gás quebrem e se dissolvam são amplamente utilizados”, recomenda a especialista. Já se há suspeita de supercrescimento bacteriano, é possível recorrer ao tratamento com antibióticos. Foto: Shutterstock