
Dra. Aline Guimarães
Dermatologia
Biografia
Dra. Aline Guimarães é médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Realizou residência médica em Dermatologia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Possui título de especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). Realizou estágio no departamento de Dermatologia do Rhode Island Hospital em Providence, nos Estados Unidos, em 2016 (prêmio obtido no 70º Congresso Brasileiro de Dermatologia). Realizou também especialização em Dermatologia Estética e Laser no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Sempre presente nos principais congressos da área, tem trabalhos apresentados em congressos e publicados em revistas científicas.
Artigos
Quais são as infecções de fungos que mais afetam a pele?
Infecções de fungos que afetam a pele nada mais são do que micoses. Existem diferentes tipos de fungos que comprometem a pele e, portanto, algumas variações de micose. Cada quadro apresenta características próprias, sintomas específicos e locais acometidos com mais frequência. A seguir, você confere as infecções mais comuns. Características dos principais tipos de micose “As infecções de fungos (micoses) que mais afetam a pele são as seguintes: pitiríase versicolor, tineas e candidíase. A primeira (também conhecida como ‘pano branco’) caracteriza-se por manchas que podem ser esbranquiçadas, avermelhadas ou acastanhadas e descamativas, principalmente na região do tronco. É mais frequentemente observada no verão”, informa a dermatologista Aline Guimarães. As tineas, por sua vez, são micoses causadas por fungos dermatófitos que mais frequentemente afetam os pés (Tinea pedis), virilha (Tinea cruris), barba (tinea da barba) e corpo (Tinea corporis). “Estes fungos afetam a camada córnea – a mais superficial da pele – causando lesões avermelhadas e descamativas”, explica a especialista. Por fim, a candidíase pode aparecer na pele de diversos locais do corpo, incluindo a boca e a região genital de homens e mulheres. Na mucosa da boca, se manifesta com placas esbranquiçadas, enquanto na região genital são perceptíveis manchas vermelhas, coceira e uma secreção vaginal esbranquiçada. “Causada pela levedura Candida sp, a candidíase pode afetar pele e mucosas”, afirma Aline. Tratamento contra infecções de fungos na pele Todos esses tipos de micose podem ser tratados com o uso de antifúngicos tópicos (cremes, loções, sprays) ou orais, dependendo de cada caso. Esta é a medida principal do tratamento. Além disso, é importante evitar umidade local. “Secar bem entre os dedos dos pés após o banho e evitar usar calçados fechados por muito tempo são exemplos de cuidados que ajudam a evitar recidivas”, conclui a dermatologista. Foto: Shutterstock
Por que a pele fica flácida com o passar dos anos?
O envelhecimento é um processo natural, gradativo e irreversível, portanto, a flacidez e a perda de elasticidade da pele não têm como ser evitadas. No entanto, isso não impede que elas sejam atrasadas. Cuidar da saúde da pele é uma excelente maneira de fazer com que os efeitos da idade sejam amenizados. Cuidados diários com a pele para evitar a flacidez “A pele sofre modificações com o passar do tempo. Com o envelhecimento, ocorre uma diminuição no número de fibroblastos (células que produzem colágeno e elastina) e consequente queda da síntese de colágeno. A pele tende a ficar mais seca e a produção de sebo cai. Tudo isso contribui para a diminuição da elasticidade da pele e flacidez”, explica a dermatologista Aline Guimarães. Quanto aos cuidados diários com a pele que podem retardar a sua flacidez, destacam-se o uso de hidratantes, antioxidantes, retinóides, os quais contribuem para a redução da degradação do colágeno. “Além disso, existem hoje várias tecnologias usadas no consultório dermatológico com o intuito de estimular a produção de colágeno, com excelentes resultados. Ultra som microfocado, radiofrequência e aplicação do ácido polilático, são alguns exemplos”. Como retardar a flacidez e fatores que desgastam a pele A síntese de colágeno e, consequentemente, a firmeza da pele podem ser garantidas por meio de alguns agentes. A prática de atividade física e o consumo de proteínas (principalmente as de origem animal) são muito importantes neste processo. “Atualmente dispomos ainda de colágeno em pó ou em cápsula, que pode ser consumido diariamente, sendo um adjuvante no tratamento e prevenção da flacidez”. O desgaste da pele costuma ser acelerado por alguns fatores. A radiação solar e o tabagismo são importantes inimigos, ainda mais quando se fala em flacidez e elasticidade. “Por isso mesmo é de fundamental importância cessar o tabagismo e utilizar filtro solar nos momentos de exposição ao sol”, recomenda a profissional. Foto: Shutterstock
A partir de que idade as rugas começam a aparecer na pele do rosto?
O surgimento de rugas no rosto depende de diversos fatores e não há uma idade certa para o começo desse processo. Mesmo assim, estima-se que, em geral, as primeiras rugas começam a aparecer entre os 25 e 35 anos de idade. Com o tempo, a quantidade e a intensidade das rugas aumenta, pois sua origem está associada ao processo de envelhecimento. Causas do surgimento das rugas “O surgimento de rugas depende de alguns fatores, como a contração dos músculos da face. Pacientes mais expressivos tendem a começar a marcar mais cedo com alguns pés de galinha, decorrentes da contração do músculo orbicular dos olhos, e rugas na testa, decorrentes da contração do músculo frontal e corrugador do supercílio”, informa a dermatologista Aline Guimarães. Além disso, com o envelhecimento a face começa a perder sustentação (óssea e coxins de gordura) em alguns pontos específicos, fazendo com que o rosto comece a “desabar”. “Isso contribui para o surgimento do sulco nasogeniano (‘bigode chinês’), sulco lábio mentoniano (‘marionete’) e perda de definição do contorno da mandíbula”, explica Aline. Métodos de tratamento e prevenção das rugas A exposição solar sem proteção também contribui para o envelhecimento cutâneo. Portanto, o uso de protetor solar é o primeiro passo na prevenção do envelhecimento. “Além disso, o uso de produtos com ação antioxidante e hidratante é um importante aliado no cuidado com a pele. O tabagismo é outro hábito ruim que facilita o envelhecimento da pele”, completa a dermatologista. Em paralelo, existem vários procedimentos que podem ser feitos pelo dermatologista no consultório, que ajudam na prevenção e tratamento das rugas. “O paciente pode apostar na aplicação de toxina botulínica para tratar e prevenir as linhas de expressão no terço superior do rosto; em laser, microagulhamento, ultrassom microfocado, radiofrequência; e na aplicação de ácido hialurônico para sustentação facial”, lista a dermatologista. Foto: Shutterstock
Como saber se uma mancha na pele é perigosa para a saúde?
Existem diferentes tipos de manchas na pele, alguns inofensivos e outros que podem indicar um quadro perigoso. As manchas mais comuns são as escuras, causadas pela exposição solar excessiva ao longo do tempo. Além da tonalidade, outros sinais das manchas podem servir de alerta para indicar possíveis riscos. “No caso do melanoma, que é o tipo mais agressivo de câncer de pele, a regra do ABCD pode ser usada para nos ajudar a identificar uma lesão suspeita. Uma pinta que apresente alguma das características a seguir deve ser avaliada pelo médico dermatologista: A- assimetria (formato irregular); B- bordas irregulares (limites externos da lesão mal definidos, irregulares); C- cores variadas na mesma lesão (diferentes tonalidades); D – diâmetro maior que 6 milímetros”, informa a dermatologista Aline Guimarães. Tipos de manchas de pele Manchas ásperas, em geral, discretamente avermelhadas, sobretudo nas áreas expostas pelo sol, e que não regridem, podem se transformar, com o tempo, em carcinomas (tipo de câncer de pele), se não tratadas. “Essas são mais frequentes em pacientes de pele clara e que ao longo da vida se expuseram muito ao sol”, afirma a dermatologista. Por outro lado, alguns tipos de mancha de pele muito frequentes não oferecem risco para a saúde, representando apenas uma questão estética. “Dentre elas, destacamos as melanoses solares e efélides (sardas), o melasma (manchas acastanhadas irregulares na face) e as queratoses seborreicas (lesões acastanhadas ásperas de formato regular que podem surgir em qualquer área do corpo com o passar da idade)”, explica Aline. Tratamento e prevenção das manchas de pele Na maioria das vezes, o tratamento do câncer de pele é cirúrgico (remoção da lesão) e curativo. As manchas podem ser tratadas com procedimentos realizados em consultório e prevenidas com uma série de medidas, como uso de fotoprotetores nas áreas de pele exposta, roupas, bonés/chapéus e óculos de sol com proteção UV e clareadores tópicos com ação uniformizadora e clareadora, que podem ser usado tanto isoladamente, como parte da rotina, quanto associados a procedimentos estéticos. Foto: Shutterstock
Bebida alcoólica pode atrapalhar o tratamento para pele jovem?
Bebidas alcoólicas fazem parte da vida de muitas pessoas, até porque são agentes importantes de socialização e lazer. Porém, o consumo exagerado desse tipo de bebida prejudica a saúde em diversas frentes, o que inclui a integridade da pele, já que o álcool acelera seu processo de envelhecimento. Efeitos do álcool na pele “Em excesso, a bebida alcoólica pode prejudicar a pele em diferentes sentidos. Pode favorecer um ressecamento maior e, em casos avançados (com alterações no fígado), levar ao amarelamento da pele (icterícia) e perda do viço. Em pacientes que têm rosácea, o consumo de álcool também pode precipitar uma piora do quadro, com vermelhidão, ardência e dilatação dos vasinhos da pele”, informa a dermatologista Aline Guimarães. Por outro lado, o consumo moderado de álcool não traz prejuízos à pele e, dependendo da bebida, pode até ser benéfico. “Em pequenas quantidades e de forma eventual, o vinho, por exemplo, até possui uma substância antioxidante (resveratrol) capaz de beneficiar a qualidade da pele. Inclusive, essa substância é presente hoje em alguns dermocosméticos”, afirma a profissional. Outros hábitos que prejudicam a manutenção de uma pele jovem Além do álcool, o cigarro é outro vilão da pele jovem, pois aumenta a degradação de colágeno, contribuindo para o envelhecimento precoce e para o desenvolvimento de manchas na pele. “A exposição solar sem uso adequado de protetor também contribui para o envelhecimento da pele, assim como baixa ingestão de proteínas, que favorece o surgimento de flacidez”, avisa. Cuidados para manter uma pele jovem e saudável É fundamental buscar sempre hábitos saudáveis, não apenas para conseguir manter uma pele bem cuidada e jovem, mas também para ter maior qualidade de vida. “Também é recomendado se consultar, pelo menos uma vez no ano, com um médico dermatologista para que ele indique a realização de exame completo da pele, além de produtos e procedimentos que possam contribuir para manter a pele sempre jovem e bonita”, indica Aline. Foto: Shutterstock
Existe alguma diferença entre olheiras e bolsas embaixo dos olhos?
Quando a região abaixo dos olhos aparece escura e inchada, é normal as pessoas logo acharem que se trata de olheira. Contudo, é possível que, na verdade, sejam bolsas, que também são muito comuns na região. Afinal, qual é a diferença? Características de olheiras e bolsas palpebrais “Existem diferenças entre ambas. As olheiras, na realidade, se dão por um conjunto de fatores, como pigmentação por excesso de melanina, profundidade e vascularização, enquanto as bolsas são resultado de excesso de pele (flacidez) e gordura na região da pálpebra inferior”, informa a dermatologista Aline Guimarães. A médica explica que o fator profundidade das olheiras está ligado a um componente genético, acentuando-se com o processo natural de envelhecimento. Já o fator vascularização se refere aos vasinhos que ficam abaixo da pele na área inferior dos olhos. “Quando esses pequenos vasos ficam dilatados, dão o aspecto de olheira mais arroxeada e olhar mais cansado – o que pode ocorrer, por exemplo, depois de uma noite mal dormida”. Quais são os tratamentos para olheiras e bolsas? Existem diferentes tratamentos para as duas situações. No caso das olheiras, pode-se realizar a aplicação de preenchimento com ácido hialurônico, naquelas que apresentam profundidade. “Quando o componente de pigmentação é intenso, podemos associar o uso de laser para clarear a pele do local. O uso de cremes clareadores para a área dos olhos também ajuda, tanto no componente pigmentar como também no componente vascular das olheiras”, indica Aline. Outras opções com disfarce imediato, além disso, também são bem-vindas, pois olheiras são uma queixa que incomoda e mexe com a autoestima dos pacientes. Para as bolsas, muitas vezes é indicado procedimento cirúrgico (cirurgia plástica) para remover o excesso de gordura e pele da área. “Nos casos mais leves, o uso de cremes específicos pode auxiliar, bem como a realização de procedimentos que estimulam o colágeno, como o ultrassom microfocado ou radiofrequência”, afirma a profissional. Foto: Shutterstock