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Dra. Aline Ferreira Bandeira de Melo

Geriatria

12235/GO

Biografia

Graduada em Medicina há 11 anos pela Universidade Federal de Goiás (UFG), a Doutora Aline Ferreira Bandeira de Melo se interessou pelo tema do envelhecimento logo no início da graduação e decidiu especializar-se em Geriatria. Iniciou carreira como residente de Clínica Médica, em 2007, no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO). Em 2009, ingressou na residência de Geriatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Desde 2011, atua em Goiânia (GO) como geriatra em clínica privada. É professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Rio Verde (UniRV), no campus de Aparecida de Goiânia, desde 2015. Tem como área de atuação os problemas relacionados ao envelhecimento, como envelhecimento ativo, qualidade de vida, demências, depressão, desnutrição, osteoporose, osteoartrose, hipertensão arterial, diabetes e distúrbios tireoidianos, além de prestar suporte para cuidadores e familiares.

Artigos

Nunca é tarde para parar de fumar: quais os benefícios em trocar o cigarro por uma vida mais saudável?

O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o envelhecimento precoce, tendo em vista que favorece a produção exacerbada de radicais livres, os quais comprometem as células e, consequentemente, todo o organismo. Portanto, parar de fumar é um dos principais passos para garantir uma vida mais saudável e com mais chances de longevidade. Quanto mais cedo larga-se o cigarro, maiores as chances de uma vida longa e saudável Largar o cigarro beneficia diversas áreas da saúde, tais como a pele e coração, bem como ajuda no controle de várias doenças, como hipertensão e varizes. Quanto mais cedo o tabagismo for cortado da rotina, maiores as chances de não sofrer com tais problemas e de ter uma vida saudável. Quem teve o hábito por muitos anos e conseguiu parar, ainda assim poderá ver benefícios em termos de saúde. “Há inúmeros ganhos em parar de fumar, o que fica claro nos dados divulgados pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). Tais benefícios podem implicar, consequentemente, em maior qualidade de vida e longevidade, independentemente da idade que você tenha quando parar de fumar”, afirma a geriatra Aline Ferreira Bandeira de Melo.    Principais benefícios de cessar o tabagismo De acordo com os dados divulgados no portal da OPAS/OMS, cessar o tabagismo faz com que dentro de 20 minutos o ritmo cardíaco e a pressão arterial baixem. Além disso, o nível de monóxido de carbono no sangue cai para o normal em apenas 12h; a circulação sanguínea melhora e a função pulmonar aumenta após duas a 12 semanas; e tosse e falta de ar diminuem de um a nove meses após interromper o hábito de fumar. Ainda segundo a organização, deixar de fumar faz com que o risco de desenvolver uma doença coronariana caia pela metade (em relação a um fumante), em um ano; em cinco anos, o risco de ter um acidente vascular cerebral é reduzido ao de um não fumante – cinco a 15 anos após parar de fumar; as pessoas que param de fumar depois de sofrerem um ataque cardíaco reduzem em 50% as chances de ter outro ataque; dentre outras coisas. Dados da Organização Panamericana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS): https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5685:folha-informativa-parar-de-fumar-e-seus-beneficios-a-saude&Itemid=839

Um paciente com Alzheimer avançado precisa ser monitorado constantemente?

Pacientes com Alzheimer avançado precisam ser monitorados constantemente, pois nesta fase da doença a autonomia é praticamente inexistente. Existe a necessidade de um acompanhante em tempo integral para ajudá-lo a fazer todas as suas necessidades, seja um familiar ou um profissional com experiência nos cuidados de pessoas com essa condição. “Em quadros de Alzheimer avançado há perda total de autonomia, o que leva o paciente à dependência de cuidados intensivos e monitoramento permanentes. Esse contexto apresenta potenciais riscos para o paciente e desgastes para família e cuidadores. Por isso, é necessário um acompanhamento profissional especializado a cada 3 ou 4 meses, em média, para promover melhora da qualidade de vida de todos os envolvidos, com otimização da funcionalidade e grau máximo de conforto”, aponta a geriatra Aline Bandeira.   Sintomas e prejuízos do Alzheimer em estágio avançado   Segundo a médica, aproximadamente 21% dos portadores de Alzheimer encontram-se na fase grave da doença, caracterizada, principalmente, por prejuízo gravíssimo da memória, incluindo dificuldade acentuada na recuperação de informações antigas, como reconhecimento de pessoas e locais conhecidos, o que resulta até mesmo em limitações para se orientar e locomover dentro de casa. Inúmeras complicações podem ocorrer nessa fase, segundo a especialista, caso não haja monitoramento constante. “Podemos citar: quedas, pela piora do controle motor com um consequente maior risco para fraturas; imobilidade com deformidades permanentes; infecção urinária; desnutrição; lesões cutâneas por pressão (antigamente denominadas escaras); e alterações comportamentais que podem colocar em risco a integridade física do paciente e de terceiros”.   Cuidados necessários com os pacientes com Alzheimer avançado   Conforme indica a geriatra, cuidadores de pacientes com Alzheimer avançado precisam ter atenção em uma série de coisas, como por exemplo: seguir com rigor doses e horários das medicações prescritas; comunicar ao médico responsável alterações ou reações não esperadas para possíveis ajustes; e valorizar as  emoções do paciente, pois, mesmo em fases avançadas, a capacidade de transmitir e perceber emoções está frequentemente mantida, fenômeno conhecido como preservação afetiva.         Foto: Shutterstock

Qual especialidade médica realiza o acompanhamento de um paciente com osteoporose?

Osteoporose significa ossos porosos. É uma doença que se caracteriza pelo desequilíbrio no processo de renovação dos ossos, há um aumento na absorção de células velhas e uma diminuição na formação de novas. Isso causa uma alteração na estrutura do tecido ósseo, que fica mais frágil e suscetível a fraturas.  A osteoporose também pode decorrer de outras doenças, nesse caso ela é chamada de osteoporose secundária. Portanto, o acompanhamento com um médico especialista torna-se indispensável para identificar as causas e o melhor tratamento para cada caso. “O médico atua no rastreamento e diagnóstico da osteoporose, na instituição de tratamento adequado, na investigação de possíveis complicações, além de incentivar mudanças do estilo de vida. Reumatologistas, endocrinologistas, ginecologistas, fisiatras, geriatras e ortopedistas são alguns especialistas que estudam e tratam a doença”, aponta a geriatra Aline Ferreira. Como identificar a doença? A densitometria óssea é o principal forma de identificar a osteoporose. Trata-se de um exame de imagem que emite feixes de raio X, que são capazes de identificar a densidade óssea a partir da quantidade de cálcio presente na área medida. É um exame indolor e totalmente seguro, já que o nível de radiação é baixo e o paciente fica exposto apenas por poucos minutos. Prevenção e tratamento da osteoporose Segundo especialistas, é ideal a prevenção já na infância, fase em que os ossos estão em formação e acumulando massa óssea. Dessa forma, os ossos adquirem uma boa reserva de cálcio, o que diminui os riscos durante o envelhecimento, quando começa o processo de perdas e desgaste do esqueleto. Além do cálcio, que deve ser obtido por meio da alimentação ou suplementação, dependendo do caso, a vitamina D é fundamental nesse contexto, e pode ser obtida pela alimentação e pela exposição ao sol, uma etapa crucial na metabolização desse nutriente. Outros hábitos podem ser incorporados para prevenir e ajudar no tratamento, como por exemplo praticar exercícios, parar de fumar e consumir álcool em excesso. Vale lembrar que essas medidas não substituem o tratamento com medicamentos, que é crucial para conter o avanço dos sintomas e a degradação dos ossos.  Foto: Shutterstock

Osteoporose: De quanto em quanto tempo um paciente deve se consultar com seu médico?

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia afirma que 60% das mulheres e 30% dos homens com mais de 60 anos sofrem fraturas decorrentes da osteoporose. A doença é caracterizada pela perda de densidade óssea, que fragiliza e deixa os ossos porosos. Já que geralmente não provoca sintomas, a osteoporose é considerada silenciosa e, por isso, é recomendado um acompanhamento de um especialista, especialmente nos casos mais avançados. “A periodicidade do acompanhamento médico deve ser individualizado, depende das doenças envolvidas na causa da osteoporose, do aparecimento de efeitos colaterais de medicamentos, da presença ou ausência de fraturas e da decorrente necessidade de otimizar o tratamento para dor. Do ponto de vista de seguimento e verificação de eficácia da terapêutica instituída, a densitometria é realizada anualmente”, afirma a geriatra Aline Ferreira. O que é a densitometria óssea? Desde 1994, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a densitometria óssea como a melhor forma para identificar a osteoporose, é um exame de imagem, totalmente seguro e indolor, bem parecido com os exames de raio X. O paciente deita em uma mesa que emite fótons, que são partículas de radiação de baixa intensidade capazes de detectar a densidade mineral dos ossos em apenas alguns minutos. A frequência desse procedimento varia de acordo com cada caso, o intervalo entre os exames pode ser maior ou menor, dependendo da idade do paciente e da progressão da doença. Além de possibilitar o diagnóstico da osteoporose, a densitometria óssea é usada também para monitorar a evolução do tratamento iniciado pelo médico.  Tratamento da osteoporose  O tratamento medicamentoso é fundamental para o controle dos sintomas e para evitar o avanço da doença. Ele atua gerando um equilíbrio entre a reabsorção e a produção de massa óssea, regulando o desgaste do osso. Apesar de não substituírem o tratamento médico, medidas simples e rotineiras, como cuidados com a alimentação e a prática de exercícios, também podem ajudar. A dieta diária deve incluir alimentos ricos em cálcio e vitamina D, que atuam no fortalecimento do tecido ósseo. Dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG): https://sbgg.org.br/osteoporose-a-doenca-silenciosa/ Foto: Shutterstock

É possível desenvolver osteoporose antes da terceira idade?

A osteoporose é uma condição que afeta os ossos, deixando-os frágeis e porosos. A densidade mineral óssea vai progressivamente se desgastando, tornando os ossos mais suscetíveis a fraturas. É uma das doenças mais comuns entre pessoas a partir dos 60 anos, especialmente mulheres. Embora frequente associada ao envelhecimento do corpo, a geriatra Aline Ferreira afirma que doença também pode atingir pessoas mais jovens. “É incomum, mas existem indivíduos que desenvolvem osteoporose e fraturas antes dos 60 anos, ou seja, antes que as alterações musculoesqueléticas próprias do envelhecimento apareçam. Esses indivíduos são aqueles que não atingiram o pico de massa óssea adequado na juventude e que, associado a problemas genéticos ou hábitos de vida desfavoráveis, podem apresentar casos de diminuição de massa óssea e fraturas”, explica. Osteoporose primária e secundária: Qual a diferença? Durante toda a vida, os ossos passam por um processo gradativo de renovação no qual as células ósseas removem os tecidos gastos ou lesionados e substituem por tecidos novos e sadios. Com o tempo, a formação de células novas diminui e o processo de remodelação óssea se altera, resultando em ossos mais porosos e pouco resistentes. A osteoporose primária se caracteriza por essa condição manifestada de uma forma ainda mais intensa. A osteoporose secundária, que também pode se desenvolver em jovens e adultos, ocorre quando a degradação do tecido ósseo é resultado de outras doenças. “Ela é definida quando existe uma causa subjacente associada à perda de massa óssea, entre as causas possíveis estão a menopausa precoce, uso crônico de corticoides, doenças reumáticas inflamatórias, problemas gastrointestinais que limitem a absorção de cálcio, hipertireoidismo, etc”, informa a médica. Tratamento medicamentoso e cuidados do dia a dia são fundamentais A melhor forma de evitar as fraturas e outras complicações causadas pela osteoporose é diagnosticá-la logo no início. É imprescindível o acompanhamento com um especialista para indicar o melhor tratamento para cada caso. Em quadros de osteoporose primária, o tratamento baseia-se no uso de medicamentos que retardam o desgaste ósseo aliado a uma alimentação rica em cálcio e vitamina D, nutrientes importantes para o fortalecimento dos ossos. Já os casos de osteoporose secundária costumam ser mais complexos, pois envolvem uma investigação para identificar a origem do problema. Foto: Shutterstock

Medicamentos usados no tratamento do Alzheimer ajudam a melhorar a memória do paciente?

O Alzheimer é uma doença degenerativa crônica e por isso não há como recuperar os danos já causados na mente. O tratamento medicamentoso atual, no entanto, consegue retardar o desenvolvimento do quadro e dos sintomas, permitindo, assim, que o paciente consiga viver por mais tempo com uma qualidade de vida melhor.   “O tratamento atual da doença de Alzheimer não é curativo, ou seja, não muda o curso da doença a longo prazo. Entretanto, os avanços da ciência vêm permitindo que os pacientes tenham maior sobrevida e melhor qualidade de vida, inclusive na fase grave. Os objetivos da terapêutica são aliviar os sintomas existentes, de modo a estabilizar ou lentificar a progressão da perda da memória, conseguindo independência nas atividades da vida diária por mais tempo”, explica a geriatra Aline Bandeira. Tratamento medicamentoso do Alzheimer Conforme aponta a médica, acredita-se que parte dos sintomas da doença de Alzheimer decorra de redução dos níveis de acetilcolina presente no cérebro, e que por isso um modo possível de tratar a doença é utilizar medicações que inibam a degradação dessa substância. “O efeito esperado com o uso dessa classe de medicação é uma melhora inicial dos sintomas, mas deve-se salientar que a resposta é individual e muito variada”, aponta Aline. Segundo a especialista, há evidências de que essas drogas possam estabilizar parcialmente a progressão da demência, de modo que a evolução torne-se mais lenta. “Os efeitos positivos, que visam a melhoria ou estabilização, foram demonstrados para a cognição, o comportamento e a funcionalidade, e, no geral, são observados a partir de 8 a 12 semanas do início do tratamento”, afirma. Casos em que o medicamento pode ser interrompido As medicações podem ser descontinuadas, de acordo com a geriatra, nos casos de má aderência ao tratamento; se há comprovação de deterioração cognitiva e funcional, mesmo após seis meses de tratamento adequado; se após um período de interrupção do tratamento, constata-se que a droga não está mais proporcionando benefícios; e nos casos de intolerância medicamentosa refratária. Em todos esses casos, no entanto, é fundamental contar com o diagnóstico médico especializado para que decisão tomada seja informada adequadamente. Foto: Shutterstock

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