
Dra. Agustina Rodriguez
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O que é dermatite de contato e como aliviar os sintomas
Será que você pode ter dermatite de contato? Os principais sintomas dessa inflamação na pele são: descamação, coceira, vermelhidão e irritação. Além desses sinais, a dermatite pode apresentar outros e ser confundida com outras doenças de pele. Por isso, é importante saber reconhecer os sintomas e procurar ajuda. Neste conteúdo completo, a dermatologista Agustina Rodriguez explica mais sobre os tipos de dermatite de contato, seus sintomas e como tratar Existem dois tipos de dermatite de contato, a irritativa e a alérgica A médica explica que existem dois tipos de dermatite de contato: a irritativa e a alérgica, e que em linhas gerais, “A dermatite de contato (DC) é uma reação inflamatória da pele causada por um algum agente externo, capaz de provocar irritação e alergia. Assim, por conta de suas diferentes causas, existem dois tipos de dermatite de contato, a irritativa, quando uma substância entra em contato com a pele e causa dano na célula; ou alérgica, quando a reação é mediada por uma resposta imunológica à essa substância”. A primeira forma, causada por uma reação do organismo a algum composto, é a mais frequente. Sendo assim, ela pode aparecer no primeiro contato, principalmente quando o fator que causa a reação é forte, ou após repetidas exposições a esse agente. Por exemplo, a dermatite de fraldas é do tipo irritativa, o mais comum na infância. O que causa dermatite de contato? Os compostos que podem causar a dermatite de contato irritativa variam de pessoa para pessoa, de acordo com o organismo e a sensibilidade da pele. Alguns exemplos comuns são sabões, detergentes, produtos de limpeza em geral, cosméticos e até mesmo algumas plantas. Já em relação à dermatite de contato alérgica, ela depende do contato do corpo com alguma substância mais nociva para a pessoa. Portanto, esse processo envolve uma reação alérgica mais complexa que, em alguns casos, pode apresentar sintomas e até ferimentos mais graves. A Dra. Agustina cita que as mãos são a principal região do corpo onde aparecem os sintomas, pois é onde temos mais contato com o agente irritante, por conta da manipulação de substâncias como sabonetes e detergentes, por exemplo. Então, em caso de sinais, redobre o cuidado. Além disso, “a lesão provocada vai ser diferente em cada tipo de dermatite. As principais características das dermatites variam entre eritema (vermelhidão), descamação, ardor, coceira e crostas”, afirma a dermatologista. O tratamento para dermatite de contato envolve, principalmente, evitar o contato com o agente que causa irritação A Dra. Augustina explica que a dermatite de contato não tem cura, seja no caso alérgico ou irritativo, mas tem tratamento. Para que ele seja eficaz, é importante identificar qual substância causa as crises e evitar a exposição a ela. Em seguida, seguir as orientações recomendadas por um médico, após a avaliação clínica. Isso porque, ainda, “Na dermatite irritativa, temos a possibilidade de desenvolver algum tipo de reação se tivermos exposição a compostos irritantes. Por outro lado, a dermatite de contato alérgica é um pouco diferente, pois os indivíduos que desenvolvem a doença, apresentam uma predisposição a reações alérgicas e muitas vezes têm histórico familiar”. Alguns grupos estão mais predispostos a ter dermatite de contato, aponta estudo É muito importante que os dermatologistas se atentem às atividades que fazem parte rotina dos pacientes, já que elas podem ajudar a guiar o diagnóstico, indicando a quais tipos de substâncias o paciente está exposto e que podem causar alergias. Um exemplo disso pode ser encontrado em um estudo da clínica de dermatologia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que observou 630 pacientes que foram atendidos e submetidos à bateria padrão de testes de contato. Desses, as principais profissões que apresentaram reação adversa foram pessoas que cuidam do lar (27,39%) e que trabalham na construção civil (23; 33,5%). Entre os compostos que causaram essa sensibilidade, os principais foram bicromato de potássio (28; 41%), sulfato de níquel (16; 23%) e carba-mix (16; 23%). Por isso é muito importante ler os rótulos de qualquer produto químico, e tomar os devidos cuidados com relação ao manuseio. Para ter um tratamento para a dermatite de contato eficiente, é preciso fazer o teste alérgico Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, para diagnosticar as causas e indicar a melhor solução para a dermatite de contato alérgica ou irritativa, é indicado fazer o teste alérgico de contato (patch-test). Ele consiste na aplicação de 30-40 reagentes na pele das costas com substâncias que comumente causam alergia, para avaliar a reação exata da pessoa a cada uma delas. Os adesivos devem ficar na pele por 48 horas e, em seguida, o dermatologista observa quais podem ter causado a reação aversiva. Esse exame, por ser completo, também possibilita que a pessoa descubra alergias ou componentes que irritam a pele previamente desconhecidos. Nesse sentido, a Dra. Agustina orienta que o tratamento costuma envolver o “uso de luvas, vestimentas adequadas e calçados, para afastar o irritante. Além disso, uma boa hidratação para restabelecer a barreira cutânea em todos os casos e o uso de anti-histamínicos orais quando o paciente sente coceira. Também recomenda-se o uso de corticoides tópicos, como pomadas, sempre com indicação e acompanhamento médico. Em casos generalizados, crônicos ou de difícil controle, é possível optar por corticoides orais, imunossupressores ou fototerapia”. Em resumo, por si só, evitar o contato com o composto que causou a reação já possibilita que os sintomas desapareçam entre duas a quatro semanas. Porém, para impedir que esses sinais se tornem recorrentes, é importante adotar essas medidas complementares