
Dr. Rodrigo Pozzi Beilke
Otorrinolaringologia
Biografia
Dr. Rodrigo Pozzi Beilke é graduado em Medicina pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), em 2007, formado em Otorrinolaringologia pelo Instituto Felippu e titulado pela Associação Médica Brasileira e Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
Artigos
Por que a voz pode ficar rouca quando estamos com a garganta inflamada?
É comum que a inflamação na garganta resulte em uma alteração na voz, fazendo com que ela fique rouca. Porém, nem sempre uma inflamação na garganta deixa a voz desse jeito. Isso acontece quando a inflamação acomete as cordas vocais, estruturas que se localizam na laringe e são responsáveis pela emissão de som. “A inflamação pode acometer porções mais inferiores da garganta e com isso acaba ‘inchando’ as pregas vocais. Quando estas ficam dessa forma, resultam na alteração da nossa voz”, explica o otorrinolaringologista Rodrigo Pozzi. Apesar da inflamação das cordas vocais ter várias causas, ela normalmente ocorre em função do desgaste. Causas da inflamação na garganta Como na garganta existem algumas estruturas que podem ser individualmente inflamadas, a rouquidão na voz não se manifesta em todos os casos de dor de garganta. “Podemos ter inflamações em locais específicos, como amígdalas, faringe posterior e laringe, todos órgãos separados e independentes”, explica Pozzi. Normalmente a inflamação das cordas vocais acontece mais em pessoas que dependem da voz para o trabalho e que, portanto, a utilizam demasiadamente no dia a dia. Cantores, professores e palestrantes são alguns exemplos. Ela pode, no entanto, ocorrer em função de outros fatores que não o desgaste, tais como laringite, refluxo gastroesofágico e excesso de álcool e cigarro. Tratamento da garganta inflamada A inflamação na garganta pode ser viral, bacteriana ou traumática e o tratamento adequado se baseia em cada uma dessas causas. A normalização da voz rouca depende desses tratamentos específicos. “O tratamento caseiro ideal para garganta inflamada seria repouso, ingestão de muita água e sintomáticos habituais. Além disso, apenas uma avaliação médica pode instituir um outro tratamento”, completa o otorrinolaringologista. Foto: Shutterstock
Ar-condicionado pode piorar a saúde respiratória de quem tem rinite alérgica?
A saúde respiratória das pessoas em geral costuma ficar comprometida quando se mantém em ambientes com ar-condicionado, tendo em vista que esses aparelhos contribuem para o ressecamento do ar que se respira e da mucosa nasal. No caso daqueles que possuem predisposição para crises alérgicas, como as da rinite, esse ressecamento traz ainda mais prejuízos. Acúmulo de alérgenos no ar-condicionado contribui para piorar a rinite Além do ressecamento, o ar-condicionado pode prejudicar a respiração de quem tem rinite alérgica pelo acúmulo de sujeira e partículas que funcionam como desencadeadores dessa alergia. Quando o filtro do aparelho é ruim e/ou mal higienizado, essas impurezas podem ajudar a deflagrar uma crise alérgica em quem sofre com a rinite. “O ar-condicionado com certeza pode piorar a saúde respiratória de quem possui rinite alérgica. Este aparelho pode funcionar como um meio no qual há acúmulos de pó, fungos, ácaros e outros micro-organismos ou partículas que desencadeiam uma resposta alérgica”, afirma o otorrinolaringologista Rodrigo Pozzi. “Além da rinite, o ar-condicionado causa a precipitação de crises alérgicas em outras doenças respiratórias, como sinusite, otite, gripe, pneumonia, tosse e asma”. Frio do ar-condicionado também faz piorar a rinite alérgica O ar-condicionado também prejudica indivíduos com rinite alérgica por meio do choque térmico, ou seja, a mudança brusca de temperatura. Quando o tempo está muito quente e o aparelho é ligado em uma temperatura bem fria e há movimentação constante de troca entre os dois ambientes, os pacientes com rinite tendem a ter uma reação alérgica. Para evitar o choque térmico, basta vestir um casaco quando for ficar em ambientes com ar-condicionado. Para combater o ressecamento causado pelo aparelho, é importante higienizá-lo devidamente, principalmente seu filtro, e usar paralelamente umidificadores. Estes podem ser aparelhos ou um balde com água ou até mesmo uma toalha molhada. Para aliviar os sintomas da rinite, é recomendada a higiene nasal, um procedimento indolor e sem contraindicações, que melhora a função das vias respiratórias superiores e ajuda o corpo a se livrar de alérgenos e outras partículas que podem desencadear o problema. Foto: Shutterstock
Nariz entupido: quais ambientes podem ressecar a mucosa nasal?
O ressecamento da mucosa nasal é um problema bastante comum que pode afetar qualquer pessoa, mas especialmente aquelas com histórico de rinite alérgica. Além dessa condição, outros fatores podem contribuir para o ressecamento do nariz, como baixa umidade e poluição. Ao ficarem mais secas, o nariz pode ficar entupido, gerando desconforto. Ressecamento da mucosa nasal dificulta a respiração “Os ambientes que mais propiciam o ressecamento da mucosa nasal são aqueles extremamente secos e poluídos. Ambientes de empresas onde são liberados gases voláteis propiciam esse ressecamento aos funcionários, assim como escritórios com ar condicionado ligado sem renovação de ar e cidades grandes muito urbanizadas, onde o ar fica mais seco e poluído em períodos de menos chuvas”, aponta o otorrinolaringologista Rodrigo Pozzi. Para tratar esse ressecamento, o médico sugere aos pacientes buscar hidratar o nariz com soluções salinas fisiológicas, as quais podem ser utilizadas por diversas vezes durante o dia. Há também soluções em gel para o mesmo fim. “A consulta médica é sempre bem vinda para individualizar o caso e prescrever a melhor conduta”, afirma. Nariz entupido pode ser causado por doenças ou alergias Quanto ao entupimento do nariz em si, o especialista afirma que qualquer ambiente pode provocar tal efeito. “Estar ao ar livre ou em qualquer local que possua alérgenos (fatores que estimulam uma resposta alérgica) que afetem a pessoa com alguma rinite, o entupimento das vias nasais pode ocorrer como manifestação de determinada alergia”. Além disso, o nariz pode ficar entupido devido a doenças virais e bacterianas. “Problemas anatômicos, como hipertrofia de cornetos, desvio septal, adenóide e tumorações, também podem deixar o nariz entupido e/ou mantê-lo dessa forma”. O entupimento do nariz pode ocorrer pela inflamação dos vasos sanguíneos locais ou em função da produção de muco em excesso, um sintoma comum, por exemplo, de doenças respiratórias, como gripes e resfriados. Foto: Shutterstock
Nariz entupido: respirar pela boca pode trazer riscos para a saúde da garganta?
Respirar pela boca pode trazer riscos para a saúde da garganta, pois quando o ar entra no organismo a partir desta via, não passa pelas mesmas proteções contra substâncias infecciosas presentes no nariz. Por isso, os indivíduos ficam mais vulneráveis a infecções que afetam a garganta, como faringites e amigdalites. “Sim, respirar pela boca pode fazer mal não só para a garganta, mas para toda a via aérea. O nariz funciona 24 horas. Ele aquece, umidifica, retém partículas maiores de sujidades e, por fim, acaba purificando o ar que respiramos. Ele é o ‘guarda-costas’ protetor da garganta, ouvidos, e pulmões”, afirma o otorrinolaringologista Rodrigo Pozzi. Riscos e causas da respiração pela boca Dentre as infecções das vias aéreas mais comuns e que podem ter risco aumentado pela respiração bucal, o médico cita, além das faringites e amigdalites, otites, resfriados, gripes e pneumonias. Em crianças, o ato de respirar pela boca pode gerar ainda algumas alterações, como no posicionamento da língua e na musculatura da face, que tende a se tornar mais flácida, já que é menos exigida. Mesmo que uma pessoa consiga respirar normalmente pelo nariz, qualquer situação que provoque o bloqueio das vias nasais irá fazer com que a respiração seja deslocada para a boca. Dentre as principais causas da respiração bucal, destacam-se as rinites, sinusites, desvio do septo nasal e pólipos nasais. Tratamento dos problemas resultantes da respiração bucal O tratamento do problema originado pela prática de respirar pela boca, naturalmente, varia de acordo com o quadro determinado pelo diagnóstico. “Primeiramente, deve haver o diagnóstico médico (preferencialmente por um otorrinolaringologista) para definir o problema. Assim que identificado, ele pode ser tratado com medicamento e/ou cirurgia”, explica Pozzi. Em casos mais simples, como um resfriado, que gera coriza e, consequentemente, entupimento do nariz, o uso de descongestionantes nasais pode aliviar o problema. Foto: Shutterstock
Espirrar muito é normal ou pode ser sinal de um problema de saúde?
O ato de espirrar nada mais é do que uma maneira das vias respiratórias expulsarem qualquer substância estranha que tenha invadido o organismo, por meio de um reflexo involuntário. Quando partículas como poeira, pólen, ácaros, vírus e bactérias irritam o nariz ou a garganta, ocorre o espirro. Quando o espirro se manifesta em excesso, é sinal de que há um quadro alérgico. Espirrar muito está quase sempre ligado à rinite alérgica “O espirro é um alerta do corpo mostrando que o nariz está sendo irritado por algo. Se uma pessoa começa a espirrar muito, o mais provável é que ela tenha rinite alérgica. Eu diria que a grande maioria dos espirros (em excesso ou não) estão associados com algum tipo de rinite alérgica”, informa o otorrinolaringologista Rodrigo Pozzi. Contudo, esse quadro também pode estar relacionado à corpos estranhos (mais em crianças, que introduzem objetos no nariz) e ambientes que desencadeiam inflamação por agentes externos, lesionando a mucosa nasal. “Exemplos desses agentes: fumaça, pólen, caspas de animais domésticos, casca de barata, ácaros, pó-caseiro, vírus, odores fortes e drogas inaladas”, lista Pozzi. Tratando espirro e a rinite alérgica Segundo o médico, o tratamento mais simples e caseiro para controlar o espirro em excesso consiste na limpeza com solução salina das fossas nasais e em evitar ambientes e coisas que desencadeiam respostas alérgicas. “O tratamento medicamentoso deve ser indicado individualmente pelo médico, com base na análise das particularidades de cada quadro e paciente”, recomenda. Além do espirro em excesso, a rinite alérgica pode provocar sintomas como coriza, lacrimejamento dos olhos, congestão nasal, tosse e dor de garganta. O tratamento desse tipo de alergia também costuma ser feito com medicamentos, tais como antialérgicos, descongestionantes nasais e corticosteróides. Foto: Shutterstock