
Dr. Ricardo Matias de Carvalho
Clínica Médica e Pediatria
Biografia
Dr. Ricardo Matias de Carvalho é clínico geral, formado em Medicina pela Universidade Federal de Sergipe (UFSE) em 2010. Atua nas áreas de Clínica Médica e Pediatria em Itabaiana (SE).
Artigos
Lavar as mãos é fundamental para se prevenir de gripes e resfriados
Gripes e resfriados são doenças infecciosas que atingem as vias aéreas superiores. A gripe é causada por três tipos de vírus, enquanto existem mais de 200 vírus que podem dar início a um resfriado. A intensidade dos sintomas, que vão desde tosse, coriza, espirro, dores e febre, varia de acordo com tipo do vírus. O resfriado, por exemplo, é mais brando, enquanto a gripe causada pelo tipo A corresponde às grandes epidemias, como a gripe suína. Beijar alguém pode transmitir o vírus da gripe Segundo o clínico geral Ricardo Matias de Carvalho, as duas doenças são de fácil transmissão. Basta inalar ou ingerir secreções de uma pessoa infectada: “É possível pegar o vírus da gripe ao beijar alguém doente ou ter contato muito próximo e, principalmente, ao respirar gotículas que são expelidas ao tossir e espirrar.” Por isso, a prevenção contra os dois problemas deve levar em conta até mesmo a limpeza das mãos: “Quando alguém gripado espirra nas mãos e depois pega um objeto, uma grande quantidade de vírus fica naquele objeto. Caso uma segunda pessoa pegue o objeto e depois leve as mãos à boca, ela pode contrair a gripe.” Grupos de risco devem tomar vacina da gripe todos os anos A vacinação contra a gripe é a principal forma de evitar a doença. A vacina deve ser tomada anualmente, principalmente por pessoas que pertencem a grupos de risco, como idosos, gestantes, doentes crônicos e crianças com menos de cinco anos, antes do inverno e da primavera. Por serem mais frias, essas estações tornam mais propícia a permanência em ambientes fechados e aumentam os riscos de contágio. Uma boa alimentação também ajuda a evitar a gripe. “Alimentos ricos em vitamina C, como laranja, limão e acerola, auxiliam no aumento da nossa imunidade, que é o sistema de defesa de nosso corpo, prevenindo não somente a gripe como várias outras doenças contagiosas”, afirma o especialista. É importante privilegiar frutas, legumes e verduras, em detrimento de doces e produtos industrializados. Foto: Shutterstock
Remédios antitérmicos podem fazer suar mais que o normal
A febre é uma resposta do organismo a um problema de saúde, como infecções causadas por vírus e bactérias. Costuma surgir associada a dores no corpo e cansaço e, por causa desses incômodos, muitas pessoas recorrem ao uso dos medicamentos antitérmicos para tratá-la. Quando a medicação começa a fazer efeito, alguns pacientes podem suar mais que o normal. Remédio para febre faz suar O suor ajuda a levar a temperatura do corpo aos 36°C. A maioria dos medicamentos antitérmicos atua inibindo a ação de uma substância chamada ciclooxigenase, impedindo sua chegada ao hipotálamo, estrutura no cérebro que atua no controle da temperatura corporal, auxiliando no controle da febre. De acordo com o clínico geral Ricardo Matias, é normal suar um pouco mais enquanto o antitérmico leva a temperatura corporal de volta a um nível aceitável. “Quando tomamos um antitérmico, nós simplesmente suprimimos as substâncias que induzem o hipotálamo a elevar a temperatura. Nesse momento, o hipotálamo volta a ter a temperatura de 36 graus Celsius como alvo e o suor é um dos mecanismos envolvidos para esse fim”, afirma. Antitérmicos devem ser usados com cautela O médico diz ainda que os antitérmicos podem ser usados sem prescrição médica: “São medicamentos que devemos ter em casa para um caso de necessidade. Entretanto, temos que ter em mente que o antitérmico tratará apenas o sintoma da febre, não trata sua causa”. Por isso, o médico deve ser consultado assim que possível para investigar o problema e tratá-lo corretamente
Febre: como funciona o sistema de regulação térmica do corpo?
O corpo humano é dotado de um sistema que trabalha a todo momento com o objetivo de controlar sua temperatura. Essa regulação térmica é feita por meio do balanço entre a perda e a produção ou aquisição do calor. Quando algo de errado acontece, o corpo logo dá sinais e tenta corrigir o problema. Um desses mecanismos é a febre, ou seja, a elevação da temperatura corporal acima dos 37 graus Celsius. Febre é causada por infecções, hemorragias, traumatismos e doenças cardiovasculares Participam desse processo da febre os sensores térmicos (hipotálamo anterior e área pré-óptica, receptores cutâneos e os receptores existentes em órgãos corporais), o centro integrador e de comando, a hipófise e os sistemas nervosos central, autônomo e somático. Entre as causas da febre, vale destacar as infecções causadas por vírus (como é o caso de um quadro de gripe), bactérias, fungos e parasitas. Além disso, existem ainda as causas não infecciosas, entre as quais se destacam as doenças do sistema nervoso central, como hemorragias e traumatismos, as neoplasias, como câncer de fígado, rins e intestinos, as doenças cardiovasculares, o hipertireoidismo e alguns tipos de hepatites. Febre diminui reprodução de bactérias durante infecção “A elevação da temperatura corporal por meio da febre aumenta as possibilidades de sobrevida em uma situação de infecção”, explica o clínico geral Ricardo Matias. Este efeito é conseguido graças à redução do crescimento e da capacidade de reprodução de várias espécies bacterianas e ao aumento da capacidade de destruição de células e bactérias dos neutrófilos e linfócitos, promovidos pela febre. Neutrófilos e linfócitos são células que atuam na defesa do corpo. No entanto, é preciso ficar atento à febre alta, que pode prejudicar o corpo de forma perigosa. “Temperaturas superiores a 41°C induzem a desnaturação enzimática, alteração da função mitocondrial, instabilidade nas membranas celulares e alteração das vias metabólicas dependentes de oxigênio, podendo culminar em falência multiorgânica”, alerta o médico. Foto: Shutterstock
Quando um clínico geral deve ser procurado para uma consulta?
Existem tantas especialidades médicas que, às vezes, é difícil para um paciente saber a qual delas recorrer ao sentir uma dor ou desconfiar de alguma doença. Por outro lado, essa especialização é fundamental para dar conta da complexidade do corpo humano. Mas, e o clínico geral? Você sabe o que ele faz e quando procurá-lo? Entenda o que faz um clínico geral Esse profissional é um médico generalista, que cuida do paciente de maneira integrada, em vez de segmentá-lo como normalmente fazem os médicos especialistas. Ricardo Matias de Carvalho é clínico geral e defende que todas as pessoas com mais de 12 anos devem ter um clínico geral de confiança para se consultar, estando doentes ou não. “É muito importante ter um médico que te acompanhe e te oriente pelo maior tempo possível, construindo seu histórico clínico com o máximo de informações de sua saúde”, afirma o profissional. Ricardo acredita que fazer consultas com um clínico geral durante pouco tempo é ruim e prejudica a relação com o paciente. “Para mim, a relação deveria ser quase um casamento: Até que a morte os separe”, brinca o médico. Antes de procurar um especialista, recorra a um clínico geral Carvalho diz que o clínico geral deve ser quase sempre o primeiro médico a ser procurado pelo paciente. “Um bom clínico geral, com uma boa experiência profissional, pode ser capaz de diagnosticar e tratar mais de 80% dos problemas de saúde”, explica. Quando ele não puder indicar o tratamento, ele poderá avaliar a gravidade e indicar o melhor especialista para atender o paciente. Outras situações que, segundo o médico, estão fora de seu alcance são cirurgias de médio ou grande porte. Eles apenas estão habilitados a realizar pequenos procedimentos, como suturas, drenagens e extrações de unha. Foto: Shutterstock