
Dr. Paulo César Sadala Ferreira
Cardiologia
Biografia
Dr. Paulo César Sadala Ferreira é médico especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), especialista em Terapia Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), coordenador da residência de Clínica Médica e Terapia Intensiva da Santa Casa de Ribeirão Preto.
Artigos
Hipertensão: Por que a obesidade contribui para a elevação da pressão arterial?
A hipertensão é uma doença crônica bastante perigosa não só por afetar a saúde do sistema cardiovascular, mas por colocar em risco todo o funcionamento do organismo. De acordo com o Ministério da Saúde, acontecem 300 mil infartos, uma das principais complicações da doença, por ano, sendo 30% deles fatais. É preciso conhecer os fatores de risco do problema para, com ajuda médica, corrigi-los e evitá-los. Um dos fatores mais importantes é a obesidade. Obesidade aumenta o risco de complicações da hipertensão “A obesidade promove o acúmulo de gordura na parede dos vasos sanguíneos, facilitando o aumento da pressão com que o sangue ‘bate’ na parede do vaso e, portanto, promovendo a elevação da pressão arterial”, afirma o cardiologista Paulo César Sadala Ferreira. Uma pessoa portadora tanto de obesidade quanto de hipertensão tem muito mais risco de ter problemas cardíacos e cerebrovasculares do que quando as doenças são observadas de maneira isolada. Como exemplos de complicações, podem ser citados o acidente vascular cerebral (AVC), o infarto do miocárdio, a insuficiência cardíaca e a insuficiência renal. Prevenção da obesidade e da hipertensão Apostar na prevenção da obesidade e da pressão alta é a melhor maneira de não correr riscos. No entanto, é preciso ter dedicação. É necessário praticar atividades físicas regularmente, manter uma alimentação saudável, evitando alimentos gordurosos e com muito sal, e abandonar maus hábitos, como fumar e beber, para perder peso e manter a pressão controlada. O tratamento é feito com medidas semelhantes, como explica o cardiologista: “O tratamento de ambos os problemas consiste na mudança do estilo de vida. Iniciar um programa de atividade física de pelo menos 150 minutos por semana, ter uma alimentação pobre em enlatados, embutidos, açúcares e carboidratos de lenta absorção, e em muitos casos associando o uso de medicamentos para ambas as doenças”. Foto: Shutterstock Dados do Ministério da Saúde: http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2017/09/doencas-cardiovasculares-sao-principal-causa-de-morte-no-mundo
Quais são as principais causas da pele ressecada?
A pressão arterial é a pressão que o sangue exerce enquanto passa pelos vasos sanguíneos. Em pessoas saudáveis, os valores costumam permanecer entre 120×80 e 139x89mmHg, enquanto em pessoas hipertensas ficam iguais ou acima de 140x90mmHg. No entanto, o resultado da aferição da pressão arterial não é fixo e pode mudar ao longo do dia. Exercícios físicos e café podem alterar pressão arterial Segundo o cardiologista Paulo César Sadala Ferreira, “a pressão não costuma variar de maneira importante ao longo do dia, a não ser que haja motivos para isso”. Ele cita a prática de exercícios físicos, o consumo de cigarro e café e o uso de medicações como fatores que podem aumentar a pressão arterial durante o dia. que contêm cafeína em sua composição. Essa substância, com a liberação da adrenalina, estimula o funcionamento e o rendimento do organismo, aumentando os batimentos cardíacos e elevando a pressão. Já durante a prática de exercícios físicos, o ritmo cardíaco e a pressão arterial aumentam para responder à movimentação e ao esforço feito pelo corpo, embora contribua para o controle da hipertensão no longo prazo. Já a nicotina presente no cigarro estimula a liberação de um composto que também faz a pressão subir. Pressão deve ser medida com paciente em repouso Por causa dessas variações, a recomendação é medir a pressão estando em repouso e sentado. Vá ao banheiro até dez minutos antes, não faça exercícios na hora anterior e não consuma cigarro ou bebida alcoólica até 30 minutos antes. A pressão deve ser verificada pelo menos uma vez ao ano por quem não sofre de problemas cardíacos. Se sua pressão estiver um pouco diferente do habitual, não é motivo para desespero: essas alterações nos números da pressão arterial são consideradas normais, mas o médico faz uma ressalva. “Toda pressão que se eleva para valores iguais ou maiores que 140x90mmHg está alterada e, portanto, deve-se procurar um médico para melhor avaliação”, recomenda Ferreira. Foto: Shutterstock
Por que as chances de ter hipertensão aumentam com o passar dos anos?
A hipertensão é uma doença que atinge aproximadamente 25% dos brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde. No entanto, essa porcentagem aumenta consideravelmente quando apenas os idosos são considerados: 60% dos homens e mulheres com mais de 60 anos têm pressão alta. Essa maior incidência na terceira idade não é à toa. Enrijecimento dos vasos sanguíneos facilita hipertensão na terceira idade Com o passar dos anos, a chance de ter hipertensão sobe consideravelmente, assim como a maioria das doenças cardiovasculares. “No caso da hipertensão, isso se deve principalmente porque as paredes dos vasos sanguíneos ficam mais enrijecidas, então, a tensão do sangue na parede dos vasos aumenta, causando a doença”, afirma o cardiologista Paulo César Sadala Ferreira. O infarto é uma das principais complicações da pressão alta e sua incidência também aumenta com a idade. “No caso do infarto, as chances são elevadas porque a quantidade de placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos aumenta consideravelmente a partir dos 45 anos em homens e 55 anos em mulheres”, alerta o médico. Problemas nos rins aumentam risco de idosos terem pressão alta Como se não bastassem os problemas no sistema cardiovascular, danos em outros órgãos, como os rins, também podem facilitar o desenvolvimento da hipertensão. A chegada de um menor volume de sangue nos rins faz com que haja maior retenção de sal e água no corpo, o que faz os valores da pressão arterial subirem perigosamente. A melhor forma de evitar a doença é se dedicar às principais formas de prevenção, começando pelas consultas periódicas com um cardiologista. “A prevenção sempre se dá por meio de uma dieta saudável e com atividade física. Devemos ingerir, em média, cinco gramas de sal por dia, enquanto no nosso país se ingere de três a quatro vezes esse valor”, ressalta Ferreira.