Dr. Pablo Goulart
Clínica Médica
Biografia
Dr. Pablo Goulart é médico clínico geral com pós graduação em medicina intensiva, formado na Faculdade de Medicina da PUC/RS.
Artigos
Como a febre se manifesta no nosso corpo? Quais são as características?
A febre é um sintoma, então ela não provoca outros sinais corporais. Contudo, pode sim vir acompanhada de outros sintomas, dependendo do quadro que desencadeou todos eles. Por exemplo, uma virose simples pode provocar febre e, além disso, vômito, diarreia, dor de cabeça etc. Sintomas associados aos quadros de febre “Em primeiro lugar, é preciso lembrar que a febre é um sinal de uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas), ou seja, a síndrome febril. Esta pode estar associada a inúmeras mudanças no organismo de um indivíduo e vir acompanhada por diversas outras manifestações ou sintomas, tais como astenia, calafrio, mialgias, taquicardia, cefaleia (dor de cabeça), anorexia, náuseas e vômitos”, explica o clínico geral Pablo Goulart. Esses sintomas todos são provocados porque ocorrem mudanças no centro termorregulador do hipotálamo, que é uma parte do cérebro que age como um termostato. “Frente a um dado estímulo, ele eleva a temperatura, o que ativa neurônios no centro vasomotor que provocam vasoconstrição e ativação neuronal. Com isso, aumenta-se a produção de calor na periferia até atingir o nível de temperatura determinado pelo hipotálamo, o que gera a nossa sensação de febre”. Hipertermia, febre e hiperpirexia Para fazer o controle adequado dos sintomas mencionados, é preciso diferenciar alguns conceitos em relação ao aumento da temperatura corporal média (a qual normalmente gira em torno de 36,8°). Assim, é importante distinguir três situações clínicas: a hipertermia, a febre e a hiperpirexia. Em geral, o controle dos sintomas febris pode ser feito com antipiréticos e esses podem ser analgésicos e antitérmicos comuns. “A hipertermia é o aumento da temperatura corporal que excede a capacidade do organismo em perdê-la. Pode ser rapidamente fatal; a febre é o aumento da temperatura corporal que ultrapassa a variação diária normal (maior que 37,2°C pela manhã e maior que 37,7ºC à tarde); e a hiperpirexia são níveis extremamente elevados da temperatura corporal (acima de 41,5°C), muitas vezes associado à hemorragias no sistema nervoso central”. Foto: Shutterstock
Febre alta: a partir de qual temperatura o paciente começa a correr riscos sérios?
A febre é uma resposta imunológica natural a alguma alteração que esteja acontecendo no organismo, como por exemplo uma infecção por bactéria ou vírus. A temperatura corporal que indica uma “febre normal” gira em torno dos 37,8°C. Quando o termômetro começa a apontar temperaturas acima desse valor, a preocupação deve aumentar. Febre também exige preocupação se for persistente “Na verdade, a febre é uma manifestação fisiológica da reação imunológica do corpo a algum tipo de infecção ou inflamação ,ou seja, avisa que tem algo errado. Normalmente, os médicos consideram que a febre que inspira cuidados parte dos 38,3°C”, informa o clínico geral Pablo Goulart. “Como solução, o paciente pode apostar em antitérmicos comuns, desde que prescritos pelo médico”, completa. Caso a febre chegue perto ou até mesmo atinja a marca dos 40°C, o quadro é considerado de fato perigoso e a procura por consulta médica ou ida ao pronto-socorro se tornam fundamentais. A febre persistente também merece bastante cuidado, especialmente entre idosos e crianças. “Passamos a nos preocupar com febre maior ou igual que 38,3°C após 48 horas de duração”. Sintomas da febre ajudam a determinar gravidade do quadro A elevação da temperatura do corpo indica o grau de intensidade da febre, mas os sintomas apresentados pelos pacientes também têm grande influência na gravidade do quadro. É possível que uma pessoa tenha febre normal e se senta prostrada, abatida, fraca, assim como pode apresentar febre alta, mas se manter ativa, sem debilidades. O primeiro caso pode vir a ser mais preocupante. Apesar da preocupação com a febre alta, o especialista afirma que nem sempre o paciente precisa, em um primeiro momento, procurar atendimento médico de emergência. “Na grande maioria das vezes a febre é uma manifestação autolimitada de uma infecção ou inflamação benigna, que cede em até 48 horas, como por exemplo uma infecção viral, resfriado ou gripe”, afirma. Foto: Shutterstock
