
Dr. Mauro Gomes
Pneumologia
Biografia
Dr. Mauro Gomes é mestre em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e especialista em Pneumologia pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Atua como professor da disciplina de Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, pneumologista efetivo e chefe de equipe de Pneumologia do Hospital Samaritano de São Paulo e é o atual diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia. Já atuou como coordenador do ambulatório de DPOC da Disciplina de Pneumologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), de 2008 a 2012, diretor para assuntos científicos da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, de 2001 a 2007 e coordenador da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, de 2014 a 2016. É membro da American Thoracic Society (ATS), da European Respiratory Society (ERS) e da Asociación Latinoamericana de Tórax (ALAT).
Artigos
Por que a tosse seca costuma ser pior durante a noite?
Assim como a tosse em geral, a tosse seca noturna possui diversas causas. Então, para definir precisamente o motivo que a faz ser mais presente à noite, é importante saber exatamente o que pode estar estimulando-a. “Tudo depende da causa da tosse. Nem todas as vezes há piora noturna”, destaca o pneumologista Mauro Gomes. Conheça as principais causas da tosse seca noturna A tosse seca noturna se origina por diferentes causas e a alergia é uma delas. Como o quarto é um ambiente em que habitam diversos alérgenos e muitas vezes está fechado, a hora de dormir acaba sendo um período de contato com esses agentes. Portanto, quem tem alergia à poeira ou animais domésticos, rinite etc, está sujeito a tossir mais na hora de dormir. Além das alergias respiratórias, a tosse seca persistente pode ser causada, por exemplo, pelo refluxo gastroesofágico e por problemas cardíacos. Infecção viral recente das vias respiratórias (gripe, resfriado, pneumonia) e tensão emocional também podem causar o incômodo noturno, especialmente em crianças. O que é bom para tosse seca à noite? Naturalmente, o tratamento desse tipo de tosse também vai depender da sua causa. Apenas usar antitussígenos (xaropes e afins) não é uma boa opção, pois com isso é possível que se esteja atrasando o diagnóstico de alguma doença mais séria. “O tratamento ideal é aquele que trata a causa da tosse, e não apenas o sintoma”. O problema também pode ser evitado com a adoção de algumas práticas. Hidratar a garganta, manter as vias aéreas limpas, evitar o ar seco dentro de casa e manter o ambiente sempre higienizado são bons exemplos. Este último caso, em particular, se relaciona com as alergias respiratórias, já apontadas como uma das causas da tosse seca à noite. Quando pensar em COVID-19? A COVID-19 é uma doença causada por um tipo de coronavírus conhecido como SARS-CoV-2, que apresenta principalmente sintomas respiratórios muitas vezes semelhantes a quadros gripais. Os sintomas mais comuns do COVID-19 são febre, cansaço e tosse seca, sendo que alguns pacientes podem apresentar ainda dores no corpo, congestão nasal, corrimento nasal, dor de garganta ou diarreia. Em alguns casos também pode causar tosse com catarro. Esses sintomas geralmente são leves e começam gradualmente. O sintoma que merece maior atenção e que deve ser levado em consideração para que os pacientes procurem imediatamente um serviço de saúde é a falta de ar ou dificuldade de respirar, que pode significar uma piora do quadro pulmonar. Se você tiver dúvidas sobre os sintomas e diferenças entre a Gripe, Resfriado e Coronavírus, acesse: https://cuidadospelavida.com.br/blog/post/comparacao-entre-os-sintomas-resfriado-comum-gripe-e-covid-19 Referências:
Um paciente pode ter asma e bronquite ao mesmo tempo?
Asma e bronquite muitas vezes são confundidas por parecerem bastante, mas na verdade são quadros distintos. Inclusive, um paciente com asma pode apresentar bronquite ao mesmo tempo. O principal causador da bronquite é o tabagismo, então se um paciente com asma possui esse hábito, por exemplo, pode acabar sofrendo com os dois problemas. “Se o asmático for fumante, ele pode desenvolver as duas doenças, o que é mais grave. A associação da asma com a bronquite (DPOC) leva a mais sintomas, mais perda da função pulmonar, mais crises e maior chance de mortalidade”, informa o pneumologista Mauro Gomes. As diferenças entre asma e bronquite Os sintomas de asma e bronquite são praticamente os mesmos e suas definições contam com uma sutil diferença: a asma é uma inflamação das vias aéreas inferiores (compreendendo desde a traqueia até os brônquios), enquanto a bronquite representa uma inflamação especificamente nos brônquios. Outra diferença entre asma e bronquite está na manifestação e duração dos sintomas e crises. Na asma, as crises são passageiras, surgem e logo desaparecem. Apenas nos casos de asma grave os sintomas serão contínuos. No caso da bronquite, os sintomas sempre persistem por mais tempo (mais de três meses no ano). Parar de fumar previne asma e bronquite Como os sintomas dos quadros são praticamente os mesmos, algumas medidas de tratamento que são específicas para o controle dos sintomas poderão ser parecidos. Cessar o tabagismo é uma prevenção que também funciona nos dois casos. “No caso do paciente que tem asma e bronquite, devem ser realizados os tratamentos para as duas condições, o que aumenta o número de medicamentos utilizados e o custo do tratamento”, afirma Mauro. Foto: Shutterstock
A cor do catarro pode indicar a gravidade de uma doença respiratória?
As temperaturas mais baixas, típicas do outono e do inverno, propiciam o aumento do número de casos de doenças respiratórias, como a gripe e o resfriado. Junto à tosse e ao espirro, outro sintoma bastante comum desses problemas de saúde é a produção de catarro. Sua presença em quantidades adequadas não é sinal de problema, mas alterações na cor, no cheiro e na consistência podem mostrar que o paciente está com uma doença respiratória. Catarro transparente é o mais comum Em um organismo saudável, o catarro não tem cor. Mas, o catarro com sangue pode adquirir uma coloração avermelhada, o que pode indicar problemas graves, como pneumonia e câncer de pulmão. Já o catarro branco é sinal de resfriado, asma ou alergia. Entre os tipos de catarro, existe ainda o marrom, provocado pelo contato com a poluição do ar e também por um tipo de pneumonia cujo responsável é um fungo. “Na maioria das vezes, o catarro verde ou amarelo indicam a presença de uma infecção e a necessidade de tratamento”, explica o pneumologista Mauro Gomes. Quando estiver verde, o catarro é indício de uma infecção bacteriana, como amigdalite e pneumonia, mas se estiver amarelado, indica o desenvolvimento de rinite, sinusite e laringite. Catarro com cheiro ruim pode ser sinal de infecção O cheiro e a consistência da substância também podem revelar uma doença respiratória em desenvolvimento. Para que seja transportado, o catarro deve ser um pouco espesso, mas a viscosidade em excesso pode indicar uma infecção. Geralmente, o muco não apresenta cheiro, mas a existência de bactérias pode provocar o surgimento de um odor leve. “O catarro é uma secreção que se forma no interior das vias aéreas ou do pulmão após uma infecção. Na realidade, é material purulento (com pus) que está sendo expelido pela pessoa”, afirma o especialista. Apesar de parecer nojento, o catarro tem uma função muito importante para o corpo: a substância é produzida para proteger as vias aéreas do ataque de diversos microrganismos, como vírus e fungos. Qual a diferença entre as vacinas do coronavírus? A diferença entre as vacinas está relacionada a forma como cada uma é produzida pelo seu laboratório. A CoronaVac produzida pela empresa chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, utiliza uma das metodologias mais tradicionais para produzir a vacina, que é a utilização de um vírus inativado. A vacina de Oxford, da Astrazeneca em parceria com a Fiocruz, utiliza uma plataforma diferente, a do vetor viral, na qual um outro vírus (adenovírus de chimpanzé) é manipulado geneticamente para inserir o gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2. A vacina da Pfizer tem outro método de produção, no qual os cientistas separam uma parte do código genético viral (RNA), que uma vez injetada em nosso corpo desencadeia o estímulo para que o sistema imune produza os mecanismos de defesa contra o vírus. Todas essas estratégias de vacinas são muito eficazes e nenhuma é capaz de ocasionar a manifestação da doença. Se você tiver dúvidas sobre a vacinação, acesse: https://cuidadospelavida.com.br/especiais/vacinas-pela-vida Referências: Wei-jie Guan et al. Comorbidity and its impact on 1,590 patients with COVID-19 in China: A Nationwide Analysis. MedRxiv 2020. Ministério da Saúde. https://www.saude.gov.br/o-ministro/746-saude-de-a-a-z/46490-novo-coronavirus-o-que-e-causas-sintomas-tratamento-e-prevencao-3 acessado em 13/04/2020. Foto: Shutterstock
Engravidar após os 30 anos é um fator de risco para endometriose?
Doença comum que acomete as vias aéreas ou brônquios, a asma provoca sintomas bastante característicos, como falta de ar/dificuldade de respirar, tosse e chiado no peito. Diz-se que esses sintomas tendem a piorar durante a noite, afirmação que aparece, inclusive, no portal da Sociedade Brasileira de Pneumologia e tisiologia. Piora dos sintomas da asma à noite De acordo com o pneumologista Mauro gomes, não há uma explicação lógica e definitiva para essa suposta piora dos sintomas de asma durante a noite. “Por mais que não haja ainda um esclarecimento preciso nesse sentido, o fato é que para algumas pessoas os sintomas simplesmente pioram à noite”, afirma o profissional. Ainda segundo o especialista, a piora dos sintomas da asma à noite pode ser explicada de forma mais concreta em um caso específico: quando o paciente possui, além de asma, doença do refluxo. Vale ressaltar que essa piora noturna dos sintomas . Principais medidas de tratamento e prevenção contra asma Outro fator que influencia na piora dos sintomas da asma, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, é a prática de atividades físicas. No entanto, é importante ter em mente que o exercício físico é indicado como prevenção e tratamento da asma, desde que feito com intensidade leve, no máximo moderada, e acompanhamento de especialistas. O tratamento destinado aos pacientes com asma exige o uso de medicamentos específicos, broncodilatadores e corticoides, tanto os de efeito rápido, para situações emergenciais (crises), quanto os de uso rotineiro, para controlar o quadro no geral. Outras medidas importantes de tratamento e prevenção: cessar o tabagismo, evitar contato com alérgenos e situações de estresse, dentre outros. Dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT): https://sbpt.org.br/portal/espaco-saude-respiratoria-asma/ Foto: Shutterstock
Os sintomas da asma costumam piorar à noite? Por quê?
Doença comum que acomete as vias aéreas ou brônquios, a asma provoca sintomas bastante característicos, como falta de ar/dificuldade de respirar, tosse e chiado no peito. Diz-se que esses sintomas tendem a piorar durante a noite, afirmação que aparece, inclusive, no portal da Sociedade Brasileira de Pneumologia e tisiologia. Piora dos sintomas da asma à noite De acordo com o pneumologista Mauro gomes, não há uma explicação lógica e definitiva para essa suposta piora dos sintomas de asma durante a noite. “Por mais que não haja ainda um esclarecimento preciso nesse sentido, o fato é que para algumas pessoas os sintomas simplesmente pioram à noite”, afirma o profissional. Ainda segundo o especialista, a piora dos sintomas da asma à noite pode ser explicada de forma mais concreta em um caso específico: quando o paciente possui, além de asma, doença do refluxo. Vale ressaltar que essa piora noturna dos sintomas vale tanto para a noite quanto para toda a madrugada. Principais medidas de tratamento e prevenção contra asma Outro fator que influencia na piora dos sintomas da asma, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, é a prática de atividades físicas. No entanto, é importante ter em mente que o exercício físico é indicado como prevenção e tratamento da asma, desde que feito com intensidade leve, no máximo moderada, e acompanhamento de especialistas. O tratamento destinado aos pacientes com asma exige o uso de medicamentos específicos, broncodilatadores e corticoides, tanto os de efeito rápido, para situações emergenciais (crises), quanto os de uso rotineiro, para controlar o quadro no geral. Outras medidas importantes de tratamento e prevenção: cessar o tabagismo, evitar contato com alérgenos e situações de estresse, dentre outros. Dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT): https://sbpt.org.br/portal/espaco-saude-respiratoria-asma/ Foto: Shutterstock
O tratamento da asma varia de acordo com a gravidade do quadro?
Independente da gravidade, o tratamento da asma exige sempre o uso de medicamentos específicos para controlar o quadro de modo geral e amenizar os sintomas nos momentos de crise. Porém, a quantidade de medicamento utilizada é diferente em cada situação, sendo compatível com a intensidade da doença. Tratamento medicamentoso contra asma “O tratamento contra asma varia de acordo com a gravidade da doença. Os pacientes com asma grave, por exemplo, utilizam uma combinação maior de medicamentos do que aqueles que sofrem com asma mais leve. Neste caso, apenas um medicamento, na maioria das vezes, é suficiente para o controle do quadro”, explica o pneumologista Mauro Gomes. Um dos grupos de medicamentos utilizados no tratamento contra asma são chamados de broncodilatadores, justamente porque facilitam a dilatação dos brônquios, estruturas pulmonares fundamentais no processo de respiração. Portanto, quando o paciente está tendo uma crise e não consegue respirar direito, a bombinha de asma contendo broncodilatador se faz crucial. O uso de corticoides também é frequente no combate à asma. Eles podem ser utilizados por via inalatória, oral, endovenosa ou intramuscular para tratar crises de broncoespasmo ou para ajudar na manutenção do tratamento da asma. Outras formas de tratamento e prevenção O paciente asmático também pode se beneficiar com outras medidas de tratamento e prevenção da doença, não medicamentosas, como por exemplo: cessar o tabagismo, evitar situações de estresse e contato com os principais alérgenos (poeira, poluição, pólen, ácaro, etc.) e praticar atividade física. Por mais que o exercício físico seja importante para o controle da asma, a prática também pode ter o efeito contrário para o paciente. A piora dos sintomas se associa, dentre outras coisas, com a atividade física, especialmente quando esta é realizada de forma intensa. O ideal é que os pacientes optem por modalidades de intensidade leve e que trabalhem, principalmente, a parte respiratória (natação é um bom exemplo). Foto: Shutterstock