search
Avatar Dr. Mauricio Hoshino

Dr. Mauricio Hoshino

Artigos

Enxaqueca com aura é perigoso?

Por si só, a enxaqueca com aura não é considerada perigosa. No entanto, seus efeitos a longo prazo podem deixar sequelas e desencadear outras doenças. Para explicar tudo sobre esse assunto, entrevistamos o neurologista Dr. Mauricio Hoshino. Detalhamos tudo para você neste guia completo. A enxaqueca com aura pode matar? Ainda não existem estudos que comprovem que a enxaqueca com aura é fatal. Entretanto, o médico detalha que “Além do impacto na qualidade de vida das pessoas com crises de enxaqueca frequentes e intensas, a enxaqueca com aura está associada a alguns riscos a longo prazo.” Isso porque, pesquisas sugerem que indivíduos com esse tipo de enxaqueca apresentam um risco aumentado de desenvolver eventos vasculares, como acidentes vasculares cerebrais (AVC). Essa chance aumenta principalmente em mulheres jovens, fumantes e que fazem uso de anticoncepcionais hormonais. Além da associação com risco aumentado para AVC isquêmico, a doença pode evoluir para um caso crônico, com crises cada vez mais frequentes e que não respondem às medicações usuais. No fim, isso colabora para o uso excessivo de analgésicos, conta o médico, o que por si só favorece a ocorrência de novas crises, gerando um ciclo vicioso. Outro efeito frequente, o profissional cita, é “A evolução da enxaqueca com aura para o chamado status migranoso, uma condição em que a crise de enxaqueca dura mais de 72 horas, e pode exigir hospitalização”. Assim, apesar de essas complicações serem raras, é importante que pacientes com aura sigam um acompanhamento médico frequente para monitorar os sintomas e minimizar os riscos. Em geral, a enxaqueca com aura não é fatal Em geral, a enxaqueca com aura não é fatal, mas outras doenças que ela propicia podem ser. Como mencionado pelo neurologista, “A relação exata entre enxaqueca com aura e AVC continua sendo estudada, mas há evidências de que a enxaqueca com aura está relacionada a uma ligeira elevação do risco de eventos cardiovasculares e cerebrais fatais”. Embora a maioria das crises seja reversível e não cause sequelas permanentes, se acontecerem com frequência, é comum despertarem sintomas como dificuldade de memória, concentração e outros prejuízos cognitivos. Além disso, transtornos de humor como ansiedade e depressão também podem piorar os casos de dor crônica, e devem ser monitorados. Outro fator a ser investigado, nesses casos, é a genética. Familiares de pessoas com enxaqueca sem aura têm um risco 1,9 vezes maior de ter esta desordem e 1,4 vezes maior de sofrer enxaqueca com aura, de acordo com um estudo publicado pelos Arquivos de Neuro-Psiquiatria, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Assim, é importante ter conhecimento dessas possíveis sequelas quanto antes, e realizar um tratamento preventivo. A enxaqueca com aura pode deixar sequelas a longo prazo Embora a conexão exata ainda não seja completamente compreendida, a literatura científica aponta uma associação entre a enxaqueca com aura e o desenvolvimento de doenças cardíacas. Uma pesquisa publicada no Global Cardiology Science e Practice ressalta a recorrência de infarto do miocárdio, angina pectoris (síndrome causada por uma insuficiência de oxigênio e sangue no músculo cardíaco) e outros problemas em quem tem essa condição. Além disso, o que a faz ser mais perigosa é que a enxaqueca com aura está relacionada com outras arritmias cardíacas, principalmente a fibrilação atrial. Portanto, pessoas com essa condição devem fazer acompanhamento frequente com um cardiologista para detectar possíveis distúrbios cardiovasculares. Para evitar as sequelas da enxaqueca com aura, é preciso mudar hábitos Para minimizar os riscos de complicações e de que a enxaqueca com aura seja perigosa, o foco do paciente deve estar em adquirir hábitos que garantam qualidade de vida. Portanto, o médico indica que é “Preciso aderir à prática de atividade física regular, técnicas de relaxamento e evitar o tabagismo”. Além disso, é necessário ter um controle especial da dieta, e evitar possíveis gatilhos para as crises de dor, como uso excessivo de cafeína, álcool, privação de sono e estimulantes. Principalmente porque, apesar de ajudarem, os medicamentos não podem ser a única base do tratamento. Por isso, os médicos envolvidos no tratamento devem ter atenção aos medicamentos prescritos e orientar bem os pacientes quanto ao risco do quadro se tornar crônico. Além disso, o Dr. Maurício adverte contra a automedicação, já que só um profissional pode fazer a “Introdução de medidas farmacológicas e não farmacológicas, como a acupuntura, que não é mais um tratamento considerado alternativo pela qualidade de evidências científicas descritas em publicações e revisões ao longo do tempo”, ele finaliza.

Enxaqueca com aura: o que é, sintomas e tratamento

A enxaqueca com aura é uma doença neurológica caracterizada por sintomas que acontecem antes da dor de cabeça em si. Entre eles, os principais são pontos escuros na visão, flashes de luz e imagens distorcidas. De acordo com um estudo publicado no National Library of Medicine, de 15% a ⅓ dos casos de enxaqueca incluem esses sintomas. Em geral, a enxaqueca com aura é perigosa, pois pode deixar algumas sequelas e ser confundida com um AVC, mas tem tratamento. Para explicar tudo sobre o assunto, entrevistamos o neurologista Dr. Mauricio Hoshino, que nos trouxe uma perspectiva detalhada sobre a condição. Sintomas da enxaqueca com aura começam antes da dor de cabeça O médico explica que a enxaqueca com aura “Se caracteriza pela presença de alterações neurológicas transitórias e que ocorrem antes da fase de dor de cabeça. Esses sintomas comumente são pontos de luz, pontos escurecidos, perda de campo visual, distorções visuais, alteração de sensibilidade no rosto ou nos membros, ou até paralisias”. Essa é a principal diferença entre esse tipo e a enxaqueca comum (ou enxaqueca sem aura), que não apresenta essa fase. Nesse último caso, ela começa diretamente com uma dor de cabeça pulsante e outros sintomas, como náusea e sensibilidade à luz. Ainda, uma observação importante para identificar a doença é que esses sintomas desaparecem à medida que a dor de cabeça começa. Portanto, é comum dizer que eles “anunciam” o início de uma crise. Além desses, outros sinais que podem aparecer em casos de enxaqueca com aura são “Alterações sensoriais, como formigamento, principalmente nas mãos e na face, dificuldade na fala e perda parcial de visão”, Dr. Maurício acrescenta. A enxaqueca com aura é perigosa porque aumenta as chances de ocorrer um AVC A maioria das crises de enxaqueca com aura são reversíveis e não causam sequelas permanentes, mas se forem muito frequentes, é comum surgirem sintomas como dificuldades na memória, concentração e em outras funções cognitivas. “Transtornos de humor como ansiedade e depressão também podem se agravar na presença da dor crônica”, detalha o neurologista. Em geral, a enxaqueca com aura não mata, mas existem outros riscos. A condição representa um risco maior de desenvolvimento de acidente vascular cerebral isquêmico (AVC), segundo o Dr. Maurício, especialmente se associada com anticoncepcionais hormonais e com o tabagismo. Além disso, quem tem a doença, tem maiores chances de ter problemas cardiovasculares, embora a relação exata ainda esteja sendo estudada. Da mesma forma, com a frequência das crises de enxaqueca com aura, existe o risco de a dor de cabeça se tornar crônica. Isso acontece porque “com crises cada vez mais frequentes e resistentes às medicações usuais, pode haver uso abusivo de analgésicos, o que por si só favorece a ocorrência de novas crises, gerando um ciclo vicioso grave”, detalha o neurologista. Por isso, é comum acontecer a evolução do caso para o chamado “status migranoso”, acrescenta o especialista, condição em que a crise de enxaqueca dura mais de 72 horas, o que pode exigir hospitalização. Apesar de essas complicações serem raras, é importante que pacientes com enxaqueca com aura sigam um acompanhamento médico para monitorar e minimizar esses riscos. Outra prática útil é anotar os sintomas, duração e frequência das crises para relatar ao profissional. Diagnóstico e prevenção da enxaqueca com aura Além do AVC, outras doenças comumente confundidas com a enxaqueca com aura são a esclerose múltipla e a epilepsia. Isso porque, vários de seus sintomas são semelhantes. Em caso de suspeitas, “O processo diagnóstico de exclusão fica a cargo do neurologista, que necessita de uma boa anamnese e exames subsidiários para esclarecer o quadro”, adiciona Maurício. Portanto, para prevenir a enxaqueca com aura, é importante estar atento aos principais fatores de risco da dor de cabeça. O neurologista explica que são “Estresse, ansiedade, insônia, consumo de certos alimentos (como queijos, embutidos, alimentos processados, cafeína) e alterações hormonais (daí a maior facilidade de crises perto do ciclo menstrual ou início na adolescência)”. Tratamento da enxaqueca com aura Para minimizar os riscos de complicações e de a enxaqueca com aura ser perigosa, paciente e médico precisam estabelecer acordos para melhorar a qualidade de vida. Recomenda-se atividade física regular, técnicas de relaxamento, além de “Evitar o tabagismo e gatilhos como uso excessivo de cafeína, álcool, privação de sono e estimulantes, além de ter uma dieta controlada. Por isso, é importante não basear todo o tratamento apenas nas medicações”. Em geral, o tratamento para enxaqueca com aura se divide entre medicamentos para controlar as crises de dor e medicamentos para prevenir que os sintomas apareçam. Da mesma forma, o neurologista indica que é “Importante ressaltar o papel da acupuntura, fundamentada em pesquisas científicas em revistas de grande fator de impacto, que tem demonstrado eficácia nas crises de dor”

Converse com um dos nossos atendentes