
Dr. Marcos Britto
Ortopedia e Traumatologia
Biografia
Dr. Marcos Britto é mestre em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em Cirurgia do Ombro pela Clinique Junenet, na França, e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO) e da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CREMERJ. É professor convidado da UFRJ, professor coordenador da Liga de Ortopedia e Medicina Esportiva dos alunos de Medicina da UFRJ, professor da pós-graduação em Medicina do Instituto Carlos Chagas e médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ).
Artigos
A menopausa influencia na absorção de cálcio? Entenda como as mudanças hormonais afetam o corpo da mulher
O cálcio é um mineral essencial para o organismo, pois, junto à vitamina D, contribui para a prevenção e tratamento de doenças ósseas. Mas com a chegada da menopausa, as mulheres precisam ficar atentas, pois a alteração hormonal acaba afetando a absorção da substância pelos ossos, o que pode provocar a osteoporose. Saiba como resolver a situação com as dicas do ortopedista Marcos Britto. Entenda por que o organismo da mulher não absorve cálcio na menopausa Segundo o médico, durante a menopausa há uma grande redução na produção dos hormônios sexuais, que funcionam como reguladores de cálcio nos ossos. “Nesse período, a mulher começa a perder de 1% a 2% de massa óssea ao ano. Por isso, se uma paciente entra na menopausa aos 45 anos e não presta atenção aos cuidados devidos para sua perda de massa óssea, a chance dela estar com osteoporose aos 55 anos é muito alta”, afirma. Como fazer com que o organismo feminino volte a absorver cálcio? Como nesse período da menopausa as mulheres deixam de produzir os hormônios sexuais responsáveis por regular o cálcio, a primeira indicação de Marcos é que elas procurem um endocrinologista para realizar uma reposição hormonal. “Ela traz enormes benefícios à saúde músculo-esquelética, pois a presença dos hormônios femininos é um fator de proteção da massa óssea e auxilia nos tratamentos da osteopenia e também da osteoporose”, comenta. No entanto, o médico afirma que apenas a reposição não resolve o problema, e é preciso se cuidar durante toda a vida. “Recomendo também a prática de, no mínimo, 300 minutos de atividade física por semana. Além disso, a ingestão de alimentos ricos em cálcio, como leite e derivados, e a exposição ao sol de, no mínimo, 10 minutos ao dia sem filtro solar, pois o cálcio só é metabolizado pelo organismo com a presença da vitamina D, obtida por meio da exposição solar”, recomenda. Já entrou na menopausa? Se você é mulher e já entrou na menopausa, Britto sugere que você marque uma consulta com seu endócrino e ortopedista, pois, juntos, irão realizar os tratamentos adequados para prevenir e tratar doenças ósseas. “Como ortopedista, sugiro realizar o exame de densitometria óssea, que vai analisar o estado em que os ossos se encontram, para aí indicar os cuidados ideais para a paciente”, conclui.
Tratamento contra a artrose tira paciente de estado de crise em apenas um mês
A osteoartrite, também conhecida como artrose, é uma doença que atinge a cartilagem das articulações, fundamentais para a mobilidade e o funcionamento adequado do esqueleto. A doença pode provocar deformações nos ossos, além de dores, inchaço das regiões atingidas e limitação dos movimentos corporais. O problema costuma surgir em pessoas mais velhas, como consequência do envelhecimento do corpo. Contrariando a regra, no entanto, em alguns casos a doença pode se desenvolver muito antes. Valéria F., de São Vicente, litoral de São Paulo, por exemplo, tem 42 anos, mas sofre com a artrose desde os 25 anos. O que é artrose? Como muitos pacientes diagnosticados com essa doença, que é caracterizada pelo desgaste da cartilagem nas articulações, causando perda de mobilidade e dor intensa, a rotina de Valéria era negativamente afetada pela artrose. “Convivo diariamente com dores e limitações, que só aumentam com o passar do tempo”, informa. A dor causada pela osteoartrite vai, aos poucos, minando a qualidade de vida dos pacientes. “Aos poucos, os sintomas se tornam presentes nas atividades diárias, como sair do carro ou da cama, andar pequenas distâncias, até que finalmente, mesmo em repouso, não há melhora da dor”, avalia o ortopedista Dr. Bruno Rabello. “A rigidez articular, principalmente matinal, é outro sinal da doença. Nos casos avançados, se torna incapacitante e prejudica a marcha”. No geral, a artrose se manifesta naturalmente com o passar do tempo, especialmente no joelho e na coluna, pelo desgaste natural das articulações causado pelo impacto e por fatores como a obesidade, que aumenta a carga nas articulações e acelera o desgaste. Valéria, no entanto, mostra que essa é uma doença que pode aparecer muito mais cedo. “Uma parcela da população portadora da osteoartrite/artrose é de jovens”, explica o ortopedista Dr. Marcos Britto. “Existem diversas possibilidades, desde predisposição genética até casos em que o paciente lesionou o local e desenvolveu, por consequência, a doença”. Melhorando de vida Em 2016, Valéria iniciou o tratamento utilizando um medicamento contra a artrose indicado por seu médico. A medicação tirou Valéria do estado de crise, que a fazia enfrentar dores intensas, e melhorou sua qualidade de vida, permitindo que ela tivesse uma rotina mais movimentada e com mais saúde. Hoje, a paulista pratica pilates e hidroginástica para auxiliar no tratamento da doença. A prática de atividades físicas é fundamental não só para impedir o avanço do problema, mas também para a prevenção. Os exercícios que fortalecem a musculatura são os mais indicados por ortopedistas e traumatologistas, já que a tonificação muscular alivia o impacto do movimento nas articulações, mas o importante é manter o corpo em movimento sem sobrecarregar as áreas afetadas. Foto: Shutterstock
Conheça mais sobre os fatores de risco da osteoporose
A osteoporose é uma doença que diminui a densidade óssea e aumenta o risco de fraturas, principalmente em idosos. Silenciosa, o portador geralmente vem a descobri-la apenas ao fraturar um osso e sentir dor no local. Para diagnosticar a osteoporose, é preciso fazer um exame chamado de densitometria óssea, considerado pela Medicina como o mais preciso. Como a maioria das pessoas só procura um especialista na área depois de um acidente ou de sentir dor, é importante prestar atenção aos fatores de risco da doença, como causas hereditárias, a menopausa e o baixo consumo de leite. Não corra do sol As pessoas mais propícias a desenvolver a osteoporose são as mulheres e, segundo o ortopedista Marcos Britto da Silva, quem costuma fugir do sol: “Quando nos expomos ao sol, produzimos vitamina D. Ela é responsável pela absorção do cálcio pelo intestino e participa da mineralização do osso.” A má alimentação também pode contribuir para o surgimento da doença. Além da vitamina D, o cálcio também é fundamental para manter a densidade dos ossos. Sem eles, a estruturação óssea fica debilitada e mais sensível à osteoporose. Leite, queijos e iogurtes, por exemplo, devem estar presentes na dieta, associados a uma dose diária de exposição ao sol. O tabagismo é outro fator de risco que também ajuda na piora da doença. A fumaça tóxica do cigarro chega à corrente sanguínea e atinge as células responsáveis pela construção e reparação de danos nos ossos. Eliminar o vício é um passo importante para o controle da osteoporose. Mantenha o corpo em movimento O ortopedista apontou o sedentarismo como um elemento perigoso para o desenvolvimento da doença. Segundo ele, a prática de exercícios físicos fortalece o esqueleto e exerce papel importante no tratamento e na prevenção. “Pacientes idosos com osteoporose que caminham 1.500 metros todos os dias melhoram a massa óssea após 12 meses. Já os pacientes sedentários têm maior incidência de osteoporose em comparação com os indivíduos ativos”, concluiu da Silva.
Osteoartrite não é exclusiva da terceira idade: saiba como atletas jovens podem desenvolver a condição
A osteoartrite é uma doença que atinge as articulações, desgasta a cartilagem e provoca alterações nos ossos próximos. Também chamada de artrose, é mais comum nas mãos, nos joelhos e na coluna. Entre as causas do problema, estão o envelhecimento natural das articulações e o uso excessivo das mesmas. Não é de se estranhar, portanto, que a doença seja bastante comum em jovens atletas. Exercícios de alto impacto podem danificar as articulações e a cartilagem e, com esforço repetitivo ao longo dos anos, podem provocar o surgimento da osteoartrite. Outros fatores também são capazes de provocar a artrose, como fatores genéticos e obesidade. Além disso, a alimentação é fundamental para garantir que o corpo reponha substâncias para renovar a proteção às articulações e cartilagens. Modalidades de alto risco Segundo o ortopedista Marcos Britto da Silva, existem modalidades esportivas que expõem os atletas a um risco maior. “A corrida intensa e o futebol predispõem mais. Na prática diária, vemos mais intensamente artrose de joelho nos jogadores de futebol profissional”, conta o médico. Para o ortopedista, atletas com artrose precisam de mudanças para continuar trabalhando profissionalmente: “Uma readequação nos treinos é o passo mais importante, junto com a prática de exercícios que promovam a reforço muscular sem sobrecarga articular”. O desgaste pode ser evitado com períodos de descanso adequados, que permitem que o organismo se recupere de pequenas agressões sofridas durante os treinos e competições. Algumas vezes, quando em estágio avançado, a artrose pode requerer intervenções cirúrgicas para corrigir as deformidades. Para atletas e nos casos menos avançados, por outro lado, o médico acredita que o mais indicado é o tratamento fisioterápico e farmacológico, levando em consideração as particulares de cada caso.
Mulheres precisam realizar reposição hormonal aliada ao tratamento de osteoporose?
De acordo com um levantamento da Abrasso (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo), a osteoporose atinge 10 milhões de brasileiros. A doença é mais comum em mulheres, principalmente após a menopausa, já que depois da última menstruação ocorre uma perda abrupta dos hormônios sexuais, como o estrogênio, fundamental para a manutenção do cálcio no tecido ósseo. Os benefícios da reposição hormonal Segundo o ortopedista Dr. Marcos Britto, a reposição hormonal é uma das soluções para o tratamento das pacientes que têm a patologia nos ossos. “A reposição hormonal deve sempre ser avaliada invidualmente em cada paciente. Já foi comprovado que essa reposição traz enormes benefícios à saúde músculo esquelética de mulheres que optaram por este tipo de tratamento´”, explica o médico. “A presença de hormônios femininos é um fator de proteção de massa óssea e auxilia nos tratamentos de osteopenia (estágio menos avançado da doença) e da osteoporose”. Por que é comum ter osteoporose após a menopausa? Segundo o ortopedista, na pós-menopausa ocorre a interrupção da produção dos hormônios sexuais femininos, o que pode resultar na perda de 1 a 2% da massa óssea por ano. “Em algumas pacientes, 10 anos após a menopausa observamos a perda de 20% da massa óssea total, ou seja, uma mulher com ótima massa óssea aos 45 anos pode desenvolver a osteoporose aos 55 anos”, afirma o médico. Alimentação rica em cálcio e banhos de sol diários previnem a osteoporose A osteoporose é causada pela perda de cálcio nos ossos, portanto, é muito importante manter uma alimentação rica com a substância. “As mulheres jovens devem aumentar a ingestão de leite e derivados, alimentos ricos em cálcio, além de fazer 30 minutos de atividades físicas por dia. A prevenção sempre é a melhor maneira de evitar a osteoporose”, esclarece o ortopedista. O médico ainda tranquiliza os pacientes que já identificaram que estão com baixa massa óssea, afirmando que a osteoporose tem cura com tratamentos aliados à alimentação. “É importante saber que o cálcio que ingerimos na dieta precisa ser absorvido e, para isso, precisamos da vitamina D. Essa vitamina, na verdade, é um hormônio produzido na pele quando nos expomos ao sol. Portanto, é fundamental tomar um pouco de sol todos os dias”, diz Britto. “Para ter um esqueleto forte, caminhe todos os dias ao menos 30 minutos no sol da manhã ou final da tarde, tome leite semidesnatado e coma queijo branco todos os dias”.
Influências externas: o clima pode ser um fator responsável para o desenvolvimento da osteoporose?
A osteoporose é uma doença em que há perda de massa óssea, deixando o osso mais fraco e propenso a fraturas. Com a chegada do inverno e a menor incidência solar o organismo deixa de absorver a vitamina D e, consequentemente, o cálcio, principais compostos que auxiliam no tratamento da doença. O ortopedista Marcos Britto explica como o clima pode interferir e dá dicas para se prevenir em condições adversas. Confira! A relação entre o sol e a vitamina D Segundo o Dr. Marcos Britto, a vitamina D é um dos principais compostos que ajudam a prevenir a doença, e a melhor forma de absorvê-la é de graça: no banho de sol. No entanto, durante o inverno, em que o sol está menos incidente do que nas outras estações, a absorção do nutriente também é menor. “No Brasil, o sol está presente durante todo o ano, praticamente. Mas nos climas mais frios as pessoas costumam se expor menos e, com a conscientização do câncer de pele, muitos decidem não se expor mais”, explica. Sendo assim, o organismo não absorve a vitamina D necessária para prevenção e combate da doença. “A produção do hormônio ocorre nas camadas mais profundas da pele, e só ocorre quando se está exposto aos raios ultravioleta. Para tanto, é preciso um exposição de 15 a 20 minutos, sem filtro solar, pois o produto bloqueia a ação dos raios UVA”, comenta, afirmando que o melhor horário para o banho de sol é antes das 10h e depois das 16h. “Uma dica é aproveitar o horário de almoço e andar sob o sol. Aqueles minutos diários já são essenciais para a absorção da vitamina D”, indica. Quanto menor a quantidade de vitamina D no organismo, menor a absorção de cálcio Com a baixa exposição solar, não só a vitamina D deixa de ser absorvida no organismo, como também o cálcio, segundo nutriente importante para o tratamento e prevenção da osteoporose. “O cálcio é absorvido no intestino e quem faz essa mediação é, justamente, a vitamina D. Na ausência dela, o corpo praticamente não absorve mais o cálcio ingerido”, explica. O médico afirma que, assim, o corpo não está protegido com nenhum ativo necessário para prevenir e tratar a osteoporose, sendo necessário uma suplementação. “Alguns medicamentos orais possuem cálcio e vitamina D em suas fórmulas, e fazem com que a pessoa volte a produzir massa óssea mesmo sem a exposição solar”, comenta. Outros fatores Com a falta de exposição solar, quem já tem osteoporose pode sofrer ainda mais com o clima frio. Para minimizar a dor nos ossos, algumas recomendações, além da suplementação, são: agasalhar-se bem, praticar atividades físicas e realizar sessões de fisioterapia. “E, claro, se você não tem nenhuma contraindicação solar, exponha-se diariamente nos horários recomendados e aumente a ingestão de alimentos que contenham cálcio, como leite e derivados”, reitera.