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Dr. Marcelo Calcagno Reinhardt

Biografia

Há 16 anos atuando na área da Psiquiatria, Dr. Marcelo Calcagno Reinhardt tem especialização em Psiquiatria da Infância e Adolescência e é mestre em Psiquiatria, com dissertação sobre Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). Atualmente, é coordenador do Departamento de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Associação Catarinense de Psiquiatria (ACP) e do Programa de Déficit de Atenção/Hiperatividade em Santa Catarina (PRODAH-SC – parceria entre UFRGS/Hospital de Clínicas de Porto Alegre e UFSC/HU). É membro da diretoria do Grupo de Estudos das Relações Multidisciplinares na Infância e Adolescência de Santa Catarina (GERMINA-SC), membro e um dos fundadores do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas (Geat).

Artigos

Como identificar se você tem TOC?

O transtorno obsessivo-compulsivo é considerado um distúrbio psiquiátrico e se caracteriza por ideias e imagens capazes de tornar um pensamento fixo na mente e de atormentar uma pessoa. Em algumas situações, o diagnóstico do problema é complicado: há casos mais brandos e fáceis de lidar, mas também há quem tenha dificuldade de se relacionar e de trabalhar por causa do transtorno. O primeiro passo para identificar o TOC é distingui-lo das manias, como explica o psiquiatra Marcelo Calcagno Reinhardt: “A chamada ‘mania’ tende a não trazer prejuízo, é relativamente leve e pouco frequente. Muitas vezes, tem a ver mais com um sistema definido de organização. Já quem tem TOC costuma ter as compulsões, que causam prejuízo significativo e que ocorrem com frequência.” Compulsões que causam prejuízo As atitudes de uma pessoa com TOC podem ser acompanhadas de sentimentos, como o medo, culpa e ansiedade. Dois exemplos são verificar frequentemente se o celular está no bolso ou se o cadarço do calçado está bem amarrado. Checar se a porta de casa ou do carro foi trancada é aceitável por uma ou duas vezes. Se o número extrapolar e você ainda se sentir inseguro e em dúvida, é aconselhável procurar um psiquiatra. A auto-observação é importante e serve como alerta para o diagnóstico do distúrbio. “Pensamentos obsessivos, que ficam ‘martelando’ repetidamente, e que a pessoa percebe serem exagerados, podem indicar o TOC. São involuntários, indesejáveis, invadem a consciência, levam à ansiedade e forçam a pessoa às compulsões como forma de alívio”, alerta Reinhardt. Impulsos e imagens também podem incomodar gravemente pessoas com TOC. Ao contrário de atitudes como contagem e repetição, não são coisas visíveis, já que ficam na mente. Amigos e familiares podem não perceber, a não ser que o problema seja revelado. Se os ritos e manias fazem o paciente se sentir mal e trazem consequências negativas, o transtorno pode ser uma realidade em sua vida. Marcelo Calcagno Reinhardt é psiquiatra, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atua em Florianópolis. CRM-SC: 10573

Como melhorar a qualidade de vida convivendo com o TOC

                                                               O transtorno obsessivo-compulsivo apresenta variações, que vão desde manias capazes de deixar uma pessoa inquieta até casos em que o distúrbio dificulta atividades corriqueiras do dia a dia, como sair para rua, lavar a louça ou trabalhar. Independentemente da gravidade, o TOC precisa ser levado a sério pelo paciente, por amigos e familiares, para que seja possível voltar à normalidade e ter uma vida como qualquer outra pessoa, mesmo com o problema. É importante também eliminar o preconceito com a doença e se informar o máximo possível. Sem cura, mas controlável A doença não tem cura, mas para controlá-la, o tratamento deve ser seguido à risca. “Para uma boa qualidade de vida, é preciso seguir o tratamento adequado, que é através de medicações antidepressivas e psicoterapia, particularmente a Terapia Cognitivo-Comportamental”, afirma o psiquiatra Marcelo Calcagno Reinhardt. O TOC é conhecido pelas manias e obsessões que se desencadeiam no doente. Estes sintomas jamais devem ser estimulados. Isso significa que a família não deve e não pode adaptar a própria rotina e viver refém da doença. Encarar as barreiras colocadas pelo transtorno é uma etapa importante no superação do TOC. Tranquilidade é sinônimo para saúde Controlar a doença também passa necessariamente por uma mudança de estilo de vida. Dias muito corridos, estressantes e cansativos funcionam como um gatilho para crises do TOC, como afirma Reinhardt: “O estresse é ruim para o transtorno, pois pode exacerbar os sintomas quando não estão sob controle, ou fazer com que retornem.” Marcelo Calcagno Reinhardt é psiquiatra, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atua em Florianópolis. CRM-SC: 10573

Existem semelhanças entre a esquizofrenia e o transtorno bipolar?

A conscientização sobre a importância de debater os distúrbios mentais é cada vez maior e contribui para que a população conheça mais essas doenças e, assim, diminua o seu preconceito. Muitas pessoas, por exemplo, já ouviram falar na esquizofrenia e no transtorno bipolar, mas não sabem que, apesar de serem problemas diferentes, eles podem apresentar algumas semelhanças entre si. De acordo com o psiquiatra Marcelo Calcagno Reinhardt, ambos os distúrbios são crônicos e podem limitar bastante os doentes. “Nos casos graves, em especial em pacientes na fase eufórica do tipo mais grave do transtorno bipolar e na esquizofrenia paranoide, alguns sintomas podem ser semelhantes, como grandiosidade, delírio, alucinação e agitação psicomotora”, explica o médico. Esquizofrenia e transtorno bipolar têm alguns sintomas parecidos Nestes casos, as doenças podem ser confundidas. Caberá a um especialista a tarefa de fazer o diagnóstico corretamente, analisando a história do paciente com atenção, falando com os familiares e procurando por sintomas que estejam característicos de apenas um dos distúrbios, principalmente as alterações de humor típicas do transtorno bipolar. Além dos sintomas já citados, a esquizofrenia também pode deixar o pensamento desorganizado e tornar o paciente mais isolado, falando pouco e quase não se expressando emocionalmente. Já o transtorno bipolar é constituído de fases, com sintomas que vão desde pouco sono, fala excessiva, distração e hiperatividade até tristeza, baixa autoestima, cansaço e alterações no peso. Pacientes podem ter esquizofrenia e transtorno bipolar ao mesmo tempo? Existem, no entanto, pessoas que podem ter tanto sintomas da esquizofrenia quanto do transtorno bipolar. O tratamento desse quadro, chamado de transtorno esquizoafetivo, também é feito com terapia e medicamentos e requer a ajuda dos familiares. “A família precisa estar envolvida, participar das consultas, auxiliar com informações precisas, ajudar no tratamento, tanto medicamentoso quanto psicoterápico, na inserção social e, sobretudo, aprendendo a lidar com os transtornos e e com seus preconceitos”, afirma o psiquiatra. Dr. Marcelo Calcagno Reinhardt é psiquiatra e formado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). CRM-SC: 10573 Foto: Shutterstock

Síndrome do pânico: como é o ajuste na dosagem dos remédios no tratamento?

A síndrome do pânico é um transtorno psiquiátrico marcado pela sensação inesperada de desespero que toma conta do paciente, fazendo-o acreditar que está em perigo e provocando falta de ar, suor excessivo e taquicardia. Parte do tratamento é feita com o consumo de medicações prescritas pelo médico, cujas doses podem ser alteradas com o passar do tempo. Dose do remédio pode ser ajustada a partir do segundo mês de tratamento “Considerando o principal tratamento, que é com antidepressivo, a dosagem costuma levar cerca de 15 dias para começar sua ação, em geral. Assim, não há como aumentar a dosagem antes de 30 dias”, afirma o psiquiatra Marcelo Calcagno Reinhardt. O ideal, segundo o especialista, é começar com subdoses para evitar o acréscimo de ansiedade e outros possíveis efeitos colaterais. O profissional considera que, depois dos primeiros 15 dias, são necessárias mais duas semanas antes de mudar a dosagem para avaliar o efeito das medicações no quadro do paciente. “Após este período, se não apresentar eficácia significativa, o médico pode aumentar a dose. Para um alívio maior e imediato dos sintomas, é muito comum utilizar os benzodiazepínicos, pois agem rapidamente”, completa o psiquiatra. Consultas mensais permitem avaliar a eficácia do tratamento da síndrome do pânico No entanto, existe um certo risco envolvendo o uso de benzodiazepínicos, já que estes medicamentos podem causar dependência. Assim, Calcagno diz que é importante retirá-los do tratamento do transtorno do pânico assim que possível, ou pelo menos, recomendar que o paciente somente utilize-os durante episódios de crise. A avaliação da evolução da doença deve ser feita em consultas periódicas, preferencialmente a cada mês. O médico deverá avaliar diversos aspectos, como a frequência e a intensidade dos surtos e a diminuição dos prejuízos causados pela síndrome no dia a dia, e poderá propor a retirada gradual do antidepressivo, de acordo com o caso, após um período de pelo menos um ano. É importante lembrar que abordagens não medicamentosas, como a psicoterapia, ajudam a tornar o tratamento ainda mais eficaz. Dr. Marcelo Calcagno Reinhardt é formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua em Florianópolis (SC). CRM-SC: 10573 Foto: Shutterstock

Por que pacientes com transtorno obsessivo compulsivo realizam rituais repetitivos?

Manias e rituais fazem parte da vida de muita gente, por mais diferentes ou esquisitos que possam ser, e muitas vezes não causam problemas, se integrando na rotina. Existem algumas pessoas, entretanto, que realizam um mesmo ato 5, 10 ou até mais de 20 vezes, sem controle. É o caso de quem sofre com o TOC, o transtorno obsessivo-compulsivo. Obsessões e compulsões Essa repetição exagerada pode atrapalhar o dia a dia e acarretar numa grande queda da qualidade de vida. Os rituais repetitivos, chamados de compulsões por psiquiatras, são uma maneira de aliviar o incômodo causado por pensamentos, imagens e ideias, conhecidos como obsessões. “Pode-se dizer que os rituais ocorrem para tentar afastar os pensamentos obsessivos. Um pensamento de estar com as mãos sujas, mesmo sem elas estarem, pode levar à compulsão de lavá-las repetidamente”, afirma o psiquiatra Marcelo Calcagno Reinhardt. Repetições excessivas É comum checar se a chave está no bolso ou se o dinheiro está na carteira de vez em quando, mas para quem tem TOC é diferente: a possibilidade da chave ou do dinheiro não estarem nos seus devidos lugares invade e perturba a mente, fazendo com que o indivíduo realize o ritual de checagem inúmeras vezes. Estes atos aliviam o estresse e a ansiedade causados pelas obsessões. Segundo Reinhardt, é difícil convencer alguém com TOC a não seguir com o ritual. “Muitas vezes, a pessoa se dá conta que é exagero, mas não consegue mudar a maneira ritualizada. O importante seria tentar mostrar que há tratamento, e que pode e deve buscar ajuda”, conclui o psiquiatra. Terapia e remédios antidepressivos são as maneiras mais eficazes de tratar o distúrbio.   Marcelo Calcagno Reinhardt é formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua em Florianópolis/SC. CRM-SC: 10573

O que fazer para ajudar quem sofre com tipos leves de ansiedade?

Apesar de a ansiedade ser bastante benéfica para o corpo humano, ela também pode atrapalhar o dia a dia quando se apresenta de forma exagerada. Os transtornos de ansiedade podem ser tratados com o auxílio de profissionais especializados, mas a própria família e também os amigos podem ajudar quem sofre com os tipos leves de ansiedade. Atividades físicas com amigos ajudam a aliviar a ansiedade São muitas as formas de ajudar, como explica o psiquiatra Marcelo Calcagno Reinhardt: “Buscando estimular exercícios, praticar esportes, sair com estes amigos para conversar e buscar atividades sadias”. Ser sempre positivo, se colocar no lugar do outro e estar sempre aberto ao diálogo diante de alguém com ansiedade são atitudes que ajudam a criar um ambiente mais receptivo e, consequentemente, a aliviar os sintomas. Muitas pessoas que sofrem com problemas de ansiedade, estresse e depressão demoram a perceber que estão passando por um período conturbado e que precisam de auxílio psiquiátrico. Nestes casos, amigos e familiares podem estimular alguém próximo a procurar ajuda profissional e, caso necessário, iniciar um tratamento. Pressão de amigos e familiares pode piorar quadro de ansiedade Por outro lado, qualquer cuidado com as palavras é pouco, já que pessoas próximas também podem provocar uma piora no quadro de ansiedade. “Amigos podem dar ‘dicas’ a partir do que fariam e, por vezes, a pessoa pode se sentir pior porque não se sente capaz de tomar uma decisão simples, por exemplo”, afirma o especialista. Em outros casos, algumas pessoas que não entendem ou não conhecem a complexidade dos transtornos psiquiátricos acabam minimizando os problemas de ansiedade. “Dizem que é bobagem, que vai simplesmente passar e, se a pessoa não estiver bem, pode se sentir mal em procurar ajuda”, alerta Calcagno. Dr. Marcelo Calcagno Reinhardt é formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atua em Florianópolis (SC). CRM-SC: 10573 Foto: Shutterstock

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