
Dr. Lúcio Huebra
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Como a má qualidade do sono prejudica o cérebro
Você sabia que a qualidade do sono pode afetar diretamente o funcionamento do seu cérebro? O médico Lúcio Huebra, neurologista e membro da Academia Brasileira do Sono, explica que a privação de sono pode resultar em dificuldade de concentração, erros constantes e até mesmo acidentes que poderiam ser evitados com uma boa noite de descanso. Sono insuficiente ou de má qualidade e o cérebro A falta de sono pode prejudicar funções cognitivas essenciais, como atenção, memória e a capacidade de resolver problemas. O médico explica que a privação pode resultar em erros frequentes, dificuldade para realizar multitarefas e até aumento de riscos de acidentes. Além disso, o sono insuficiente pode gerar fadiga, sonolência e até alterações no humor, como irritabilidade e baixa tolerância à frustração, prejudicando a interação social e o trabalho em equipe. “Se essa condição persistir ao longo do tempo, as funções cognitivas podem se comprometer ainda mais, favorecendo o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer“, completa Huebra. O sono de má qualidade também afeta diretamente o sistema linfático, responsável pela limpeza cerebral, que só funciona adequadamente durante o sono profundo. “A falta desse sono reparador pode resultar no acúmulo de proteínas tóxicas no cérebro, acelerando o processo de neurodegeneração e aumentando o risco de demência”, diz o médico do sono. Além dos prejuízos cognitivos, a má qualidade do sono pode afetar seriamente a sua saúde geral. No curto prazo, a falta de sono prejudica sua atenção, reduz a capacidade de resolver problemas e diminui a aptidão física. Já a longo prazo, a dificuldade para adormecer pode causar problemas mais sérios, como ganho de peso, diabetes, hipertensão e aumento do risco cardiovascular, incluindo infarto e acidente vascular cerebral (AVC). “O sistema imunológico também é afetado, tornando o corpo mais suscetível a infecções e a complicações de saúde mais graves”, completa Huebra. O que é qualidade do sono? Um sono de qualidade depende da combinação de vários fatores, como a profundidade, duração e características pessoais. A quantidade ideal de sono também pode variar de pessoa para pessoa. Em média, adultos necessitam de 7 a 8 horas de sono por noite, mas essa necessidade pode ser diferente dependendo da fase da vida. O mais importante, segundo o Huebra, é a qualidade do sono, ou seja, a facilidade para adormecer, manter o sono contínuo, respirar adequadamente durante a noite e acordar descansado. “É assim que garantimos um sono reparador, com sensação de disposição e produtividade no dia seguinte”, afirmou Huebra. Afinal, como melhorar a qualidade do sono? Para garantir uma boa noite de sono, algumas atitudes podem fazer toda a diferença. Veja a seguir: Mantenha uma rotina regular de sono, indo para a cama e acordando sempre no mesmo horário. Mesmo nos finais de semana, procure manter regularidade. Priorize o ambiente de sono. Procure um espaço tranquilo, silencioso e escuro para dormir, evitando distrações como telas de celular ou televisão. A alimentação também importa. Evite beber estimulantes à noite, como café e refrigerantes com cafeína, além de optar por refeições leves. Priorize a atividade física. O movimento também contribui para um sono de qualidade, mas evite exercícios intensos nas horas que antecedem o sono.