
Dr. Júlio Palazzo de Mello
Nutrologia
Biografia
Dr. Júlio Palazzo de Mello é formado em Medicina pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), tem título de especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e é também conselheiro científico da Sociedade Brasileira de Medicina Biológica.
Artigos
Quais são as principais causas do envelhecimento celular precoce?
O envelhecimento celular precoce ocorre em função da grande quantidade de radicais livres no corpo. Resultantes do excesso de oxigênio, essas substâncias são produzidas normalmente pelo organismo e desempenham papel importante para o seu funcionamento, (apesar de serem tóxicas) caso não haja excesso. O tabagismo é um dos hábitos que mais contribuem para aumentar a produção de radicais livres. Perigos do tabaco e do excesso de radicais livres no corpo Portanto, o envelhecimento celular é significativamente acelerado pelo cigarro e isso gera efeitos ainda piores para a saúde como as doenças relacionadas ao tabaco. “Quem traga um cigarro recebe um trilhão de radicais livres e quem está do lado recebe um bilhão deles. A defesa antioxidante do organismo para evitar essas doenças relacionadas ao tabaco definitivamente precisa ser muito potente”, aponta o nutrólogo Júlio Palazzo. Segundo o médico, a grande quantidade de radicais livres no organismo pode ter ainda outro tipo de consequência negativa: se em um indivíduo a produção de radicais livres for muito intensa, isso pode provocar uma alteração no DNA, o que transforma essa célula (o radical livre) em uma célula cancerígena. Importância da vitamina E no combate ao envelhecimento celular precoce Uma boa maneira de combater o envelhecimento celular precoce e os radicais livres é consumir bastante vitamina E, conhecida por ser um bom antioxidante. Contudo, a ação desse nutriente só funciona quando ele é associado a outro. “É importante frisar que a vitamina E só vai ter essa ação antioxidante se for ingerida juntamente com a vitamina C, caso contrário, ela causa o efeito reverso no nosso corpo”. Existem inúmeros alimentos que possuem a vitamina E, como no caso das oleaginosas, mas o problema é que a quantidade diária que o corpo necessita acaba não sendo atingida apenas com a alimentação. Por isso é necessário muitas vezes recorrer à suplementação. “Isso deve ser sempre orientado por um médico, pois o excesso também pode gerar outros efeitos nada agradáveis, como o escurecimento dos dentes, por exemplo”. Foto: Shutterstock
Óleo de coco pode ajudar a reduzir o colesterol?
Nos últimos tempos o óleo de coco vem sendo usado por várias pessoas em suas dietas, por acreditarem que ele é uma boa opção para o emagrecimento e para a saúde do coração. No entanto, há divergências entre as pesquisas já feitas sobre essa opção da moda. Alguns estudiosos afirmam que o óleo não ajuda a perder peso e que também é ruim para o colesterol. Existem dois cenários, mais precisamente, referentes à relação do óleo de coco com colesterol: um positivo, no qual o óleo de coco aumentaria o HDL (conhecido como bom colesterol), diminuindo, ao mesmo tempo, o LDL (colesterol ruim), e outro não tão animador. Neste, diz-se que a gordura saturada do óleo de coco aumenta os dois tipos de colesterol. Dúvidas em relação à eficiência do óleo de coco na redução do colesterol “O óleo de coco pode ou não dar resultados em relação à redução do colesterol. Eu trabalhei com dois grupos de pacientes, cada um com dez pessoas, para consumirem o óleo de coco por um determinado período de tempo. No primeiro grupo, realmente percebi um bom resultado para a queda do colesterol. Porém, no outro, não obtive resultado algum”, relata o nutrólogo Júlio Palazzo. Baseando-se na experiência do médico, fica a dúvida se um dos grupos não obteve o resultado esperado pela qualidade da marca do produto utilizado ou pela falta de eficácia do óleo de coco. “Neste caso, seria apenas um efeito placebo, que não tem um efeito prático. Este exemplo reforça que não há como atestar a idoneidade do produto, por isso ele pode não ser tão eficaz para um tratamento de queda de colesterol”. Riscos e modo de usar o óleo de coco De acordo com o nutrólogo, o consumo do óleo de coco pode sim trazer riscos, apesar das dúvidas acerca de seu uso. “Acredito que o uso em excesso pode trazer riscos, sim. Por exemplo, na parte enzimática, se uma pessoa tiver alguma deficiência, o óleo poderá causar uma intoxicação hepática (fígado) ou algum problema no esvaziamento da vesícula biliar”. Visto que o óleo de coco não pode ser consumido em excesso, o Dr. Júlio recomenda que a suplementação do produto ocorra apenas uma vez por dia, no café da manhã. “Uma colher de sopa é o suficiente. Algumas pessoas gostam de colocar o óleo de coco em alimentos para dar um sabor melhor, o que é permitido”. Foto: Shutterstock
A síndrome das unhas frágeis pode impedir o crescimento de uma unha? Por que?
A síndrome das unhas frágeis compromete significativamente a saúde das unhas, tornando-as quebradiças e com pouca vitalidade. No entanto, de acordo com a dermatologista Vanessa Kodani, a doença não chega a impedir o crescimento de uma unha, caso ela tenha caído, eventualmente, por exemplo. Unhas frágeis não deixam de crescer, mas não atingem grande tamanho “A síndrome não impediria o crescimento da unha, pois esta continua crescendo apesar da fragilidade. Porém, a unha fragilizada facilmente se quebra e sofre o que chamamos de descamação lamelar, que impede que ela fique maior”, informa a especialista. Para as mulheres, que costumam usar mais as unhas compridas, isso pode ser ainda mais problemático. Para evitar ou controlar os sintomas da doença, é necessário buscar um profissional capaz de avaliar o caso e indicar o tratamento mais adequado de acordo com as características específicas do quadro em questão. O tratamento deve ser contínuo, seguido regradamente e a melhora é gradativa, então é preciso que o paciente tenha paciência e acredite na sua eficácia para não desistir. Tratamento medicamentoso com biotina A principal medida do tratamento para síndrome das unhas frágeis é o uso de medicamento específico. Os produtos com biotina são os mais indicados, tendo em vista os benefícios desta substâncias para a saúde ungueal. Estudos sugerem que a vitamina estimula a produção de queratina, proteína fundamental para a saúde da pele e cabelo. Em média, o tratamento medicamentoso contra síndrome das unhas frágeis começa a apresentar resultado após 30 dias de uso do remédio. Contudo, em alguns casos o médico pode indicar um tempo maior de tratamento para que o paciente comece a ver melhora. Quando o paciente e o médico percebem diminuição da descamação e estrias e que as unhas estão com mais brilho, é sinal que o tratamento pode ser concluído. Foto: Shutterstock
Vitamina E: como atuam os antioxidantes no nosso corpo?
A vitamina E possui potencial antioxidante, o que significa que é fundamental no combate aos radicais livres e ao envelhecimento celular precoce. Contudo, essa função apenas é ativada quando há contato com outras substâncias. Uma delas é a gordura. Por isso se diz que a vitamina E é lipossolúvel, pois necessita de gordura para ser absorvida. A relação entre gordura e a vitamina E “Quando se fala em uma vitamina lipossolúvel, deve-se entender que ao tomar alguma medicação que possa eliminar gordura corporal por um período muito longo, você vai ter uma diminuição da absorção da vitamina E. As vitaminas lipossolúveis são as vitaminas E, D, K e A, que necessitam de gordura para a absorção, ou seja, se você eliminar gordura, você prejudicar esse processo”, explica o nutrólogo Júlio Palazzo. Principais fontes de vitamina E Alimentos ricos em vitamina E são, em sua maioria, de origem vegetal. Cereais integrais, oleaginosas (amendoim, semente de girassol, amêndoa, nozes, avelãs) e sementes são alguns exemplos. Além desses, vale citar o fígado, a gordura que envolve a carne e a gema do ovo. O ideal é que a vitamina E seja consumida por um adulto saudável diariamente, em uma quantidade de cerca de 15 mg, por meio desses alimentos. Como vários desses alimentos são ricos em gordura, eles devem ser consumidos em moderação, mas é importante saber que a vitamina E, em si, não engorda. Caso a quantidade diária que o corpo necessita não seja atingida apenas pela alimentação, torna-se necessário recorrer à suplementação. Converse com seu médico, que pode, de acordo com suas necessidades nutricionais e características alimentares, recomendar a melhor opção. Foto: Shutterstock