
Dr. José Roberto Megda Filho
Pneumologia
Biografia
Dr. José Roberto Megda Filho é formado em Medicina pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e fez residência médica em Pneumologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Tem título de especialista em Pneumologia concedido pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e é membro da Sociedade Respiratória Europeia (ERS). Atualmente, atua no Hospital Universitário de Taubaté, em São Paulo.
Artigos
A asma tem componente hereditário?
A asma afeta cerca de 6,4 milhões de brasileiros acima dos 18 anos de idade. É o que apontou uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Saúde. O grande número de portadores da doença, que pode ser dividida em dois tipos, mostra a importância de conhecer seus fatores de risco para, então, poder evitá-la. Um deles é a hereditariedade. Hereditariedade é fator importante para a asma “A asma realmente tem um componente hereditário. Isso significa que, se seu irmão tem asma, você tem um risco maior de desenvolvê-la, porque essa é uma doença alérgica e o componente alérgico na hereditariedade é bem importante”, explica o pneumologista e médico do sono José Roberto Megda Filho. As diversas pesquisas científicas feitas até hoje indicaram que não existe apenas um gene envolvido no desenvolvimento da doença. Pelo contrário, os resultados mostraram que vários genes estão envolvidos no seu surgimento e que são transmitidos aos filhos e netos. Conheça outros fatores de risco da doença Entretanto, esses componentes não atuam sozinhos. À hereditariedade, podem ser somados outros fatores que aumentaram ainda mais o risco de desenvolver a asma. Se houver uma pessoa asmática na sua família, é muito importante evitar o contato, por exemplo, com pelos de cachorro e de gato, com mofo e poeira doméstica. Vale lembrar que existem ainda outros problemas de saúde que também facilitam a doença e suas crises. “Quem tem sinusite, rinite alérgica, dermatite atópica e refluxo gastroesofágico também pode ter crises de asma”, alerta o médico. Dedicar-se ao tratamento dessas condições é uma importante medida para evitar a doença. Dados do Ministério da Saúde: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53396-asma-fatores-ambientais-e-geneticos-podem-causar-a-doenca Foto: Shutterstock
Crise de asma: Existem sintomas que precedem a falta de ar?
A asma, segundo o Ministério da Saúde, é uma doença que não tem cura. No entanto, seu tratamento, quando feito não só com medicamentos, mas também com medidas educativas, pode dar mais qualidade de vida ao paciente. É importante, por exemplo, conhecer os sintomas que indicam a aproximação de uma crise de asma para agir rapidamente e, assim, tentar evitá-la. Crise de asma começa com tosse e cansaço “Existe um período de 7 a 10 dias antes do episódio de crise de asma conhecido como janela de oportunidade, que é quando o quadro de crise tem início e o paciente começa a apresentar alguns sintomas. Geralmente, os sintomas são cansaço e, às vezes, tosse com mais frequência e chiado no peito”, afirma o pneumologista José Roberto Megda Filho. Com o avanço da crise de asma, o paciente começa a sentir também falta de ar e passa a ter a respiração rápida e curta. No entanto, de acordo com o médico, é possível evitar a instalação completa da crise se o asmático for bem orientado por seu pneumologista e se conseguir agir rapidamente, logo que sentir os primeiros sintomas de asma. Mudanças nas medicações podem evitar a crise “Na maioria dos casos, esses quadros já vêm associados a alergias ou infecções virais. Então, quando o paciente vê que está começando a ficar ruim, ele tem algumas medidas para adotar. Ele pode, principalmente, aumentar a dose do corticoide inalado que já usa continuamente”, recomenda o profissional. Além disso, o asmático pode recorrer também a um broncodilatador. Caso não haja uma melhora em 48 ou 72 horas, é possível utilizar um corticoide sistêmico via oral, cujo uso será orientado pelo pneumologista. Vale lembrar que, qualquer alteração no tratamento, como aumento das doses ou troca de medicações, deve ser indicada e autorizada pelo médico. Dados do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/asma Foto: Shutterstock
Um paciente tratando a asma pode desenvolver DPOC?
Depois de receber o diagnóstico da asma, é muito importante seguir as medidas indicadas pelo médico. O tratamento feito corretamente devolve a qualidade de vida do paciente, minimizando as crises de falta de ar e outros sintomas. Entretanto, o desenvolvimento da DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) durante o tratamento pode prejudicar o prognóstico do paciente. DPOC piora falta de ar em paciente com asma Segundo o pneumologista José Roberto Megda Filho, a asma não se transforma em DPOC, nem facilita o desenvolvimento da doença. O que pode acontecer é o paciente asmático, durante o seu tratamento, ser diagnosticado também com DPOC. A DPOC é um conjunto de doenças formado principalmente pelo enfisema pulmonar e pela bronquite crônica e leva anos para se instalar. É causada quase exclusivamente pelo hábito de fumar e pelo contato com fumaça e outros tipos de poluição ambiental. Essa dupla de doenças afeta as vias aéreas, formadas pelos brônquios e pelos bronquíolos. “Essa somatória de duas doenças acometendo o mesmo local prejudica muito o paciente porque aumenta o risco de falta de ar e de crises e aumenta o risco de destruição do tecido do pulmão. É uma somatória muito maléfica ao paciente”, alerta o especialista. Como é feito o tratamento da asma e da DPOC? Para evitar que isso aconteça, é importante se dedicar ao tratamento proposto. “Quando o paciente tem as duas doenças, o tratamento deve ter corticoide inalado e também o broncodilatador. A asma precisa do corticoide como primeira terapia, enquanto o broncodilatador é a base do tratamento da DPOC”, informa o pneumologista. Outra medida imprescindível para o sucesso do combate à DPOC é abandonar os cigarros. O fim do hábito de fumar reduz o ritmo da piora da saúde do sistema respiratório. Vale lembrar também da vacina da gripe, que evita que o paciente adquira um terceiro problema de saúde. Foto: Shutterstock
Mito ou verdade: O corpo fica mais suscetível a doenças no clima mais frio e seco do inverno?
O inverno é uma estação marcada pelo clima frio e seco, o que faz todo mundo se agasalhar, tomar banhos quentes e procurar lugares fechados para se aquecer. Se para alguns, essas características são motivo de alegria, para outros, vira preocupação. Isso porque o corpo está mais suscetível a doenças nessa época do ano, principalmente respiratórias, o que é pior para alguns grupos de pessoas. Inverno facilita casos de gripe, resfriado e asma “Quando o tempo está seco e mais frio, o corpo humano automaticamente diminui a produção de muco, que é uma substância que serve para nossa proteção e que fica nas vias respiratórias, desde o nariz, passando pelas traqueias e brônquios, chegando nos pulmões”, informa o pneumologista José Roberto Megda Filho. Se um vírus ou alérgeno entra no organismo pelo nariz, o muco capta e elimina essas substâncias, seja pela tosse, pelo espirro ou engolindo. “Quando ocorre uma redução da produção de muco e ele se torna menos grosso e mais seco, há um aumento na inflamação das vias aéreas e o vírus e os alérgenos entram com mais facilidade”, explica o médico. Como consequência, essas substâncias e micro-organismos provocam infecções, como gripes e resfriados, e facilitam crises de asma e a sinusite. Clima frio pode atrapalhar controle de doenças crônicas “Essas doenças, além de provocar cansaço e de reduzir as idas ao trabalho e à escola, também podem prejudicar o controle de doenças que o paciente já tem. Se ele tem diabetes e pega uma gripe, o diabetes pode ficar descompensado”, alerta o especialista. O mesmo vale para alguém diagnosticado com insuficiência cardíaca e que acaba desenvolvendo pneumonia. O grupo mais suscetível a doenças no clima frio do inverno são as crianças e os idosos. Na criança, o sistema imunológico ainda não está preparado para lidar com esses problemas de saúde, enquanto nos idosos, a imunidade já não está tão eficiente. Pessoas com doenças crônicas, como diabetes, câncer e AIDS, também estão entre os grupos mais afetados. Foto: Shutterstock
Confira algumas dicas para se prevenir de doenças respiratórias no inverno!
O frio do inverno é um alívio para quem não gosta das altas temperaturas do verão, especialmente num país quente como o Brasil. No entanto, hospitais e prontos-socorros acabam registrando um aumento de casos de doenças respiratórias no inverno, envolvendo, principalmente, crianças e idosos. Saber como se prevenir e ajudar esses grupos mais suscetíveis é muito importante para evitar os sintomas incômodos causados por esses problemas. Hidratação ajuda a prevenir doenças respiratórias no inverno “As principais doenças respiratórias no inverno são o resfriado, a gripe, a pneumonia e a asma. Os sintomas mais comuns são falta de ar, tosse com catarro e chiado no peito”, afirma o pneumologista e médico do sono José Roberto Megda Filho, que diz ainda que, em alguns pacientes, a gripe e o resfriado podem provocar febre e dor no corpo. Para prevenir essas doenças respiratórias, o especialista recomenda tomar a vacina da gripe, que reduz ainda o risco de pneumonia. Outras recomendações são manter-se sempre hidratado, fazer bastante lavagem nasal com soro fisiológico, facilitando a remoção das secreções, não compartilhar copos e talheres com pessoas infectadas e evitar permanecer em locais fechados, sem ventilação e com muitas pessoas. Sinusite e rinite também são motivo de preocupação O pneumologista destaca ainda outras duas doenças respiratórias frequentes durante o inverno. A rinite é caracterizada pela inflamação da mucosa nasal, causando coceira, coriza e nariz entupido, enquanto a sinusite é marcada pela inflamação das mucosas localizadas ao redor dos olhos, das bochechas e do nariz e tem como sintomas tosse, náuseas, pressão na face, dor de ouvido, de garganta e de cabeça. Como prevenção, o médico indica fazer inalação com soro fisiológico: “Geralmente, no inverno, o clima fica mais seco, o que aumenta o risco de inflamação nas vias respiratórias, junto com o frio”. Vale mencionar também a importância de praticar exercícios físicos, de lavar sempre as mãos, manter uma alimentação saudável, evitar o contato com a fumaça do cigarro, deixar a casa livre de mofo, ácaros e poeira e fazer um teste para saber quais substâncias facilitam crises de rinite e sinusites. Foto: Shutterstock