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Dr. José Eduardo Martinelli

Geriatria e Pneumologia

Biografia

Dr. José Eduardo Martinelli é graduado pela Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), fez mestrado e doutorado em Educação pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (FCM/Unicamp) e é especializado em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Atualmente, é professor colaborador da residência médica em Geriatria da FCM/Unicamp e professor adjunto da disciplina de Geriatria e Gerontologia do Departamento de Clínica Médica da FMJ.

Artigos

Crise de tosse à noite: o que fazer para acabar com esse incômodo?

Ter uma crise de tosse ao deitar é muito incômodo, não apenas por possivelmente atrapalhar o sono, mas pela preocupação de que pode se tratar de algum problema mais grave. Se você enfrenta esse problema e está pensando no que pode fazer para minimizá-lo, confira algumas recomendações do Dr. José Eduardo Martinelli. Crises de tosse são mais comuns à noite As crises de tosse em alguns casos são prolongadas e acabam dificultando a respiração do paciente. “Existem os chamados paroxismos de tosse. É quando você tem período em que você tosse, tosse e tosse, que chega até a perder o fôlego, também conhecida como tosse coqueluchoide”, afirma o médico. “São períodos muito extensos de tosse, cinco minutos, até pouco mais que isso”. De acordo com o Dr. Martinelli, esse tipo de tosse geralmente se manifesta mais à noite. A tosse pode estar diretamente atrelada a alguma doença respiratória relativamente comum, como uma gripe ou resfriado, mas ela se torna preocupante quando se torna prolongada. “Você pode ter um estado gripal, no qual vocè vai tossir aí quatro, cinco dias e depois disso vai melhorar”, postula Dr. Martinelli. “Mas se você teve um quadro gripal e essa tosse persiste por um mês, muitas vezes com paroxismos de tosse, à noite, secas ou com secreção, então essas tosses são preocupantes, no sentido de exigirem uma investigação para determinar se algum outro fator pode estar as desencadeando”. A tosse prolongada pode ter causas graves, como o tabagismo, e doenças perigosas e infecciosas, como a tuberculose, mas não necessariamente o diagnóstico para esse sintoma é algo tão grave. “Na grande maioria das vezes, a tosse que se prolonga depois do estado gripal tem um componente alérgico”, afirma. Crise de tosse alérgica: o que fazer? Considerando a prevalência de fatores alérgicos no desenvolvimento da tosse, é importante também prestar atenção a fatores ambientais, como a poeira e/ou baixa ventilação, que podem ser fatores associados ao sintoma, inclusive à noite, já que o paciente tem mais exposição a esses elementos. No campo dos tratamentos medicamentosos, é importante averiguar se a causa é mesmo alérgica e seguir com o tratamento. “Na grande maioria das vezes é uma tosse alérgica, então tratamos a alergia”, pontua Dr. Martinelli. “Podemos usar corticoesteroides, anti alérgicos, inalação com corticoides, além de vários outros fatores para diminuir essa tosse”.

Doença de Alzheimer: Como funciona o armazenamento de memórias do cérebro?

A doença de Alzheimer compromete as regiões cerebrais responsáveis pelo armazenamento da memória e, por isso, o esquecimento é seu sintoma mais marcante. No cérebro, há mais de uma área para armazenar tipos específicos de memória e todas podem eventualmente ser degradadas com o avanço da doença. Portanto, começar o tratamento no início do quadro é fundamental. Comprometimento da memória na doença de Alzheimer “Ao longo das últimas décadas, descobriu-se que áreas cerebrais distintas e específicas estão envolvidas nos diferentes tipos e estágios da formação e consolidação da memória. Sabemos, por exemplo, que o hipocampo é a região envolvida na formação e armazenamento da memória, localizada no interior do cérebro. Ele é responsável por codificar conscientemente lembranças relacionadas a pessoas, objetos e espaço”, informa o geriatra José Eduardo Martinelli. As lembranças mais duradouras, por sua vez, são transferidas e armazenadas na camada mais exterior do cérebro, o córtex cerebral. A doença de Alzheimer compromete tanto a região do córtex cerebral quanto o hipocampo. “Como consequência, o domínio cognitivo mais prejudicado já nas fases iniciais da doença acaba sendo a memória (inicialmente a de curto prazo e depois a de longo prazo)”, explica o médico. Tratamento e controle dos sintomas do Alzheimer Segundo o especialista, esses danos são definitivamente irreparáveis, porque há morte celular (neuronal). Por isso, quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores serão as chances de controlar os sintomas e desacelerar a progressão do quadro. O tratamento da doença de Alzheimer é pautado em manter a qualidade de vida do idoso estável, recorrendo a medicações e ao auxílio de outros profissionais, como psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. “Seguimos à procura de um medicamento que seja modificador da doença, porém os que existem hoje são apenas sintomáticos”, afirma Martinelli.  

Quais as principais dificuldades enfrentadas por familiares de pacientes com Alzheimer?

Pacientes com Alzheimer apresentam inúmeras limitações, o que gera dificuldades para os familiares, que muitas vezes são os responsáveis por cuidar deles. Em primeiro lugar, a doença torna o paciente completamente dependente da ajuda de seus cuidadores e, além disso, a degeneração mental gradativa do idoso costuma ser um processo doloroso de assistir para os entes queridos.   Dificuldades dos familiares de pacientes com Alzheimer   “Os familiares de pacientes com Alzheimer enfrentam várias dificuldades, sendo a primeira delas a aceitação do problema. É comum em famílias numerosas, por exemplo, haver filhos que não aceitam o diagnóstico e por isso deixam de levar o pai ou a mãe doente ao médico, ou então procuram outros profissionais não qualificados para o raciocínio clínico”, informa o geriatra José Eduardo Martinelli. As alterações de comportamento do paciente também são um grande desafio para os familiares/cuidadores, os quais precisam encontrar formas de enfrentar tais mudanças. “Essas alterações do comportamento (esquecimento, perambulação noturna, teimosias, não querer tomar banho, etc.) geram muito estresse para quem cuida e para os familiares. Assistir a situação do paciente, comparando com os tempos anteriores à doença, também é um processo penoso para os familiares”, afirma Martinelli.   Maneiras adequadas dos familiares lidarem com um paciente com Alzheimer   A melhor maneira dos familiares lidarem com um paciente com doença de Alzheimer é, em primeiro lugar, entender o que é a doença e seus sintomas. Também é fundamental ter orientação para cuidar bem do paciente. Isso pode vir do médico ou de outros profissionais, como psicólogos, terapeutas ocupacionais e enfermeiros. O familiar cuidador deve ter paciência para responder as perguntas e ouvir o que já sabe, visto que está acostumado a ouvir várias vezes os mesmos discursos do paciente. Também deve ter a inteligência de buscar sempre contornar as situações. “Se o idoso, por exemplo, não quiser tomar banho, não insista. Aguarde um pouco e depois tente novamente até ele aceitar. Nunca bata de frente, pois o paciente fica agitado e agressivo”, completa o especialista.     Foto: Shutterstock

Por que a osteoporose pode causar deformações na coluna?

A principal complicação da osteoporose são as fraturas, que podem ocorrer em função da fragilização dos ossos. Como a doença normalmente afeta pessoas idosas, as fraturas se tornam um risco ainda maior, já que nesta idade a recuperação do corpo costuma ser mais complicada. Dependendo do local das fraturas, pode haver deformações, como costuma acontecer na coluna.   Deformações na coluna podem deixar paciente mais baixo “As deformações que a osteoporose causa na coluna são consequência das fraturas de corpos vertebrais. Duas ou mais fraturas fazem com que se acentue a cifose dorsal (maioria das fraturas são assintomáticas) e com isso a pessoa parece que está corcunda”, informa o geriatra José Eduardo Martinelli. As fraturas e deformações na coluna do idoso com osteoporose podem fazer com que ele fique mais baixo, algo que é muito perceptível, especialmente para quem convive com o paciente. “Quando dizemos que o idoso fica mais baixo, é porque cada vértebra fraturada do indivíduo perde 2,5 cm de altura”, afirma Martinelli. Cuidados do tratamento da osteoporose em idosos Segundo o especialista, as deformações são irreversíveis. Portanto, esse problema só será evitado se não houver ocorrência de fraturas. “Para evitar as deformações, temos que prevenir para que a osteoporose não se instale, pois é ela que gera as fraturas e, consequentemente, as deformações”, pontua o geriatra. Para evitar as fraturas, é importante prevenir as quedas, o que é muito comum em idosos. Por isso, alguns cuidados rotineiros são cruciais, como evitar tapetes em casa, colocar barras de apoio no banheiro e até mesmo em outros cômodos, fornecer um andador ao paciente, caso ele tenha muita dificuldade para andar, entre outras. O uso adequado do medicamento é outra medida fundamental do tratamento, pois retarda o processo de perda de massa óssea. Foto: Shutterstock

Fisioterapia respiratória: como essa abordagem ajuda no tratamento da DPOC?

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um problema respiratório relativamente comum: cerca de 7 milhões de brasileiros convivem com a doença, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Os tratamentos para melhorar a qualidade de vida do paciente podem incluir medicações e até mesmo a fisioterapia respiratória. O pneumologista José Eduardo Martinelli conversou com a equipe do Cuidados pela Vida sobre os objetivos da fisioterapia respiratória e explicou como ela pode ajudar pacientes com DPOC.  Fisioterapia respiratória para DPOC melhora a qualidade de vida do paciente   A fisioterapia respiratória é uma especialidade da fisioterapia muito útil no tratamento de diversas doenças, como explica Dr. Martinelli: “É importante para qualquer doença respiratória ter alguém especializado nisso, principalmente agora no pós-COVID-19. A fisioterapia ajuda bastante pessoas que foram entubadas ou não, mas que tiveram de 50% a 75% de sua capacidade pulmonar comprometida e, quando saem do hospital, acabam tendo falta de ar e desconforto respiratório. É uma especialidade importante para a reabilitação de qualquer patologia desse sistema”. Porém, de acordo com o pneumologista, essa abordagem é ainda mais importante para quem tem DPOC e visa melhorar a qualidade de vida do paciente: “Para quem tem DPOC, a fisioterapia respiratória é fundamental, pois o paciente aprende a respirar. Em crise, por exemplo, a respiração fica acelerada e o paciente perde o controle emocional da respiração. Até nisso, a fisioterapia é importante”. A reabilitação a partir dos exercícios e do aparelho para fisioterapia respiratória prioriza o bem-estar do paciente com a respiração comprometida. “Se você fizer uma prova de função pulmonar antes de fisioterapia e depois de 10 sessões você repetir a prova, os valores serão praticamente os mesmos, mas o paciente estará se sentindo bem melhor. Então, reabilitar os músculos respiratórios, acessórios e principalmente o diafragma é muito importante para quem tem a doença”, afirma Dr. Martinelli.  Exercícios de fisioterapia respiratória ajudam em outras doenças   Além da DPOC, pessoas que possuem outras condições respiratórias também podem se beneficiar desse tipo de exercício. “Um dos casos que chama mais atenção são os portadores de bronquiectasia. Geralmente, o exercício é recomendado para o período matutino. Quando o paciente faz esse exercício matinal, ele passa o dia inteiro sem tossir. Mas, caso não faça, ele pode passar o dia inteiro com tosse. Nas atelectasias, a fisioterapia também é fundamental para drenar secreções, liberar o pulmão que está fechado e impedir que outras áreas pulmonares se fechem”, informa o especialista.  Por fim, o pneumologista destaca outros cuidados importantes que quem tem DPOC deve adotar para melhorar sua qualidade de vida. “Impedir infecções respiratórias, principalmente as virais, que mais desencadeiam exacerbações. É sabido que, em cada crise, você perde mais função pulmonar. Então, deve-se tomar cuidado com ar-condicionado, pólen e fumaças das mais variadas possíveis, precavendo-se de fatores que desencadeiam a exacerbação, além de prevenir outras doenças das vias respiratórias superiores, como a faringite e a nasofaringite”, finaliza o médico.  Dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT): https://sbpt.org.br/portal/video-dpoc-2019/

A asma é mais grave em crianças do que em adultos?

Todo adulto foi uma criança asmática, pois a asma é uma doença que começa nos primeiros anos de vida, a partir de 1 ano de idade. Portanto, a criança que manifesta os sintomas será um adulto que também os enfrentará. De acordo com o pneumologista José Eduardo Martinelli, não há diferença de intensidade do quadro entre crianças e adultos. Asma em crianças e adultos “A asma não é mais grave na criança do que no adulto. O que ocorre é que em cada uma das fases há maneiras distintas de lidar com o problema. As crianças, por exemplo, não sabem lidar com a falta de ar, o que, muitas vezes, os leva a se desesperar e chorar muito nos momentos de crise. Os adultos também se desesperam com a falta de ar, mas, no geral, eles conseguem controlar um pouco melhor os ânimos”, informa o especialista.  Segundo o médico, o paciente adulto, pelo tempo de convívio com a doença, aprende a lidar melhor com ela, até porque conhece os alérgenos envolvidos, ou seja, as substâncias que deflagram as crises de asma. Dessa forma, ele consegue mais facilmente evitar esses fatores de risco e, assim, diminuir a incidência das crises.  Há casos em que a criança asmática passa por um período de remissão (normalmente entre 10 e 14 anos), no qual as crises cessam, podendo retornar depois de poucos anos ou após vários anos. “Então, quando um adulto apresenta crises, isso não quer dizer que ele nunca teve a doença e a está manifestando pela primeira vez tardiamente. Ele foi uma criança asmática que teve um período de remissão de várias anos (até mesmo décadas), mas que voltou a sofrer com as crises depois desse intervalo de tempo”, explica Martinelli. Tratamento medicamentoso O tratamento da asma, independente da idade, consiste no uso de medicamentos, tanto aqueles para controlar o quadro no geral, quanto os de efeito imediato, utilizados nas “bombinhas”, para cessar as crises. Além disso, é importante praticar atividade física regularmente (natação é um bom exemplo) e evitar os principais alérgenos (poeira, poluição, odores fortes, etc.    Foto: Shutterstock

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