
Dr. José Antonio Franchini Ramires
Cardiologia
Biografia
Dr. José Antonio Franchini Ramires é graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) e fez mestrado e doutorado em Cardiologia pela mesma instituição. Atualmente, é servidor público da USP e professor titular do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Artigos
Crianças também podem ter hipertensão?
A hipertensão é uma doença que não afeta apenas adultos. Crianças e adolescentes podem sofrer deste mal desde pequenos. Apesar de não ser fácil determinar a causa do problema nesta idade, é comum que sua manifestação se dê devido a componentes hereditários e por outras doenças renais, pulmonares e endócrinas. Doença silenciosa Segundo o cardiologista José Antonio Franchini Ramires, vários fatores podem facilitar o desenvolvimento da hipertensão. “Hoje sabe-se que cerca de 40 a 50% das crianças estão acima do peso, fazem poucos exercícios e se alimentam de forma inadequada. Está crescendo o número de crianças hipertensas, diabéticas e obesas, que são três problemas muito relacionados”, alerta o médico. O aumento da pressão arterial raramente produz sintomas, com exceção daqueles causados por complicações da doença em outros órgãos e partes do corpo. Nestes casos, os pais devem ficar atentos a reclamações sobre cansaço, tontura, dores de cabeça, dificuldade de enxergar e sangramento no nariz. De olho nos filhos Cabe aos pais também o papel de prevenir as crianças contra a hipertensão e de dar o exemplo. Para Ramires, tudo o que está errado deve ser controlado e corrigido, como uma alimentação ruim e desequilibrada. A dieta deve incluir frutas e vegetais e diminuir ao máximo o consumo de doces e refrigerantes. A prática regular de esportes deve ser estimulada, seja na escola, em escolinhas ou até mesmo em casa, como afirma o cardiologista: “Os pais devem orientar as crianças na prática de atividades físicas, tanto em brincadeiras como em exercícios físicos programados.” Mas, quando todas as medidas para o controle da doença forem utilizadas e não surtirem o efeito esperado, é preciso entrar com a medicação. “Se a criança permanece hipertensa é necessário o uso de remédios. Para tanto, dispõe-se de arsenal terapêutico suficiente para controlar a pressão na maioria dos doentes”, conclui Ramires.
Dor no coração, formigamento no braço: entenda quais são os sintomas de infarto
Um dos problemas de saúde mais comuns no Brasil, o infarto surge quando uma artéria está contraída ou obstruída, de forma parcial ou total. Muitas doenças apresentam sintomas semelhantes, mas sabendo identificá-los, o paciente pode procurar ajuda o quanto antes, com maiores chances de recuperação. Sendo a dor no peito o sintoma mais comum, o infarto também se manifesta de outras formas bem visíveis. O que é o infarto? O infarto é a falta de circulação em uma área do músculo cardíaco. Dessa forma, o coração para de receber oxigênio e nutrientes por conta da ausência de irrigação. “O infarto do miocárdio é caracterizado pela necrose (morte) de células de uma região do coração, de acordo com o território irrigado por uma das três artérias coronárias principais”, explica Jose Antonio F. Ramires, professor titular de Cardiologia do Instituto do Coração-INCOR. Colesterol elevado, diabetes, hipertensão arterial (pressão alta), tabagismo e vida sedentária são alguns dos fatores de risco para o problema. Os principais sintomas de um infarto A dor no peito é o primeiro sintoma que as pessoas costumam associar ao infarto. No entanto, na presença de fatores de risco, esse e qualquer sinal devem ser levados em consideração. “A dor no peito é a mais comum, geralmente muito intensa. No entanto, não é incomum surgir de forma mais fraca ou intermitente, irradiando-se para um dos braços ou mesmo para os dois, para as costas e às vezes, para a mandíbula”, explica o especialista. Muita gente acha que o formigamento do braço também é um dos sintomas clássicos, porém, o cardiologista explica que isso não é tão comum assim. “Nesse caso, é preciso avaliar a coluna cervical ou até mesmo o quadro neurológico”. Outros sintomas podem surgir Ramires explica que além dos sintomas mais comuns, existem outros que podem surgir associados ou isoladamente. “Podemos ressaltar a falta de ar, muitas vezes interpretada como cansaço, de aparecimento recente e sem outra causa; palpitação, batedeira no coração ou falhas nos batimentos; tonturas ou desmaios; falta de ar súbita, noturna, acordando o indivíduo no meio da noite; palidez cutânea e extremidades frias”, lista. Como é o atendimento para uma pessoa que está infartando? Notando os sintomas do infarto e, estando consciente, o paciente deve chamar socorro e procurar o serviço médico de urgência mais próximo. “Em serviço de Emergência ou Pronto Socorro, além da aspirina, de 300 a 500 mg, o paciente receberá oxigênio nasal, sedativos, analgésicos, betabloqueador, inibidor de enzima conversora e trombolítico”, completa Ramires. Se houver disponibilidade, o paciente será encaminhado para sala de hemodinâmica para uma angioplastia primária, um procedimento que restaura o fluxo da artéria que foi interrompido por um coágulo. Jose Antonio F. Ramires é professor titular de Cardiologia Instituto do Coração-INCOR. CRM 17977
De olho no estresse: entenda como a tensão e a ansiedade podem elevar a pressão arterial
A hipertensão é uma doença que afeta a vida de muitos brasileiros. Causada por inúmeros fatores, como a alimentação cheia de refeições gordurosas e não balanceadas e a falta de exercícios físicos, além de fatores genéticos, ela pode levar o corpo a desenvolver muitas complicações que, em alguns casos, podem ser fatais. Problemas no trabalho, brigas em família e contas a pagar geram estresse e podem contribuir para aumentar a pressão arterial. Quando isso acontece, o organismo se prepara para uma verdadeira batalha. Ele libera hormônios, como a adrenalina, na corrente sanguínea, que chegam ao cérebro e aos músculos. O corpo permanece em estado de alerta, pronto para uma situação de perigo. Tensão e ansiedade permanentes: estresse crônico Depois de um tempo, tudo volta às condições normais. O problema é quando o organismo é exposto constantemente a essas situações e chega o estado de estresse crônico, que é contínuo e prolongado. “A tensão e a ansiedade permanentes estimulam centros cerebrais, cuja resposta conduz à contração dos vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial”, explica o cardiologista José Antonio Franchini Ramires. Pessoas com empregos estressantes e ritmo de vida acelerado têm mais chances de sofrer com problemas decorrentes da hipertensão, como um infarto ou um acidente vascular cerebral, conhecido pela sigla AVC. “Isso foi comprovado em motoristas de caminhão, que precisam cumprir horário para entregas em locais de muito tráfego”, conta o cardiologista. Uma vida mais tranquila O estresse produz ainda outros efeitos negativos. Problemas de concentração, baixo apetite sexual, baixa imunidade e irritação constante são alguns deles. Segundo Ramires, para tratar do problema é preciso ir direto à raiz: eliminar as causas do estresse, trocando de emprego ou se mudando para uma cidade mais calma, por exemplo. Para os hipertensos, a saída também passa por um controle rígido da pressão arterial, com visitas frequentes ao médico e a prática de atividades físicas. O cardiologista ainda chama atenção para o consumo exagerado de sal. “A necessidade de sal diária é de cerca de 2 a 4 gramas ao dia, somando tudo que se comer com sal, desde a manhã até a hora de dormir”, alerta o médico.