
Dr. Jorge Henna Neto
Psiquiatria
Biografia
Dr. Jorge Henna Neto é psiquiatra, graduado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Fez residência médica em psiquiatria pela Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP. Possui mestrado e doutorado em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e pós-doutorado na Universidade do Texas (EUA). É professor de Psiquiatria da PUC-SP desde 2013 (foi aprovado em primeiro lugar em concurso público), ministrando as aulas de Esquizofrenia, Psicofarmacologia e Interações Medicamentosas.
Artigos
Quem tem esquizofrenia pode ter uma vida normal?
Realizar consultas periódicas com um médico é fundamental para a descoberta de uma doença ainda em estágios iniciais. O diagnóstico precoce dá mais tempo ao paciente para compreender sua condição e aumenta as chances de controle dos sintomas para manter a qualidade de vida e, quando possível, de obter uma cura. Com a esquizofrenia, não é diferente. Esquizofrenia causa alucinações e delírios Pessoas com esquizofrenia também devem procurar atendimento o mais rápido possível. “Os pacientes devem ser diagnosticados o quanto antes. A doença reduz o afeto, a cognição e a realização de atividades de uma maneira global”, alerta o psiquiatra Jorge Henna. Se o diagnóstico for feito em tempo hábil, o médico afirma que é possível preservar o humor e o afeto e impedir os sintomas mais graves do problema. Pacientes com esquizofrenia têm dificuldade de diferenciar a imaginação da realidade. Sofrem com alucinações e delírios, chegando a acreditar que estão sendo perseguidos e que alguém deseja prejudicá-los. Desorganização do pensamento e mudanças relacionadas ao comportamento motor, como posturas e movimentos diferentes, também fazem parte da doença. Diagnóstico precoce aumenta a qualidade de vida De acordo com o profissional, boa parte dos pacientes esquizofrênicos poderá apresentar resíduos e alguns dos sintomas da doença, mas o diagnóstico precoce possibilita reduzir a interferência da doença no dia a dia a níveis baixíssimos, quase nulos. Os principais desafios a serem enfrentados ao longo do tratamento dizem respeito ao convívio com outras pessoas. “Conseguimos, em um esforço multidisciplinar, devolver muito do cotidiano ao paciente, mas o estigma e preconceito ainda são muito grandes”, explica Henna Neto. O tratamento da esquizofrenia envolve várias medidas. Medicamentos e terapias ocupacionais, com o objetivo de melhorar o convívio social e com o auxílio de psiquiatras, psicólogos e outros profissionais ligados à área, ajudam o paciente a ter mais qualidade de vida. É preciso que a família se informe sobre a doença e dê todo o apoio necessário.
Esquizofrenia na família: o que fazer quando um familiar entra em crise?
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica em que o paciente acometido sofre para distinguir o que faz parte da realidade e o que não é. Um indivíduo esquizofrênico pode ouvir vozes e ver coisas que não existem, além de achar que está sendo perseguido, ter o pensamento desorganizado e diminuição de suas vontades. Tratamento é imprescindível O distúrbio requer tratamento e apoio familiar, principalmente porque as crises podem colocar a vida em risco. “O paciente com esquizofrenia em crise sofre a mais devastadora perseguição. Ele não tem nenhuma defesa aos ataques que sofre de sua mente. Deve-se entender isso e não usar força desproporcional para contê-lo e nunca discutir”, recomenda o psiquiatra Jorge Henna. Diante de uma crise, os familiares devem sempre pedir ajuda a um profissional de urgência e, quando não for possível, pedir auxílio de amigos e vizinhos. O paciente, muitas vezes, não entende e não percebe a gravidade do que está fazendo. “Certamente, as ações intempestivas de outros serão interpretadas como uma aliança com o perseguidor”, afirma o profissional. Suporte familiar ajuda a evitar crises É fundamental que a família acompanhe o indivíduo ao tratamento e o apoie ao longo do processo para evitar a ocorrência de novas crises. Segundo Henna, quando há uma relação de confiança, os médicos são os primeiros a saber das alterações mentais, antes mesmo do surgimento de sintomas graves. “As crises ocorrem, em sua maioria, nos pacientes que não aderem ao tratamento e que recaem cerca de 10 a 15 dias após cessarem o uso de medicamentos”, alerta o psiquiatra. O tratamento não deve ser abandonado, já que em muitos casos, é preciso segui-lo por toda a vida. As abordagens são muitas: podem ser utilizadas medicações antipsicóticas, psicoterapias, terapias funcionais e fonoaudiólogas.