
Dr. João Henrique Fabel
Angiologia
Biografia
Dr. João Henrique Fabel é formado em medicina pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Fez residência médica em cirurgia geral e cirurgia cardiovascular na Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. Atua como angiologista e cirurgião vascular em diversos locais, como a Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte e o Pronto Atendimento da Lagoa de Santo Antônio.
Artigos
Quem tem varizes corre mais risco de trombose em viagens de avião? Especialista tira suas dúvidas!
As varizes são veias dilatadas e tortuosas que surgem geralmente nas pernas e provocam dor e inchaço. A presença delas é um fator de risco para o desenvolvimento de trombose, mas principalmente de tromboflebite. Enquanto a tromboflebite é o acúmulo de sangue nas veias mais próximas à pele, a trombose é mais grave, porque surge nas veias dentro dos músculos. Falta de mobilidade em viagens Viagens de avião, assim como qualquer outro tipo de viagem, podem causar o surgimento de uma trombose ou tromboflebite, devido à compressão prolongada das veias contra o assento do avião, do carro ou do ônibus. “O desenvolvimento da trombose ocorre por causa da imobilidade prolongada, quando a pessoa permanece sentada por muitas horas, principalmente em uma mesma posição”, alerta o angiologista João Henrique Fabel. Como consequência, o sangue circula lentamente, o que facilita a formação de coágulos. Isso geralmente ocorre em viagens com mais de cinco horas de duração. A obesidade, a idade avançada, a presença de um câncer, o histórico familiar e a presença prévia de trombose contribuem para o desenvolvimento da doença. De olho nos riscos Quem tem trombose deve ficar atento para o agravamento do problema. “O principal risco é a chamada embolia pulmonar, definida como uma obstrução das artérias dos pulmões por coágulos que se desprendem das veias com trombose”, afirma Fabel. Se não tratada ou diagnosticada adequadamente, pode levar a alterações no organismo pela falta de oxigenação e até causar a morte. O risco de desenvolver trombose e tromboflebite em viagens pode ser reduzido com medidas simples. Para facilitar a circulação sanguínea, movimente-se na poltrona e evite ficar de pernas cruzadas. Faça exercícios com a perna, com movimentos de extensão, rotação e flexão. Além disso, beba água, não use roupas apertadas e evite ingerir bebidas alcoólicas.
Flebites podem afetar quem sofre de varizes e deixar sequelas
A tromboflebite superficial, também chamada de flebite, é a condição caracterizada pela formação de um coágulo, seguido pela inflamação da parede de uma veia superficial e dos tecidos ao redor. É um problema que causa dor e pode provocar sérias complicações se não for tratado de forma adequada pelo paciente. Como elas surgem no corpo A flebite costuma atingir as pernas ou as partes inferiores do corpo e, de acordo com o angiologista João Henrique Fabel, pode afetar veias com ou sem varizes: “O surgimento é mais frequente em veias com varizes, mas isso não quer dizer que não possa ocorrer em uma veia saudável, por exemplo, após uma punção para retirada de sangue”. As veias com varizes apresentam alterações em suas estruturas que predispõem a formação de um coágulo e de flebite. O problema requer tratamento, especialmente porque as flebites podem piorar o quadro de saúde de uma pessoa com varizes. “A flebite superficial pode se apresentar de uma forma aguda e dolorosa e se manter nessa forma em alguns casos, sendo indicada a retirada cirúrgica do segmento afetado”, explica Fabel. A importância do tratamento A persistência do processo de inflamação e endurecimento é uma das possíveis consequências da flebite. Mas o problema pode evoluir para uma trombose venosa profunda e, consequentemente, para uma embolia pulmonar, que pode ser letal em alguns casos. É importante consultar um especialista, já que Fabel afirma que a flebite pode ser um sinal de doenças, como neoplasias, arteriopatias e colagenoses. Segundo o angiologista, o tratamento escolhido para a flebite muda de acordo com a extensão e gravidade dos sintomas. “O tratamento clínico inclui várias medidas, como ficar de repouso com os membros elevados, usar compressas com água morna, anticoagulantes, anti-inflamatórios e outros tipos de medicamentos”, destaca Fabel. As cirurgias são indicadas para casos graves com risco de evolução do problema.
É possível voltar a ter varizes mesmo após tratamento cirúrgico e medicamentos?
O tratamento das varizes, as veias dilatadas e tortuosas que aparecem com mais frequência nas pernas, pode ser feito com a ajuda de medicamentos e até cirurgia. No entanto, o que queremos saber é: após tais procedimentos, ficamos livres da doença ou podemos ainda voltar a sofrer com o problema? Fase clínica e cirurgias O primeiro estágio do tratamento é o clínico, que consiste no consumo de medicamentos receitados por um médico especialista, no caso, um angiologista ou um cirurgião vascular. Os remédios, que não curam a doença, são usados na fase inicial ou o mais precocemente possível e têm como objetivo o alívio das dores nas pernas, como queimação, inchaço e câimbra. Além disso, eles raramente apresentam efeitos colaterais e são bem tolerados. O uso de meias elásticas é uma modalidade que ajuda os músculos das pernas a levar o sangue de volta ao coração, melhorando assim a circulação e prevenindo os sintomas das varizes. Outra opção de tratamento, que pode ser tanto estético quanto funcional, é a escleroterapia, popularmente chamada como “aplicação de vasinhos”. Um líquido, espuma, laser ou termocoagulador é utilizado como esclerosante, que é injetado na veia e causa uma alteração nas células do vaso, fechando-o. Na maioria dos casos de varizes, mais de um procedimento é colocado em prática. As cirurgias são necessárias quando as varizes já se encontram em um estágio mais avançado. Elas podem ser convencionais, a laser ou radiofrequências. A convencional e a laser são feitas sob anestesia raquidiana. Na primeira, as varizes são removidas com microagulhas, na segunda, as veias doentes são “queimadas”. Já a radiofrequência é um método alternativo para tratamento da safena e evita incisões. Um cateter é inserido dentro da veia, onde é aquecido para dar encolhimento às fibras e reduzir o diâmetro da mesma. As varizes podem voltar? Caso um paciente passe pelo tratamento medicamentoso e por cirurgias, isso quer dizer que ele deixará de ter varizes pelo restante da vida? O angiologista João Henrique Fabel tem a resposta: “Haverá uma melhora significante dos sintomas. Em relação ao procedimento cirúrgico, este consiste em retirar as veias doentes e então, estas não voltarão, porém, se o paciente não fizer a prevenção com a realização de atividades físicas, ou o não uso de meia elástica, diminuir ou excluir o uso de anticoncepcional, dentre outras coisas, novas varizes podem aparecer”, alerta o profissional.