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Dr. Giovani Missio

Psiquiatria

Biografia

Dr. Giovani Missio se formou em Medicina pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e se especializou em Psiquiatria pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Desde 2010, realiza pesquisas sobre transtornos do humor no Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) como membro do Programa de Transtornos do Humor (GRUDA), onde finaliza em breve o doutorado em Psicofarmacologia. Entusiasta do empreendedorismo e da inovação, tem como meta de vida utilizar o conhecimento adquirido na academia para produzir um sistema privado de atendimento de alta qualidade e que possa ser replicável em larga escala.

Artigos

Como o transtorno de ansiedade generalizada pode afetar o meu dia a dia?

O transtorno de ansiedade generalizada pode afetar o dia a dia dos pacientes em diversas esferas de suas vidas, já que a sensação de insegurança e inquietação constante pode comprometer tanto a parte profissional quanto pessoal do indivíduo. Portanto, o tratamento adequado é essencial para que o paciente consiga controlar os sintomas e levar uma vida com qualidade.   Sintomas do transtorno de ansiedade generalizada   “Pessoas com transtorno de ansiedade têm mais dificuldade e insegurança na tomada de decisões, sofrem com sintomas ansiosos cognitivos e físicos diante de situações triviais da vida e sempre apresentam algum tipo de comportamento de esquiva (fogem de situações) para evitar justamente o aparecimento dos sintomas ansiosos”, informa o psiquiatra Giovani Missio. Além da insegurança, as sensações de apreensividade e medo diante de determinadas situações são outros sintomas característicos de um transtorno de ansiedade. “A ansiedade generalizada, especificamente, como o próprio nome diz, é uma sensação que não envolve um objeto claro e determinado, podendo aparecer em diversas situações do dia a dia”.   Diagnóstico e tratamento do transtorno de ansiedade generalizada   Para o diagnóstico do transtorno de ansiedade generalizada, é necessário que o sintoma principal esteja acompanhado de outros sintomas secundários, como alteração no sono, no apetite, na energia, na concentração, etc. “Também é necessário que a intensidade seja suficiente para causar prejuízo na vida do paciente, como perder compromissos ou deixar de fazer atividades de lazer”, completa Missio. De acordo com o especialista, o tratamento envolve medicamentos inibidores da recaptura de serotonina para o longo prazo, e, eventualmente, o uso de benzodiazepínicos para o controle de crises, especialmente no início do processo de recuperação. “Psicoterapia para desenvolver ferramentas psicológicas que ajudem a lidar com os sintomas e com as situações estressantes são indicadas também”, conclui o psiquiatra.   Foto: Shutterstock

Qual é diferença de transtorno de personalidade borderline e transtorno bipolar?

Fazer a diferenciação entre o transtorno de personalidade borderline e do transtorno bipolar é difícil, pois ambos apresentam uma característica bastante similar, que é a alternância de humores opostos. Ou seja, o paciente em um momento está se sentindo eufórico e no outro apresenta comportamentos depressivos. Para obter o diagnóstico preciso de um ou do outro, é necessário cuidado e atenção aos detalhes. Diferenças entre transtorno de personalidade borderline e transtorno bipolar “O transtorno bipolar é uma doença que envolve desregulação mais espontânea e duradoura do humor. Dura pelo menos uma ou duas semanas com humor persistentemente eufórico, irritável ou deprimido, em geral. Já no transtorno de personalidade borderline, essa desregulação do humor é mais fugaz e influenciada por eventos exteriores. O paciente experimenta eventos de vida com emoções ruins de forma muito mais intensa, mas dentro de algumas horas estão de volta à normalidade”, explica o psiquiatra Giovani Missio. Outra diferença importante apontada pelo especialista: as alterações de humor no transtorno bipolar vêm acompanhadas de outros sinais e sintomas, como alterações no sono, no apetite, na energia, na concentração etc. Já no transtorno de personalidade borderline, o que acompanha as alterações emocionais são os comportamentos mal adaptativos. “Esses comportamentos mal adaptativos são ferramentas psicológicas inadequadas para lidar com o estresse. Exemplo: se cortar para que a dor física ajude a afastar uma emoção ruim. Outro comportamento característico do borderline é o ‘apego inseguro’. Nele, o paciente se apresenta dependente emocionalmente”, explica o psiquiatra. Tratamento do transtorno de personalidade borderline e do transtorno bipolar Assim como em outros transtornos mentais, o tratamento pode ser feito com psicofármacos e psicoterapia. “Os psicofármacos, especialmente os estabilizadores de humor, são de uso comum no tratamento do transtorno bipolar. Já a psicoterapia é imprescindível no tratamento do transtorno de borderline”, afirma Missio. Quando pensar em depressão? Tristeza não é sinônimo de depressão. O episódio depressivo se caracteriza pela presença, por pelo menos 2 semanas consecutivas, de 5 das 9 manifestações a seguir, ocorrendo na maior parte do dia, quase todos os dias; obrigatoriamente uma das manifestações deve ser humor deprimido ou perda do prazer em atividades: – Humor deprimido: sentir-se triste, sem esperança; isso pode ser percebido por outras pessoas; – Diminuição ou perda do prazer em atividades: menor interesse em passatempos ou em atividades que anteriormente o indivíduo considerava prazerosas; o individuo muitas vezes fica mais retraído socialmente; – Inquietação ou estar mais lento que seu habitual, e isso é percebido por outras pessoas; – Alteração de apetite e/ou de peso: pode ser para mais ou para menos, ou seja, pode ocorrer (de forma não intencional) aumento de apetite, aumento de peso, redução de peso, redução de apetite (exemplo: o indivíduo precisa se esforçar para se alimentar); – Alteração do sono: excesso de sono ou insônia; – Fadiga ou falta de energia: cansaço mesmo sem esforço físico pode ser relatado pelo indivíduo, bem como dificuldade em realizar tarefas; – Sentimentos de inutilidade ou de culpa excessiva ou inapropriada: o indivíduo pode, por exemplo, ficar ruminando pequenos fracassos do passado; – Dificuldade de se concentrar ou de pensar: os indivíduos podem se queixar de dificuldades de memória; – Pensamentos de morte ou planejamento para cometer suicídio. Tais alterações representam mudança em relação ao funcionamento anterior do indivíduo, e causam sofrimento e/ou prejuízos no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Lembre-se: depressão não é só no setembro amarelo! Se você sentir que está diferente do seu habitual ou notar diferença em alguém com quem convive, procure ou oriente a procura de ajuda médica e psicológica! Este material tem caráter meramente informativo e não tem a intenção de substituir avaliação ou conduta médica. Siga sempre as orientações de seu médico assistente. Foto: Shutterstock

Dor e depressão: Onde esse sintoma pode se manifestar durante um quadro depressivo?

A depressão é um transtorno psiquiátrico em que ocorre, dentre outras alterações, um desequilíbrio na quantidade de neurotransmissores que atuam no cérebro, como a serotonina. Sua principal característica é a tristeza profunda sentida pelos pacientes e/ou a perda de interesse/prazer em atividades, mas seu impacto vai muito além e envolve até mesmo sintomas físicos: muitas pessoas com depressão podem reclamar de dores físicas frequentes. Depressão pode estar associada à dor de cabeça e à dor nas articulações “A depressão se manifesta com uma sobreposição de sintomas emocionais, cognitivos e físicos. Dores inespecíficas e não explicadas por outras condições médicas são uma das principais queixas de sintomas físicos nestes pacientes. Essa associação agrava tanto o quadro de dor quanto o quadro de depressão”, afirma o psiquiatra Giovani Missio. “Em ambientes de atenção primária, as dores mais comuns apresentadas por pacientes são dor de cabeça, articular, abdominal e torácica”, explica o médico. Além disso, a doença também pode provocar um estado constante de tensão na nuca e nos ombros. Maioria dos pacientes com depressão sente dores físicas Segundo o psiquiatra, cerca de 65% dos pacientes deprimidos se queixam de dores e 52% das pessoas com dores crônicas apresentam algum grau de depressão. Essa relação é bastante conhecida, mas as causas ainda são investigadas. Uma suspeita é que a dor física esteja ligada à inflamação dos neurônios e à capacidade de adaptação do sistema nervoso.   O tratamento da depressão é importante para controlar o transtorno e interromper as dores físicas e outros sintomas, contribuindo para melhorar a qualidade de vida do paciente. Em geral, a dor é tratada com medicamentos, como certos tipos de antidepressivos e anticonvulsivantes. Quando pensar em depressão? Tristeza não é sinônimo de depressão. O episódio depressivo se caracteriza pela presença, por pelo menos 2 semanas consecutivas, de 5 das 9 manifestações a seguir, ocorrendo na maior parte do dia, quase todos os dias; obrigatoriamente uma das manifestações deve ser humor deprimido ou perda do prazer em atividades: – Humor deprimido: sentir-se triste, sem esperança; isso pode ser percebido por outras pessoas; – Diminuição ou perda do prazer em atividades: menor interesse em passatempos ou em atividades que anteriormente o indivíduo considerava prazerosas; o individuo muitas vezes fica mais retraído socialmente; – Inquietação ou estar mais lento que seu habitual, e isso é percebido por outras pessoas; – Alteração de apetite e/ou de peso: pode ser para mais ou para menos, ou seja, pode ocorrer (de forma não intencional) aumento de apetite, aumento de peso, redução de peso, redução de apetite (exemplo: o indivíduo precisa se esforçar para se alimentar); – Alteração do sono: excesso de sono ou insônia; – Fadiga ou falta de energia: cansaço mesmo sem esforço físico pode ser relatado pelo indivíduo, bem como dificuldade em realizar tarefas; – Sentimentos de inutilidade ou de culpa excessiva ou inapropriada: o indivíduo pode, por exemplo, ficar ruminando pequenos fracassos do passado; – Dificuldade de se concentrar ou de pensar: os indivíduos podem se queixar de dificuldades de memória; – Pensamentos de morte ou planejamento para cometer suicídio. Tais alterações representam mudança em relação ao funcionamento anterior do indivíduo, e causam sofrimento e/ou prejuízos no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Lembre-se: depressão não é só no setembro amarelo! Se você sentir que está diferente do seu habitual ou notar diferença em alguém com quem convive, procure ou oriente a procura de ajuda médica e psicológica! Este material tem caráter meramente informativo e não tem a intenção de substituir avaliação ou conduta médica. Siga sempre as orientações de seu médico assistente. Foto: Shutterstock

Esquizofrenia e depressão têm sintomas em comum?

A esquizofrenia é uma doença mental que se manifesta principalmente por meio dos sintomas psicóticos, que se dividem em dois tipos: os chamados sintomas positivos, como delírios e alucinações; e os negativos, como dificuldades na fala e para demonstrar emoções. Existem, no entanto, alguns casos em que outros tipos de sintomas aparecem, dificultando o diagnóstico da doença e causando confusão para os pacientes e familiares.   Esquizofrenia e depressão têm alguns sintomas em comum   Sintomas depressivos, que envolvem tristeza, sensação de culpa, baixa autoestima, falta de esperança e até ideias suicidas podem ser confundidos com os sintomas negativos da esquizofrenia, o que pode levar o paciente e sua família a acreditarem que se trata de um caso de depressão, principalmente na fase inicial da doença. “Sintomas depressivos são comuns no início de um episódio psicótico de esquizofrenia. Entre 40 e 50% dos pacientes em episódio psicótico apresentam sintomas depressivos em comorbidade. Isso é um fator importante de confusão diagnóstica”, afirma o psiquiatra Giovani Missio. Outro fator de confusão são os sintomas psicóticos durante um episódio depressivo, que podem distorcer o diagnóstico para um quadro de esquizofrenia. Pacientes gravemente deprimidos podem apresentar pensamento delirante, especialmente de ruína e até alucinações.   Conjunto de sintomas ajuda a diferenciar esquizofrenia da depressão   Cabe ao médico psiquiatra a tarefa de analisar o quadro e fazer o diagnóstico. “O diagnóstico em saúde mental deve sempre considerar o conjunto de sintomas do quadro e jamais fazer diagnóstico por um sintoma apenas. No entanto, alguns pontos chave devem ser considerados. Na depressão, apesar da apatia, o afeto geralmente é preservado, enquanto na esquizofrenia é notável o embotamento ou achatamento emocional das vivências”, diz Missio. Além disso, na depressão, o conteúdo do pensamento ou do delírio geralmente tem a ver com o humor. O paciente pode ter delírios de que é criticado pelas pessoas ou ouvir vozes com críticas depreciativas. Já na esquizofrenia, o conteúdo do pensamento delirante não tem relação e pode ser incompreensível. Por exemplo, o paciente pode dizer estar sendo perseguido sem saber explicar o motivo. Outro ponto importante é que, diferentemente da depressão, a esquizofrenia costuma evoluir com sintomas negativos.   Dr. Giovani Missio é psiquiatra, graduado pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria e atua em São Paulo. CRM-SP: 127682 Foto: Shutterstock

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