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Dr. Fabio Luiz Maximiano

Gastroenterologia

Biografia

Formado em 2004 pela Faculdade de Medicina do ABC, onde também cursou residência em Clínica Médica e Gastroenterologia, Dr. Fabio Luiz Maximiano atualmente exerce, na mesma faculdade, as funções de Coordenador da Residência de Clínica Médica e Médico do Ambulatório de Gastroenterologia. Também leciona Gastroenterologia no curso de medicina do Centro Universitário São Camilo. Trabalha como gastroenterologista em seus consultórios em Santo André e em São Paulo, além de hospitais da região do grande ABC. Em paralelo a todas estas atividades, também trabalha como pesquisador clínico em protocolos de pesquisa na área da Gastroenterologia.

Artigos

Diarreia: O que é, causas, sintomas e tratamento

O que é a diarreia? A diarreia é caracterizada por evacuações frequentes, muitas vezes acompanhadas de cólicas abdominais, gases e, por vezes, náuseas e vômitos. Embora seja geralmente uma condição temporária e autolimitada, a diarreia pode ser desconfortável e até perigosa se não for tratada adequadamente, especialmente em casos graves ou prolongados. Ela pode ser dividida em: Aguda – menos de 15 dias; Persistente: mais de 15 dias; Crônica: mais de 4 semanas Durante esse quadro, o corpo tende a perder muita água, potássio, sódio e bicarbonato, além de outros eletrólitos”, afirma o gastroenterologista Fábio Luiz Maximiano. Principais causas da diarreia: A causa mais comum da diarreia é a infecção por vírus, bactérias ou outros parasitas que invadem o organismo, comprometendo os órgãos do sistema gastrointestinal. Bem como carência de zinco que pode ocasionar a diarreia. “O zinco é um mineral importante que atua como cofator em diversos metabolismos das proteínas, carboidratos e lipídeos. Dessa forma, ele interfere no funcionamento das células, nos processos cicatriciais e imunológicos”, diz o médico. “Sua deficiência torna frágil todos esses mecanismos, podendo interferir na absorção dos alimentos e de água, levando ao aumento do trânsito intestinal, da produção de muco e, consequentemente, à diarreia”. Contudo, a diarreia também pode ser causada por: Ingestão de alimentos mal higienizados; Ingestão de água contaminada; Estresse e ansiedade; Intoxicação alimentar; Ação de medicamentos; Falta de zinco. A doença pode ser classificada como diarreia aguda ou diarreia crônica, sendo a primeira mais breve, ou seja, se manifesta durante poucos dias, e a segunda, mais longa. “A diarreia aguda, com tempo inferior a 15 dias, tem, em sua grande maioria, causa infecciosa viral ou relacionada a alguma intolerância alimentar aguda”, explica o coloproctologista Leonardo Iezzi. “Já a diarreia crônica, com tempo superior a 15 dias, pode ter causa infecciosa também, mas deve-se investigar ainda doenças inflamatórias intestinais (retocolite ulcerativa ou doença de Crohn), fatores alimentares (intolerâncias à lactose, glúten), fatores nutricionais (deficiências proteicas, de minerais) ou doenças crônicas (cirrose hepática, insuficiência pancreática)”, conclui. Prevenção da diarreia Mão suja é porta de entrada para micro-organismos que causam diarreia. “A principal forma de contágio é através da saliva, seja pelas mãos ou por objetos contaminados pelo germe que causa a diarreia”, afirma a pediatra Flávia Bello. Logo, levar a mão suja à boca significa transportar esses micro-organismos diretamente para dentro do organismo, causando o problema. Em crianças, o cuidado deve ser redobrado! Além de deixar as mãos sempre limpas, há outros cuidados importantes para evitar diarreia nas crianças. “Manter uma limpeza adequada dos brinquedos, cuidar de higiene pessoal e da casa, usar álcool gel quando não for possível lavar as mãos, ensinar as crianças a não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos, talheres e escova de dentes, e evitar colocar objetos na boca”, aconselha a profissional.   Tratamento da diarreia Os tratamentos das diarreias de duração breve e prolongada são individualizados, devido às particularidades de cada uma.  Diarreia de curta duração: “deve ser tratada apenas com medidas de suporte (hidratação, dieta e sintomáticos) Diarreias prolongadas: “necessitam de exames complementares em busca da etiologia específica e do  tratamento direcionado”. A suplementação de zinco também pode ser indicada, para ajudar a repor esse mineral importante no organismo. Diarreia crônica: pode indicar males como a síndrome do intestino irritado ou outros mais graves, tais quais a doença de Crohn e colites ulcerosas. Tanto ela quanto a aguda podem ser amenizadas com a adoção de práticas saudáveis.   Alimentação quando se tem diarreia A alimentação é um elemento importante do tratamento da diarreia. De modo geral, recomenda-se evitar alimentos gordurosos, como frituras, e alimentos ou bebidas ricas em açúcar. Também não são recomendados alimentos naturalmente laxativos, como mamão, feijão e lentilha. A recomendação é ingerir alimentos como: Banana; Maçã; Cenoura; Batatas Alimentos ricos em zinco e minerais; Muito líquido para reidratação. Suplementação para evitar diarreia Cuidados com a dieta e suplementação com zinco. “O zinco atua no nosso sistema imunológico e poderá auxiliar na defesa da mucosa do intestino frente aos agentes patogênicos presentes nos alimentos contaminados”, afirma a nutricionista Adriana Ávila. No entanto, a especialista acredita que a eficácia da resposta do nutriente dependerá da quantidade desses agentes invasores no sistema gastrointestinal. O mineral acelera a regeneração das células intestinais, os enterócitos, que conseguirão absorver mais água e sais minerais”, explica a profissional. Com isso, a infecção acaba mais rápido, evitando desidratação e emagrecimento, que são as complicações mais comuns em pacientes com diarreia. O nutriente também dificulta a entrada de organismos invasores   Repouso quando se tem diarreia Além disso, de acordo com a gastroenterologista Amanda Buchmann, o repouso é uma das medidas de recuperação para o quadro de diarreia. “Quando a diarreia faz parte de um quadro viral, ela pode vir acompanhada de febre ou prostração, impossibilitando que o paciente realize suas atividades normais e, consequentemente, fazendo com que necessite de repouso”.

Existem doenças que podem causar diarreia? Quais?

A diarreia é um problema de saúde bastante comum, especialmente entre bebês e crianças. Neste quadro, os pacientes passam a evacuar mais vezes e suas fezes perdem consistência, tornando-se mais líquidas. Vários fatores podem desencadear uma diarreia, como excesso de gorduras na alimentação e algumas doenças. Doença de Crohn está entre as causas da diarreia “Inúmeras doenças, desde infecções por vírus e bactérias e doenças que causam inflamação do intestino, como Crohn e retocolite ulcerativa, a problemas da digestão dos alimentos, como nas pancreatites crônicas e nas intolerâncias alimentares, podem causar diarreia”, afirma o gastroenterologista Fabio Luiz Maximiano. Existem vários mecanismos que fazem essas doenças provocarem diarreia. “Resumidamente, temos dois principais: lesão na célula intestinal ou incapacidade na quebra dos nutrientes dos alimentos, o que deixa o conteúdo das fezes rico em substâncias que puxam água para a luz intestinal, levando a uma diarreia”, acrescenta o médico. Alimentos mal lavados podem provocar diarreia Outra causa bastante frequente da diarreia é a ingestão de toxinas por meio de alimentos ou água contaminada. Por isso, é sempre importante verificar as condições dos ambientes em que a comida é preparada, assim como lavar as mãos e alguns ingredientes, como verduras, frutas e legumes, antes de utilizá-los no preparo das refeições. Segundo Maximiano, o tratamento da diarreia deve se basear em dois aspectos: tratar tanto a causa por trás da diarreia quanto suas possíveis complicações, como a desidratação, distúrbios dos eletrólitos e, nos casos de diarreias crônicas, a desnutrição. Um aliado importante do tratamento é o consumo de zinco, capaz de acelerar a recuperação do corpo. Foto: Shutterstock

Qual é a melhor forma de lavar os alimentos para evitar parasitas intestinais?

As parasitoses estão entre as doenças mais comuns do mundo, atingindo cerca de 25% da população, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Este índice poderia ser menor se todos adotassem simples cuidados com a alimentação, já que a ingestão de alimentos contaminados está entre as principais causas do problema e lavá-los corretamente é uma das atitudes que evitam os parasitas intestinais. Lavar frutas e verduras com água limpa ajuda a remover parasitas De acordo com o gastroenterologista Fabio Luiz Maximiano, lavar frutas e verduras adequadamente é a principal forma de se prevenir das parasitoses intestinais. “Essa higienização pode ser feita lavando ou colocando-as de molho em uma solução que contenha cloro por cerca de 15 minutos”, recomenda o médico. A diluição, vale destacar, deve ser realizada conforme as orientações do rótulo do produto escolhido. Apesar de haver tratamento para as parasitoses, feito com medicações que matam os vermes e protozoários, atitudes simples e práticas do dia a dia já são capazes de ajudar na prevenção. A simples lavagem dos alimentos com água, desde que seja de fonte segura, permite a eliminação mecânica da maioria dos ovos e cistos. Porém, como essa limpeza nem sempre é suficiente, o uso do cloro ou até de vinagre garante uma higienização completa. Carnes não devem ser consumidas cruas Outros alimentos que merecem uma atenção especial são as carnes. A ingestão de carnes cruas, principalmente de aves e de porco, deve ser evitada porque elas podem conter parasitas. “Dê preferência ao consumo de alimentos que sofreram algum processo de cozimento quando não puder garantir que foram higienizados da forma adequada”, aconselha o profissional. Lavar as mãos com água e sabão antes das refeições ou antes de preparar os alimentos também é importante na prevenção das parasitoses, evitando a contaminação dos ingredientes limpos. O hábito de lavar as mãos deve ser reforçado nas crianças, que têm mania de colocar a mão em locais e objetos sujos, que podem conter parasitas, e depois levá-las à boca. Foto: Shutterstock

Como lavar os alimentos para evitar a contaminação por bactérias?

Mais de 250 doenças ao redor do mundo são transmitidas por alimentos contaminados por vírus, fungos, bactérias e outros parasitas, segundo o Ministério da Saúde. Entre essas bactérias está a H. pylori, que causa dolorosas úlceras estomacais. Ter práticas corretas de higiene é uma das principais formas de se prevenir desse tipo de problema de saúde. Solução com cloro ajuda a eliminar bactérias A higienização dos alimentos crus antes do consumo é fundamental para evitar a contaminação por bactérias, por exemplo. “Essa higienização pode ser feita lavando ou colocando os alimentos de molho em uma solução que contenha cloro por cerca de 15 minutos”, afirma o gastroenterologista Fabio Luiz Maximiano. A recomendação do Ministério da Saúde é preparar a solução com 10 ml de hipoclorito de sódio a 2,5%, ou uma colher de sopa, para cada litro de água tratada. Nela, mergulhe frutas, verduras e legumes. Já os ovos devem ser lavados em água corrente e potável antes do preparo.  É importante ainda sempre escolher alimentos frescos, com boa aparência e dentro do prazo de validade. Lavar as mãos diminui risco de contaminação Segundo Maximiano, quem for preparar as refeições deve ter cuidado também com a higienização das mãos, que devem ser lavadas com água e sabão antes de manusear os produtos. A mesma precaução vale para as superfícies em que serão colocados os alimentos e para utensílios como garfos, facas e colheres, que serão utilizados no preparo dos pratos. Antes de colocar a mão na massa, é importante também verificar se os alimentos estavam armazenados na temperatura correta e em ambientes limpos. Além disso, para prevenir a contaminação das refeições prontas, é necessário evitar o contato com alimentos crus, especialmente aqueles que ainda não foram higienizados. Dados do Ministério da Saúde: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/doencas-transmitidas-por-alimentos Foto: Shutterstock

Diarreia: Quais são os principais nutrientes que o corpo pode perder após esse quadro?

Apesar do principal problema da diarreia ser a desidratação, a perda dos eletrólitos também é bastante significativa. Sódio, potássio e cloro são exemplos imediatos de eletrólitos típicos encontrados no organismo. “Nos quadros de diarreia, a perda principal é de água, potássio, sódio e bicarbonato, além de outros eletrólitos”, afirma o gastroenterologista Fábio Luiz Maximiano. Riscos relacionados à perda de água e nutrientes na diarreia O especialista explica que a ausência de outros nutrientes provenientes dos alimentos e que deveriam ser absorvidos pelo intestino delgado, mas que acabam não sendo, contribui para a desnutrição, especialmente nos casos de diarreias crônicas. “Em casos graves o intestino pode não só deixar de absorver, mas também passa a perder pela sua mucosa proteínas. É o caso das chamadas enteropatias perdedoras de proteínas”. De acordo com o médico, a desidratação pode chegar a prejudicar a função dos rins, enquanto a deficiência de bicarbonato no organismo ocasionada pela perda intestinal pode deixar o sangue ácido, podendo levar o paciente a apresentar respiração acelerada. “A perda do sódio pode causar alterações neurológicas graves, como o coma, e a perda de potássio pode ocasionar fraqueza muscular e até parada cardiorrespiratória”. Como deve ocorrer a reposição dos nutrientes durante um quadro de diarreia? A reposição desses nutrientes perdidos durante o quadro de diarreia começa pela hidratação. “O principal meio de hidratação é a ingestão de água e eletrólitos por via oral, se assim o paciente tolerar e se a diarreia não for muito intensa. Em casos graves, pode ser necessária a hidratação endovenosa. Para a hidratação endovenosa, o soro caseiro é o mais indicado”, afirma Maximiano. O consumo de zinco, seja por meio da alimentação ou pela suplementação, que deve ser validada por um médico, também é importante na recuperação de uma diarreia. Frutas, como banana e maçã, sopas e chás também são opções interessantes para hidratar e repor nutrientes fundamentais.    Foto: Shutterstock

Estou com gases e sem dormir: qual é a melhor posição para pegar no sono?

A produção de gases em excesso, em alguns casos, pode provocar sintomas tão fortes que acabam atrapalhando uma pessoa a pegar no sono. “O excesso de gases no trato gastrointestinal pode levar a uma sensação de desconforto ou provocar até mesmo dores abdominais do tipo cólica, que podem dificultar o paciente a iniciar o sono ou até mesmo acordá-lo se forem muito intensas”, explica o gastroenterologista Fabio Luiz Maximiano. Dormir de lado pode aliviar dores dos gases Quando isto acontecer, se deitar de lado pode ajudar, já que esta é considerada por muitos como a melhor posição para soltar gases, o que permite reduzir o desconforto. “Baseado na anatomia do trato gastrointestinal, podemos dizer que dormir de lado pode ajudar o livre trânsito dos gases pelo intestino, favorecendo sua eliminação e aliviando, assim, os sintomas”, afirma o especialista. Nenhum estudo já feito analisou as melhores posições para dormir diante do excesso de gases. Por outro lado, adotar algumas medidas antes de deitar é uma forma eficaz de aliviar as dores: “É interessante, especialmente nas últimas refeições do dia, que o paciente faça-as sem correria, comendo de forma lenta e tranquila, evitando a deglutição de grandes quantidades de ar”. Comer feijão no jantar pode atrapalhar Os cuidados com as refeições devem levar em consideração também o tipo de alimento consumido, o que também influencia na produção de gases e em uma possível má qualidade do sono. Maximiano recomenda evitar a ingestão de feijão, soja, grão-de-bico e outros grãos, em geral, além de frutas com casca, vegetais crus, leite e produtos derivados e bebidas gasosas. “Estes alimentos têm carboidratos de difícil absorção e, especialmente à noite, não temos a oportunidade de eliminar os gases produzidos por sua digestão porque deitamos pouco depois”, alerta o gastroenterologista. O paciente também pode utilizar medicamentos para tratar o problema, desde que sempre acompanhado por um profissional. Foto: Shutterstock

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