
Dr. Eduardo de Castro Humes
Psiquiatria
Biografia
Dr. Eduardo de Castro Humes é graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), fez residência médica em Psiquiatria pelo Departamento de Psiquiatria da FMUSP, tem título de especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e faz doutorando no Departamento de Psiquiatria da FMUSP. Atualmente, é o coordenador do Ambulatório de Psiquiatria do Hospital Universitário da USP e do Grupo de Assistência Psicológica ao Aluno da FMUSP, pesquisador vinculado ao Laboratório de Investigação Médica (LIM), membro da Diretoria Executiva do Fórum dos Serviços de Apoio ao Estudante de Medicina (FORSA) e representante Internacional da Association For College Psychiatry. É autor de artigos científicos, capítulos e dos livros “Psiquiatria Interdisciplinar” e “Clinica Psiquiátrica: Consulta Rápida.
Artigos
É possível superar a síndrome do pânico e levar uma vida normal?
Todas as pessoas sentem ansiedade em determinadas situações do dia a dia. Outras mais, outras menos. Mas em certas pessoas, essa sensação ultrapassa os limites do saudável e se transforma em algo maléfico para a saúde, para o trabalho e para o relacionamento com outras pessoas. É a chamada síndrome do pânico, um transtorno que se caracteriza por crises de medo e desespero exageradamente desproporcionais ao momento, em que o paciente sofre com taquicardia, falta de ar, tremores e tonturas. Em muitos casos, quem sofre com a síndrome acredita que irá morrer. Como superar o transtorno? Felizmente, com o avanço do conhecimento sobre a doença, é possível levar uma vida mais tranquila. “Procurando tratamento, a grande maioria dos pacientes obtém o que chamamos de remissão total, isto é, ficar sem quaisquer sintomas”, explica o psiquiatra Eduardo de Castro Humes. Os sintomas da síndrome podem ser parecidos com os causados por problemas cardíacos. É preciso, portanto, atenção. “Não é raro que pacientes ignorem encaminhamentos para psiquiatras e foquem na investigação cardíaca, gerando procuras a serviços de emergência e exames dispendiosos”, afirma Humes. Tratamento em prol da qualidade de vida O tratamento envolve medicação e psicoterapia associadas a outras modalidades, como meditação e atividades físicas. Entretanto, segundo Humes, mesmo depois da remissão dos sintomas, o paciente deve continuar o tratamento: “Nessa fase, o portador já não sente o impacto da doença, mas a manutenção do tratamento, após a remissão total dos sintomas deve ser realizada por pelo menos 9 meses.” Somente depois é que a descontinuação do tratamento deve ser discutida. No combate à síndrome do pânico, o apoio de amigos e familiares é fundamental. Eles devem encorajar a busca e a adesão ao tratamento, colaborando para diminuir o estigma que o próprio paciente pode ter sobre o transtorno, e também incentivar a prática de atividades físicas e outras formas complementares de tratamento. Dr. Eduardo de Castro Humes é psiquiatra e psicoterapeuta formado pela Faculdade de Medicina da USP e autor do livro “Psiquiatria Interdisciplinar”. CRM-SP: 108239
A depressão pode ser causada apenas por fatores ambientais? Quais?
Um quadro depressivo pode se formar a partir de diferentes origens, sejam elas genéticas ou ambientais. Os fatores ambientais podem ser entendidos como toda influência externa que interage com uma pessoa, contribuindo para que ela desenvolva depressão. Eventos que geram estresse, doenças clínicas, reações inflamatórias e até mesmo falta de luz solar são exemplos de causas ambientais que podem contribuir para o surgimento ou agravamento da doença. Tratamento da depressão não se baseia em fatores causadores específicos “A depressão é uma doença multifatorial, isto é, tem como causas diversos fatores, desde genéticos até ambientais, os quais passam por eventos biológicos, como exposição a medicações, ambiente de criação na infância, eventos traumáticos ao longo da vida, dentre outros. O adoecimento é o resultado de uma combinação destes diversos fatores”, explica o psiquiatra Eduardo de Castro Humes. Segundo o médico, mesmo sabendo da possibilidade de atuação de todos esses fatores, não é possível definir precisamente os que estão e os que não estão envolvidos em um quadro específico de depressão. “Uma vez que o processo patológico é desencadeado, os fatores envolvidos devem ser abordados, na medida do possível. Entretanto é impossível isolar quais podem ou não estar envolvidos”, afirma. Sinais e tratamento da depressão Justamente por essa incapacidade de definir exatamente quais são os fatores relacionados é que o tratamento costuma seguir um padrão para os quadros depressivos em geral. “O tratamento preconizado envolve, normalmente, o uso de antidepressivos, psicoterapia, atividade física e meditação, para o manejo dos processos envolvidos no adoecimento”, explica Humes. Quando o tratamento é seguido à risca, com a prática de todo o cronograma proposto pelo médico, a tendência é que o paciente sinta, pelo menos, uma amenização dos sintomas, isso quando não ocorre a remissão completa. Os sinais típicos da depressão são tristeza, desesperança, prostração, dificuldade de concentração, perda de sono e do apetite. Dr. Eduardo de Castro Humes é psiquiatra e psicoterapeuta formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. CRM-SP: 108239 Foto: Shutterstock
Síndrome do pânico: como ajudar amigos e familiares que enfrentam a doença?
A síndrome do pânico é um transtorno psiquiátrico ligado a um nível extremamente alto de ansiedade e que provoca crises de medo intenso no dia a dia. Muitos dos pacientes acreditam que correm risco de morte. Os principais sintomas provocados pela doença são falta de ar, taquicardia e suor excessivo. Conhecimento e tratamento Por um lado, a síndrome ainda é estigmatizada e pouco compreendida. Por outro, familiares e pessoas próximas podem tornar a vida de um portador do transtorno mais fácil, auxiliando-o a conviver com a doença. “É muito importante que familiares e amigos ajudem a buscar a atenção psiquiátrica, incentivem a adesão ao tratamento e auxiliem os pacientes a lidar com as limitações da síndrome”, afirma o psiquiatra Eduardo de Castro Humes. O conhecimento sobre a doença não pode ficar de lado. Os portadores da síndrome do pânico, muitas vezes, não compreendem que seus sintomas são de origem psiquiátrica e buscam diferentes especialistas clínicos para tratá-los. Quanto maior o número de informações disponíveis, maior será a facilidade para entender e superar o transtorno. Evitando situações apavorantes Os familiares devem ajudar ainda a evitar alguns tipos de situações capazes de desencadear crises de pânico, como aquelas que provocam a aceleração do ritmo cardíaco. “Atividades físicas devem ser realizadas com cuidado e supervisão e o consumo de café, refrigerantes à base de cola e guaraná, chá preto, chocolate e outros alimentos com ação estimulante devem ser evitados”, ressalta Humes. Os portadores da doença não devem ser expostos a situações que possam gerar medo e insegurança. Amigos e familiares não podem obrigá-los a ir a locais que não querem, especialmente, desacompanhados. Segundo o psiquiatra, esse processo deve ser gradual, respeitando os limites do paciente e acompanhando a evolução do tratamento. Dr. Eduardo de Castro Humes é psiquiatra e psicoterapeuta formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. CRM-SP: 108239