
Dr. Danilo Yábar Bambarén
Geriatria
Biografia
Dr. Danilo Yábar Bambarén fez residência em Clínica Médica e em Geriatria pela Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUC-RS), recebeu o título de especialista em Geriatria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), da qual é membro. Hoje, é chefe do Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital do Câncer de Mato Grosso e vice-presidente da SBGG de Mato Grosso.
Artigos
A falta de vitaminas é um fator de risco no desenvolvimento do mal de Alzheimer?
As descobertas feitas pela Medicina, nos últimos anos, têm indicado que a alimentação, especialmente a falta de vitaminas, é um fator que influencia no desenvolvimento do mal de Alzheimer. A doença atinge principalmente os idosos, provocando perda progressiva da memória e das capacidades de raciocinar, comunicar e até de se movimentar. Deficiência da vitamina B12 pode provocar sintomas do Alzheimer “Existem estudos em andamento que sugerem uma relação entre o mal de Alzheimer e a deficiência das vitaminas B12 e D, porém, ainda sem uma conclusão definitiva”, explica o geriatra Danilo Yábar. De acordo com o especialista, sabe-se que a falta da vitamina B12 pode simular um quadro demencial e a dosagem desse nutriente é utilizada na investigação da perda de memória. A suplementação de vitaminas para quem já é mais suscetível à doença pode ser indicada por um médico, mas deverá ser feita com cuidados e seguindo as necessidades de cada paciente. “A suplementação vitamínica tem que ser individualizada, levando em consideração a deficiência. A suplementação vitamínica sem a deficiência não traz benefício ao paciente”, afirma o profissional. Idade e estilo de vida podem favorecer desenvolvimento do Alzheimer Existem, no entanto, alguns fatores que influenciam a doença com maior comprovação científica. É o caso da idade, como explica o geriatra: “A idade é o principal fator de risco, ou seja, quanto mais velhos ficamos, maior a chance de desenvolver o mal de Alzheimer”. Como as mulheres vivem mais que os homens no Brasil, há uma percepção de que o sexo feminino é mais atingido pela doença. Outros fatores de riscos citados por Yábar são o estilo de vida do paciente, altos níveis de estresse, colesterol e homocisteína, um aminoácido encontrado no plasma do sangue, obesidade e baixo nível de escolaridade. Manter a mente ocupada, se alimentar bem, praticar atividades físicas e controlar o estresse são, por outro lado, formas de prevenir o mal de Alzheimer. Foto: Shutterstock
Alzheimer e Natal: como fazer uma reunião em família prazerosa para um paciente?
Para muitas pessoas, o Natal e o Réveillon são momentos especiais, em que é possível reencontrar a família, celebrar os dias que passaram e fazer planos para o ano seguinte. No entanto, quem tem familiares com a doença de Alzheimer deve tomar alguns cuidados, já que as comemorações de fim de ano podem provocar transtornos ao idoso. Procure manter o Natal mais próximo ao dia a dia do paciente De acordo com o geriatra Danilo Yábar, o paciente com Alzheimer se beneficia da rotina estável, e o Natal, apesar de estar presente na cultura ocidental há milhares de anos, acaba provocando alterações no dia a dia. “Mudanças de ambiente ou a presença de pessoas desconhecidas podem causar desconforto ao paciente, levando a quadros de agitação”, alerta o especialista. O ideal para quem tem a doença de Alzheimer é que as festas de fim de ano sejam comemoradas sem muitas mudanças. “Os familiares devem tentar manter esse dia mais próximo da rotina do paciente”, recomenda o profissional. Preparar a ceia natalina em casa, em um ambiente confortável e dedicado a poucas pessoas é a melhor opção. Portador de Alzheimer deve participar das comemorações de Natal O idoso não deve ser excluído da celebração. Uma das etapas do tratamento é manter a mente do paciente com Alzheimer ocupada, o que pode ser feito, por exemplo, no planejamento das comidas e bebidas da festa, ajudando a prolongar sua saúde e a retardar o avanço da doença. Nos estágios iniciais, conversar com um familiar individualmente é uma forma de exercitar a memória, mas sem pressionar o idoso ou apontar erros. Boa parte das famílias costuma realizar a ceia de Natal em horários mais próximos da madrugada. No entanto, é importante considerar fazê-la mais cedo para que o idoso tenha tempo de digerir a refeição antes de dormir e, assim, garantir uma boa noite de sono. É necessário também moderar a quantidade e o tipo de comidas e bebidas servidas ao portador de Alzheimer, que precisam ser mais saudáveis e não devem conter álcool. Foto: Shutterstock
Como os familiares devem lidar com um parente com mal de Alzheimer?
Para garantir a maior qualidade de vida possível ao paciente com Mal de Alzheimer, toda sua família deve se preparar para o tratamento e para as mudanças trazidas pela doença. Todos devem estar envolvidos, compreendendo o problema com clareza. “É importante que o médico responsável pelo paciente explique os estágios da Demência de Alzheimer, para que assim fique mais fácil compreender sua evolução. Uma família bem orientada tende a atravessar essa fase com mais serenidade”, afirma o geriatra Danilo Yábar. Parentes devem se envolver e incentivar o tratamento do Mal de Alzheimer Os familiares devem conhecer os sintomas e incentivar o tratamento. “Nos pacientes com diagnóstico de Doença de Alzheimer em estágio inicial e moderado, os principais sintomas se baseiam em perda de memória, atenção, concentração, orientação do tempo e do espaço, depressão e agitação“, diz o especialista. De acordo com o médico, esses pacientes se beneficiam muito da terapia ocupacional, uma atividade que utiliza de tecnologias e atividades diversas para promover a autonomia em que tem dificuldade de manter uma vida social. Música, pintura, jogos, videogame, terapias com animais e até utilizar a internet podem auxiliar a reduzir a necessidade de uso de medicamentos e levar mais qualidade de vida. Síndrome do Cuidador é comum em famílias com paciente com Mal de Alzheimer Apesar de ser necessário estar sempre atento ao paciente com Alzheimer, cada membro da família também deve manter sua saúde como prioridade. “É muito comum familiares que ainda são responsáveis pelo cuidado direto com o paciente desenvolverem a chamada Síndrome do Cuidador, que se caracteriza por esgotamento mental, emocional e físico”, alerta o médico. A família sofre muito com a evolução do quadro demencial, mas sem cuidar da própria saúde de maneira preventiva, não será possível cuidar do paciente com Mal de Alzheimer. Nestas situações, Dr. Yábar explica que os riscos dos cuidadores desenvolverem outras doenças aumentam consideravelmente. Entre elas estão depressão, hipertensão arterial, acidente vascular encefálico e até mesmo a morte prematura é possível.
É possível recuperar áreas do cérebro afetadas pelo mal de Alzheimer?
O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa que costuma afetar algumas áreas específicas do cérebro. “A demência de Alzheimer tende a afetar as regiões do lobo frontal e lobo temporal, mais especificamente, o hipocampo, que é uma região no córtex responsável pela formação de novas lembranças”, afirma o geriatra Danilo Yábar Bambarén. Tratamento do Alzheimer não permite recuperar memórias Entretanto, mesmo com opções de tratamentos para o problema cada vez mais modernas, ainda não é possível recuperar as áreas do cérebro afetadas, segundo o especialista: “No momento, a demência de Alzheimer é uma doença sem cura. O tratamento se baseia em retardar a evolução da doença”, afirma Bambarén. Além de acontecimentos da vida, a perda de memória causada pelo mal de Alzheimer gera impactos que podem ser ainda mais complexos. “As funções envolvidas na memória, planejamento de ações, linguagem, capacidade de localização no espaço, humor e a capacidade de executar uma ação motora são algumas das funções prejudicadas”, diz o médico. Avanços da ciência podem mudar o rumo do tratamento do Alzheimer Ainda que seja muito cedo para falar em cura, algumas pesquisas recentes estão ajudando os cientistas a compreenderem melhor os mecanismos do mal de Alzheimer no cérebro. O pesquisador japonês Yoshinori Ohsumi foi honrado com um prêmio Nobel em 2016 por sua pesquisa sobre a autofagia, um processo natural de “reciclagem” das células. A pesquisa de Ohsumi indica que doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, podem estar intimamente ligadas ao declínio ou interrupção do processo autofágico, resultando em células que não conseguem se livrar de proteínas danosas, que se acumulam e prejudicam as funções orgânicas. De acordo com Jay Debnath, professor da Universidade da Califórnia, em entrevista ao Huffington Post, a melhora da função autofágica poderia abrir uma nova avenida para o tratamento de doenças degenerativas. Por enquanto, o combate o Alzheimer é feito com medicações voltadas para desacelerar o processo de degeneração das funções cognitivas. Além disso, outro aspecto do tratamento é associado a melhorar a qualidade de vida dos pacientes em uma abordagem multidisciplinar, usando inclusive hobbies e atividades do dia a dia para deixar a memória mais afiada, ajudando a frear a progressão da doença.
Alzheimer: Quais são os primeiros sintomas? Como é o tratamento? Saiba tudo sobre a doença!
O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que afeta diversas funções cognitivas, de modo que elas vão se perdendo progressivamente. Ainda sem causa devidamente estabelecida, ele afeta mais comumente pessoas na terceira idade, mas há casos em que os sintomas aparecem mais cedo. A evolução do quadro implica em mudanças drásticas na vida do paciente, que tende a ficar cada vez mais dependente da ajuda de terceiros. Principais sintomas do mal de Alzheimer Isso ocorre porque desde o início o paciente passa a não mais ser capaz de realizar ações simples que antes fazia naturalmente. Nos primeiros estágios da doença, o sintoma principal é a perda de memória recente. Por mais que consiga se lembrar de fatos de anos atrás, situações que aconteceram há minutos são logo esquecidas. Isso faz com que os pacientes fiquem repetitivos, falando e perguntando as mesmas coisas com frequência. Ainda na fase inicial costuma haver defasagem na linguagem, com vocabulário mais pobre e dificuldade para lembrar nomes de objetos e interpretar textos. Com o avançar da doença, os sintomas evoluem para alterações de comportamento, como agitação, agressividade, alucinações e depressão. Sem autonomia alguma, o paciente precisa que a família esteja por perto para ajudá-lo no dia a dia. Importância da família e do diagnóstico precoce no tratamento do Alzheimer “É muito comum familiares que ainda são responsáveis pelo cuidado direto com o paciente desenvolverem a chamada síndrome do cuidador, que se caracteriza por esgotamento mental, emocional e físico”, alerta o geriatra Danilo Yábar. “É importante que o médico responsável pelo paciente explique os estágios da demência de Alzheimer, para que assim fique mais fácil compreender sua evolução. Uma família bem orientada tende a atravessar essa fase com mais serenidade”, explica. Apesar do mal de Alzheimer não ter cura e piorar com o tempo, o tratamento consegue retardar seus efeitos, permitindo que o paciente aproveite por mais tempo uma boa qualidade de vida. Por isso é tão importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes. Se o tratamento for iniciado ainda nos primeiros estágios da doença, as chances de amenizar os sintomas são maiores. Tipos de tratamento do Alzheimer Há dois tipos de tratamento para o Alzheimer, o medicamentoso e o não medicamentoso. No primeiro caso, a função do tratamento é retardar a progressão da doença. “Os medicamentos que não influenciam no mecanismo da doença, mas atuam sobre os sintomas. De modo geral, melhoram a evolução da doença, mas não interrompem a sua progressão”, explica o geriatra José Eduardo Martinelli. Já o tratamento não medicamentoso deve correr em paralelo, abrangendo uma série de procedimentos com o objetivo de manter a sociabilização do paciente. “Deve-se evitar que ele se isole (o que é uma condição natural do doente), estimulando-o a participar de aniversários de familiares, comemorações de datas festivas, e a frequentar espaços como feiras, shoppings, supermercados e pequenas excursões. Naturalmente, a participação do acompanhante nesse processo é essencial”, afirma Martinelli. Prevenção e importância da intelectualidade Não existem métodos comprovados para a prevenção da demência no mal de Alzheimer, mas a prática de atividades que estimulam a mente e o corpo definitivamente contribuem para desacelerar a evolução do quadro. Ainda segundo José Eduardo, falar outro idioma, por exemplo, colabora nesse sentido, mas o mais importante é manter-se socialmente ativo, participando de todas as atividades sociais possíveis. O médico reforça também o papel significativo da escolaridade e da intelectualidade como aliados do combate ao Alzheimer. “Quanto maior a escolaridade do paciente, mais tempo a doença demora para se manifestar, pois essas pessoas apresentam reserva cognitiva maior do que os não escolarizados. Em outras palavras, levam mais tempo para dar sinais da doença”, conclui.
A falta de vitaminas é um fator de risco no desenvolvimento do mal de Alzheimer?
As descobertas feitas pela Medicina, nos últimos anos, têm indicado que a alimentação, especialmente a falta de vitaminas, é um fator que influencia no desenvolvimento do mal de Alzheimer. A doença atinge principalmente os idosos, provocando perda progressiva da memória e das capacidades de raciocinar, comunicar e até de se movimentar. Deficiência da vitamina B12 pode provocar sintomas do Alzheimer “Existem estudos em andamento que sugerem uma relação entre o mal de Alzheimer e a deficiência das vitaminas B12 e D, porém, ainda sem uma conclusão definitiva”, explica o geriatra Danilo Yábar. De acordo com o especialista, sabe-se que a falta da vitamina B12 pode simular um quadro demencial e a dosagem desse nutriente é utilizada na investigação da perda de memória. A suplementação de vitaminas para quem já é mais suscetível à doença pode ser indicada por um médico, mas deverá ser feita com cuidados e seguindo as necessidades de cada paciente. “A suplementação vitamínica tem que ser individualizada, levando em consideração a deficiência. A suplementação vitamínica sem a deficiência não traz benefício ao paciente”, afirma o profissional. Idade e estilo de vida podem favorecer desenvolvimento do Alzheimer Existem, no entanto, alguns fatores que influenciam a doença com maior comprovação científica. É o caso da idade, como explica o geriatra: “A idade é o principal fator de risco, ou seja, quanto mais velhos ficamos, maior a chance de desenvolver o mal de Alzheimer”. Como as mulheres vivem mais que os homens no Brasil, há uma percepção de que o sexo feminino é mais atingido pela doença. Outros fatores de riscos citados por Yábar são o estilo de vida do paciente, altos níveis de estresse, colesterol e homocisteína, um aminoácido encontrado no plasma do sangue, obesidade e baixo nível de escolaridade. Manter a mente ocupada, se alimentar bem, praticar atividades físicas e controlar o estresse são, por outro lado, formas de prevenir o mal de Alzheimer.