search
Avatar Dr. Cassius Clay

Dr. Cassius Clay

Infectologia

Biografia

Dr. Cassius Clay é graduado em Medicina pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), é infectologista pelo programa de residência médica ofertado pelo Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM/UFMT), onde também fez residência em Medicina Tropical. Além disso, é mestre em Ciências da Saúde (com área de concentração em Doenças Infecciosas e Tropicais) pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). É também graduado em Teologia pela Escola Superior de Teologia (EST/UFRS) e pós-graduado em mais quatro especialidades: Vigilância Sanitária, Gestão em Saúde Pública, Saúde Mental e Atenção Psicossocial e Docência no Ensino Superior. É ainda professor do curso de Medicina do Centro Universitário de Várzea Grande (MT) e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Artigos

Febre chikungunya: Saiba quais são as características dessa doença grave transmitida por mosquitos!

A febre chikungunya é uma infecção causada pelo vírus de mesmo nome e transmitida pelas picadas das fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Isolado inicialmente ainda na década de 1950, na Tanzânia, um país africano, o vírus deu início a uma grande epidemia nas ilhas do Caribe no fim de 2013 e desde 2014 tem sido uma preocupação das autoridades de saúde brasileiras. De acordo com o infectologista e especialista em medicina tropical Cassius Clay, os sinais e sintomas da febre chikungunya são parecidos com os da dengue: febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e erupções cutâneas. “Embora o chikungunya não seja uma doença de alta letalidade, tem caráter epidêmico com elevada taxa de morbidade associada à dor articular persistente, tendo como consequência a redução da produtividade e da qualidade de vida”, diz o médico. Quadro febril causado pelo chikungunya pode durar mais em idosos A infecção, que é típica do verão, pode evoluir em três fases: aguda, subaguda e crônica. Depois do período de incubação, inicia-se a fase aguda ou febril, que costuma durar até o décimo dia. De acordo com o profissional, em alguns pacientes, as dores articulares permanecem depois da fase aguda, caracterizando o início da etapa subaguda, com duração média de três meses. Quando o paciente continua a apresentar os sintomas da febre chikungunya após os três meses, chega-se à fase crônica. Nesta etapa, algumas manifestações clínicas podem variar de acordo com o sexo e a idade. “Vômitos, sangramentos, úlceras orais e erupções cutâneas parecem estar mais associados ao sexo feminino. Dor articular, inchaço e maior duração da febre são prevalentes quanto maior a idade do paciente”, explica o médico. Fortes dores articulares diferenciam chikungunya da dengue e da zika A presença do vírus na corrente sanguínea pode ser detectada até dez dias depois das manifestações clínicas. A febre chikungunya se diferencia da dengue e da zika pelo tempo de evolução, já que os sintomas podem demorar mais para surgir. Além disso, a dor articular, chamada de artralgia, é uma das características mais importantes da patologia e pode perdurar por um bom tempo, influenciando na rotina do paciente. As lesões de pele da infecção também são diferentes de outras doenças transmitidas por mosquitos e recebem o nome de exantemas. “Acometem cerca de metade dos doentes e surgem normalmente do segundo ao quinto depois após o início da febre. Atingem, principalmente, o tronco e as extremidades, incluindo palmas e plantas, podendo afetar a face”, alerta o infectologista. Foto: Shutterstock

Zika: Quais medidas podem afastar o risco da doença, especialmente em gestantes?

O zika é um vírus que pode ser transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e foi identificado no Brasil pela primeira vez em abril de 2015. Segundo o infectologista e especialista em Medicina Tropical Cassius Clay, já foi confirmada a relação entre a infecção causada pelo vírus e as más formações congênitas durante a gravidez, como a microcefalia, o que direcionou a atenção dos serviços de saúde às gestantes. Usar repelentes e roupas compridas ajuda a evitar infecção do vírus Zika Para essas mulheres, foram elaboradas algumas estratégias para evitar a picada do mosquito e, consequentemente, a transmissão do Zika e a disseminação desse tipo de malformação, como cita o médico: “Utilizar telas em janelas e portas, usar roupas compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo expostas, aplique repelente nessas áreas”. Outra forma de proteção é permanecer, de preferência, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.   Além disso, antes da chegada da época das chuvas, é fundamental verificar todos os cantos da casa e eliminar qualquer local capaz de acumular água, mesmo que em poucas quantidades. O mosquito transmissor do vírus coloca seus ovos em focos de água parada, como piscinas, baldes, calhas, vasos de planta, caixas d’água e potes de comida de cães e gatos. Cuidado também com o lixo, que deve ser descartado em sacos bem fechados.   Gestantes devem se consultar com médico frequentemente É importante que as gestantes busquem unidades de saúde para iniciar o pré-natal assim que a gravidez for descoberta. “Submeter-se à imunização adequada e frequentar consultas uma vez por mês até a 28ª semana de gravidez, a cada 15 dias entre a 28ª e a 36ª semana e semanalmente do início da 36ª semana até o nascimento do bebê” são outras atitudes recomendadas por Clay. Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem manifestações clínicas, segundo o especialista, mas se perceber sinais ou sintomas, não deixe de procurar auxílio médico. “Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômito”, afirma o infectologista. Foto: Arteida MjESHTRI/Unsplash

Quais são as principais doenças transmitidas por mosquitos no Brasil?

Vetores são organismos que podem transmitir doenças infecciosas entre os seres humanos ou de animais para humanos. Muitos desses vetores são insetos infectados com microorganismos que causam doenças, posteriormente transmitidas para um novo hospedeiro. Os mosquitos estão entre os principais vetores, especialmente em termos de riscos para os humanos. “No Brasil, atualmente, nos preocupamos com as seguintes patologias transmitidas por mosquitos: Zika, dengue, febre Chikungunya, malária, febre amarela silvestre, leishmaniose tegumentar e visceral”, afirma o infectologista e especialista em Medicina Tropical Cassius Clay. Durante o verão, essas doenças se tornam notícia quase diariamente, já que o calor e a umidade típicos da estação aumentam a incidência de mosquitos.   Mosquito Aedes aegypti é vetor de três doenças diferentes   Dengue, zika e chikungunya são transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, e os sintomas são bem parecidos, com pequenas diferenças, que servem mais para orientar o diagnóstico médico do que para, necessariamente, informar o paciente. Pessoas com dengue podem apresentar febre alta, que aparece rapidamente, dor na cabeça, atrás dos olhos e no corpo, além de fraqueza e náuseas. Quem sofre com zika pode ter febre baixa, manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados e dores articulares leves. Já a febre chikungunya é caracterizada pela febre alta, dores muito fortes nas articulações, principalmente em torno dos pés e das mãos, dores musculares, dor de cabeça e manchas avermelhadas na pele. Caso apresente algum desses sintomas, procure imediatamente um médico e, em hipótese alguma, tente a automedicação.   Como diminuir o risco de contrair dengue ou Zika?   Com alguns cuidados, segundo o médico, é possível minimizar a transmissão dessas doenças transmitidas por mosquitos. “Deve-se reduzir o número de mosquitos por meio da eliminação de criadouros sempre que possível ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas ou capas, impedindo o acesso das fêmeas grávidas”, afirma o profissional. A proteção individual com uso de repelentes funciona como forma complementar de prevenção. “A utilização de roupas que minimizem a exposição da pele, proporcionando alguma proteção contra picadas dos mosquitos podem ajudar, principalmente durante o dia, período em que são mais ativos”, diz Clay. Ações realizadas por programas locais de controle reduzem o número de mosquitos em uma comunidade e interferem na probabilidade de um ser humano que está com o vírus no sangue servir como fonte de infecção para outros mosquitos.       Foto: Pixabay

Converse com um dos nossos atendentes