
Dr. Carlos Peixoto
Angiologia
Biografia
Dr. Carlos Peixoto é graduado em Medicina pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Atualmente, é o diretor da Câmara Técnica do CREMERJ na especialidade de Angiologia e Cirurgia Vascular, professor associado na pós-graduação em Cirurgia Endovascular da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e professor convidado do Serviço de Angiologia do Hospital Pedro Ernesto (UERJ). Entre 2016 e 2017 foi o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ). É membro titular e especialista pela SBACV, pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (SOBRICE) e pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).
Artigos
O sedentarismo é um fator no aparecimento de varizes?
Ficar parado nunca é legal. Quer dizer, é bom para dormir e ter um sono tranquilo e sadio, mas quando o assunto é sedentarismo, as coisas mudam bastante. Devemos sempre nos manter em movimento e abandonar a ociosidade para evitar doenças como varizes, que além de serem um sinal de problema na circulação sanguínea, incomodam esteticamente. O que acontece exatamente? Quando ficamos muito tempo sentados ou em pé no trabalho ou simplesmente não temos o costume de praticar atividades físicas, o sangue, com o tempo, vai encontrando dificuldade para circular pelo corpo. “O sedentarismo contribui para o aparecimento de varizes porque dificulta o retorno do sangue nas veias dos membros inferiores, principalmente quando associado a outros fatores de risco, como excesso de peso, longa permanência de pé ou sentado no trabalho, ou ainda fatores genéticos. A musculatura da perna, apelidada de ‘coração periférico’, é responsável pelo bombeamento do sangue dos membros inferiores em direção ao coração. Quando a pessoa é sedentária, esse bombeamento se torna ineficiente, podendo causar varizes”, explica o angiologista Breno Caiafa. Para quem não tem muita disponibilidade para realizar atividades ao ar livre, toda maneira de se movimentar é bem-vinda. Algumas dicas são flexionar joelhos e pés algumas vezes durante o dia e fazer pequenas caminhadas, seja dentro de casa ou no local de trabalho/estudo. Outros fatores de risco O sedentarismo não é o único fator de risco para o aparecimento das varizes. As veias dilatadas e tortuosas, que costumam surgir nos membros inferiores (pernas), podem ser consequências de outros hábitos que devem ser revistos. “O descontrole do peso e o uso de hormônios sem orientação médica são ‘vilões’ comuns para a ocorrência de varizes”, aponta o Dr. Carlos Peixoto.
O que é insuficiência venosa crônica? Quais são as causas?
A insuficiência venosa crônica, representada pela sigla IVC, é o conjunto de alterações crônicas que se desenvolvem no sistema venoso periférico e que afetam a pele e o tecido subcutâneo, principalmente nos membros inferiores. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, estudos internacionais apontam que 80% da população está sujeita a apresentar a doença em graus leves. Obstrução das veias pode causar insuficiência venosa crônica Pacientes com a insuficiência venosa crônica podem sentir dor, sensação de peso ou cansaço em membros inferiores, câimbras e até coceira. “Os sinais mais comuns variam com o grau de gravidade da doença, podendo ir desde pequenas veias, chamadas de telangiectasias, até edemas ou mesmo hiperpigmentação e ulceração de pele”, cita o angiologista Marcos Arêas. Estas alterações surgem por causa de refluxos ou obstruções no sistema venoso, mas a origem exata do problema ainda é estudada pela Medicina. Alguns fatores de risco, no entanto, são conhecidos: “As causas mais comuns são a trombose venosa profunda e as varizes de membros inferiores, porém causas mais raras, como má formação congênita, também podem causar a doença”, explica o angiologista Carlos Peixoto. Sedentarismo e obesidade são fatores de risco para insuficiência venosa crônica A falta de exercícios físicos que estimulem a circulação nas pernas também facilita o surgimento da insuficiência venosa crônica. Sabe-se ainda que pessoas com histórico familiar apresentam mais chances de ter a doença. Além disso, pessoas obesas, que trabalham em pé, que usam salto alto por muito tempo e mulheres com múltiplas gestações devem ficar atentas diante de qualquer sinal do problema. De acordo com Arêas e Peixoto, o tratamento da doença consiste em eliminar a obstrução ou o refluxo que estão provocando os sinais e os sintomas da doença. O tratamento clássico é a remoção cirúrgica, mas técnicas mais recentes e menos invasivas têm ganhado espaço por sua eficácia, segurança e conforto no período pós-operatório. Entre elas estão endolaser, radiofrequência e terapia com espuma. O tratamento também pode incluir medicamentos, que ajudam a mitigar os sintomas da IVC, como dores nas pernas, sensação de queimação e inchaço. Dr. Carlos Peixoto é angiologista e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro. CRM-RJ: 52-30863-5 Dr. Marcos Arêas é angiologista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atua no Hospital Universitário Pedro Ernesto. CRM-RJ: 52-61033-2 Foto: Shutterstock
Por que as varizes são mais comuns em mulheres?
Você sabia que as varizes, aquelas veias que acabam ficando deformadas e visíveis a olho nu e que causam inchaço e dores, normalmente nos membros inferiores (pernas e pés), são mais comuns entre as mulheres? O angiologista Carlos Peixoto explica que os culpados são os hormônios e, além disso, aponta alguns detalhes sobre essa condição. Afinal, por que as mulheres? Como na osteoporose e em outros problemas majoritariamente associados a mulheres, os hormônios são responsáveis pela predominância feminina das varizes. “São mais comuns devido à ação dos hormônios femininos. O ciclo menstrual, a reposição hormonal (para evitar a gravidez, uso de hormônios como tratamento, hipotireoidismo, entre outros) e a própria gravidez, são fatores de risco”, explica Peixoto. Mulheres mais atentas que os homens Apesar da ocorrência das varizes ser maior entre as mulheres, o tratamento da doença com os homens não tem diferença clínica. O que acontece, entretanto, segundo o angiologista, é uma maior atenção por parte das mulheres nos vasinhos dilatados: “Como elas depilam bem mais os membros inferiores, as varizes são mais observadas. Na prática, como as mulheres são mais atentas ao seu aparecimento, são mais exigentes para um melhor resultado estético”, afirma o médico. Varizes mais comuns na gravidez A gravidez é um momento delicado na vida de toda mulher, logo, requer cuidados. E um deles é justamente com as varizes, já que são mais comuns neste período tão especial. “Pela maior quantidade de hormônios circulantes neste período, a ocorrência de varizes é mais frequente. O sobrepeso, o sedentarismo, novas gestações (multiparidade) e o não uso de meias elásticas, são fatores de risco que acabam fortalecendo a presença da doença neste período”, afirma o médico. Ainda segundo Dr. Peixoto, o ideal é que as varizes sejam tratadas antes mesmo da gravidez com o intuito de evitar tromboses, flebite e uma doença grave: “O tromboembolismo pulmonar pode ser evitado. É uma doença grave e que, infelizmente, pode ser fatal”, explica o médico. Para evitar as complicações, o médico sugere que durante a gravidez se utilize meias elásticas sob orientação de um especialista (um angiologista ou um cirurgião vascular), que se combata o sedentarismo e que se evite ficar muito tempo em pé ou sentado “parado”. “Com estas medidas, a ocorrência das complicações tromboembólicas decorrentes das varizes nos membros inferiores serão minimizadas e bem menos prevalentes”, conclui. Dr. Carlos Peixoto é angiologista e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ). CRM 52509860-RJ