
Dr. Caio Matsubara
Clínica Médica
Biografia
Dr. Caio Matsubara é clínico geral graduado em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e fez residência em Clínica Médica na mesma instituição.
Artigos
Febre: Por que esse sintoma causa calafrios no paciente?
A febre consiste na elevação da temperatura corporal acima de 37,8ºC e possui diversas causas. A mais conhecida e temida é a infecção, mas esse sintoma também tem relação com inflamações, doenças crônicas autoimunes e uso de medicações. É comum a febre ser acompanhada de calafrio, que são contrações rápidas e involuntárias dos músculos, gerando uma sensação de arrepios pelo corpo. Febre nem sempre cursa com calafrio “Durante a febre causada por infecção, algumas substâncias, chamadas de pirógenas, são liberadas na corrente sanguínea e atingem o centro da temperatura, localizado no hipotálamo, e ajustam essa espécie de termostato para cima. Em resposta a esse reajuste da temperatura, nosso corpo tenta produzir calor, por isso ocorrem os calafrios”, explica o clínico geral Caio Matsubara. O calafrio é um mecanismo natural do corpo para gerar calor quando sente frio. Quando o corpo não está exposto a um ambiente particularmente frio, costumam indicar a presença de febre. “Nem toda febre irá cursar com calafrio. Isso vai acontecer apenas se houver ajuste no termostato cerebral, ou seja, dependerá da causa da febre”, explica Matsubara. Tratamento para febre e calafrios Quando o calafrio se faz presente, é aconselhado se agasalhar e medir a temperatura para conferir se há febre. Caso a temperatura corporal esteja de fato elevada, deve-se tomar um banho morno e evitar permanecer em locais quentes. Caso os calafrios se mantenham constantes, recomenda-se procurar um médico para investigar se há algum quadro mais complexo por trás do sintoma. O uso de remédios para febre ajuda a controlar a temperatura elevada e as demais sensações associadas, como o calafrio. “Os medicamentos para febre atuam inibindo a ação das substâncias pirógenas no centro regulador da temperatura, voltando o termostato para a temperatura normal. Assim, ocorrem efeitos reversos no organismo, visando a perda do calor acumulado, tais como suor, rubor facial e vasodilatação, o que leva à queda da temperatura”, completa o médico. Foto: Shutterstock
Água fria ou quente? Qual é a temperatura adequada em caso de gripe e febre?
De modo geral, tomar banho é sempre recomendado em casos de febre, seja ela associada à gripe ou não. Porém, é preciso escolher a temperatura da água mais adequada para o bem-estar do paciente. Como a febre eleva significativamente a temperatura corporal, o banho de água quente ajuda a manter o indivíduo com o corpo quente, o que não é bom. Por isso, os pacientes devem preferir tomar banho com água morna ou fria. “O médico costuma pedir ao paciente que adote medidas como tomar banho e utilizar toalhas ou compressas geladas para auxiliar na redução da febre. Além disso, também indica o uso de medicamentos que tenham a mesma finalidade”, afirma o clínico geral Caio Matsubara. “Deve-se evitar tomar banho com água quente para não aumentar ainda mais a temperatura corporal e ter risco de agravar os prejuízos da febre no corpo”, completa o médico. Banho de água fria deve ser tomado apenas quando a febre for alta Contudo, o banho de água morna ou fria não deve ser tomado quando a febre ainda está baixa. Quando a água fria entra em contato com o corpo, ela “rouba” calor do mesmo. Se um indivíduo com febre baixa usa logo essa medida, isso pode acabar “mascarando” uma febre maior que estaria por vir e impedindo seu tratamento precoce. Quando a temperatura do corpo sobe, ultrapassando 37,8 graus, o recomendado é tomar um antitérmico. Já caso o remédio não faça efeito e a temperatura continua aumentando, ultrapassando os 38 graus e chegando a 38,5, o melhor a fazer é tomar um banho de água fria, para impedir que a febre fique muito alta e cause um mal-estar significativo ao paciente. Crianças pequenas precisam mais do banho frio O banho de água fria se torna mais frequente nos casos das crianças, especialmente as pequenas, já que costumam ter febre alta com mais facilidade. Isso tem a ver com o fato do sistema imunológico delas ser imaturo e pouco desenvolvido. Também por isso, quadros infecciosos que cursam com febre se tornam mais perigosos em crianças, exigindo uma atenção maior.
Pressão baixa no calor: quais são os sintomas e o que fazer para melhorar?
No calor, é comum a pressão arterial baixar de forma natural devido aos mecanismos do organismo que buscam controlar a temperatura corporal. Dias quentes fazem com que a temperatura do corpo aumente, mas o organismo responde de maneira a impedir que ocorram complicações graves. O problema é que esse controle pode, às vezes, deixar a pressão baixa. Como a pressão fica baixa no calor? “O nosso corpo necessita manter sua temperatura dentro de uma faixa específica. No verão ou em qualquer dia quente, essa temperatura corporal tenderia a aumentar se não tivéssemos mecanismos de controle corporal (homeostático). Para abaixar a temperatura corporal, entra em funcionamento o mecanismo do suor”, explica o clínico geral Caio Matsubara. Segundo o especialista, neste processo, os vasos sanguíneos periféricos (próximos à superfície da pele) se dilatam, permitindo uma maior troca de calor do sangue com o meio ambiente. “A vasodilatação dos vasos periféricos causa a redistribuição do sangue para a periferia, diminuindo a pressão arterial”, afirma o médico. Sintomas e prevenção da pressão baixa A queda da pressão provocada pelo calor causa sintomas específicos e facilmente identificáveis que interferem de forma significativa no bem-estar do indivíduo. Há, inclusive, risco de desmaio, por isso, é algo que deve ser tratado com atenção. “Com a queda da pressão arterial, ocorrerá transitoriamente hipofluxo cerebral, levando a sintomas de tontura, escurecimento da visão, suor frio e sonolência”, alerta Matsubara. Portanto, o melhor a fazer no calor para evitar ter pressão baixa e suas possíveis complicações é se prevenir. Ou seja, deve-se manter uma boa ingestão de água, evitar lugares muito quentes e evitar ficar muito tempo em pé ou em jejum por muito tempo. “Caso os sintomas apareçam, procure sentar-se ou deitar o quanto antes”, conclui o médico.