
Dr. Alexandre Brandão
Ginecologia e Obstetrícia
Biografia
Dr. Alexandre Brandão Sé é formado em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB) e fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Universitário de Brasília. Após esse período de formação, se mudou para São Paulo, onde fez residência em Uroginecologia e Cirurgia Vaginal na Escola Paulista de Medicina (Unifesp), onde também defendeu mestrado, tornando-se mestre em Ciências Médicas pela EPM. Fez também especialização em Endoscopia Ginecológica no Iamspe. Após esse período, retornou para Brasília e se tornou professor de Ginecologia na UnB. Os estudos continuaram ao se tornar fellow em cirurgia laparoscópica e minimamente invasiva no Instituto Crispi de Cirurgias Minimamente Invasivas. Em 2017, se tornou docente de Medicina na Escola Superior de Ciências da Saúde e professor da pós-graduação de Fisioterapia no curso de Fisioterapia da Mulher e Assoalho Pélvico no UniCeub, em Brasília. Atualmente, é membro do curso de cirurgião pélvico pleno do Instituto Crispi e participa de projetos de pesquisa sobre endometriose.
Artigos
A endometriose pode se manifestar durante a gravidez?
A endometriose é uma doença que atinge as mulheres em idade fértil e que é capaz de atrapalhar bastante a rotina por causa das fortes dores que provoca, seja na área pélvica ou até mesmo nas costas e durante uma relação sexual. As mulheres que engravidam e que têm problemas durante o parto, podem vir a desenvolver a doença. Parto pode facilitar surgimento da endometriose “As células do endométrio, que pertencem a camada interna do útero, podem se disseminar para fora da cavidade uterina durante um procedimento de parto. Assim, uma vez estando extra-uterinas, podem se implantar em outros órgãos, como intestino, bexiga e ovários, gerando a doença”, afirma o ginecologista e obstetra Alexandre Brandão Sé. Esses casos são raros quando comparados a outras ocorrências da doença, mas quando isso acontece, o ideal é que a paciente passe por uma avaliação completa para descobrir onde estão os focos da endometriose e, em seguida, iniciar o tratamento precocemente, o que facilita o controle dos sintomas. O médico pode propor o uso de medicações para aliviar a dor e frear o avanço da doença e indicar procedimentos cirúrgicos para retirar os focos do endométrio. Pesquisas apontam maiores riscos para gestante com endometriose Outro caso que merece destaque é o da mulher que consegue vencer o risco de infertilidade e engravida mesmo tendo endometriose. São casos menos frequentes, o que leva muitas mulheres e casais a recorrerem à fertilização in vitro. “O tratamento da doença não é feito durante o período gestacional. Após o parto, a paciente deve retornar ao ginecologista para dar seguimento ao seu acompanhamento e tratamento individualizado”, afirma Brandão. No entanto, o especialista e a gestante devem ter atenção redobrada, já que podem surgir complicações na gravidez quando a paciente tem endometriose. “Existem estudos que evidenciam que as mulheres portadoras da doença têm maior risco de ter placenta prévia, abortamento e parto prematuro. É recomendado que a paciente seja acompanhada por um especialista em gestação de alto risco”, aconselha o médico. Foto: Shutterstock
A endometriose pode ser detectada antes dos primeiros sintomas?
A endometriose é uma doença que se caracteriza pelo crescimento do endométrio (tecido que reveste o útero) para outros locais do corpo, causando dor e prejudicando a fertilidade das mulheres. O problema não pode ser detectado antes dos primeiros sintomas. No entanto, muitas pacientes acreditam que as cólicas fortes que estão sentindo são normais, quando na verdade já são um indicativo do desenvolvimento da endometriose. Manter consultas regulares com um ginecologista é uma importante medida para detectar a doença no seu início. Consultas de rotina ajudam a diagnosticar endometriose com mais rapidez “Alguns tipos de endometriose, como endometrioma (endometriose localizada no ovário) e adenomiose (na musculatura do útero), podem ser detectados em exames de rotina”, afirma o ginecologista e obstetra Alexandre Brandão Sé. Com o avanço dos exames de imagem e a maior assiduidade das pacientes no consultório ginecológico, isso tem se tornado mais comum em mulheres que acreditam ser assintomáticas. “Esses exames têm mostrado lesões cada vez menores e em pacientes que apresentam sintomas mais leves e a menos tempo”, informa o especialista. Depois do diagnóstico, uma entrevista minuciosa deve ser feita pelo médico com a paciente, em busca de todos os sinais associados à endometriose. Os exames de imagem, associados a exames físicos, ajudam a avaliar em quais órgãos estão os focos da doença. Diagnóstico precoce facilita tratamento da endometriose “Por fim, o médico deve solicitar alguns exames específicos para o detalhamento da doença, de forma que, de posse do raciocínio clínico e com o auxílio de exames de imagem, possa propor o tratamento à paciente, seja medicamentoso e/ou cirúrgico”, explica Alexandre. Um dos maiores problemas que cercam a doença ainda é o atraso no diagnóstico, o que prejudica muito a qualidade de vida das pacientes como um todo. Ao ser detectada precocemente, existe uma maior possibilidade de controle da doença com o uso de medicamentos que impedem a progressão do quadro com mais efetividade. Foto: Shutterstock
Adenomiose: como é o tratamento dessa doença semelhante à endometriose?
A adenomiose é uma doença uterina que atinge muitas mulheres, principalmente na faixa etária de 40 a 50 anos de idade ou no período que antecede à menopausa. Os sintomas da adenomiose também estão presentes na endometriose, como a dor intensa na região pélvica. Conheça as características dessa doença, como funciona seu diagnóstico e entenda como o tratamento é feito. O que é adenomiose? Qual a diferença entre ela e a endometriose? Quem nos ajuda a responder essas perguntas é o ginecologista Alexandre Brandão: “A adenomiose é simplesmente a endometriose nas paredes do útero”. Por isso, não há exatamente uma diferenciação entre as duas doenças, já que uma é subtipo da outra. “O útero é formado pelo miométrio, que é uma parede basicamente de estrutura muscular. Se há endometriose nesse músculo, nós chamamos de adenomiose, que não deixa de ser um tipo de endometriose”, esclarece o médico. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), em 35% dos casos, a adenomiose é assintomática. Por isso, o diagnóstico clínico pode apenas levantar suspeitas a partir do exame de toque. Para chegar ao diagnóstico da adenomiose, é preciso fazer um exame de imagem, como ultrassonografia transvaginal, tomografia computadorizada e, em especial, a ressonância magnética, que indicará onde se encontram as lesões e permitirá que o ginecologista indique o tratamento mais adequado. Adenomiose: tratamento pode ou não ser cirúrgico De acordo com Dr. Brandão, a adenomiose pode ser tratada de diversas maneiras: “O tratamento hormonal busca bloquear a menstruação, como o DIU Mirena, anticoncepcional oral, implante ou outras apresentações, e o tratamento cirúrgico envolve a histerectomia, que é a retirada do útero”. Somente o médico pode indicar qual é o tratamento ideal. “Ainda não se sabe o que causa a adenomiose e como preveni-la”, comenta o ginecologista. Porém, para quem já tem o diagnóstico em mãos, é possível lidar melhor com a doença a partir da alimentação. Um cardápio rico em fibras pode diminuir a concentração de estrogênio, freando a condição. Alimentos com ômega 3, como oleaginosas e peixes, têm poder anti-inflamatório e as vitaminas B, C e D ajudam a amenizar os sintomas. Porém, é primordial riscar industrializados e gorduras da dieta, priorizando sempre carnes brancas, verduras, legumes e frutas. Dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO): https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/558-adenomiose-quadro-clinico-e-diagnostico