
Adriana Ávila
Nutrição
CRN 3 - 2816/SP
Biografia
Com mais de 30 anos de experiência, a nutricionista Adriana Lúcia van-Erven Ávila é formada pela Universidade São Camilo (1986). Iniciou carreira como aprimoranda de Nutrição Hospitalar em Cardiologia no Instituto do Coração (HC/FMUSP). De novembro de 1988 a fevereiro de 2010, atuou como nutricionista no mesmo instituto, onde fez o aprimoramento. Tem ainda os títulos de especialista em Nutrição em Cardiologia pela Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) e em Distúrbios Metabólicos e Risco Cardiovascular pelo CEU (Centro de extensão Universitária). A partir de 2010, atua somente em consultórios de Cardiologia, Endocrinologia, Ginecologia, Obstetrícia e Pneumologia e atua com reeducação alimentar em alguns casos. CRN 3 – 2816/SP
Artigos
Diarreia: O que é, causas, sintomas e tratamento
O que é a diarreia? A diarreia é caracterizada por evacuações frequentes, muitas vezes acompanhadas de cólicas abdominais, gases e, por vezes, náuseas e vômitos. Embora seja geralmente uma condição temporária e autolimitada, a diarreia pode ser desconfortável e até perigosa se não for tratada adequadamente, especialmente em casos graves ou prolongados. Ela pode ser dividida em: Aguda – menos de 15 dias; Persistente: mais de 15 dias; Crônica: mais de 4 semanas Durante esse quadro, o corpo tende a perder muita água, potássio, sódio e bicarbonato, além de outros eletrólitos”, afirma o gastroenterologista Fábio Luiz Maximiano. Principais causas da diarreia: A causa mais comum da diarreia é a infecção por vírus, bactérias ou outros parasitas que invadem o organismo, comprometendo os órgãos do sistema gastrointestinal. Bem como carência de zinco que pode ocasionar a diarreia. “O zinco é um mineral importante que atua como cofator em diversos metabolismos das proteínas, carboidratos e lipídeos. Dessa forma, ele interfere no funcionamento das células, nos processos cicatriciais e imunológicos”, diz o médico. “Sua deficiência torna frágil todos esses mecanismos, podendo interferir na absorção dos alimentos e de água, levando ao aumento do trânsito intestinal, da produção de muco e, consequentemente, à diarreia”. Contudo, a diarreia também pode ser causada por: Ingestão de alimentos mal higienizados; Ingestão de água contaminada; Estresse e ansiedade; Intoxicação alimentar; Ação de medicamentos; Falta de zinco. A doença pode ser classificada como diarreia aguda ou diarreia crônica, sendo a primeira mais breve, ou seja, se manifesta durante poucos dias, e a segunda, mais longa. “A diarreia aguda, com tempo inferior a 15 dias, tem, em sua grande maioria, causa infecciosa viral ou relacionada a alguma intolerância alimentar aguda”, explica o coloproctologista Leonardo Iezzi. “Já a diarreia crônica, com tempo superior a 15 dias, pode ter causa infecciosa também, mas deve-se investigar ainda doenças inflamatórias intestinais (retocolite ulcerativa ou doença de Crohn), fatores alimentares (intolerâncias à lactose, glúten), fatores nutricionais (deficiências proteicas, de minerais) ou doenças crônicas (cirrose hepática, insuficiência pancreática)”, conclui. Prevenção da diarreia Mão suja é porta de entrada para micro-organismos que causam diarreia. “A principal forma de contágio é através da saliva, seja pelas mãos ou por objetos contaminados pelo germe que causa a diarreia”, afirma a pediatra Flávia Bello. Logo, levar a mão suja à boca significa transportar esses micro-organismos diretamente para dentro do organismo, causando o problema. Em crianças, o cuidado deve ser redobrado! Além de deixar as mãos sempre limpas, há outros cuidados importantes para evitar diarreia nas crianças. “Manter uma limpeza adequada dos brinquedos, cuidar de higiene pessoal e da casa, usar álcool gel quando não for possível lavar as mãos, ensinar as crianças a não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos, talheres e escova de dentes, e evitar colocar objetos na boca”, aconselha a profissional. Tratamento da diarreia Os tratamentos das diarreias de duração breve e prolongada são individualizados, devido às particularidades de cada uma. Diarreia de curta duração: “deve ser tratada apenas com medidas de suporte (hidratação, dieta e sintomáticos) Diarreias prolongadas: “necessitam de exames complementares em busca da etiologia específica e do tratamento direcionado”. A suplementação de zinco também pode ser indicada, para ajudar a repor esse mineral importante no organismo. Diarreia crônica: pode indicar males como a síndrome do intestino irritado ou outros mais graves, tais quais a doença de Crohn e colites ulcerosas. Tanto ela quanto a aguda podem ser amenizadas com a adoção de práticas saudáveis. Alimentação quando se tem diarreia A alimentação é um elemento importante do tratamento da diarreia. De modo geral, recomenda-se evitar alimentos gordurosos, como frituras, e alimentos ou bebidas ricas em açúcar. Também não são recomendados alimentos naturalmente laxativos, como mamão, feijão e lentilha. A recomendação é ingerir alimentos como: Banana; Maçã; Cenoura; Batatas Alimentos ricos em zinco e minerais; Muito líquido para reidratação. Suplementação para evitar diarreia Cuidados com a dieta e suplementação com zinco. “O zinco atua no nosso sistema imunológico e poderá auxiliar na defesa da mucosa do intestino frente aos agentes patogênicos presentes nos alimentos contaminados”, afirma a nutricionista Adriana Ávila. No entanto, a especialista acredita que a eficácia da resposta do nutriente dependerá da quantidade desses agentes invasores no sistema gastrointestinal. O mineral acelera a regeneração das células intestinais, os enterócitos, que conseguirão absorver mais água e sais minerais”, explica a profissional. Com isso, a infecção acaba mais rápido, evitando desidratação e emagrecimento, que são as complicações mais comuns em pacientes com diarreia. O nutriente também dificulta a entrada de organismos invasores Repouso quando se tem diarreia Além disso, de acordo com a gastroenterologista Amanda Buchmann, o repouso é uma das medidas de recuperação para o quadro de diarreia. “Quando a diarreia faz parte de um quadro viral, ela pode vir acompanhada de febre ou prostração, impossibilitando que o paciente realize suas atividades normais e, consequentemente, fazendo com que necessite de repouso”.
Quais são as práticas do dia a dia que podem evitar o sobrepeso?
Falar sobre o peso é algo que incomoda algumas pessoas que não se sentem bem com a própria forma física. Mas, o excesso de peso é um assunto que merece ser discutido. Se não for levado a sério, além de mexer com a autoestima, o sobrepeso pode se transformar em um grave problema de saúde e afetar a qualidade de vida. “O sobrepeso e a obesidade podem trazer ao corpo problemas ortopédicos para o quadril, joelhos, pernas e tornozelos, problemas relacionados ao aumento da circunferência abdominal, da pressão arterial, da glicose, do colesterol e triglicérides”, afirma a nutricionista Adriana Ávila. Todo o organismo é afetado: há maiores chances de desenvolver hipertensão, artrose, diabetes, câncer e apneia do sono. Praticar atividades físicas é importante para manter o peso Para se proteger contra esses riscos, a melhor opção é atacar o problema diretamente e lutar por um peso considerado saudável. Essa mudança pode ser feita no dia a dia, com a adoção de práticas simples, mas que fazem toda a diferença. “Uma pessoa com sobrepeso deverá realizar algum tipo de atividade física para ajudar a gastar energia e não acumular gordura no corpo”, aconselha a profissional. É válido correr, caminhar, andar de bicicleta, fazer natação, jogar futebol ou praticar outros esportes. A alimentação também desempenha papel importante na prevenção do sobrepeso. Alimentos saudáveis, como verduras, legumes, frutas, carnes magras, leite e produtos derivados com pouca gordura devem receber destaque na preparação das refeições. Por outro lado, é fundamental não exagerar no consumo de açúcares, doces, frituras e bebidas alcoólicas. Substituições na cozinha ajudam e evitar o sobrepeso Não é necessário abolir nenhum alimento da dieta, mas alguns produtos podem ser substituídos por outros capazes de ajudar a garantir um peso mais saudável. “Podemos trocar os açúcares pelos adoçantes, os doces comuns e os refrigerantes comuns pelos diet ou light. Os alimentos deverão ser cozidos, ensopados, grelhados, assados ou refogados, sempre com óleo vegetal, e os leites poderão ser semidesnatados ou desnatados”, aconselha Adriana. A nutricionista também chama atenção para as situações em que pessoas ansiosas ou estressadas recorrem à alimentação, muitas vezes de forma descompensada, como uma maneira de aliviar seus sentimentos. Para elas, a especialista recomenda atividades de relaxamento e procurar suporte psicológico para vencer as dificuldades. Foto: Shutterstock
Quando devo procurar um nutricionista? Este especialista pode te ajudar a viver melhor!
Você já se perguntou “quando devo procurar um nutricionista?” A resposta é: agora! Buscar ajuda desse profissional é extremamente importante se o seu objetivo for conquistar uma vida mais saudável. Com sua expertise e conhecimento, o nutricionista é capaz de oferecer orientações personalizadas de acordo com as necessidades e a realidade de cada paciente, ajudando a ter uma alimentação saudável, a tratar doenças, a ganhar ou perder peso e, consequentemente, a melhorar a qualidade de vida. O Cuidados Pela Vida, em parceria com a nutricionista Adriana Ávila, preparou um artigo incrível sobre como o profissional em Nutrição pode ajudar nessa jornada rumo a uma vida mais saudável. Ainda esclarecemos a diferença entre nutricionista e nutrólogo – muita gente pensa que é a mesma coisa. Desvende essas e outras questões a seguir! Quando procurar um nutricionista? Existem diversos sinais que podem indicar a necessidade de buscar a orientação de um nutricionista, como a dificuldade em perder ou ganhar peso, alterações no apetite ou na digestão e alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão. Adriana listou os sintomas de alerta mais frequentes para uma consulta com esse profissional: – Azia; – queimação; – gases; – refluxo; – diarreia; – intestino preso; – intolerância à lactose ou ao glúten; – alergia alimentar; – alterações nos exames laboratoriais, como glicose, hemoglobina glicada, colesterol total e frações, triglicérides, ácido úrico, ureia, creatinina e hemograma (anemia); – baixo peso ou excesso de peso (pré-obesidade ou obesidade); – perda de massa muscular; – deficiência de vitamina D ou de outras vitaminas ou minerais. Como um nutricionista pode melhorar a sua qualidade de vida? A orientação de um nutricionista pode mudar seu dia a dia para melhor, já que esse especialista é responsável por incentivar uma transformação completa na qualidade de vida dos seus pacientes. De acordo com Adriana, esse profissional tem o dever de: “Fracionar a alimentação das pessoas ao longo do dia, criar horários regulares para se alimentar, estimular a mastigação lenta e a hidratação adequada”. A nutricionista dá ainda outras dicas importantes: “Também é importante variar o máximo possível os alimentos e a forma de preparo dos mesmos, evitar picar demais as verduras, legumes e frutas para que não percam as fibras”. Além disso, é necessário que as refeições sejam bem coloridas e apetitosas, o que facilita a aceitação alimentar, principalmente das crianças. Benefícios de seguir um plano alimentar personalizado por um nutricionista Ter um plano alimentar personalizado significa atender as necessidades de cada pessoa dos seguintes pontos de vista: – físico: peso adequado, abaixo ou acima dos parâmetros, circunferência abdominal adequada ou acima do limite da normalidade; – clínico: patologias existentes; – laboratorial: alterações nos exames de sangue e/ou de urina. “O plano alimentar individualizado atenderá as necessidades do paciente, a distribuição das refeições e seus horários segundo a sua rotina, os tipos de alimentos a serem escolhidos e a forma de preparo. Quanto mais conseguirmos contemplar todos esses aspectos, melhor a pessoa seguirá o plano alimentar instituído”, esclareceu a especialista. Para surtir efeito, é importante que a pessoa participe junto com o nutricionista para a definição deste plano. Veja os benefícios de adotar uma dieta personalizada: – conquista de um peso mais saudável; – melhora na digestão; – funcionamento intestinal adequado; – normalização dos exames laboratoriais; – melhora do ânimo para a realização de tarefas diárias; – melhor qualidade do sono. Resumindo: você terá muito mais saúde, bem-estar e qualidade de vida e longevidade. Que tal marcar uma consulta com o nutricionista? Qual é a diferença entre nutricionista e nutrólogo? Muitas pessoas confundem os termos nutricionista e nutrólogo e acham que essas especialidades têm a mesma função na manutenção da saúde do paciente. Mas, a verdade é que elas são bem diferentes. O nutricionista é um profissional formado em Nutrição, que estuda a relação entre os alimentos e o organismo. Ele é responsável por avaliar o estado nutricional de um indivíduo, preparar dietas e orientar sobre a importância de ter hábitos alimentares saudáveis. Já o nutrólogo é um médico que se especializa em Nutrologia, uma área que estuda a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças relacionadas à alimentação, suplementação e estilo de vida. Então, enquanto o nutricionista é focado na alimentação e na nutrição, o nutrólogo tem uma visão mais clínica e pode prescrever medicamentos ligados à alimentação. Como o nutricionista e o nutrólogo podem trabalhar em conjunto? O nutricionista e o nutrólogo podem trabalhar juntos para proporcionar um tratamento mais completo ao paciente. Adriana revela o papel do nutricionista nesse tratamento: “Contribuir para a disseminação dos conhecimentos de nutrição e alimentação saudáveis, sempre respeitando os hábitos alimentares e os aspectos culturais e religiosos que permeiam a alimentação das pessoas”. Já o nutrólogo pode realizar exames específicos e prescrever suplementos nutricionais, quando necessário. A ideia do trabalho interdisciplinar é somar esforços para um bem comum, que é o de proporcionar ferramentas para que a pessoa que procura por estes profissionais tenha autonomia para fazer suas escolhas alimentares. Assim, é possível obter melhores resultados em um tratamento e alcançar uma vida mais saudável.
Quais são as principais fontes de lisina que podemos encontrar em alimentos?
Não é segredo para ninguém que o corpo humano precisa de nutrientes para garantir seu funcionamento e manter uma boa qualidade de vida. Entre essas substâncias, uma das mais importantes são as proteínas, bastante conhecidas por quem frequenta academias. As proteínas são formadas por aminoácidos e um deles é a lisina, responsável por inúmeras funções no organismo. “A lisina é um dos aminoácidos essenciais que o nosso corpo não fabrica e que precisamos fornecer via alimentação”, afirma a nutricionista Adriana Ávila. Os alimentos com a maior quantidade de lisina são, naturalmente, os ricos em proteínas. Onde encontrar a lisina A carne é uma das principais fontes desse aminoácido, especialmente de aves e peixes. Também é possível encontrar a lisina no leite e em seus produtos derivados, como iogurtes e queijos. Entre os grãos, a soja, a ervilha e o feijão possuem quantidades consideráveis do aminoácido. Importância do amonoácido A lisina ajuda na formação do colágeno e no fortalecimento dos ossos e músculos. Além disso, ela atua na produção de anticorpos, contribuindo para a proteção do organismo contra doenças e infecções. Ela ainda auxilia o corpo na absorção de cálcio, diminuindo o risco de desenvolver osteoporose, e também reduz a gravidade das lesões e a duração dos sintomas causados pelo herpes. A falta e o excesso de lisina no corpo Adriana alerta para os problemas que os baixos níveis de lisina podem gerar: “A falta de lisina no organismo pode provocar queda da imunidade, fraqueza óssea, piora nos casos de herpes, prejuízo na produção de colágeno e no desenvolvimento de massa muscular.” É possível sentir tontura, náusea, falta de apetite, cansaço. “Já o excesso pode levar à formação de cálculos na vesícula biliar e provocar a deficiência de outro aminoácido essencial, a arginina”, complementa a nutricionista.
Vitamina E e gravidez: quais são os benefícios para futura mamãe e o bebê?
O consumo de vitaminas em geral é essencial para a saúde das grávidas e de seus bebês, pois diversos benefícios podem ser adquiridos com os nutrientes. Naturalmente, com a vitamina E não é diferente. A vitamina E ajuda a prevenir algumas doenças e no bom funcionamento de várias setores do organismo. Pode ser encontrado na alimentação e também suplementado. Benefícios da vitamina E “Para a futura mamãe, a vitamina E é importante para a prevenção da pré-eclâmpsia (pressão arterial elevada) e da restrição do crescimento intrauterino. Para o bebê, estudos apontam que o nutriente pode ajudar a prevenir a ocorrência de asma”, destaca a nutricionista Adriana Ávila. Além disso, a vitamina E é considerada um poderoso antioxidante, atuando, assim, contra o envelhecimento celular precoce. Merece destaque ainda a importância da vitamina E no combate a doenças como câncer, diabetes e problemas cardíacos. “A vitamina E ajuda na construção das células do organismo e na formação dos glóbulos vermelhos que transportam oxigênio. Ela evita o estresse oxidativo, que para os bebês prematuros pode provocar doença crônica nos pulmões, no coração e outros órgãos”. Cuidado com o excesso de vitamina E durante a gravidez Por mais que a oferta de vitamina E seja fundamental para a saúde da grávida e de seu bebê, o excesso do nutriente nessa fase da vida não é recomendado. Deve-se obter apenas a quantidade necessária. “O excesso de vitamina E aumenta o risco de sangramento na gestante, eleva o risco de natimorto no bebê, bem como problemas cardíacos e no desenvolvimento fetal”. Fontes alimentares de vitamina E e suplementação Dentre as principais fontes alimentares de vitamina E, vale destaque: óleos de soja; milho ou girassol; azeite de oliva; nozes; amêndoas (sem sal, para não inchar nem aumentar a pressão arterial); castanha-do-pará; sementes de girassol (sem sal); gérmen de trigo e grãos integrais. Caso as demandas do organismo da grávida não sejam obtidas nas refeições, deve-se recorrer à suplementação, mas sempre com a orientação médica. Foto: Shutterstock
Qual a diferença entre intolerância à lactose e alergia ao leite?
Apesar de muitas pessoas tratarem como sinônimos, intolerância à lactose e alergia ao leite são quadros distintos. O primeiro nada mais é do que a deficiência total ou parcial que algumas pessoas apresentam na produção da lactase, enzima responsável pela “quebra” da lactose, que é o açúcar naturalmente encontrado no leite e em seus derivados. Já no segundo, o sistema imunológico entende as proteínas do leite como nocivas, iniciando uma série de processos que caracterizam o quadro da alergia. “Sem a produção da enzima lactase, a lactose não é ‘quebrada’ para gerar glicose e galactose, ou seja, ela não é digerida e absorvida no intestino delgado. Na alergia à proteína do leite da vaca, os sintomas normalmente aparecem nos primeiros anos de vida e são superados à medida que a pessoa vai crescendo, dos 3 aos 5 anos em diante, em geral. Mas há quem continue a ser alérgico mesmo depois de adulto”, explica a nutricionista Adriana Ávila. Sintomas da intolerância à lactose e alergia ao leite Conforme aponta a especialista, os sintomas de ambos também apresentam diferenças. A intolerância à lactose é caracterizada por náusea, dor ou distensão abdominal (“estufamento”), gases e/ou diarreia. Na alergia ao leite da vaca, os sintomas são mais variados e podem acometer especialmente o trato gastrointestinal (com diarreia, sangue nas fezes, dor abdominal, refluxo), pele (com inchaço dos lábios, boca e língua, vermelhidão e surgimento de placas de urticária) e o trato respiratório (com tosse, chiado no peito e falta de ar). “Sintomas da alergia ao leite da vaca, como inchaço da face, chiado no peito e dificuldade para respirar, podem trazer perigo poucos minutos após o indivíduo consumir leite ou derivados. Isso porque eles podem significar que a pessoa está tendo uma reação anafilática e precisa de atenção médica de emergência”, alerta Adriana. Porém, nem todos os pacientes com alergia à proteína do leite de vaca apresentam esses sintomas. É fundamental consultar um médico para uma avaliação individual. Intolerância à lactose não impede o consumo de leite e derivados Enquanto os pacientes com alergia à proteína do leite de vaca devem evitar completamente o leite e seus derivados, aqueles com intolerância à lactose podem consumir esses alimentos, devendo prestar atenção à ocorrência de sintomas e a tolerância individual à lactose. Para os indivíduos com intolerância à lactose, a suplementação com lactase pode ser uma alternativa, devendo ser administrada quando houver o consumo de leite e derivados. Foto: Shutterstock